sexta-feira, 29 de outubro de 2021

O Saltimbancos - 969 / tomo 36

 Quem somos...?


                        Constantemente ouço que os artistas do Máschara gostariam de me conhecer... Não! Conheçam a si mesmos! Eu sou apenas uma admiradora de um trabalho que se estende por muitos anos, levando arte à palcos, cidades, públicos distantes... Um trabalho de formiguinha, de comercialização de trabalho artístico. Um trabalho cansativo, que tem a ver com estar sempre à disposição, estar sempre abrindo mão de coisas em prol da arte.                 

                       Queiram conhecer a si próprios, queiram desvendar suas máscaras próprias. Queiram descobrir onde está em cada um, o verdadeiro artista, que ama o palco e a plateia, que ama o trabalho acima do dinheiro, que ama servir, que ama colocar-se a serviço dos deuses do teatro... A mascara que cada um utiliza, a capacidade de se reinventar. Todos vocês., fazem parte de um grupo de pessoas incrível, que ainda que não tenham noção de sua capacidade criativa, são manipulados positivamente para oferecer grandes trabalhos ao público. 

                        Na ultima apresentação por exemplo, o Máschara tentou cuidar de cada detalhe, para uma apresentação à altura de quem os contratou, e por isso eu digo que a metodologia do Máschara é exemplo para todo jovem que está começando na vida profissional, por que o Máschara é mais do que atração artística, ele é preocupação com cada detalhe. Para esses detalhes, preciso elogiar a equipe que viajou, formada por jovens iniciantes como Nicolas Miranda e Antonia Serquevittio. Jovens que estão iniciando suas caminhadas profissionais e que com os métodos do senhor Cléber Lorenzoni, podem aprender muito. Aprender a trabalhar a arte, a comunicação, cultura...

                          Mas não deve ser nada fácil enfrentar todos os empecilhos que tentam impedir as ações dos artistas. Há a negação familiar, a incompreensão dos amigos,. as questões financeiras, a falta de oportunidades e ainda, os desafios cênicos. A arte do ator, guiada pelo diretor, quando chega na mesa do público, já está prostituída e muitas vezes defasada. Por isso é tão necessário ter dignidade, mas para isso é preciso de sacríficos. Uma festa, um fim de semana, a praia, o conforto de nossas casas... Poucos enfrentam tanto pela arte...E não somente os atores, mas quem luta para que a arte siga... Os produtores, os gestores, a plateia. E muitos se perdem pelo caminho, confundem os objetivos, desmotivam-se, esperam o brilho e os likes... Teatro é mais que isso. 

                       Preciso estender meus parabéns aos jovens, que estão começando, e aos mais maduros, que lutam a anos. Minha vontade era a de abraçar um a um...


                      O Melhor nesse dia, foi oferecer teatro àquele público, que se estava carente de muitas coisas, estava carente de arte.

                        O Pior, foi talvez ouvir que há uma falta de paciência entre alguns integrantes do Máschara. 

                        É preciso se colocar em um espaço de equidade... Ninguém é mais que ninguém... Se em dia de apresentação um dos camareiros ou contra-regras não viajar, ele prejudicará a todos, da mesma forma caso aja ausência de um dos atores principais...


Santo Augusto/RS

Anciãos - (*)

Samuel Ciotti - (***)

Clara Devi - (**)

Antonia Serquevittio - (***)

Nicolas Miranda - (***)



segunda-feira, 18 de outubro de 2021

964/965-Tem Chorume no Quintal - tomos 10 e 11

 UMA AULA DE TEATRO


                      Uma vez, o diretor, Cléber Lorenzoni, me disse que o verdadeirot eatro acontece em casa, ao redor do fogo, na cozinha, enquanto os velhos se aquecem e contam historias e os mais jovens curiosos observam o mundo grandioso que os aguarda. Observar, ouvir, aprender sempre. Passar a diante as historias de nossos ancestrais, ir construindo o mundo através de narrativas. O teatro é feito de gotas, que são os espetáculos e que são lançados. Quando uma Cia., cria um espetáculo, imagina ele chegando em algum lugar de obra prima, que irá fazer moda, mudar ideologias, marcar época. No entanto o mais mágico do teatro, é ver sua simplicidade. Sua pequena função lúdica que se cumpre em si mesma. 

