O Saltimbancos - 969 / tomo 36

 Quem somos...?


                        Constantemente ouço que os artistas do Máschara gostariam de me conhecer... Não! Conheçam a si mesmos! Eu sou apenas uma admiradora de um trabalho que se estende por muitos anos, levando arte à palcos, cidades, públicos distantes... Um trabalho de formiguinha, de comercialização de trabalho artístico. Um trabalho cansativo, que tem a ver com estar sempre à disposição, estar sempre abrindo mão de coisas em prol da arte.                 

                       Queiram conhecer a si próprios, queiram desvendar suas máscaras próprias. Queiram descobrir onde está em cada um, o verdadeiro artista, que ama o palco e a plateia, que ama o trabalho acima do dinheiro, que ama servir, que ama colocar-se a serviço dos deuses do teatro... A mascara que cada um utiliza, a capacidade de se reinventar. Todos vocês., fazem parte de um grupo de pessoas incrível, que ainda que não tenham noção de sua capacidade criativa, são manipulados positivamente para oferecer grandes trabalhos ao público. 

                        Na ultima apresentação por exemplo, o Máschara tentou cuidar de cada detalhe, para uma apresentação à altura de quem os contratou, e por isso eu digo que a metodologia do Máschara é exemplo para todo jovem que está começando na vida profissional, por que o Máschara é mais do que atração artística, ele é preocupação com cada detalhe. Para esses detalhes, preciso elogiar a equipe que viajou, formada por jovens iniciantes como Nicolas Miranda e Antonia Serquevittio. Jovens que estão iniciando suas caminhadas profissionais e que com os métodos do senhor Cléber Lorenzoni, podem aprender muito. Aprender a trabalhar a arte, a comunicação, cultura...

                          Mas não deve ser nada fácil enfrentar todos os empecilhos que tentam impedir as ações dos artistas. Há a negação familiar, a incompreensão dos amigos,. as questões financeiras, a falta de oportunidades e ainda, os desafios cênicos. A arte do ator, guiada pelo diretor, quando chega na mesa do público, já está prostituída e muitas vezes defasada. Por isso é tão necessário ter dignidade, mas para isso é preciso de sacríficos. Uma festa, um fim de semana, a praia, o conforto de nossas casas... Poucos enfrentam tanto pela arte...E não somente os atores, mas quem luta para que a arte siga... Os produtores, os gestores, a plateia. E muitos se perdem pelo caminho, confundem os objetivos, desmotivam-se, esperam o brilho e os likes... Teatro é mais que isso. 

                       Preciso estender meus parabéns aos jovens, que estão começando, e aos mais maduros, que lutam a anos. Minha vontade era a de abraçar um a um...


                      O Melhor nesse dia, foi oferecer teatro àquele público, que se estava carente de muitas coisas, estava carente de arte.

                        O Pior, foi talvez ouvir que há uma falta de paciência entre alguns integrantes do Máschara. 

                        É preciso se colocar em um espaço de equidade... Ninguém é mais que ninguém... Se em dia de apresentação um dos camareiros ou contra-regras não viajar, ele prejudicará a todos, da mesma forma caso aja ausência de um dos atores principais...


Santo Augusto/RS

Anciãos - (*)

Samuel Ciotti - (***)

Clara Devi - (**)

Antonia Serquevittio - (***)

Nicolas Miranda - (***)



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