quinta-feira, 30 de novembro de 2023
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
terça-feira, 28 de novembro de 2023
1138-Auto de Natal Um Milagre de Natal (tomo VI).
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
quinta-feira, 23 de novembro de 2023
quarta-feira, 22 de novembro de 2023
1131/1132 - Lili Inventa o Mundo - tomo 123/124
Quando um ator faz um péssimo trabalho, ele afasta o público de outros atores! Quando um médico faz um mau trabalho, o paciente procura um novo médico, quando uma loja tem péssimo atendimento, o cliente procura nova loja. Mas quando um ator, ou Cia. De teatro, se mostra incompetente ou incapaz do mínimo respeito pela plateia, essa não volta ao teatro!
Não consegui estar com o Máschara em Nonoai, assim sendo, passarei esse espaço ao diretor Cléber Lorenzoni.
Houve um dia, um momento, mais ou menos em 1999, quando eu fazia teatro no antigo Grupo Máschara, em que pensei: -Ou vou ser ator, com todo o respeito que essa profissão merece, com estudo, buscando a perfeição, ou vai ser para sempre um passatempo. Algo que eu faço quando não há nada melhor para fazer. Algo que preencheria minha vontade de ganhar aplausos, minha carência e necessidade de ser amado. Seria eu um tipo estranho de artistas, que nada fazem pela arte, apenas fazem seu básico, e quando estão entediados da arte e de tudo o que o teatro requer, desaparecem, voltando ou quando precisam de uns trocados, ou quando estão com sua agenda vazia.
Fazer teatro não é tarefa fácil, afinal de contas é preciso estar sempre disposto, entregar-se, pensar sempre no público. Segurar a atenção, conquistar crianças e adultos, ser gentil à todos.
É preciso ainda, ter técnicas, conhecimento teórico, disponibilidade, recurso... Ainda acrescenta-se praticidade, capacidade vocal. Saber lidar com microfones e com adereços, compreender o tempo dos colegas. Triangular, não demonstrar cansaço, saber adaptar, e principalmente ser grato. Afinal, sem público, nada resta, nada fica... Tudo acaba! Stanislavski costumava dizer que atores precisam ser perfeitos. São o diálogo direto do homem com os Deuses, com aquilo que está no mais fundo de seu íntimo. Treva e luz, dor e alegria, sucesso e fracasso, inveja e orgulho. Tudo está dentro de nós, e os atores desafiam esse lugar humano.
No palco, sempre, desde que comecei a fazer teatro, desenvolvi a capacidade ficar observando meus colegas, (possivelmente isso provém de minha capacidade de dirigir). Em cena, observo as “gags” dos colegas, a energia física (tônus), as escolhas, a capacidade de segurar o olhar da assistência. A capacidade de atuar para dentro e para fora do palco. Atuar com as costas... Com o corpo inteiro. A forma como tocam o microfone, de forma desajeitada, mais atrapalhando do que se ajudando. A preguiça de alguns interpretes, que quando fazem algo muito simples, ou básico, ainda se ufanam como se tivessem construído algo muito importante. Outra coisa importante de analisar, é que enquanto ação estanque, ou esporádica, a ação de um ator é apenas uma prestação de serviço, facilmente substituída. O que torna uma pessoa, digna de ser chamada de ator, ou interprete, é sua carreira em construção. A perseverança e finalmente o senso de dever. Qualquer um faz uma cena, qualquer um conta uma história, qualquer um aperta botões. Qualquer um adquire uma pomada branca e ao esparramá-la pelo rosto, sente-se um ator. Qualquer um compra alguma fantasia, e se traveste de algum ser mitológico, ou da moda. Isso nada tem a ver com o trabalho do ator. Travestir-se de “freira” ou de “homem aranha”, ou qualquer outra criatura que já existe, simplesmente é uma cópia, da arte de outra pessoa, grupo ou instituição. Hoje ainda ouvia uma cantora copiando Whitney, enquanto todos a aplaudiam por ser igual a outra... Quanto mérito. Realmente aplaudível!!!! Você está sendo aplaudido por copiar alguém... Roubar de alguém sua identidade e ainda te dirão: Que incrível, como você se transforma!
Apresentamos Lili Inventa o Mundo, em dois momentos na cidade de Nonoai, em meio à animação da feira (recreação). Há de se questionar quais momentos mais prenderam o público e o que cada um de nós atores deu a ele. O palco é um desafio permanente, a cada dia aparecem novos entusiastas do teatro. A cada dia erguem-se grandes monstros sagrados, e a cada dia caem imagens falsas. Como na vida.