                          Nas duas apresentações de Tem chorume no Quintal na cidade de Ijuí, o Máschara deu aula e recebeu aula. Aula de simplicidade, com um espetáculo que não tenta complicar as coisas, ao contrário, sem muitas enrolações, ele fala abertamente do que se propõe a falar. Isso é um mérito, quando levamos em conta os públicos aos quais a trupe apresenta suas obras. Ora, sendo um grupo de interior, boa parte do público é formado na sua maioria, por pessoas que não tem o hábito lapidado de ir ao teatro e lidar com convenções. Não é como apresentar um espetáculo ao público de Porto Alegre, ou de Novo Hamburgo, ou Caxias... Há trabalhos mais complexos, como por exemplo Lili Inventa o Mundo, que exige um grau de iniciação muito mais apurado. Aqui não! Aqui fala-se dos resíduos fecais do pet que são deixados na rua, fala de sacos plásticos que levarão mais de trezentos anos para se decompor. Linguagem clara. 

                             Cléber Lorenzoni interpretando novamente dois personagens, como na semana anterior em O Grande Circo, consegue nos surpreender e rapidamente improvisar, controlar o público, jogar com ele. Um mérito de quem dirige há já muito tempo. Aliás, os quatro anciãos do Máschara envolvidos, atuaram com maestra tranquilidade. Alessandra Souza muito completa em uma de suas melhores construções. Fábio Novello pegando rapidamente a função de iluminador e sonoplasta, uma função sempre desvalorizada, que nos apresenta frases como:-Se não tem quem faça, coloca-se geral branca e pronto! - ou - Qualquer um aperta os botões... - Triste profissão! Renato Casagrande tem praticamente o espetáculo em sua mão, aliás agora, ele está dividido em exatas quatro mãos: As dos dois atores Status I. Renato tenta elevar o lado cômico, Cléber tenta trazer o polo da organização da trama. Ambos alcançam seus objetivos. 

                            Mas o público quer se encontrar como no principio de tudo, em torno da fogueira, onde os idosos se riem das piadas mais maliciosas e as crianças querem provar sua sagacidade. Seja ela com comentários frustrantes ou com espargates. O mérito de um elenco é como ele se precaverá e se solucionará e foi excitante ver os olhinhos rápidos do elenco de Tem Chorume, decidindo rapidamente quais falas extirpar do texto. O espetáculo da primeira inserção esteve nas mãos dos atores, mas na segunda foi o público quem comandou, e eis aí a sabedoria de alguns atores. É preciso fazer o público achar que está mandando... 

                             Os cortes rápidos dos textos, são escolhas dignas de grandes atores maduros, mas podem afetar e muito, atores iniciantes ou despreparados, que estão presos a convenções ou as ditas " deixas".  

                              O Teatro não é o texto! Alguém até me disse uma vez, que o teatro é o que acontece entre uma fala e outra... Nas reações... Ações... 

                              O elenco jovem, Clara Devi e Stalin Ciotti, se sobressaíram bastante nessas apresentações e eu diria que o Máschara está alcançando aquele ponto em que todo o elenco tem unidade interpretativa. Embora Clara Deva precise se dedicar mais à técnica vocal. O volume baixo, ou a dicção afetada pode se tornar um hábito, e hábitos dificilmente são vencidos. No elenco de acesso, Douglas Maldaner embarca nessa compostagem e agrada e muito. As crianças costumam gostar de quem tem bom coração. Quem rouba cenas, ou é rude no palco por baixo da mascara, precisa sempre lutar mais para ter a aceitação da plateia. Outro mérito do ator, é que ele se mantém no universo de Onófre, sem copiar a personagem do interprete anterior. 

                               Douglas Maldaner e Cléber Lorenzoni jogam muito bem, embora ao final da segunda apresentação o intérprete de Óffice, tenha demorado a compreender o comando de sair de cena pelo foyer do teatro, talvez por que Douglas não compreenda a mente tão lúdica do diretor.  As gags  de Óffice são muito boas, e o ator pode aprofundar-se muito na personagem. Nunca esquecendo: Personagens não tem donos, nos foram emprestados quais filhos, para que os tornemos grandes e preparados. 

                                   Tem Chorume no Quintal possui três grandes cenas e três entremessos curtos, ou seja. Introdução, entremesso, grande cena, entremesso musical, segunda grande cena, segundo entremesso, solução. É preciso ater-se principalmente a segunda grande cena. Ali o ritmo pode cair... 

