sexta-feira, 30 de junho de 2017
Mas o que realmente é o "trabalho do ator" desenvolvido no Máschara
O que é o TREINAMENTO?
Ora, grande parte dos grupos que surgiu nas décadas de 80 e 90, praticou e ainda pratica o treinamento do ator. Porém tanto naquele período como ainda hoje, atores e coletivos teatrais oscilam entre uma aceitação cega e apaixonada, e uma negação total e absoluta. No entanto é necessário esclarecer qual o sentido do treinamento. O termo training surge com intensidade nos livros de Grotowski, Barba, Brook e Oida. A noção de treinamento, está ligada às transformações que ocorreram no campo teatral, as quais envolveram igualmente o ator e sua formação. As práticas de treinamento romperam com a formação dada nas escolas, por intermédio do trabalho de numerosos diretores pedagogos como Stanislavski, Meyerhold, Vakhtangov, Craig, Copeau, Jouvet, Decroux, Lecoq, entre outros. Esses diretores pedagogos, desde o inicio do século 20, ofereceram novas bases pedagógicas para o aprendizado do ator, incluindo nessa nova pedagogia, não apenas uma preparação física para o ator, mas também uma educação mais completa capaz de desenvolver o corpo, o espirito e o caráter dos atores. Esses reformadores objetivaram ainda, permitir ao ator, por intermédio do treinamento, um estado de criatividade sobre a cena. Assim, para o trabalho do ator, nasceu a noção de treinamento que se confunde com a da pedagogia, um espaço que possibilita a exploração e a construção de novas formas de criar. Era nessa linha que Burnier conduzia seus estudos.
Sendo assim sempre procurei um desenvolver técnicas, exercícios, dinâmicas que oferecessem aos meus atores além da descoberta física e mecânica, algo capaz de trabalhar o universo interior do ator, e sobretudo os canais de comunicação entre eles. Isso de maneira sistemática e disciplinada.
O teatro compreende muito mais que o exercício da cena ou a encenação propriamente dita. O ator atual, quase sempre em idade muito jovem, precisa desenvolver todos os sentidos, sofrer uma chuva de questionamentos, debater-se e embater-se em possibilidades físicas. Analisar a psicologia dos que o cercam e de certa forma ser um ser melhor. Não basta para falar da humanidade ser um grande ator, é precisos ser um grande homem.
Sete troféus representando Cruz Alta
Mais uma conquista dentre as tantas que a Cia. Máschara
de Teatro sempre alcança quando
representa Cruz Alta pelos palcos mundo a fora. Dessa vez foi no Cena Viva,
festival de teatro de Santa Rosa organizado pelo SESC daquela cidade em
parceria com o IEACEN- Instituto Estadual de Artes Cênicas. Durante uma semana
grupos de teatro de vários lugares apresentaram o que de melhor vem sendo
criado nas artes cênicas. Castelo Encantado, texto de Cléber Lorenzoni e Dulce
Jorge que homenageia Erico Verissimo foi premiado com sete troféus, Melhor
Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Sonoplastia (Gabriel Giacomini), Melhor Ator
Coadjuvante ( Renato Casagrande) Melhor Ator (Cléber Lorenzoni), Melhor Diretor
(Cléber Lorenzoni) e ainda Melhor Espetáculo (Castelo Encantado). As atrizes Raquel Arigony e
Alessandra Souza também foram mencionadas por seu trabalho belíssimo no
espetáculo. Segundo Cléber Lorenzoni, troféus não são coisas de suma importância
para o grupo. O importante mesmo é o trabalho realizado junto ao público. Por
outro lado os troféus solidificam nosso trabalho com embasamento técnico e
teórico, provando que nosso teatro é serio e de primeira qualidade.

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