terça-feira, 31 de outubro de 2023

A brincadeira de Halloween foi sucesso- Cléber lorenzoni como "A Freira"


 

Lola: às seis horas da tarde - décimo segundo concorrente Festival de teatro Rosário em Cena

                       Quem saiu de casa para assistir Lola, da Cia. Retalhos presenciou um momento lindo de militância, proposto por atores, personagens e figuras que representam a busca pelos direitos LGBTQIAP+, essa sigla que cresce a cada dia, muito porque a cada dia surgem novas camadas da diversidade, que estão desassistidas. 
                       No palco, Lola, interpretada por Helquer Paez, nos conta sua vida, através de uma colcha de retalhos que mistura ficção e vida real.  Lola é forte, sofrida, cansa de lutas de uma existência. Parece ser a líder desse lugar que aparenta ser uma casa de shows; Pisa no palco com uma serenidade que os grandes artista possuem, embora pudesse as vezes buscar uma movimentação menos monocórdia. As cenas são em verdade uma sequencia de quadros muito plásticos, em contraposição à exibição de vídeos que tiveram como telão um longo véu de tule ou filó, que representava a feminilidade e o desejo de Lola de um dia se casar, ou encontrar o amor...
                       No meio do espetáculo houve um diapasão, um momento de discussão sobre a necessidade em defender as diferenças, mais especificamente a da grande família LGBTQIAP+. Convidadas mais que especiais contaram ou debateram situações difíceis, desumanas pelas quais passaram. O discurso é inevitável e indispensável, mas precisa de um olhar dramatúrgico que possa melhor casar os momentos que atualmente seguem em linhas muito distintas. 
                              Helquer Paez cantando nos emociona e muito, sua força, sua garra, sua presença. Presença essa que é exemplo para muitos atores atuais. Destaque aliás, para a trilha de Paez, Daniela Paez e Paulo Bracht. A iluminação de Juliet Castadello e Rafael Jacinto é outro espetáculo a parte.
                              Ao final fica a indagação se Helquer e sua trupe queriam falar de Lola, das trans, ou das duas coisas. Há material para dois espetáculos. O que falta é a direção tomar uma decisão, para nosso melhor aproveitamento.


Cléber Lorenzoni - Crítico teatral 

sábado, 28 de outubro de 2023

Mais uma promoção do Máschara


 

Equipe do Máschara visitando escolas de Rosário do Sul durante o en ceninha


 

Evento da Liga de Combate ao câncer com o apoio do Máschara


 

Raquel Arigony e Fabio Novello em A boneca gente


 

O Teste - Décimo primeiro concorrente - festival rosário em cena

                        O Clown pequeno e grande ao mesmo tempo, que busca sempre comida e amor, não sabe ao certo o que está acontecendo no palco, não compreende muitas coisas, mas é curioso o suficiente para tentar entender essas mesmas coisas. Essa curiosidade, que brota dos pequenos gestos, da sutileza, da delicadeza instintiva do ser que se reconhece pequenino perante o universo. Seu mundo é do tamanho daquilo que seu olhar alcança e do que seu íntimo sente. A máschara (não sei escrever essa palavra poderosa sem usar o "h", perdoem-me), que muitas vezes é abstraída, define caminhos, abre sulcos, é a "eureka", é luz na escuridão, é afeto, é sensorialidade. Isso torna difícil entrar em cena pensando em um roteiro formal, imutável, afinal, segundo nossa premissa básica: cada dia é um dia, cada encenação é uma encenação, e o mundo ao nosso redor deve interferir. Ora, como o clown sofrerá essa interferência? E o quanto ele aprenderá com isso? E o quanto nos divertiremos com isso?

                         Caroline Costa alcança um bom efeito junto ao público infanto-juvenil. O público ri, compreende e mergulha. Na verdade eles embarcam e torcem pelo personagem. Se todos riem, se todos aplaudem, se todos compreendem a historia, por que pode haver algo errado? Existe algum problema? O espetáculo não é bom?

                       É um trabalho interessante e com ideias ótimas, mas precisa de um mergulho na técnica de clown propriamente dita. É interessante observar grandes clowns da historia do cinema, grandes cômicos, é necessário quebrar uma fina película que ainda impede a atriz de realmente alcançar a proposta da direção. Fernando Tapasse é perspicaz em vários pontos e tem visivelmente uma direção cuidadosa,  porém a técnica de Clown precisa de um maior trabalho de pesquisa, para que não exponha a atriz e não pareça apenas uma recreação, ou ainda, como diriam alguns quando depreciam o teatro: palhaçadinha. Percebe-se um cuidado com o cenário, a luz é interessante e se coubesse a mim, o poder de auxiliar em algumas mudanças, mudaria o visual do casaco em cena e o figurino da atriz, como não cabe a mim, apenas torço que se torne a cada dia um trabalho que cumpra o que propõe e ofereça a sensação de dever cumprido à sua equipe.

Cléber Lorenzoni  - Crítico Teatral

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Petra - Décimo primeiro concorrente - Rosário em Cena

 Durante muitos anos, Stanislavski reinou praticamente solitário no trono mais alto do panteão dos grandes deuses humanos do teatro. Seu teatro naturalista se expandiu e nos "decretou" o que seria o caminho mais correto, durante décadas. Mas o mundo se renova rapidamente e mesmo o teatro, que de certa forma anda devagar já que possui o peso de sua ancestralidade para carregar consigo, viu um homem novo, embasado nas preocupações do século vinte, ir abrindo espaço para novas linguagens, propostas e diálogos. 