                                     A contra-regragem do espetáculo teve alguns deslizes, mas percebi que envolveram uma nova jovem por traz das coxias. É bonito como o Máschara oportuniza espaço de aprendizagem e crescimento. Ser contra-regra é maravilhoso, auxiliar um elenco, só é preciso sempre lembrar, que teatro é trabalho duro. Que quando se viaja, todos representam uma bandeira, uma marca, que precisa ser profissional! Acompanho esse grupo desde 1998, e sempre me admirei com seu crescimento, e isso se deve ao pulso firme do diretor e espero que seus anciãos o ajudem sempre a manter firme a historia de sucesso do Máschara. E lembrem-se, cuidado para não ter CHORUME NO QUINTAL!

                  O Melhor : Os anciãos do Máschara e sua tranquilidade cênica.

                  O pior: o despreparo de alguns jovens atores em lidar com a plateia viva.


Ijuí-16 de outubro. Tem Chorume no Quintal (E.38-2019)

Argumento e direção - Cléber Lorenzoni

Elenco: Renato Casagrande

Clara Devi (**)(*)

Cléber Lorenzoni

Alessandra Souza

Stalin Ciotti (***)(**)

Douglas MAldaner(***)(**)


Contra-regragem-Antonia Serquevittio (***)(**)

Iluminação e Sonoplastia- Fábio Novello

Guarda-roupa-Clara Devi

Cenários e Maquiagens- O Grupo



Arte é Vida -  A Rainha






                                  

domingo, 17 de outubro de 2021

Foto do elenco de Tem Chorume no Quintal, ao lado da equipe do Parque da Pedreira de Ijui


 

O ator Fábio Novello em animação junto ao nosso patrocinador, Supermercado Super Útil


 

Os atores Cléber Lorenzoni, Clara Devi e LAura Heger levando o teatro às crianças de forma filantrópica


 

Cléber Lorenzoni na revista Click cruz alta, em página montada pelo diretor de comunicação do Máschara, Renato Casagrande


 

O diretor do Grupo Máschara e a atriz e aluna da ESMATE Antonia Serquevittio, em campanha da vacinação


 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

961 - 82º Cena Às 7 - O Grande circo Mágico - tomo 8

 O Maior espetáculo do mundo


                    Durante muito tempo esse foi o termo usado para elogiar o circo e até mesmo um filme com o nome The Greatest Show on Earth foi lançado na década de cinquenta, para homenagear esse espaço que une musica, roupas, animais, e números que testam a capacidade humana, colocando em jogo o tempo todo o estado de espirito da plateia. Durante muito tempo o Máschara se preparou para um dia colocar em prática seu sonho de criar um circo, ou ao menos uma alegórica construção para render-lhe honras. 

                     Em 2005, em uma sala do Shoping Erico Verissimo, foi criada uma ideia, desenvolvida entre três atores e dois bailarinos. O diálogo falava em criar um espaço digno para atores e bailarinos mostrarem suas capacidades técnicas, a preços acessíveis, uma vez por mês, com espetáculos de Cruz Alta. Nascia assim o Cena às 7, sob ideia de Cléber Lorenzoni e Rafael Aranha, Thiago Amorim, e Jaciara Jorge... Os anos passaram e o Cena às 7 se definiu, se modificou, recuou, voltou... Fez moda e criou público. Hoje, em sua 82ª Edição, o Cena às 7 continua atraindo pessoas e marca o retorno dos eventos à Casa de Cultura, após quase dois tristes anos de pandemia. O setor cultural despencou, atores arrumaram outros empregos, músicos faliram, escolas de dança venderam linólios para pagar dívidas. Mas muitos lutaram, e ali, nos altos da Barão, o Palacinho do Máschara permaneceu firme. O casarão dos Máscharados lutou mês a mês e conseguiu suportar o triste momento. Eu mesma quando cruzava de carro pela General Osório, observava e pensava: "até quando?"

                       Pois para seus diretores 2021 tem sido de muito trabalho e com muita dignidade, colocaram sobre o palco mais um espetáculo. Um espetáculo que comove crianças e adultos, pelo lúdico e pelo simples. O magnetismo de alguns interpretes dão o tom e conduzem o todo. O elenco principal formado por Cléber Lorenzoni, Clara Devi, Romeu Waier, Renato Casagrande e Fabio Novello, foi muito bem escolhido. Cada um com sua capacidade, seja ela de dirigir, de organizar ou de criar, ajudaram a erguer os alicerces de um grande espetáculo que embora estreado há pouco, já chegou em sua oitava apresentação.

                       Romeu Waier esparramou-se pelo palco neste domingo, e arrancou boas gargalhadas, seu principal mérito, conseguir se colocar como escada em vários momentos. O quadro barbeiros de Sevilha seguidos pela sevilhana Raquel Arigony, fizeram do circo do Máschara um bom espaço de riso certo. Raquel Arigony cumpre muito bem sua função, embora possa ter mais domínio do palco, enxergá-lo como um todo. 

