segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Lili Especial de Natal
O Teatro deve adaptar-se as necessidades do público, da sociedade a sua volta, os atores inspiram-se a fazer um espetáculo baseados no que emana de seu senso comum. O mundo precisa do teatro, da arte. A nova investida do Máschara foi adequar o tema natalino a peça infantil Lili Inventa o Mundo. Armadilha! Lili refere-se a poesia, a fantasia, ao faz de conta, o que casa perfeitamente com o natal. Mas me assusta que um espetáculo possa referir-se primeiramente a um assunto e depois a outro. Me pergunto o que seriam sobras (barrigas) antes e agora. Um espetáculo é uma ideia, com começo, meio e fim, uma linha de raciocínio. A nova narrativa assemelha-se muito a anterior, mantendo inclusive os versos de Mario Quintana. Há no entanto uma figura nova que surpreende, "Santa Claus", Papai Noel... Interessante já que é difícil encontrar fora do cinema, narrativas com esse signo tão forte. E funciona. Adequa-se a essa salada de frutas.
Pergunto-me por que Malaquias não estava no espetáculo já que o personagem casava e muito com a trama. A trama passa de mundo da fantasia para algo que de alguma forma me indica uma oficina de papai noel, já que fala-se o tempo todo em presentes e duendes. Há uma fada mascarada que na verdade deveria ser uma duende pela lógica e que quer acabar com o natal enfeitiçando os outros duendes. Finalmente aparece a Rainha das Rainhas que nada mais é que a Bíblica Maria. Enfim, uma salada, organizadinha, direitinha, mas uma salada. É coesa certamente, mas de alguma forma tudo tem cara de sucata. Quebra o galho para o natal e aproxima logicamente as crianças do teatro. Embora, a figura do Senhor Noel seja tão forte que de alguma forma relegue o teatro a segundo plano. Quero dizer, as pessoas não estão ali para ver teatro, mas para ver algum evento comemorativo do natal.
A atriz Tatiana Quadros já esta de volta ao palco, mas precisa ensaiar mais, pois perdeu muito de sua fada mascarada. Cléber Lorenzoni carrega bem seu personagem e Alessandra Souza tenta apoderar-se de alguma piadas de Malaquias o que só bagunça mais a historia.
Teatro é teatro, eventos comunitários são eventos comunitários!
A Rainha
Alessandra Souza (**)
Fernanda Peres (**)
Tatiana Quadros (*)
Renato Casagrande (**)
Cléber Lorenzoni (**)
Leonardo Drea (**)
Diário de Bordo - Os Saltimbancos no estádio Guarani



Renato Casagrande é um ator que sempre cria algo novo, que sente o criativo prazer da descoberta a cada nova investida. Um ator instintivo, ousado e corajoso quando atuando nesse espetáculo. O maior mérito de Cléber Lorenzoni não é a atuação. E sim a capacidade em adaptar a encenação, em cortá-la, reestruturá-la. Sua gata que entra e sai de cena como se fosse interpretada por uma atriz. Cléber Lorenzoni respeita o público até o ultimo instante. Não vou aqui elogiar a dança de Cléber e Renato, mas preciso dizer o quanto admiro atores que somam vários talentos, musica, canto e dança.
Alessandra Souza está muito melhor em sua galinha, sua interpretação cresceu muito.
E Ricardo Feener tenta repetir o feito de preencher a lacuna deixada pelo antigo interprete do Jumento. O que lhe falta? Ensaios, estudo da personagem e prática. Afinal personagens animais exigem muito dos atores.
Os Saltimbancos precisa de muito para não ficar preso na fórmula do CD original, o que seria frustrante aos atores e ao público.
Cléber Lorenzoni (***)
Renato Casagrande (***)
Alessandra Souza (**)
Ricardo Fenner (**)
Evaldo Goulart (**)
A Rainha
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