domingo, 4 de junho de 2023

Fabio Novello e Clara Devi em Sábado Arrasa Preços


 

Análise crítico da quarta edição do Festival de Teatro de Capão da Canoa -por Romeu Waier

 Eu tive a oportunidade de participar da 4ª edição do festival de teatro de Capão da Canoa, que aconteceu entre os dias 21 e 27 de maio de 2023. O festival reuniu diversos grupos e artistas de diferentes regiões, que apresentaram seus espetáculos e participaram de debates sobre temas variados, como gênero, identidade, política, cultura e sociedade.

Eu achei o festival uma iniciativa louvável e importante para a valorização e a difusão da arte teatral no Brasil, especialmente em um momento de crise e de incertezas que estamos vivendo. O festival proporcionou um espaço de encontro e de troca entre os artistas e o público, estimulando a reflexão e a criatividade. Além disso, o festival contribuiu para a democratização e a diversidade do teatro brasileiro, dando visibilidade e oportunidade para grupos e artistas independentes, que muitas vezes não têm acesso aos grandes circuitos culturais.

No entanto, é importante abordar uma problemática que observei durante uma avaliação dos jurados no Festival de Teatro de Capão da Canoa. Em alguns momentos, percebi que houve um foco maior sobre o discurso e ideologia política, desviando o foco dos fatos concretos e da melhoria do espetáculo em si. Infelizmente, presenciei uma deturpação de termos relacionados a discussões como lgbtfobia, racismo e machismo, envolvendo-os em elementos para problematizações de forma superficial e sem considerar o contexto cultural, histórico e social dos Grupos.

Devo enfatizar que acredito firmemente na importância de debater e problematizar a arte como uma forma de ideologia e discurso. É fundamental refletir sobre os temas sociais presentes nas obras teatrais e seu impacto na sociedade. No entanto, quando esses termos não são utilizados via uma interpretação semiótica, a problematização pode se tornar um fim em si. A problematização deve ser um meio para alcançar um objetivo em comum, o debate, mas quando a mesma não parece alcançar um foco, fica na área superficial.

É importante lembrar que, séculos atrás, já conhecíamos essa abordagem como sofismo, em que a retórica era utilizada para manipular e desviar o foco da essência da discussão. O teatro, como forma de expressão artística, pode tocar as emoções e instigar pensamentos profundos. No entanto, quando a problematização se sobrepõe ao produto apresentado, corre-se o risco de achar significados onde não há, ou simplesmente usar uma lente de aumento distorcida sob um projeto que não se propõe falar sobre o assunto. Poderíamos dizer que somos todos racistas em desconstrução e isso é uma verdade, mas vou mais além, diria que somos todos extremistas em desconstrução. Digo isso porque não importa sua posição politica, se não tiver discernimento poderá ter sua percepção semiótica alternada pelas lentes do extremismo.

Ora a linguagem da vida é a semiótica e quando colocamos uma obra no palco estamos sempre pontuando Arquétipos, símbolos e estereótipos. Nesse sentido sempre devemos estar atentos aos estereótipos que estamos repercutindo enquanto artistas. Mas sempre deve-se considerar o contexto social, cultural e econômico. E quando decidimos criticar um produto artístico com uma linguagem de problematização, devemos questionar se estamos criticando baseado no que realmente vimos e sentimos ao assistir ao espetáculo, ou por uma pressão de grupo e cargo que estou ocupando nesse espaço. Essa interpretação não pode ser baseada em um efeito manada ou etiqueta social política, mas de fato na interpretação semiótica que o espetáculo transmitiu.

Da mesma forma que cabe aos jurados desinibir de suas crenças ao assistir a um espetáculo, cabe também aos artistas questionar suas crenças colocadas em cena. Dessa forma interpretamos oque assistimos de fato aquilo que nos foi apresentado. E os artistas podem também refletir e se precisar alterar sua percepção sobre sua própria obra. Mas isso não ira acontecer se fizermos de forma superficial e impositiva.