                                A gata, de Cléber Lorenzoni não estava em uma de suas melhores atuações, embora sua capacidade de reinventar-se precise ser elogiada. Clara Devi exerce uma boa atração no público, mas falou baixo e aí acredito que a direção é que precise intervir, talvez seja o caso de na cena de Chaplita, Romeu Waier também não utilizar microfone. A elegância das passarinhas (Nicolas Miranda, Antonia Serquevittio, Clara Devi e LAura Heger) e das esferas foram de enorme delicadeza, assim como a dança nos tecidos ao som da doce Dulce Jorge. 

                                 A direção soube buscar o melhor de cada ator para criar uma palheta de cores e efeitos. 

                              Um dos erros do espetáculo para mim, é o fato de luz e som serem executados de traz das cortinas. Equivoco muito prejudicial ao espetáculo. 

                               Havia assistido ao espetáculo com o maquinário aparecendo e me parecia que funcionava mais, a nível de circo, valorizava os números, homens versos ferros... 

                              No palco há dois grupos, os cômicos: Galinha, cachorro, palhaços, mulher Barbada e boneca. E as divas: Beatriz, a Diva do Circo (que Romeu Waier não mencionou) passarinhas e Gata. Um circo bastante feminino. Muito de acordo com a ideologia do Máschara. Além das cenas de prólogo e epílogo, bases do teatro de Cléber Lorenzoni. 

                                   Nós vimos mais uma vez a capacidade do Máschara, aplaudimos, não d epé, talvez por que não tenha mexido tanto assim com a emoção, mas de qualquer forma, falaremos durante muito tempo sobre mais encantamento. O máschara dá espaço, cria, produz e abre portas...Façamos nossa parte.

                                      Uma dica, acrescentem ao espetáculo: Uma camareira, Um sonoplasta e um iluminador!



                                           O melhor- O jogo entre Romeu, Renato e Fábio e ainda o trabalho de grupo entre Ricardo Fenner, Douglas MAldaner, KAuane Silva, Laura Hoover e Ellen Faccin

                                          O pior: A desorganização que faz entrar no palco sem Mauqiagem, sem taça de Beatriz, sem tesoura, etc...


Stalin Ciotti (**)

Clara Devi (**)

Raquel Arigony (**)

Nicolas Miranda (**)

Vitoria Ramos (**)

Romeu Waier (***)

Antonia Serquevittio (**)



                   