O curioso é que o teatro no interior das comarcas e províncias, ainda está em estágio de construção de suas bases. Ainda andamos muito devagar, nossas crianças ainda consomem palhacinhos e animaizinhos falantes e por isso ao crescer, querem ver vilões, mocinhas e casais apaixonados. Algo que a tv e o cinema tentam nos vender a qualquer custo. Há é claro aqueles que nem sabem se e o que querem ver. Porém, o teatro, esse senhor de mais de três mil anos, quer se renovar e quer refletir as turbulências de uma época que deseja consumir com textos e transcender em ações. Estudos, pesquisas, buscas, laboratórios, trazem ao palco uma linguagem que as vezes choca e as vezes toca. Soberana então, quando une ambas as coisas. 

O espetáculo Petra levantou na manhã de sexta-feira, um alto debate que para mim provou que ainda perambula entre nós o tema proposto por Eugênio Barba que se refere às diferenças entre teatro comercial, teatro universitário e teatro de grupo. Ora, o trabalho de Luana Oliveira de Lima, é maravilhoso, e nos chega de uma conclusão experimental universitária, com orientação de Adriana Dal Forno. Durante os trinta minutos de um trabalho forte, físico, passei pelo universo de Dalcroze,  Butô, Artaud... e outros tantos das galáxias que nos cercam. Queria eu entender de onde vinha a linguagem sobre o palco. Talvez por que não conseguisse compreender a dramaturgia proposta. 

Petra, parece uma jovem cheia de pesos, de instintos, de força interna e de desafios a serem percorridos. Impostos esses desafios por quem? Com quais objetivos? Vi sobre o palco, a mulher palestina, a fugitiva israelita, a noviça dentro do convento, a jovem que atravessa o deserto mexicano para entrar nos estados unidos, vi a samaritana junto ao poço, vi inúmeras mulheres. E então percebi que eu apenas poderia ver Luana, viva, intensa, preenchida, submersa. 

Talvez, esse mesmo espetáculo, apresentado na terra, na rua, em arena completa, em uma sala emparedada, nos produzisse mil e uma sensações. Talvez não. Talvez apenas precise ser feito, pois gerará debate, debate necessário que desaguará no teatro de dez ou quinze anos à frente. Pois é o debate, a duvida, o inquietamento e a incerteza, que constroem à próxima arte. 

Saí do teatro com várias sensações, mas a principal, gratidão a atriz sobre o palco que lindamente ao final foi muito gentil em conversar com a plateia. Espero em futuro não tão distante voltar a vê-la atuando.



Cléber Lorenzoni - Crítico teatral

Equipe Grupo Máschara em Rosário do Sul no Em ceninha


 

Um Causo com 100 anos- Décimo Concorrente - Rosário em Cena

 Décimo espetáculo concorrente do Festival Rosário em cena Um causo com 100 anos de sombra,  de autoria de Vicente Fantin e direção de Alberto Chagas,  subiu ao palco do Rosário em cena na quinta-feira, dia 26 e nos propôs uma construção de tipos familiares do autor, nos quais ele se transfigura com sutileza e densidade. A temática é simples, trata  da vida no interior de alguma cidade fictícia ou não de São Paulo, onde um professor resolve fazer uma aula diferente. Sobre o palco uma mesa e sobre a mesa uma sacola que em um primeiro momento não se sabe porque está ali, de onde vão saindo alguns adereços funcionais que ajudam na contação, como o próprio autor disse, dessa história que é muito mais baseada no texto do que na ação propriamente. Vicente é um ator maduro com domínio de palco que poderia ser mais aprofundado através de marcações de maior complexidade.

A iluminação pontua, muito embora seja simples e o texto nos parece monocórdio, não por sua pronúncia,  mas pela repetitividade dos verbos e muitas vezes de repetições desnecessárias para descrever situações que não precisavam talvez ser tão descritas. São 40 minutos, talvez um pouco mais, de um espetáculo formal fechado em si próprio e atrincheirado pela quarta parede que Antoine muito bem edificou no século retrasado. Ainda assim a atuação é voltada para a quarta parede e por vezes nos trata como se fossemos os alunos desse professor cheio de histórias, mas parece que somos invisíveis, afinal não há um convite para que embarquemos na trama.  Paleta de cores coerente, iluminação básica e curva pouco acentuada são características de um trabalho que vem ao Rio grande do Sul trazendo em sua bagagem o modo de se fazer arte de uma região distante e encontra aqui outras formas e olhares o que é a principal característica do Rosário em Cena: Diversidade de ideias. Palmas a Cia. Vifan, que se disponibiliza a vir ao sul e conhecer, aprender e ensinar, nas tantas possibilidades que um teatro oferece.



Cléber Lorenzoni - Crítico Teatral

O Macaco Malandro - nono concorrente - Festival Rosário em Cena

 Sabe o que eu menos gosto no circo? Essa mania  que as pessoas têm de vestirem os animais que nem gente...

                                                                              Mario Quintana

No entanto, vestir as pessoas de animais, pode dar um bom caldo, ou ainda dar a elas, modos e trejeitos animalescos. Esse foi o objetivo da Cia. Vir a ser teatro, no texto de Tatiana Belinky. Vale a pena guardar na agenda o nome desse espetáculo para daqui há alguns meses, quando o espetáculo estiver mais afinado, levarmos nossos filhos e sobrinhos.