Portanto, é fundamental encontrar um equilíbrio saudável entre a problematização, interpretação e expressão artística. Deve promover um diálogo aberto e construtivo, onde os termos e conceitos sejam usados ​​com responsabilidade, respeitando a integridade do espetáculo e permitindo que os artistas expressem suas visões e narrativas sem medo de serem mal interpretados ou censurados.

Nesse sentido, é necessário buscar um ambiente que estimule a diversidade de opiniões, onde a crítica construtiva e o debate genuíno possam florescer. A arte deve ser um espaço de liberdade e criação, onde são abordadas questões importantes, mas sem perder de vista a magia e o impacto emocional que ela pode proporcionar.

Além disso, devo ressaltar um acontecimento perturbador que presenciei durante o festival. Houve um momento em que um dos jurados se dirigiu de forma agressiva a um dos atores, que estava interpretando um papel feminino. A jurada questionou a identidade de gênero do ator, sugerindo que o grupo poderia ser transfóbico ou machista. Essa situação criou uma atmosfera de mal-entendido e potencialmente levou o público a pensar de forma equivocada sobre as intenções do grupo.

É importante notar que, ao longo da história do teatro, muitos artistas têm interpretado personagens de gêneros diferentes dos seus. Um exemplo notável é o talentoso Paulo Gustavo, que conquistou imensa popularidade interpretando mulheres e trouxe grande alegria ao público. No entanto, é curioso observar que os mesmos jurados que debatem sobre esse segmento não questionam Paulo Gustavo por ser homem e interpretar uma mulher. Essa discrepância pode ser considerada, no mínimo, uma forma de hipocrisia.

A arte teatral sempre foi um espaço onde artistas desafiam limites e exploram personagens diferentes, independente de seu gênero. A interpretação de personagens femininos por atores masculinos é algo que deve ser problematizado quando o ator pretende criar um esteriótipo pejorativo da figura da mulher, que no caso não era essa a proposta do espetáculo avaliado. E também percebendo a reação do público, não foi essa interpretação que os mesmos tiveram. Justamente porque muitos estavam elogiando a trupe, desde mulheres, negros, comunidade LGBT e inclusive o pai de uma criança autista. É importante separar a atuação artística da identidade de gênero pessoal do ator, compreendendo que o teatro é um universo de representação e expressão criativa.

No contexto desse incidente, é necessário um diálogo aberto e esclarecido, onde os artistas têm a oportunidade de explicar sua abordagem e intenções artísticas. A pressão imediata de transfobia ou machismo pode ser injusta e prejudicial para o grupo e para a arte em si.

O teatro é um espaço de liberdade e criatividade, onde os artistas podem explorar diferentes facetas da condição humana. É essencial que os jurados e o público mantenham uma mente aberta e sejam capazes de separar a arte da realidade, reconhecendo a diversidade de interpretação e perspectivas que podem coexistir harmoniosamente no palco.

Que esses incidentes servem como ponto de partida para discussões mais aprofundadas sobre a liberdade artística, a igualdade de oportunidades e a importância de evitar julgamentos precipitados. Que podemos buscar a compreensão mútua e o respeito pelas diferentes abordagens e interpretadas no mundo do teatro.

Além disso, devo destacar uma preocupação feita por uma das juradas em relação ao texto de Ivo Bender, um destacado dramaturgo gaúcho. Como jurada em um festival de teatro gaúcho, seria de se esperar que ela tivesse familiaridade com o trabalho de Ivo Bender. No entanto, sua avaliação foi de que não via sentido na montagem do espetáculo “Complexo de Electra” pelo Grupo Máschara, sugerindo que o texto seria ultrapassado para as discussões contemporâneas.

Considere essa avaliação equivocada por parte da jurada. O texto de Ivo Bender é profundamente relevante dentro do contexto cultural gaúcho. É fácil desconsiderar essa importância quando não se vive ou não se compreende a trajetória e o contexto cultural específico que o texto representa. As histórias e vivências presentes no “Complexo de Electra” continuam a ressurgir na nossa contemporaneidade.