Cléber Lorenzoni - diretor
domingo, 12 de novembro de 2023
1128 - Lili Inventa o Mundo (tomo 122)
Um espetáculo com mais de cem apresentações, deve ter viajado para no mínimo cinquenta municípios. Cinquenta públicos diferentes. Cada apresentação com uma média de cem crianças, teríamos no mínimo doze mil crianças atendidas. No entanto, me correm a lembrança as mais de trezentas crianças no teatro de Erechim, as mais de cinco mil no largo da prefeitura de Cruz Alta no natal de 2013, ou ainda, os dois mil alunos de Tapera, maio de 2010. Ou seja, certamente mais de cinquenta mil crianças já assistiram Lili Inventa o Mundo. Um tema simples para dizer tanto. Um espetáculo que se renova com elenco que vai mudando a cada ano. Artistas como Angelica Ertel, Fernanda Peres, Gelton Quadros, Gabriel Wink e muitos outros, deram vida às ideais mirabolantes de Mario Quintana/Lorenzoni. A menina que se encanta com a poesia, o poetinha das coisas simples, a fada maior de todas as fadas...
Lili Inventa o Mundo em um primeiro momento parece um espetáculo bobinho, medíocre até, principalmente quando não se olha com o olhar das crianças. Porém a peça é de um apelo doce e singelo. Amizade, coragem, criatividade.
A trilha sonora de grandes temas cinematográficos em contrapartida aos temas propostos por Dulce Jorge, funciona perfeitamente dando o tom de um espetáculo que consegue agradar crianças e adultos. Parte do mérito do trabalho está na interação que ele propõe, parte de seus desafios, estão em conseguir falar em poesia, com a dignidade que a poesia merece. Isso talvez venha se perdendo um pouco, à medida que Lorenzoni substitui atores.
Na ultima quarta-feira, sobre o palco da 26ª Feira de Livros de Cruz Alta, Lorenzoni "levantou a arquibancada", ainda que sem microfones, Cléber Lorenzoni e Renato Casagrande conduziram uma bela apresentação. Antonia Serquevitio vem crescendo no espetáculo, mas diria que todo o elenco feminino precisa se dedicar mais a interagir com microfones, sejam de mãos ou auriculares.
Interessante propor aos atores que sintam mais e vejam mais a plateia, Clara deve buscar mais o improviso e inspirar-se nos atores mais velhos. Cada ator carrega em si, muito de outros atores que vieram antes de si, é possível ver, quando e observa com cuidado, características de grandes mestres em jovens atores. Assim mantém-se viva a chama do teatro ancestral.
Destaque para Ellen Faccin que ainda que tenha recebido a incumbência de operar a sonoplastia em cima da hora, saiu-se muito bem.
A Rainha
Lili Inventa o Mundo na 26º Feira de Livros de Cruz Alta
Cléber Lorenzoni (***)
Renato Casagrande (**)
Alessandra Souza(**)
Clara Devi (**)
Antonia Serquevitio (**)
Nic Miranda (**)
Ellen Faccin (***)
sábado, 11 de novembro de 2023
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
Texto - Um Milagre de Natal
AUTO II- Um Milagre de Natal (2018)
Cena I
Criança
1- Seu Manoel, seu Manoel!
Criança
2- Vovô, acorde! Ja é manhã de natal!
Criança-
Vovó acorde!
Manoel-
O que?
Crianças-
Acorde vovô!
Manoel-
Calma crianças. Chegaram cedo, mas os dois se enganaram, não é manhã de natal,
o natal é só amanhã. Vieram buscar os presente, não é mesmo?
Crianças-
Sim!!
Manoel-
Ah meus queridos, me digam, o que é que os dois gostariam de ganhar?
Criança
1- Eu quero um urso bem grandão!
Criança
2- E eu queria uma bola!
Manoel-
Um urso e uma bola! Ah, os meus tempos de criança. Só que infelizmente este ano
o vovô não teve doações a pessoas estão cada vez se preocupando mais com elas
mesmas, e não tem tempo para ajudar os outros, aí o vovô não pode fazer
brinquedos.
Criança
1- Vovô porque o senhor está triste?
Manoel-
Ah minha crianças, o tio Manoel está triste, por que queria fazer o que sempre
fez, confeccionar brinquedos para todas as crianças do bairro. Ah, ninguém
deveria ficar sem presentes no natal.
Crianças
2- Não vovô, ninguém pode ficar triste no natal!
Manoel-
Meus amores!
Crianças-
Nós vamos ficar sem presentes?
Manoel-
Não, não! Esperem um pouquinho, eu tenho alguma coisa aqui.
Manoel-
Uma bola!!
Crianças-
Uma bola!
Manoel-
Uma bola! Ela está meio murcha e meio
gasta que nem o tio Manoel.
Criança
1- Obrigado vovô.
Criança
2- Era bem o que eu queira!
Manoel-
De nada minha princesa! Mas olha só, agora vão pra casa, nada de ficar pedindo
esmolas na rua, lugar de criança é estudando ou então brin...
Crianças-
cando!!
Manoel-
É isto mesmo, agora vão.
Criança
1- Feliz natal tio Manoel!
Criança
2- Feliz natal!