Pâmela Wierbitzki está lindissima como dona Raposa, aliás ela e GUstavo Engelmann repetem a dobradinha e preenchem muito bem o palco, lembrando com seus figurinos e trejeitos partiturados para esse espetáculo, um casal novo rico, sulista norte-americano. A roupa me recordou um catálogo da hermes dos anos 1970 que minha mãe me dava para brincar. 

Há um apuro no visual, um acerto, que também leva a assinatura de Engelmann. Se há algum problema no espetáculo, se encontra na quantidade de texto que acaba por deixar monocórdios alguns momentos do espetáculo. A direção no entanto foi muito feliz ao elencar Alexander Ramos para o papel tema do espetáculo. Alexander esteve impagável. Sua entrada em cena simplesmente roubava nossa atenção. Os trejeitos, as formas, o ritmo, a maquiagem e o figurino, tudo colaboraram para que o "Sr. Juiz"da floresta brilhasse. 

Talvez o queijo, pudesse ser mais cênico, talvez os textos todos pudessem fluir melhor, talvez as musicas pudessem ser melhor coreografadas. Talvezx o final devesse ser melhor orquestrado e se o diretor me permite uma dica, acredito que seria ótimo uma oficina de acabamento em roteiro. Gustavo tem ideias ótimas, mas precisa de um terceiro e quato olhos para pontuar coisas que lhe escapam, o que é totalmente natural quando se soma tantas funções como diretor. 

Parabéns a escolha de colocar dois músicos (Débora Borba e Marcos Freire) em cena, acredito que eles pudessem ser nômades pelo teatro, saindo e surgindo em lugares diferentes, mas aí já são palpites... Torçamos pelo sucesso desse belo espetáculo que está nascendo.



Cléber Lorenzoni - crítico teatral

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

'Jurados e organização do Rosário em Cena


 

Entre Loucos- oitavo concorrente – Festival Rosário em Cena

 


 

Àqueles que vieram antes de nós, foi designado pelos Deuses, que eles preparem o caminho, abram sulcos, e finquem pilastras. Os artistas de hoje, são reflexos da geração anterior que por sua vez é reflexo de uma outra que os precedeu. A olhar para o trabalho poderoso nas atuações de Gustavo Engelmann e Pâmela Wiersbitzki, pode-se dizer que Juca, fundador da Cia Vir a ser teatro, fez um bom trabalho. Trinta anos de luta, nos presenteiam com presença, tônus, ritmo, triangulação, élan, ufa...

Entre Loucos, é segundo a direção, um texto de autor desconhecido, que funciona deveras junto ao público jovem, muito pela força e a graça com a qual, a dupla de atores nos apresenta suas personagens. Pâmela possui uma voz muito interessante, bem colocada e que casa com qualquer tipo de trabalho que a atriz se propõe, seja em espetáculos infantis ou adultos.

O espetáculo possui uma sequencia de quadros, alguns melhores executados que outros, mas de qualquer forma, críveis e engraçadíssimos. Há uma perspicácia que certamente provém da direção de Engelmann. Temas pesados são abordados de maneira escrachada e nos fazem pensar inclusive em temas como machismo, e religião. Por outro lado, tudo fica um pouco aquém do que poderia. Veja bem, há direção, há boa atuação e eu diria que até bom roteiro, mas a concepção, o objetivo final precisa ser revisto, se a Cia. busca o máximo retorno que o espetáculo pode lhe trazer. Estamos falando sobre doença, sobre males que afligem a saúde da humanidade, porém a comicidade exacerbada desse espetáculo não nos permite a catarse, a purgação de nossos sentimentos. Caso o objetivo seja o riso, então a comédia pode aprofundar-se mais.

A iluminação é desenhada, mas não nos conta nada e tudo precisa contar algo em seu setor, luz, trilha, figurino, cenário, atuação. Lembrando que ausência de luz também é luz, silêncio também é sonoplastia e palco vazio pode ser cenário. Para que uma única e boa história seja contada.

Entre Loucos encerra após uma sirene tocar, e os dois “loucos” correrem para por tudo de volta no lugar, nos lembrando que tudo sempre se repete, que os ciclos se encerram e recomeçam e que infelizmente as coisas em sua maioria, são imutáveis. Segue-se o mundo, cada um com sua dor e nada pode ser feito...


Cléber Lorenzoni - Crítico teatral

Laysa Taylor- historias de uma diva - sétimo concorrente - Rosário em Cena

Existem dois elencos, um está sobre o palco e sua função é contar uma história, o outro está acomodado nas cadeiras, e sua função é rir, ou chorar, refletir e aplaudir. Se os dois elencos executarem bem suas funções o espetáculo será maravilhoso.




Laysa Taylor não é um espetáculo de meios termos, nem poderia ser, afinal de contas sua vida passou por todo tipo de embates a que um menino pode passar. Violências sexuais e emocionais, solidão, abusos e até mesmo a fome, foram seus companheiros. Em um primeiro momento parece que estamos falando de crianças ou jovens gays, no entanto, todos nós já nos sentimos mal compreendidos, fomos desrespeitados naquilo que somos, ou ainda tivemos que tirar força de nós mesmos ainda que tivéssemos nos encontrado naquilo que consideramos o mais fundo do poço.