Os clássicos têm um lugar valioso no teatro e devem ser apreciados. Eles nos conectam com a nossa herança cultural, fornecem percepções sobre a condição humana e oferecem oportunidades para reflexões, críticas e assuntos relevantes. Interpretar e reinterpretar textos clássicos é uma forma de manter viva a chama da tradição teatral, ao mesmo tempo, em que abrimos espaço para novas perspectivas e diálogos contemporâneos.

Portanto, é fundamental reconhecer a importância de preservar e promover o legado dos dramaturgos regionais, como Ivo Bender, cujo trabalho aborda temas e experiências profundamente enraizadas na cultura gaúcha. A diversidade de perspectivas artísticas é o que enriquece o cenário teatral, permitindo que diferentes vozes sejam ouvidas e contribuam para a evolução da arte.

Que as estimativas dos jurados sejam embasadas em um conhecimento aprofundado e respeito pela história e cultura da região em que estão inseridos. Que as diferenças de opiniões sejam discutidas de forma construtiva, reconhecendo a cultura dos clássicos e a importância de preservar a riqueza cultural do teatro gaúcho.

Termino essa crítica enfatizando que estarei engajado nos próximos debates no meio teatral, seja em festivais ou fóruns artísticos para que juntos possamos debater muitas mais ideias

Evoé

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Texto Tem Chorume no Quintal- de Cléber Lorenzoni

 

Tem chorume no quintal

Comédia sobre o meio ambiente em um ato

Personagens

Vovô Zeca

4 Alice

Madame Rafaela

Júnior

Office boy

Laércio ó oficial do meio ambiente

Cena 1

Menina chega com as malas, observa o lugar, vê as flores, ouve o ruído dos pássaros sente o cheirinho da terra.

Alice-Vovô, que saudade.

Vovô-Alice, minha neta, você aqui!

Alice- Vim passar as férias vovó, eu quase morri de saudade, mas com três meses de férias da para matar essa saudade!

Vovô-Três meses: tudo isso?

Alice-Alunos bons entram em férias bem antes do natal e aí posso ficar na chácara até março!

Vovô-Que maravilha e vc vai me ajudar a acordar cedo para ordenhar as vacas, tomar banho de cascata, subir em árvore para pegar frutas…

Alice-Poxa vovô na cidade não tem nada legal para fazer, aqui é tudo muito mais divertido!

Vovô-Mas na cidade tem cinema, tem hambúrguer, tem lojas

Alice-Mas aqui tem suas historias, tem a comidinha caseiras, tem muita coisa legal... Sabe qual é meu sonho vovô?

Vovô-estou curioso pra saber...

Alice-Um dia vir morar aqui. Ajudar o senhor..

Vovô- você morando aqui, parece ótimo, mas infelizmente eu não tenho noticias muito boas.

Alice-Como assim vovô?

Vovô- Minha querida, acho que eu vou ter que vender a chácara..

Alice-Vender? Mas por que?

Vovô-Ora, por que eu e a vovó estamos muito idosos, não temos mais condições de cuidar de tudo... As contas estão aumentando, e a única solução parece ser vender..

Alice-Mas vovô, e os animais? As árvores todas, a cascata.

Vovô-Eu sinto muito querida...

Alice- Eu vou falar com o pai e a mãe, eles vão ajudar

Madame Rafaela- Por aqui, nossa chão de terra, podia ter uma calçadinha...

Alice-Quem é essa?

Vovô-Acho que é a primeira interessada em comprar...

Madame-Olá, eu estou procurando o proprietário...

Vovô-Sou eu!

Madame-AAAA que agradável fazendinha, tão arborizada, tão cheia de bichinho né.

Tem até abelhinha... ( a parte) Odeio abelhinha!

Vovô--Muito obrigado e seja bem vinda.... eu me chamo José, mas pode me chamar de Zeca.. E essa é minha neta, Alice.

Madame Rafaela- Escute aqui seu Jéca, quando podemos falar de negócios?