Cena às 7- uma linda historia de motivação



82)O Grande Circo Mágico 10/10/2021


81)A Noviça Rebelde 06/10/2019


80)A Hora da Estrela 01/09/2019


79)O Hipocondríaco 04/08/2019


78)Lili Inventa o Mundo 10/02/2019


77)A roupa nova do Rei 14/10/2018


76) Esconderijos do tempo 16/09/2018



75) Lendas da Mui Leal Cidade -19/8/2018


74) A Maldição do Vale Negro 15/7/2018


73) O Castelo Encantado - 16/6/2018


72)As Balzaquianas - 20/5 2018


71)Deu a Louca No Ator - 22/Abril 2018


70)Ed Mort - 10/12/ 2017


69)A Bruxamentos e Encantarias - 19/11 2017


68)A Roupa Nova do Rei -Outubro 2017


67) O Santo e a Porca  -Setembro 2017



66) Olhai os Lírios do Campo -20/08/2017


65) O Santo e a Porca-16/12/2015


64) O Santo e a Porca -27/07/2014


63)Feriadão - 19 de Janeiro de 2014


62) A Maldição do Vale Negro - 08 /11/ 2013


61) A Serpente - 13, 14 de Julho de 2013


60) A Serpente - 23 de Junho de 2013


59) Ed Mort -26 de Maio de 2013


58) Deu a Louca no ator - 16 e 17 de março de 2012


57) Lili  Inventa o Mundo - 16 e 17 de Fevereiro de 2012


56) As Balzaquianas - 12 e 13 de Janeiro de 2013


55) O Santo e a Porca - 15 e 16 de dezembro de 2012


54) Tartufo - 10 e 11 de Novembro de 2012


53) Os Saltimbancos - 13 e 14 de Outubro de 2012


52) O santo e a Porca - 08 e 09 de Setembro de 2012


51) O Santo e a Porca - 18 e 19 de Agosto de 2012


50) Esconderijos do Tempo- 21 e 22 de Julho de 2012


49)-Tartufo - 23 e 24 de Junho de 2012


48)Os Saltimbancos- 26 e 27 de Maio de 2012


47)A Maldição do Vale Negro - 21 e 22 de Abril de 2012


46)Deu a Louca no Ator - 18 de Março de 2012


45)As Balzaquianas - 15 de Dezembro de 2012


44)Esconderijos do Tempo - 04 de Dezembro de 2011


43) O Incidente - 06 de Novembro de 2011


42) Feriadão  - 09 de outubro de 2011



41) Ed Mort  - 18 de Setembro de 2011



40) Deu a louca no ator -21 de Agosto de 2011



39) A Maldição do Vale Negro 17 de julho de 2011



38) As Balzaquianas 19 de junho de 2011



37) As Balzaquianas -ESTRÉIA- 15 de maio de 2011



36)Lili Inventa o Mundo- 10 de outubro de 2010



35)Esconderijos do Tempo - 29 de agosto de 2010



34)Ed Mort - 18 de julho de 2010


33)A Maldição do Vale Negro - 13 de junho de 2010

32)Ed Mort - 13 de setembro de 2009


31) Esconderijos do Tempo - 12 de julho de 2009


30)A Maldição do Vale Negro - 14 de junho de 2009


29)A Maldição do Vale Negro - 3 de maio de 2009


28)Ed Mort - 14 de novembro de 2008


27)Bodas de Sangue-outubro 2008


26)Tartufo - 14 de setembro de 2008


25)Ed Mort -10 de agosto de 2008


24)Ed Mort - Estréia - 6 de julho de 2008


23)Esconderijos do Tempo - 8 de junho de 2008


22)O Incidente - 11 de maio de 2008


21)Esconderijos do Tempo - ? de dezembro de 2007


20)Lili e Tartufo - 11 de novembro de 2007


19)Um Inimigo - 14 de outubro de 2007


18)Um Inimigo do povo - ESTRÉIA-9 de setembro de 2007


17)O Incidente - 16 de agosto de 2007


16) Feriadão -15 de Julho de 2007


15) Tartufo - 10 de junho de 2007


14) Esconderijos do Tempo - 20 de maio de 2007


13) Bodas de Sangue - 21 de abril de 2007


12) Romeu e Julieta - 3 de dezembro de 2006


11) Esconderijos do Tempo


10) Esconderijos do Tempo - Maio de 2006


9) Amanajé


8) Feriadão - Fevereiro de 2006


7) Casa de Samba


6) O Castelo Encantado - 8 de Janeiro de 2006


5) Macbeth


4) Impressões


3) Bodas de Sangue



2) Amanajé


1)Tartufo - 17 de outubro de 2005

Vitoria Ramos, a menina boneca- um dos principais números do Grande Circo Mágico


 

Os animais do Circo Mágico - Uma aula de ludicidade


 

Pontos de vista de um diretor

 O Método Lorenzoni


                    Pedi que a honorável  rainha escrevesse sobre meu método, mas ela já havia terminado sua análise crítica sobre o espetáculo O Grande Circo Mágico. Então decidi eu mesmo escrever, já que considero necessário falar algumas coisas... Primeiramente preciso dizer que o "método" que este diretor desenvolveu, começou a ser traçado ainda na década de noventa, observando ensaios, posturas de atores e colegas de trabalho. A melhor forma de se construir um método é o observando em prática em tipos diferentes de pessoas. Ora, não existe portanto melhor espaço para pesquisa de campo do que um grupo de teatro, que durante três décadas, viu passar dezenas de pessoas, com o mais variável olhar possível sobre as artes. 

                   Somei à analise que fiz, outros tantos métodos, que vão de Reverbel à Stanislavski, de Boal à Viola Spolin. Deles nasceram por exemplo a "baleia",  a esfera do ator, a sequencia básica da tragédia e ainda o Gráfico de espetáculo técnico. Tudo isso e o que fazemos em aula a cada encontro ou ensaio, faz parte do método Cléber Lorenzoni, mas há uma outra bagagem de informações e ponderações que se estendem para muito mais do que gráficos em folhas de papel. 

                    Art.I-Deuses caprichosos, uma arte ciumenta e controladora, são algumas das frases poéticas com as quais tento inspirar todos os dias os meus atores. Mas minhas reais pontuações, são sempre baseadas em um ideal de que o teatro vem em primeiro lugar. Não basta ofertar um espetáculo, há a preocupação em fazer sempre o melhor, e sim podemos ser perfeitos, e sim podemos melhorar sempre. A ultima apresentação de uma temporada ainda é tempo de melhorar. 