Laysa é o próprio patinho feio, elevado a um grau de exagero absurdo, e ela se torna um cisne lindo, forte, poderoso e vencedor. Eis o grande paradoxo: alcançar o topo, a maturidade, aceitação nos arranca pedaços, nos dilacera e nos obriga a fazer a pergunta:-precisávamos passar por tudo isso? Precisava eu ter suportado tudo isso para chegar até aqui?

O público formado em sua maioria por jovens se ensino médio, aprovou o espetáculo e em determinada altura era possível ouvir o som de alfinete, caso esse caísse, muito embora, tudo estava tão coerente, tão intenso e bem dirigido por Pablo Damiam que duvido que um alfinete ousasse tombar.

A atriz Lorasna Valentini tem um poder de atração que conquista e vende qualquer coisa proposta. Mesmo os momentos mais grotescos não agridem e sim emocionam. Voz intensa, curva pontual e finalmente uma deliciosa catarse. Claro que há pontos a serem revisto:, a dublagem, o peso da arma, o uso repetitivo do centro do palco. Enfim, detalhes que podem deixar ótimo o que já é muito bom.


Cléber Lorenzoni - escritor e colunista

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Era uma vez, mais uma vez... –sexto espetáculo concorrente, festival Rosário em Cena

 

Um Conto do 100 cena

 

Um jovem, sem idade aparente, quer ser integrante do grupo 100 Cena. O porquê alguém iria querer fazer teatro, é uma incógnita. Sofrer, lutar, sacrificar-se em nome da tal “arte”, a troco de uma ideia e de uma chama inexplicável que arde dentro de nós. Pois bem, na ausência de um narrador, o jovem e seu fantoche, conseguem assumir um lugar de fala, dali comenta e interage com o restante do elenco.

Há em Era uma vez... um grande de número de equívocos que se dão pela ausência de uma dramaturgia funcional. Sabe-se de onde vem as personagens e quais suas motivações, no entanto, as intenções e os signos propostos se confundem muitas vezes, assim como também se confundem alguns signos.

Fadas, bruxas, duendes, criaturas que habitam nosso consciente infantil e que sempre nos atraem, pela ingenuidade e até mesmo, pela nostalgia que propõe. Mas o diretor optou por jogar tudo em um grande liquidificador, o que produz um efeito confuso na maioria do tempo. O elenco demonstra uma facilidade em pegar o público e este se entrega, participa, agrega, e devolve com carinho a tudo o que é proposto( destaque aí, para Iva Dallabrida. Isso contudo, pode ser perigoso em alguns espetáculos, principalmente se a os atores não tiverem capacidade de conter no decorrer da apresentação a turba que se apresenta.

A iluminação foi razoavelmente pensada, e produziu bons focos. Curiosa a escolha da banda RBD, como tema central, talvez o sucesso e a representatividade dos jovens da banda mexicana e posteriormente brasileira, tenha a ver com o lugar onde o 100 cena queira chegar. Jean Devigili possui garra, interesse e dinâmica, por isso mesmo merece alcançar sucesso o que virá com estudo e prática.

O Fugitivo – Quinto espetáculo Concorrente – Rosário em Cena

 


 

Prólogo sem epílogo...

 

A peça da manhã dessa quarta-feira deixou um gostinho de quero mais, ao menos no que diz respeito ao seu roteiro. O público, formado em sua maioria por adolescentes, curtiram e muito o casal interpretado por Fabi Fiamoncini e Jean Devigili. A companhia 100 cena, ou “sem cena”, da cidade de Timbó, chegou à Rosário do Sul com muita energia e vontade de aprender, o que de certa forma é o verdadeiro âmago de um festival. A troca, o conhecimento, os debates.

Fabi Fiamoncini e Jean Devigil conquistam a plateia sem muito esforço. Contam a história de um determinado personagem que teve um amor no passado mas fugiu desse amor, talvez pelo fato de sua amada ser uma mulher de “vida fácil”, embora nada há de fácil em trabalhar em uma casa de prostituição.

Falta ainda na Cia., um olhar mais cênico para esse espetáculo, talvez um auxiliar de direção que possa aconselhar e ajudar Jean, provocando-o e o motivando à zonas (não as de sexo) fora de conforto.

A iluminação é simples e o figurino embora interessante, precisa de um pouco mais de cuidado. O palco é muito poderoso e tudo sobre ele, fala muito. Ao final, o casal protagonista ainda não se encontra, e seu drama nãos e resolve, de forma que ficamos como que esperando um epílogo, talvez por isso mesmo, a plateia tenha pedido a dupla um beijo para o grande final. 

O Fugitivo, teve segundo o diretor/roteirista, uma motivação que nasce ainda de uma visita à casa de cultura Mario Quintana, e isso é o grande mote da arte e dos festivais. Levar, trocar, debater, aprender, inspirar. 100 cena parece ser o único grupo de teatro da cidade de Timbó SC, por isso mesmo merecem apoio, acolhida e incentivo, afinal tem em suas mãos uma missão muito importante, criar pontes, oportunizar diálogos, erguer alicerces artísticos para que se faça teatro, para que se tenha teatro no futuro em sua cidade. O teatro deve ser feito sempre, pelo maior número de pessoas e disponibilizado a outro grande número de pessoas. Vida longa ao teatro de Timbó.