Alice-É Zeca!

Madame Rafaela- Aqui não tem sinal?

Vovô-tem sim, eu coloquei para minha neta usar, mas eu gosto mesmo é de ficar em contato mesmo é com a natureza.. Mas eu vou ligar la dentro

Madame Rafaela- Quem? Esposa dele?

Alice-- Que?

Madame Rafaela- vou chamar meu assessor que vem para medir todo esse lugar.

Vou ordenar que o office tire as medidas da casa da estrada do mato, some o número de animais, (a parte) inclusive as abelhinhas, odeio abelhinha! Porteira fechada com tudo o que tem dentro. Nós vamos construir aqui a maior de todas as minhas fábricas, vou lucrar muito, e eles tem uma cascata que deságua em um rio que corre, corre e vai levar junto toda a sujeira, assim não me incomodo com ninguém... Vou vender os animais para um açougue qualquer e pôr essa casa a baixo. Mais rica, mais poderosa, mais

Alice-Como assim? Botar abaixo? Açougue? Como é o nome dele?

Madame Rafaela- De quem meu amor?

Alice- Do seu ajudante que vai medir tudo.

Madame Rafaela- Office, Office.

Alice- Office não é nome, é uma função.

Madame Rafaela- Querida, vai ajudar seu vovô vai...

Alice- Meu avô não vai vender nada e vc não vai por nada abaixo ! E as abelhas são muito importantes, para polinizar os campos! E pare de fumar...!

Madame Rafaela- Espere o que está acontecendo aqui? Estou sendo agredida? Eu sei o que está acontecendo aqui.. Seu Jecal Venha cá seu Jeca!

Alice- É Zeca!

Madame Rafaela-Escute aqui menininha eu vou embora agora, mas eu volto com minha equipe de office e vamos medir tudo, vender tudo, derrubar essas árvores e devorar os animais!!!!!!!!!

Alice- Mas que coisa. Ninguém vai vender nada!

Vovô-Alice minha neta, o que você está falando sozinha? O que aconteceu a Madame lá passou por mim levantando a poeira do chão e nem me deu adeus!

Alice- Vovô nós não podemos deixar aquela dona sei la das quantas, comprar a chácara!

Vovô- Ah não? Mas eu pensei que era um bom negocio..

Alice- Vovô, ela quer por tudo abaixo, vender os animais para um açougue e o principal ela quer erguer aqui uma fábrica com venenos que ela vai largar na água do rio! Ela vai estragar tudo, os animais não vão poder beber mais a água.

Vovô- Nossa mas parecia uma moca tão boa né!

Alice- Boa? Vovô? Boa?

Vovô-Mas nem sei o que dizer... Eu já estava me acostumando a ideia de vender, mas poluir o rio..

Alice- E derrubar as árvores, vovô a cidade é tão triste, lá só se faz destruir as árvores para erguer prédios em nome do tal progresso!

Vovô-Eu sei, por isso nem gosto mais de ir lá... Mas o que vamos fazer? Você sabe que não tenho como manter mais a chácara, com tantos impostos pequenos agricultores como eu não tem chance!

Alice-Vovô eu estou tendo uma incrível ideia!

Vovô-Qual menina?

Alice- Olha só as vezes nossa escola nos leva para passar o fim de semana no campo, mostra aos alunos as estufas, ensina sobre a importância da agricultura, sobre manter a mata ciliar ao redor dos rios, a gente joga vôlei no gramado, come frutas e entra em contato com a natureza. E pagam bem por isso!

Vovô- Penso que o vovô está começando a entender!

Alice- Claro vovô nós podemos receber grupos para piqueniques, e fazer passeios guiados pela chácara, oferecer ao pessoal um espaço para acampar, para tomar banho de cascata.

Vovô- Mas por onde começamos?

Alice- Primeiro a gente divulga fotos legais da chácara em grupos interessados, tem sempre famílias que querem dar esses passeios! Vamos lá vovô faça uma foto bem legal.