                   Vers. I-Descobrir algo novo em cada apresentação, mesmo que já tenhamos apresentado um espetáculo uma centena de vezes é sim uma bela verdade, afinal a cada apresentação somos outros seres humanos, mudamos constantemente de percepções e sofremos as ações externas. O teatro não serve para ganhar dinheiro, quer ficar rico e ter uma vida luxuosa? Vá ser exercer outra profissão. Pois o tetro, o palco tem a ver com generosidade e doação. Os deuses te deram um dom e para mantê-lo fresco, é preciso doar-se. Por isso constantemente coloco meus atores a apresentarem-se gratuitamente, isso faz com que exerçam o doar-se. 

                      II-Ser ator não é ser celebridade, é ser funcionário da arte. Dá sim para buscar a popularidade, mas é preciso não confundir-se, assim como não corromper-se com um troféu. Já vi muitos atores orgulhosos e ufanantes, pensando que por que ganharam um troféu, são melhores atores que outros. Não são, e as vezes são piores, e as vezes compra-se um troféu, e as vezes um ator é maravilhoso, mas os jurados tem inveja ou ciúme dele, implicam e portanto não ganhará nada...

                       III- Atores são seres escolhidos a dedo, e não, nem todos servem para o oficio. Alguns até são bonzinhos no palco, no entanto não é lugar para eles. O palco seleciona. Há uma peneira muito correta que vai te derrubando, um a um e só ficam aqueles que merecem. Ninguém é superior a ninguém, hoje você é o protagonista, amanhã é o urso na festa infantil, suando coberto de roupas e sendo humilhado por um um pai ou uma mãe.

                    IV-Você vai perder coisas, vai perder o sono, perder amores, perder amigos, perder chances de melhorar de vida. A não ser que sejas muito capaz de equilibrar, equilibrar a vida ao redor do teu teatro. O teatro vai te exigir escolhas todos os dias e as vezes você vai escolher mal, e depois será tarde demais, e você sentirá ciúme de outro que passou em sua frente. 

                        V-Teu diretor irá te magoar, e quando fizer isso no ensaio, saiba que é para que você quebre sua casca dura e deixe seus sentimentos aflorarem... Ou atuará como um robô, sem expressão e sem sentimento. Se não chegar ao fundo do poço, se não chorar as vezes e desejar morrer, talvez tua passada pelo palco seja monótona e rapidamente esquecível. 

                          VI-Não, o público não se contenta com mascaras, se você não sentir realmente algo por eles, pelas tábuas sagradas ou por tuas personagens, estará condenado a uma carreira medíocre. 

                        VII-Trabalhe, trabalhe muito, e esteja a disposição, isso é o que busca o sistema. Um ator disposto, agradecido e com vontade de praticar o oficio sempre. Um ator pontual, caso contrário, preferirão chamar outros e você sabe que sempre é terrível perder oportunidades! Não se preocupe tanto com a aparência, ela importa, mas não é ela quem dita... 

                            VIII-Cuide de seu figurino, proteja-o, limpe-o, não deseje que alguém faça isso para você, ou então teu figurino se sentirá parte de outro... 

                             VIX-Seja grato, agradecido mesmo, a estrutura a qual você faz parte, batalhou muito para existir, você chegou muito depois, e se essas pessoas não tivessem trabalhado muito, você não teria: público, figurinos, cenários, espaço para mostrar teu trabalho, ou lugar para ensaiar. Você seria apenas uma pessoa com vontades...

                                 X- Não seja arrogante, você não sabia atuar há poucos dias e cada dia que recebe um aplauso, foi por que alguém te ensinou algo novo. Teu trabalho pode até ser uma cópia do youtube, mas ainda assim, você aprendeu com alguém... Nunca, jamais insinue que pode substituir um ator de anos de carreira, ele possivelmente batalhou muito para aprender, para ser quem é, você não estará sendo engraçado com essa colocação, mas leviano.

                                   XI-Nunca diga não sei fazer ou não consigo, são duas colocações obvias, se soubesse ou se conseguisse no primeiro dia de aula, as escolas fechariam todas... Não haveria sentido para sua existência, afinal você já saberia tudo. Não haja como um cretino, teus diretores te observam o tempo todo para te colocar sobre o palco, então possivelmente eles sabem quando você dissimula, ou mente, esse é o trabalho deles. 