Cléber Lorenzoni- Escritor, dramaturgo e crítico teatral

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Todos em torno do sol - quarto concorrente do Rosário em Cena

 Somos apenas terra e água... ou a alface que preparei.


Elisa Lemos trouxe uma boa supresa para a segunda noite de concorrentes do Rosário em Cena. Bom  teatro, com boas reflexões e um interessante argumento, nos levando pela mão praça à dentro. Lemos, Bigacki, Leopold e Weber nos recebem de uma forma curiosa, em uma clareira, iluminada, ora, pela luz dos "candeeiros" da praça, ora pela luminosidade da lua. As brincadeiras que sugerem vão mesclando leveza e tensão, alegria e dor, desafios e amuamentos, típicos das crianças que todos fomos, somos ou seremos. 

O texto une narrativas confusas as vezes, e ousadas em outras. A plástica que o espetáculo propõe, muito funcionam devido a ótima fotografia escolhida. Há um medo do desconhecido, do novo, do ousado, que faz com a plateia demore um pouco a adentrar de cabeça na proposta. No entanto é maravilhoso que Rosário do Sul em seu festival nos ofereça a possibilidade de outras linhas teatrais. Foi emocionanate ver pessoas que andavam pela praça, irem parando, observando, interessando-se...

Elisa Lemos e Eduarda Bigacki, ou Bogacki, nos prendem por seu olhar, sua energia e sua verdade. Falta é claro, potência vocal, um pouco de tonus , mas nada que não se alcançe com um pouco  mais de estudo e pesquisa. 

Fiquei inspirado, interessado nesse teatro, nessa proposta, nessa discução que o grupo traz. Talvez pudesse haver uma maior interação do grupo/espetáculo com o ambiente. Quando se faz um espetáculo "na rua", propõe-se mudar a paisagem e por tanto adequar o universo ao redor da atuação. Ruídos, passantes, sombras... Tudo passa a ser parte da plástica do meu trabalho e devo adequar-me ou adequá-la. De toda forma, Todos em torno do sol, nos prende, nos interessa e nos atrai. Há um All Star aqui, um sussurro alí, um corpo mole acolá, detalhes que precisam ser melhor solucionados, mas é bom ser testado, ser instigado, ser tirado de sua zona de conforto. 

Ao final senti vontade de voltar para casa e compor um trabalho na rua, no campo, no verd. Obrigado por essa sensação!

A boneca gente no "em ceninha"- Na foto, a estréia de Clara Devi como Professora Cleonice


 

Flicts - Terceiro espetáculo concorrente- Festival Rosário em Cena

 Chega de bullyng...


                                   Escrito em 1969 por Ziraldo, Flicts é um texto extremamente atual, escolhido com sucesso pela Cia. Ateliê da Rua. Todas as cores têm seu lugar ao sol, todos têm um dom e uma importância. Todos têm luz propria! Sobre essa premissa, Elisa Lemos desenvolve sua ideia como diretora e por que não dizer dramaturga, já que a ela coube a adaptação do texto,  que sim, precisa de algumas revisões. As crianças apaixonam-se pelo colorido e pelas situações propostas, palmas para William Follmamn e Douglas Leopold, que como Listrados, adentram o palco levantando a assistência. Destaque ainda à Milena Rubin interpretando com muita presença a personagem Redson e à Elisa Lemos pela exuberante "professora". 

                                     As cenas são curtas, simples, sem muitos desenhos, ou circunlóquios, talvez o mise en scene pudesse ser mais aprofundado e a voz pudesse receber um pouco mais de potência. De toda forma, é maravilhoso ver um grupo de jovens arriscando-se, esforçando-se, batalhando pelo teatro. Colocar algo sobre o palco para ouvir uma banca fazer uma analise, requer humildade e desprendimento. 

                                       Gosto de pensar que um festival de teatro seja como um museu e cada grupo pendura sua tela nas paredes desse museu. Entre os visitantes estão os curadores do museu, a banca de jurdos. A eles cabe observar cada obra, estudá-las e indicar quais irão para os salões de arte. Ora, uma tela é um quadro em branco, onde o diretor deposita seus traços, molda seus atores e ideias. Parabéns ao grupo Ateliê da Rua por nos trazer sua obra e nos darem o privilegio de analisá-la.


Cléber Lorenzoni - crítico teatral


Cama de Gato – Segundo espetáculo concorrente – Festival Rosário em Cena

 

 

Um circo romano...

                      O mundo evoluiu, dizem, mas as plateias, presenciais ou remotas, ainda se deleitam quando alguém tomba na arena e está prestes a ser devorado. Isso ficou muito claro durante a encenação de Cama de Gato, espetáculo concorrente do 22º Rosário em Cena, da cidade de Uruguaiana. João Chimendes foi muito feliz em sua escolha, apesar de esperar ansioso para reassistir Fictícia, sorvi cada detalhe de Cama de Gato e saí satisfeito com cada explosão semiótica que o Grupo propôs.

                      Já de cara, o visual Coca-Cola anos 60 sobre a areia de uma praia imaginaria nos rouba e nos envia direto para o mundo contemporâneo das redes sociais e dos reality shows. Um espetáculo interativo que vai abrindo à participação do público até percebermos em nós os instintos mais básicos do ser humano. A direção é pontual e sabe muito bem o que quer dizer, sabe onde chegar, no entanto os atores pecam pelo volume baixo de suas interpretações. Destaque para Felipe Oliveira, um ator que embora ainda esteja começando, tem um poder químico muito bonito junto à plateia.