Vovô- E eles vão me ver?

Alice- Já estão vendo!

Vovô- Mas que maravilha, a moçada abagualada.

Alice- Agora vovô vamos mostrar toda a Chácara a eles!

-Cena II-

Dona cremosina-Entra filhinho

Junior- Estou entrando mamãe..

Dona Cremosina- Será que é aqui? Pelo nome da chácara la na placa da entrada deve ser... O que vc acha filinho?

Junior-Acho que a senhora achar minha mamãe!

Dona Cremosina- Vamos colocando aqui a toalha isso bem ajeitadinha...

Junior- E a cadeira de abrir mamãe?

Dona Cremosina- Coloca ali, do lado.

Junior- Aqui mamãe?

Dona Cremosina- O que vc acha meu filho?

Junior- Eu acho o que a senhora achar minha mãe...

Dona Cremosina- Bom... Bom..

Olha que maravilha meu filho.. Hulk, sai dai meu

gigante.. quem é o gigantão da mamãe? Quem Quem? tudo muito lindo, tudo muito bonito... Viu meu filho/ A naturezal

Junior- Estou vendo mamãe!

Cremosina- Só não tem ninguém para nos receber, que pena... Depois quero tomar um banho de rio! Se não for muito fundo e perigoso! Nessas horas é preciso tomar cuidado, não é Junior?

Junior- Acho que é mamãe!

Alice- Boa tarde, a senhora veio para o pique nique?

Dona Cremosina- Olá menina, viemos sim não é junior?

Junior- É mamãe..

Alice- Seja bem vinda, eu me chamo Alice e sou sua recepcionista, e esse é o Laércio, ele é o fiscal de meio ambiente da nossa chácara...

Dona Cremosina- Que chique, tem até isso... Eu sou a Dona Cremosina e esse é meu filho Junior, comprimente a moça filho.

Junior-Devo cumprimentar mamãe?

Cremosina-Claro.

Junior-Oi

Alice-Oi Junior, seja bem vindo. Então esse é o Laercio.

Laércio-Eu estou aqui para ajudar com os cuidados que devemos ter com o meio ambiente.

Dona Cremosina-Que tipo de cuidados?

Laércio- Por exemplo não largar resíduos na grama..

Dona cremosina- Resíduos, nossa senhora, eu não carrego resíduos eu só trouxe nossa comida.

Laércio- Isso mesmo minha senhora, os resíduos são as embalagens. Os restos de comida, as cascas... A senhora sabe por exemplo que uma sacolinha plástica por exemplo leva em média 450 anos para se decompor...

Dona Cremosina, Bom mas aí eu nem vou mais estar aqui... heheheh Não é junior!

Júnior-Acho que não mamãe

Alice-por isso mesmo, nós devemos nos prpreocupar com quem vai estar aqui daqui há 450 anos..

Dona Cremosina- A isso é verdade, Junior meu filho, Você jogou liso na grama?

Junior- Não mamãe!

Alice- Eu e o Laércio o Laércio o Laércio o Laércio espalhamos lixeiras por todo o espaço, por que o legal é manter tudo limpo para proteger a natureza e receber os próximos visitantes.

Junior- É isso aí mam.

Alice-Podemos descer para a cascata quando a senhora quiser.

Dona Cremosina- Sim sim vou pegar o hulk.

Alice- Seu cachorro fez as necessidades dele ali no cantinho, seria bom juntar e colocar no lixo.

Dona Cremosina-Juntar? Mas como assim? Você quer que eu coloque a mão nessa sujeira?

 

Alice- Claro que sim, tem que juntar, é errado deixar aí na grama...

Dona Cremosina- A mas eu sempre levo meu hulk pra cagar na rua, não é junior?

Junior-É mamãe.

Laercio- Claro, claro, mas após ele fazer as necessidades tem que juntar...

Dona Cremosina- Viu só junior, tive que vir aqui no campo pra aprender como me comportar.

Alice- Mas a senhora não fica chateada de a gente explicar para a senhora sobre essas coisas?

