Quando um grupo de teatro do interior é convidado à encerrar um festival de teatro do estado deve sentir-se muito honrado, afinal, começou sua caminhada participando dos festivais, aprendendo com os jurados e grupos que alí estavam. Essa foi a realidade do máschara que começou sua trajetória em 1992 participando do festival de Montenegro, organizado na época pela FETARGS, a cada ano, os atores do Máschara foram se aprofundando, anotando tudo o que os jurados falavam, debatendo os outros trabalhos que assistiam nos festivais, querendo com toda sua garra crescer, aprender, tornar-se bom no que faziam. Hoje, não por exibicionismo ou prepotência, mas por merecimento, seus trabalhos são dignos de abrir ou encerrar um festival de teatro, e alí serão vislumbrados por atores, pelo público teatral que aproveitará aquele breve momento artístico para desenvolver ainda mais seu olhar artístico.
O Grupo Máschara chegou em Três Coroas após seis horas de viagem, na bagagem um espetáculo com cinco anos de historia e a vontade de encher os olhos da assistência, sim essa deve ser a função dos artistas, querer ser bom, querer causar algo na patéia, não vejo nada de mal em artistas serem exibidos, é o que o público espera deles.

O teatro de Três Coroas é lindo, invejável e o festival organizado pela bela Carine Setti, sempre tão gentil e tão disposta a fazer o melhor pelo festival. Um palco maravilhoso, grande, com material de primeira, (pena o tempo ser tão curto para não poder fazer algo mehor com a iluminação), camarins espaçosos com suco e biscoitos esperando os atores. Um arrojo!
O cenário foi erguido como de costume, com discuções breves sobre a melhor disposição dos adereços e marcas. O teatro é assim, adapta-se a cada novo espaço. Everton da luz e Carcará, foram incríveis, não mediram esforços para fazer o melhor, pena o pouco número de gelatinas. Mas nada que prejudicasse o trabalho.
Casa cheia, alguns aquéns nas coxias antes do inicio do espetáculo, mas compreensível, dia de encerramento de festival, uma correria para fazer o melhor. Uma queda de luz rápida causada pelo dedinho metido de "Mario Quintana" e que a Anfitriã soube contornar com elouquência viváz.

Emcionante ver os grupos "cô-irmãos" como disse Cléber Lorenzoni, aplaudindo emocionados Esconderijos do Tempo.
Após o espetáculo, a premiação, distribuição de louros, não aos melhores, mas aos mais marcantes daquela ocasião. O teatro é uma arte viva, pulsante, não existem melhores ou piores, existe o momento, e a emoção expontânea. Nenhum dia é igual ao outro! No camarim ainda estiveram Ida Celina, uma das "madrinhas" do Máschara, que não continha as lágrimas e encheu de doces elogios o elenco, Sandra Loureiro, matando a saudade e mencionando o trabalho do ator que lhe lembrava demais Mario Quintana que conhecera pessoalmente anos antes, e Juliano Canal que não podería deixar de cumprimentar os amigos de tempos.
O Máschara ainda despediu-se de Três Coroas com um agradável jantar no restaurante Esperança e depois de seis horas de viagem com mais um dia de dever cumprido para com a arte, a certeza de que Três Coroas agora faz parte da agenda do grupo para 2011. Na vida o que importa são os dons que trouxemos, a arte que amamos e os amigos que fazemos!
A Rainha