                    Dois mil anos atrás, enquanto os romanos assistiam os cristãos morrerem no coliseu, não imaginava-se no que estes mesmos cristãos estariam pensando dentro da arena. Foi Sartre, mais de mil anos depois quem nos revelou que talvez o instinto humano seja mais feroz que a fome dos leões. Os quatro aprisionados, com destaque para Ana Beatriz Fernandes, interpretando a mimada Rita, digladiam-se em busca de poder, e poder concede liberdade, nessa narrativa assinada por João Chimendes e Felipe Oliveira.  O homem, no extremo momento que beira a morte, pensa sim em si mesmo, e aí não há julgamentos, pois é de seu instinto, sobreviver, manter-se em pé até o último segundo. A interpretação de Mayara Serra é eloquente e vivaz, no entanto peca pelo volume inaudível.

                     A iluminação assinada por Carlos Vaz Martins é funcional e a trilha de Victor Boff (não sei se é apenas executor), cumpre-se, embora, pudesse aprimorar-se no suspense. 

                     Talvez por ser uma segunda apresentação apenas, os atores ainda não tenham alcançado o que a direção espera, embora, arraste consigo a multidão de jovens afoitos por uma linguagem moderna, que está presente nas redes.

                     “O homem é o lobo do homem”, uma frase que Thomas Hobbes popularizou, mas que é de Titus Maccius Plautus (254 a.C -184 a.C), resume o que cada um de nós sentiu durante um espetáculo que provou que se ainda não estamos prontos para um beijo humano, não importa o sexo, é por que realmente algo na evolução, deu errado.

                    O espetáculo tem dois finais bem dispostos, falta a direção optar pelo mais útil ao espetáculo, embora essa escolha não interfira diretamente no sucesso dessa obra que nasce e que foi tão bem acolhida pelo Rosário em Cena, após Fictícia não poder ser apresentada.


 Cléber Lorenzoni - Crítico Teatral

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Equipe do Grupo Máschara reunida no Festival de Rosário em Cena


 

Programação Rosário em Cena


 

Hamlet, Um espetáculo solo - Primeiro concorrente Rosário em Cena

 Uma velinha para o menino...


Acesa no proscenio, a vela dentro de um copo nos fazia pensar nos antigos teatros elisabethanos. Um ator adentra o palco com garra e muito élan, trata-se da Cia. MADAME FRIGIDAIRE, diretamente de Soledade, com direção e atuação do polivalente Lucas Quoos. Hamlet, um arrojo em um festival que há poucos instantes acaba de se tornar Patrimônio Imaterial, exatamente pela diversidade de ideias que disponibiliza sobre o palco. A historia do principe da Dinamarca já foi contada exaustivamente e por isso mesmo, o público carrega consigo expeculações e achares sobre como deve ser feita ou interpretada essa tragédia da traição e vingança. Tudo o que  há para ser dito sobre Hamlet, já foi dito, por isso talvez a peça seja usada para dizer algo sobre o intérprete...

Ora, Quoos, amante da filosofia, nos desconcerta com reflexões humanas, que ele coloca na boca de um coveiro pândego, que divertem e se esparramam pelo palco em quarenta e três minutos de espetáculo. Quoos tem boas ideias, um trabalho corporal digno de um bom ator, e ainda que sozinho em seu monólogo, preenche o palco com uma presença forte e ágil. Passamos os primeiros quinze minutos de espetáculo tentando compreender a linguagem escolhida, as convenções que irão reger a narrativa estética. A partir daí ficamos em busca de uma luz, de uma velinha na escuridão, nos faltam alguns signos que certamente esse esforçado grupo irá em busca, pois o trabalho, segundo  o "corpo de jurados", possui grande potencial. 

A curva dramática e a direção ficam aquéns e merecem um olhar pontual, principalmente quando o o rótulo da obra é Shakesperiano. Ainda que a luz estivesse equivocada e o ritmo confuso, Quoos animou a plateia e demarca seu espaço de encenador, com momentos deliciosos como quando contou a relaçao complexa entre Rei Hamlet, Gertrude e Claudios, usando seus pés e mão. Impagável!

Foi em um fim, uma forma muito gostosa e interessante de dar o pontapé inicial ao Rosário em cena. Se gostei ou não, não importa, teatro não é para se gostar, é para inspirar e esse certamente nos inspirou à todos. 



                                                                                    Cléber Lorenzoni, crítico teatral.

sábado, 21 de outubro de 2023

1125-1126-Lili Inventa o Mundo (120-121)

            Quem são os atores atuais do Máschara ? Onde aprendem e estudam teatro? Como o diretor escolhe seu elenco?