                                    XII-Não opine tanto sobre as cenas dos outros, se tua função é atuar... Apenas atue, Just act... Ou talvez, você opine e quando subir no palco, ao fazer uma bosta, a pessoa a quem aconselhou se questione, essa pessoa? péssima em cena está ditando sobre minha cena? 

                               XIII-Não tenha vergonha de errar, tenha vergonha de que seu orgulho não te permita reconhecer erros...Errar nos faz crescer e nos tornarmos melhores em cena. Todos erram, o teatros e baseia nisso, afinal o teatro só existe por que milhares de personagens erraram, se equivocaram... Seja generoso, com o outro e com você... Aceite também os erros da plateia... Ela erra tentando acertar, muitas vezes tentando agradar...

                                     XIV-Não questione tanto as roupas ou maquiagens que te propuseram a usar... Alguém (um artista) raciocinou durante horas para escolher algo que tenha sentido, só por que você não concorda, não quer dizer que tal arte não exista... 

                                       XV-Há muitos anos, criei e desenvolvi uma organização hierárquica de status, ela é muito funcional e rege a escolha de papeis e lideranças dentro de uma organização. Mas status significa trabalho, apenas isso, e se você não pode, não quer, ou não consegue trabalhar, ofereça de volta seu status... Não tome nunca o espaço de outros. Status é trabalho, apenas isso! Seja correto consigo e com os outros.

                                      XVI-Não peça papel, não implore por personagens, não se exponha ao ridículo e nem exponha seu diretor que terá que ser sincero contigo. Pare de misturar as coisas, pouco importa se você divide lanche, faz amos, ou é confidente de seu diretor ou diretora, ele precisa ser ético.  E não se iluda, você nunca ganhou um papel no Máschara por que eu ou qualquer diretor gostamos de você. As vezes você apenas serve para um papel, mas talvez seja insuportável como pessoa, e tudo bem! As vezes você pensa que serve para um papel, as vezes você pensa que anima crianças, ou pensa que seus balõezinhos mal feitos são exemplo de bom trabalho por que você está exausto, nada significa, o trabalho ainda precisa ser perfeito e isso em vez de ser motivo para ferir seu orgulho, deve ser motivo para orgulhar-se da ética de seu grupo. 

                                        XVII-Quando receber cachê e achar que ele é muito baixo, inferior ao que seu orgulho crê merecer, pergunte-se quanto custou seu figurino, as maquiagens que pediu emprestada aos outros (caso contrário entraria em cena de cara lavada), o calçado que usará, o linóleo no chão do palco,  a conta da luz do seu ventilador, ou que sonoriza seu ensaio... Coloque tudo na ponta do lápis e volte ao ensinamento do versículo I.

                                           XVIII- Não espere e muito menos peça abraços ou aplausos, eles podem não ser sinceros, e não misture suas carências pessoais com o sagrado palco, ele nãos erve para isso. 

                                            XIX-Chorar em cena não te faz um comunicador, apenas se esse chorar vier com uma dor cênica muito linda e respeitável. 

                                          XX- Não julgue seu sacrifício e não o compare com o de outros. Talvez tenha um susto ao perceber que outros fariam melhor, mais rápido e com muito mais facilidade o que você faz.

                                          XXI-Seja ambicioso, e use sua ambição, com sua dor, com sua sensação de injustiça, tudo junto na cena. E talvez, veja bem, talvez, você seja bom um dia...

                                        XXII- Não subestime a plateia, não a presenteie com piadas infames ou caricaturas idiotas... Seja sincero...

                                       XXIII-Amadureça, é o tempo que te fará melhor, sobretudo. E não se confunda entre conversas de atores maduros. Atores maduros podem errar tanto quanto você, mas já dedicaram muito de sua vida ao teatro e merecem ser respeitados, na duvida, volte ao versículo XV.

                                        XXIV-O palacinho do Máschara, que faz parte de meu método, não é lugar de passeio, para se ir quando não há nada para fazer, é um espaço de trabalho, de concentração, de silencio quando alguém está criando. Se chegar lá, ofereça seu trabalho, faça algo para ajudar, mesmo que com ideias, ou vá embora...

                                             Isso é uma parte de meu método, e pode ajudar muitos a serem melhores no palco. Todos estamos em busca de melhorarmos...

                                           Leia tudo, e quando acabar leia novamente, e mais uma vez, e outra em voz alta, para já trabalhar sua dicção e potencia vocal... Estude sempre, o público agradece.