Dona Cremosina- Não moça bonita, a gente nessa vida tem sempre que aprender, e que bom que tem uma moça tão gentil para ensinar.

Laércio- Pois então eu vou lhe ensinar como separar o lixo orgânico do lixo seco, para a compostagem.

Dona Cremosina- Compostagem?

Alice- Isso mesmo, Um local onde a gente deposita o lixo orgânico, ele vai secando e por baixo vai caindo todo o chorume, que são os líquidos tóxicos que saem de nosso

lixo.

Dona Cremosina- E será que eu tenho muito lixo orgânico?

Laércio- Vamos ver..

Alice-Vem aqui, sua mãe é engraçada... mas parece ser uma pessoa do bem

Júnior-Você acha, e achei muito bonita a sua chácara...

Alice- É do meu vô, venho sempre pra ca desde pequena desse tamanho...

Júnior-E você brinca muito?

Alice-Sim, monto a cavalo e é tão gostoso o vento batendo no rosto, depois subo em árvore, todas muito altas, e tomo banho de cascata, com a água tão limpa que a gente vê as pedras no fundo.

Júnior-Minha mãe não gosta que eu entre em rio, diz que é fundo e traiçoeiro, diz para eu tomar muito cuidado o tempo todo.

Alice- A eu tomo cuidado, se fizer tudo direitinho, com segurança, aí não tem perigo, a natureza é maravilhosa.

Junior- Você parece muito inteligente.

Vovô- Alice minha neta, chegaram outras famílias para o pique nique...

Alice- Que bom vovô!

Vovô-Quem é essa sua amiga minha neta?

Dona Cremosina- Dona Cremosina, Cremo, pra você senhor bem apessoado! Como o senhor é jovem para ser avô.

Vovô - a dona pode me chamar de Zeca, heheh

Dona Cremosina- É um galanteador... Comprimente o seu Zeca meu filho...

Junior-Devo cumprimentar mamãe?

Dona Cremosina- É claro meu filho.

Junior- Oi!

Vovô-E então guri, aproveitando o campo?

Alice- Vovô aa mãe do Junior acha perigoso ele montar e mergulhar...

Vovô-Bobagem dona cremosina, aqui, é tudo muito cuidadoso, e menino tem que brincar, correr...

Dona Cremosina- A se o senhor diz..

Alice-Então chega de conversa, vamos começar montando a cavalo!

Dona Cremosina- Ei criancas esperem... esperem por mim, Júnior meu filho e o filtro solar,

Vovô- Eu lhe acompanho!

Laércio-E eu cuido do lixo!

_Cena 3-

Madame Rafaela- Então eles não estão mais querendo vender a fazendinha por causa dos tais piqueniques...

Office- É Chácara Madame;

Madame Rafela- É o que?

Office- É chácara

Madame Rafaela-Ora cale a boca, eles vão ver do que eu sou capa... tive uma ideia para acabar com esse negócio e obrigar o velho a fechar o negócio...

Office-Mas por que a madame quer tanto esse local?

Madame- Para aumentar a fábrica, e por que preciso de um terreno novo para largar os resíduos da fábrica, a terra ao redor já está com alto nível tóxico.

Office- Quer dizer que assim como a senhora destruiu o meio ambiente na sua propriedade, agora quer fazer isso aqui também?

Madame- Você trabalha para quem?

Office- Desculpe senhora...

Madame- Você só faz o que eu mando! Ouviu? Entendeu?

Office-Sim sim, claro

Madame- Então repita!

Office- Eu só faço o que a senhora manda!

Madame-Escute, vem vindo alquém!

Alice-Venha comigo, pra la fica a cascata, vc vai adorar..

Junior-Devo ir mamãe

Dona Cremosina-Não estou ouvindo meu filho, estou conversando com o seu Zeca...

Madame- o Jeca encontrou uma jeca pra ele..ótimo, vai ser mais fácil do que imaginei! Vou acabar com o píque nique, vamos deixar tudo isso podre, Nós vamos puxar os canos da fábrica e largá-los aqui na propriedade! Venha comigo..