           Há é claro um apuro, um aprimoramento no grupo que desce da vã em dias de turnês, há, acredito eu, a vontade de ser bom em cena, de merecer aplauso e cachê. Lorenzoni utiliza o sistema Keith Johnstone, trabalhando sempre o Status de seus atores. Constrói grandes estrelas, as quais se descartam no momento certo. Para que novas estrelas surjam. Esse é o ciclo do teatro. Lili Inventa o Mundo é um espetáculo que vai completar vinte anos, sua fórmula já pode estar desgastada. No entanto sua construção mantem-se firme, com partituras muito bem marcadas, edificadas pelo trabalho conjunto de atores que nem ao menos se conheceram. Por exemplo A primeira rainha das rainhas foi construída ainda por Kelem Padilha, mas Clara Devi nunca interagiu com essa atriz. Daiane Albuquerque fez a primeira Rainha das Rainhas, criou a partitura, que chega em detalhes que muito se perderam até Nic Miranda. Ou seja, os atores atuais nunca saberão o que motivou aqueles movimentos que agora eles reproduzem, ainda assim precisam reproduzi-los para que o espetáculo mantenha-se. Ou seja, quem está sendo aplaudido, por um bom trabalho, está na verdade sendo aplaudido pelo trabalho de várias pessoas juntas. Só isso já agrega ao teatro um apêndice de trabalho em equipe totalmente a parte dos pontos de vista das pessoas. Há uma ancestralidade divina que caminha com os atores, cada ator ao falar, pronunciar-se, ou produzir algo, está representando e dando voz a voz de muitos que vieram antes de si. 


             O próprio fato de subir ao palco para pronunciar as poesias de Quintana, já cria um efeito cascata. Aquilo já fora dito, já fora pensado, já fora sentido. As professoras de Alegrete devem viver constantemente com aqueles versos, já devem conhecer as historias de Lili como ninguém. Isso nos faz pensar no quanto cada verso deve ser bem pronunciado, bem sentido e bem interpretado. Lorenzoni bate sempre na tecla de que está preparando comunicadores. Pessoas capazes de carregar multidões, de agregar ao trabalho o seu próprio perfil. Sua personalidade. E então forjar aí grandes artistas, insuperáveis e estonteantemente atraentes. Vejam por exemplo, Cléber vai como Cléber, vai como Flica, vai como palhacinho, ou outra coisa qualquer que lhe passe pela cabeça; Não é a personagem, ou a roupa que lhe apregoam o gênero de comunicador infalível, mas aquilo que ele vem unindo ano após ano, um pouco de cada personagem, um pouco de cada vivencia, um pouco de cada colega, como um amalgama que foi forjado lentamente.  Isso é o que ele espera de seus artistas. Por isso ele exige tanto, critica tanto, analisa tanto. Ele faz questão dos melhores. 


             Ora, alguns não querem ser melhores, contentam-se com o pouco paupérrimo que podem fazer. Alguns vendem-se por uns trocados e podem passar uma vida toda vivendo assim. Satisfeitos. Outros, creem que tornar-se-irão grandes atores apenas repetindo e tirando suas reflexões em casa. Grandes artistas. O topo da ágora, o cume do monte sião, o verdadeiro ancião, o status 1, o artista completo. Que artistas como Angelica Erthel, Gabriel Wink, Alexandre Dill, Simone De Dordi, Dulce Jorge,  próprio Lorenzoni e Renato Casagrande já o foram. Mas engana-se que esse lugar é perene, eterno... Não! Ao contrário, quando um ator ou uma atriz lá chegam, precisam se reinventar sempre, a cada personagem, a cada olhar, a cada ação. É preciso lembrar que a plateia e os novos colegas são ávidos por mudança. Por novidades. Além disso, o topo, precisa lembrar que estar no topo não é uma conquista para receber cachê maior ou para espezinhar os outros e sim um lugar de confirmação, onde quem está deve sim ser respeitado, mas respeitar, aconselhar, acalmar, tolerar e educar. O topo é o lugar que transcende entre o velho e o novo. Onde se recebe o conhecimento máximo de uma congregação e por isso mesmo se tem a obrigação de estender o tapete humilde de todos os sacrifícios que se fez para que os outros possam também trilha-lo, um ancião ou um líder ou um membro de status I precisa entender que se não souber agir com clareza no lugar onde está, pode estar fadado a destruir e fechar as páginas do livro de sua instituição. 


               Ao observar o elenco que viajou para Alegrete: Quatro anciãos, uma atriz uma atriz status três, uma atriz status quatro e um ator status cinco, da para se pensar claramente o que isso revela do Máschara. Sobre iniciativa, sobre equipe, sobre cuidado com os colegas, sobre cuidado com adereços, sobre humildade, entrega, sobre remar, sobre tomar a frente, sobre interagir com a plateia. Sobre improviso, sobre tolerância, apoio. Sobre dever (como diz sempre o diretor). Mas o que é dever?


                    Ao final do espetáculo Senhor Poeta propôs fazer um momento com a música Góry do Góry da banda polaca Male TGD, interessante pensar na força que cada um dos atores emana quando interpreta aquela música e onde Lorenzoni quer chegar quando propõe esses momentos. Se faz teatro pelo mundo todo, grupos copiam o que outros grupos fazem pelo mundo todo... Mas é muito apoteótico conhecer o teatro que se faz no Máschara e que é diferente de tudo. Exemplo disso é a disponibilidade Máschara, a versatilidade Máschara, a competência Máschara e até mesmo a fé cênica que se estende em bons atores, mesmo após eles saírem de cena. 


                    "A magia deve ir com  o público para casa" - Cléber Lorenzoni.           

                          Mas ela só irá se ela vier de casa com os atores.


                    O Melhor: Oferecer o espetáculo Lili Inventa o Mundo ao Público da cidade natal do autor.

                      O Pior: A perda vertiginosa das partituras (vocais e corpóreas) originais tão lindas, por parte de alguns atores. 


