Cenas curtas- Esmate adulto - Ano VII

Quadro 0

-Bom dia, Bom dia minhas e meus ouvintes, no ar a rádio Da Clarisse!
Aqui quem fala é o seu comunicador Rodrigo S. M
Esse é o programa A Hora da Estrela
E acredite, a estrela é você todinha!


Tudo o que estou agora escrevendo é acompanhado pelo rufar enfático de um tambor batido por um soldado. No instante mesmo em que eu começar a história de súbito cessará o tambor.  (palavras de uma escritora)

(palavra da escritora)
Aqui pela zyz... A rádio Da Clarisse!

Mas voltemos a hoje. Por que como se sabe, hoje é hoje. Não estão me entendendo e eu ouço escuro que estão rindo de mim em rios rápidos e ríspidos de velhos. E ouço passos cadenciados na rua. Tenho um arrepio de medo. Ainda bem que o que vou escrever já deve estar na certa de algum modo escrito em mim. Tenho é que me copiar com uma delicadeza de borboleta branca. Essa ideia de borboleta branca vem de que, se a moça vier a se casar, casar-se-á magra e leve, como virgem, de branco. Ou não se casará? O fato é que tenho nas mãos um destino e no entanto não me sinto com o poder de livremente inventar.


Na hora da morte a pessoa se torna brilhante estrela de cinema, é o instante de glória de cada um e é quando como no canto coral se ouvem agudos sibilantes...

(palavra da escritora)
Aqui pela ZYZ... A rádio Da Clarisse!

E a dúvida do dia...

Enquanto isso as nuvens são brancas e o céu é todo azul. Para que tanto Deus? Por que não um pouco para os homens?

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