(entram arrastando um enorme cano de onde espirra muito lixo e fumaça)

Madame- HAHAHAHA ninguém brinca com madame Rafaela, agora vão ver o que é bom! Essa propriedade vai ser minha e chega de bicho e de abelhinha, odeio abelhinha! Eles vem vindo, esconda-se depressa!

Cena 4

Dona Cremosina- Nossa! Estou exausta, ainda bem que trouxe muita comida, vamos nos sentar e aproveitar o resto do dia...

Junior- Obrigado Alice, nunca imaginei que andar a cavalo fosse tão incrível!

Alice- Viu só que ótima escolha passar um dia no campo, perto da natureza!

Dona Cremosina- Que fedor é esse? (Tose)Está sentindo Junior? Junior? Junior!

Junior- Não sei mamãe estou conversando com a Alice!

Dona Cremosina- Junior! A meu deus, eu vou embora daqui agora mesmo, seu Zeca, francamente, que lugar horrível e essa fumaça!

Vovô- eu não sei o que está acontecendo aqui nunca teve esse cheiro antes, só cheiro das flores, das frutas nas árvores.

Dona Cremosina- Vamos embora, e não volto mais aqui, nunca mais! Isso deve até fazer mal, e essa fumaça, deve ser toxica.

Vovô- Espere Dona Cremosina, essa fumaça não é daqui...

Madame Rafaela- Cheguei em boa hora?

Alice-O que a senhora quer aqui? Não vamos mais vender a propriedade!

Madame- Sempre tão educadinha. Como vai esse meu amigo?

Dona Cremosina- Quem é essa? E por que vai se agarrando no seu Zeca?

Madame- Seu Jéca pe meu amigo... Não é? Como está o senhor? Parece cansado, abatido, não tem idade para ficar cuidando dessa linda fazendinha...

Alice- Meu avô está muito bem...

Vovô- Na verdade nós mudamos de ideia pois...

Madame- E a senhora tem um filho..?

Dona Cremosina- Tenho..

Madame- E com toda essa fumaça e esse cheiro de ... chorume! Não é saudável esse menino estar aqui…

Dona Cremosina- Problema meu!

Alice- Você fez alguma coisa para causar isso!

Madame- Talvez, mas vc não pode fazer nada, todo mundo já foi embora, e o seu parquinho de visitação, vai ficar vazio! Nnhanhannah...

Laercio- Não vai não!

Madame-Que?

Laercio- Tem chorume no quintal!

Madame- Hahahaha

Junior-Mas isso vem tudo desse cano aqui!

Laercio- tudo da sua propriedade e a prova está aqui!

Madame- Mas eu não sei de onde vem isso.

Vovô- mas aqui está escrito o seu nome! Propriedade de Madame Rafaela!

Madame- O que? Office!

Office- A senhora chamou?

Madame- Vc não apagou o meu nome dos canos?

Office- Mas a senhora não mandou!!! E eu só faço o que a senhora manda!

Laércio- A senhora está cometendo crime ambiental, sem falar na invasão de propriedade.

Madame- Ora, eu vou embora daqui, mas vocês me pagam, posso não ficar com essa chácara, mas existem muitas outras para mim destruir, construindo fábricas, progresso, acabando com esses bichos, árvores e criando civilização!

Dona Cremosina- Filho de um empurrão nessa mulher!

Junior- Devo empurrar mamãe?

Alice, Vovô e Laercio- Devel

Laercio- Vou atrás dela para assegurar que ela pague uma boa multa!

Vovô- bom, agora que está tudo resolvido, por que não damos um bom passeio de charrete!?

Dona cremosina- Você acha que devo meu filho?

Junior- Com certeza mamãe!

Alice- Obrigado por tudo Junior!

Junior- Obrigado a você por nos mostrar que bom é estar em contato com o campo!

Alice- O mérito não é meu! É todo da natureza!