Elenco : Cléber lorenzoni (ancião St. I)

               Renato Casagrande ( ancião St. I)

               Fabio Novello ( ancião St. II)

               Alessandra Souza (anciã St. III)   

               Clara Devi (Status III)

               Antonia Serquevitio (Staus IIII)

              Nic Miranda (Artista convidado)

 

A atriz Clara Devi com alunos do Numac


 

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Curriculum do Máschara

 




 

Breve História de um Grupo Teatral

 

 

 

Gênese (1992-1999)

01

1992 -Um dia a Casa Cai- Texto de Ivo Bender –(comédia)

02

03

1993 – A bruxinha que era boa –Maria Clara Machado –(comédia infantil)
1993-Doce Quente da dor de barriga na gente-Dulce Jorge (comédia infantil)

04

1994 – O dia em que Júpiter encontrou Saturno – (esquete)

05

1995 –Cordelia Brasil – Texto Antonio Bivar –(tragicomédia)

06

1996 –Bulunga o Rei Azul- Texto Dulce Jorge –(fábula infantil)

07

1997 –Um dia a Casa cai- Remontagem (comédia)

08

1998 – Dorotéia -Texto de Nelson Rodrigues – (farsa trágica)

09

1999 -O conto da carrocinha – roteiro de Cléber Lorenzoni – (clown)

 

Fase Clássica (2000-2004)

10

2000- Antígona -Texto de Sófocles – (tragédia grega)

11

2001-Tartufo- Texto de Molière (comédia clássica)

12

2002- Macbeth-Texto de Shakespeare (tragédia-elisabetana)

13

2002-Feriadão – Texto de Hércules Grecco (educativo-infantil)

14

15

2003- Bodas de Sangue- Texto de Lorca (tragédia rural)
2005-Romeu e Julieta-Shakespeare
Teatro com dança

 

Fase Literária (2005-2008)

16

2005-O Incidente- da obra de Erico Verissimo-(Realismo Fantástico)

17

2005-O castelo Encantado – da obra de Verissimo (comédia infantil)

18

2006-Esconderijos do Tempo-da obra de Mario Quintana(Drama)

19

2006-Lili Inventa o Mundo - da obra de Quintana ( infantil)

20

2007- Um Inimigo do Povo -da obra de Ibsen (Drama)

21

2008 -Ed Mort -da obra de Luís Fernando Verissimo (comédia)

 

Construção de uma personalidade (2009-2015)

22

2009-A Maldição do Vale Negro- Caio Fernando Abreu(melodrama-besteirol)

23

2011-As Balzaquianas-Inspirado em A rainha do rádio-(tragicomédia)

24

2011-Deu a Louca no Ator-Texto de Antonio Fagundes (Comédia)

25

2012  - Os Saltimbancos -Texto de Chico Buarque (musical infantil)

26

2012- O santo e a porca -texto de Ariano Suassuna(comédia)

27

2013-A Serpente -texto Nelson Rodrigues-(Tragédia carioca)

28

29

2015-Olhai os Lírios do Campo-Erico Verissimo (melodrama)
2015-Empresa do Futuro-Texto Ricardo Fenner (esquete empresarial)

30

2015-Zah Zuuu -Roteiro de Cléber Lorenzoni (clown infantil)

 

ESMATE  (2013-atual)

01B

2016-Confusões e Trapalhadas na Villa Pantalônica

02B

2017-Bruxamentos e Encantarias -Texto Lorenzoni-(comédia infantil)

03B
04B
05B
06B
07B
08B
 2018-Lendas da Mui Leal Cidade-Texto Lorenzoni e Casagrande(Drama histórico)
2019-O Hipocondríaco -texto de Cléber Lorenzoni (comédia farsesca) 
2019-A Hora da Estrela (drama literário)
2019-A Noviça Rebelde (melodrama realista)
2023-O Cavalinho Azul (Drama Infantil)
2024- Os contos do Vovô Erico

 

Grandes Espetáculos a céu aberto (2017-atual)

31

2017-A maior História de todos os tempos -Texto de Lorenzoni (Paixão 1)

32

2017-A história da família de Nazaré-Texto de Lorenzoni e Casagrande(Auto 1)

33

2018-As Mulheres ao redor de Cristo-Texto de Lorenzoni (Paixão 2)

34

2018-Um milagre de natal (Auto 2)

35

2019-Cristo-Texto de Lorenzoni (Paixão 3)

42

2022-O Menino entre o bem e o mal (Paixão 4)

45
46
47
48
49
2022-La Sacra Alegria (auto 3)
2023-A Mãe do Redentor(Paixão 5)
2024-O Julgamento do Messias (Paixão 6)
2025-Entre eles estava Jesus (Paixão 7)
2025-A Fé se renova (Alegrete

 

Maturidade (2016-atual)

36

2016-Complexo de Elecktra-Adaptação de Ivo Bender (Tragédia)

37

2017-A roupa Nova do Rei- Da obra de Andersem (Conto Infantil)

38
39
40
2019-Tem Chorume no Quintal (Comédia educativa)
2018-Infância Roubada
2022-A boneca gente

41

2020-O Menino do Pastoreio

43
44
50
2021-O  Grande Circo Mágico
2023-Dona Flica e seus dois maridos (autoral)
2025-Rei Lixo (Shakespeare)

 

Audio-Visual (2020)

01C

2020- Contos do Vovô Erico - cinco episódios

06C

2020- Lendas da Mui Leal Cidade- (episódio 1)

 

 

Em Itálico os espetáculos fora de circulação*