               Cléber Lorenzoni

 

                                          


                             

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Currículo atualizado

 



 

Breve História de um Grupo Teatral

 

 

 

Gênese (1992-1999)

01

1992 -Um dia a Casa Cai- Texto de Ivo Bender –(comédia)

02

03

1993 – A bruxinha que era boa –Maria Clara Machado –(comédia infantil)
1993-Doce Quente da dor de barriga na gente-Dulce Jorge (comédia infantil)

04

1994 – O dia em que Júpiter encontrou Saturno – (esquete)

05

1995 –Cordelia Brasil – Texto Antonio Bivar –(tragicomédia)

06

1996 –Bulunga o Rei Azul- Texto Dulce Jorge –(fábula infantil)

07

1997 –Um dia a Casa cai- Remontagem (comédia)

08

1998 – Dorotéia -Texto de Nelson Rodrigues – (farsa trágica)

09

1999 -O conto da carrocinha – roteiro de Cléber Lorenzoni – (clown)

 

Fase Clássica (2000-2004)

10

2000- Antígona -Texto de Sófocles – (tragédia grega)

11

2001-Tartufo- Texto de Molière (comédia clássica)

12

2002- Macbeth-Texto de Shakespeare (tragédia-elisabetana)

13

2002-Feriadão – Texto de Hércules Grecco (educativo-infantil)

14

15

2003- Bodas de Sangue- Texto de Lorca (tragédia rural)
2005-Romeu e Julieta-Shakespeare
Teatro com dança

 

Fase Literária (2005-2008)

16

2005-O Incidente- da obra de Erico Verissimo-(Realismo Fantástico)

17

2005-O castelo Encantado – da obra de Verissimo (comédia infantil)

18

2006-Esconderijos do Tempo-da obra de Mario Quintana(Drama)

19

2006-Lili Inventa o Mundo - da obra de Quintana ( infantil)

20

2007- Um Inimigo do Povo -da obra de Ibsen (Drama)

21

2008 -Ed Mort -da obra de Luís Fernando Verissimo (comédia)

 

Construção de uma personalidade (2009-2015)

22

2009-A Maldição do Vale Negro- Caio Fernando Abreu(melodrama-besteirol)

23

2011-As Balzaquianas-Inspirado em A rainha do rádio-(tragicomédia)

24

2011-Deu a Louca no Ator-Texto de Antonio Fagundes (Comédia)

25

2012  - Os Saltimbancos -Texto de Chico Buarque (musical infantil)

26

2012- O santo e a porca -texto de Ariano Suassuna(comédia)

27

2013-A Serpente -texto Nelson Rodrigues-(Tragédia carioca)

28

29

2015-Olhai os Lírios do Campo-Erico Verissimo (melodrama)
2015-Empresa do Futuro-Texto Ricardo Fenner (esquete empresarial)

30

2015-Zah Zuuu -Roteiro de Cléber Lorenzoni (clown infantil)

 

ESMATE  (2013-atual)

01B

2016-Confusões e Trapalhadas na Villa Pantalônica

02B

2017-Bruxamentos e Encantarias -Texto Lorenzoni-(comédia infantil)

03B

04B

05B

06B

 2018-Lendas da Mui Leal Cidade-Texto Lorenzoni e Casagrande(Drama histórico)
2019-O Hipocondríaco -texto de Cléber Lorenzoni (comédia farsesca) 
2019-A Hora da Estrela (drama literário)
2019-A Noviça Rebelde (melodrama realista)

 

Grandes Espetáculos a céu aberto (2017-atual)

31

2017-A maior História de todos os tempos -Texto de Lorenzoni (Paixão 1)

32

2017-A história da família de Nazaré-Texto de Lorenzoni e Casagrande(Auto 1)

33

2018-As Mulheres ao redor de Cristo-Texto de Lorenzoni (Paixão 2)

34

2018-Um milagre de natal (Auto 2)

35

2019-Cristo-Texto de Lorenzoni (Paixão 3)

 

Maturidade (2016-atual)

36

2016-Complexo de Elecktra-Adaptação de Ivo Bender (Tragédia)

37

2017-A roupa Nova do Rei- Da obra de Andersem (Conto Infantil)

38

39

2019-Tem Chorume no Quintal (Comédia educativa)

2018-Infância Roubada

40

2020-O Menino do Pastoreio

41

2021-O  Grande Circo Mágico

 

Audio-Visual (2020)

01C

2020- Contos do Vovô Erico - cinco episódios

06C

2020- Lendas da Mui Leal Cidade- (episódio 1)

 

 

Em Itálico os espetáculos fora de circulação*