961 - 82º Cena Às 7 - O Grande circo Mágico - tomo 8

 O Maior espetáculo do mundo


                    Durante muito tempo esse foi o termo usado para elogiar o circo e até mesmo um filme com o nome The Greatest Show on Earth foi lançado na década de cinquenta, para homenagear esse espaço que une musica, roupas, animais, e números que testam a capacidade humana, colocando em jogo o tempo todo o estado de espirito da plateia. Durante muito tempo o Máschara se preparou para um dia colocar em prática seu sonho de criar um circo, ou ao menos uma alegórica construção para render-lhe honras. 

                     Em 2005, em uma sala do Shoping Erico Verissimo, foi criada uma ideia, desenvolvida entre três atores e dois bailarinos. O diálogo falava em criar um espaço digno para atores e bailarinos mostrarem suas capacidades técnicas, a preços acessíveis, uma vez por mês, com espetáculos de Cruz Alta. Nascia assim o Cena às 7, sob ideia de Cléber Lorenzoni e Rafael Aranha, Thiago Amorim, e Jaciara Jorge... Os anos passaram e o Cena às 7 se definiu, se modificou, recuou, voltou... Fez moda e criou público. Hoje, em sua 82ª Edição, o Cena às 7 continua atraindo pessoas e marca o retorno dos eventos à Casa de Cultura, após quase dois tristes anos de pandemia. O setor cultural despencou, atores arrumaram outros empregos, músicos faliram, escolas de dança venderam linólios para pagar dívidas. Mas muitos lutaram, e ali, nos altos da Barão, o Palacinho do Máschara permaneceu firme. O casarão dos Máscharados lutou mês a mês e conseguiu suportar o triste momento. Eu mesma quando cruzava de carro pela General Osório, observava e pensava: "até quando?"

                       Pois para seus diretores 2021 tem sido de muito trabalho e com muita dignidade, colocaram sobre o palco mais um espetáculo. Um espetáculo que comove crianças e adultos, pelo lúdico e pelo simples. O magnetismo de alguns interpretes dão o tom e conduzem o todo. O elenco principal formado por Cléber Lorenzoni, Clara Devi, Romeu Waier, Renato Casagrande e Fabio Novello, foi muito bem escolhido. Cada um com sua capacidade, seja ela de dirigir, de organizar ou de criar, ajudaram a erguer os alicerces de um grande espetáculo que embora estreado há pouco, já chegou em sua oitava apresentação.

                       Romeu Waier esparramou-se pelo palco neste domingo, e arrancou boas gargalhadas, seu principal mérito, conseguir se colocar como escada em vários momentos. O quadro barbeiros de Sevilha seguidos pela sevilhana Raquel Arigony, fizeram do circo do Máschara um bom espaço de riso certo. Raquel Arigony cumpre muito bem sua função, embora possa ter mais domínio do palco, enxergá-lo como um todo. 

                                A gata, de Cléber Lorenzoni não estava em uma de suas melhores atuações, embora sua capacidade de reinventar-se precise ser elogiada. Clara Devi exerce uma boa atração no público, mas falou baixo e aí acredito que a direção é que precise intervir, talvez seja o caso de na cena de Chaplita, Romeu Waier também não utilizar microfone. A elegância das passarinhas (Nicolas Miranda, Antonia Serquevittio, Clara Devi e LAura Heger) e das esferas foram de enorme delicadeza, assim como a dança nos tecidos ao som da doce Dulce Jorge. 

                                 A direção soube buscar o melhor de cada ator para criar uma palheta de cores e efeitos. 

                              Um dos erros do espetáculo para mim, é o fato de luz e som serem executados de traz das cortinas. Equivoco muito prejudicial ao espetáculo. 

                               Havia assistido ao espetáculo com o maquinário aparecendo e me parecia que funcionava mais, a nível de circo, valorizava os números, homens versos ferros... 

                              No palco há dois grupos, os cômicos: Galinha, cachorro, palhaços, mulher Barbada e boneca. E as divas: Beatriz, a Diva do Circo (que Romeu Waier não mencionou) passarinhas e Gata. Um circo bastante feminino. Muito de acordo com a ideologia do Máschara. Além das cenas de prólogo e epílogo, bases do teatro de Cléber Lorenzoni. 

                                   Nós vimos mais uma vez a capacidade do Máschara, aplaudimos, não d epé, talvez por que não tenha mexido tanto assim com a emoção, mas de qualquer forma, falaremos durante muito tempo sobre mais encantamento. O máschara dá espaço, cria, produz e abre portas...Façamos nossa parte.

                                      Uma dica, acrescentem ao espetáculo: Uma camareira, Um sonoplasta e um iluminador!



                                           O melhor- O jogo entre Romeu, Renato e Fábio e ainda o trabalho de grupo entre Ricardo Fenner, Douglas MAldaner, KAuane Silva, Laura Hoover e Ellen Faccin

                                          O pior: A desorganização que faz entrar no palco sem Mauqiagem, sem taça de Beatriz, sem tesoura, etc...


Stalin Ciotti (**)

Clara Devi (**)

Raquel Arigony (**)

Nicolas Miranda (**)

Vitoria Ramos (**)

Romeu Waier (***)

Antonia Serquevittio (**)



                   



Comentários