Manoel-
Feliz nata!
Cobrador-
Não, não, não, não! Não tem nada de natal! Não tem nada de feliz! Seu Manoel, estou aqui para cobrar os 3 meses
atrasados do aluguel, do aluguel, do aluguel desse casebre!
Manoel-
Mas moço já lhe falei da outra vez, eu não tenho como lhe pagar este aluguel.
Cobrador-
De um jeito, não me venha com estas desculpinhas esfarrapadas.
Manoel-
Mas moço, o que vai ser, quem sabe o senhor espera um pouco mais e eu posso
pedir um empréstimo.
Cobrador-
Isso não me importa seu Manoel, eu possuo uma família, tenho bocas para
alimentar em minha casa. O senhor deve tratar o seu aluguel como todo cidadão
de bem!
Manoel-
Mas moço, eu só tenho a minha aposentadoria, tenho que pagar os remédios da
minha esposa, o que eu eu vou fazer?
Cobrador-
24h seu Manoel, é o tempo que lhe dou.
Daqui 24h voltarei neste casebre imundo e irei cobrar os aluguéis atrasados, ou
o senhor me paga, ou eu irei chamar todo o maquinário para tirar o senhor a sua
esposa e esse bando de crianças de rua de dentro dessa propriedade!
Manoel-
Mas moço, é natal, pelo amor de deus! 24h, para onde nos vamos ir? Quem sabe o
senhor nos dá mais uns dias, até janeiro quem sabe...
Cobrador-
Nem mais um dia, nem mais um minuto seu Manoel, 24...
Criança
2- O senhor não pode falar assim do seu Manoel, todos nós aqui do bairro
gostamos muito dele! E ele ajuda a todos, e hoje é natal!
Cobrador-
Que criança adorável, eu adoro crianças, ainda mais na véspera de natal, 24
horas seu Manoel, nem mais 1 minuto! Eu voltarei!
Manoel-
O que vai ser de mim e da Ana.
Criança
1- Calma vovô, nos vamos te ajudar.
Manoel-
Não, não meu querido, isso não é assunto de criança. É melhor os dois irem
embora! Vão, vão, não se preocupem! Feliz e abençoado natal! Ah meus deus, o
que vou fazer, o que vou fazer com Ana, ela não pode saber de nada disso.
Cena II
Ana-
Manoel meu velho! Falando sozinho.
Manoel-Não
é nada Ana, eu tava aqui falando com as
coisas os brinquedos.
Ana-
Mas e o por que você está tão triste?
Manoel-
Ah Ana, as crianças saíram daqui agora, vieram buscar os presentinhos, e não
pude dar nada a elas.
Manoel-
Mas não fique assim meu velho, você já fez tanto por todos durante muito tempo.
Manoel-
Mas é pouco, eu queria continuar fazendo os brinquedos para as crianças, e além
do mais, todos devemos ajudar o próximo, deixar a vida mais feliz.
Ana-
Você sempre querendo ajudar, ajudar , ajudar. Meu velho já está na hora de
cuidar da sua saúde.
Manoel-
Saúde. Pensa, essas crianças poderiam ser o nosso filho.
Ana-
Ah, o Jonas, como queria ter o nosso filho aqui.
Manoel-
Mas o Jonas tá na capital.
Ana-
Mas meu velho ele podia vir nos visitar.
Manoel-
Ele está trabalhando, para formar a vida dele, não tem tempo de visitar os pais,
a gente tem que entender!
Ana-
Ah, não importa, é natal! E eu sinto uma saudade do Jonas e da minha Nora.
Manoel-
Olha, tem alguém batendo, vai ver que é Ana. Só falta ser o cobrador que
voltou. A Ana não ia aguentar essa tristeza.
José-
Olá meu senhor, perdão por incomodar, mas eu e minha família, quer dizer, minha
esposa e meu bebê, estamos procurando um lugar para passar a noite.
Maria-
Fomos de casa em casa, mas ninguém pode nos acolher, disseram apenas que no
final da rua tinha um senhor, Manoel, um homem bom e sempre disposto a ajudar o
próximo.
Ana-
E de onde vocês são meus filhos?
José-
Moramos no interior, minha esposa precisa de um médico, e os quartos
particulares são muito caros.
Ana-
Ah, e com o SUS não dá pra contar.
Maria-
Sim, e os hospitais estão lotados, e não temos nenhum dinheiro.
Manoel-
Ora, eu queria muito ajudá-los, mas infelizmente eu e a Ana não temos nem pra
nós, e até estamos a qualquer momento sendo despejados dessa casa. Não temos
pra onde ir, não temos o que oferecer.
Maria-
Tenha fé, que tudo pode mudar.
José-
O senhor não se preocupe, nós vamos procurar um outro lugar para passar a
noite.
Manoel-
Não, esperem, esperem! Não, ninguém vai passar a noite no relento,
principalmente uma mamãe, um bebezinho prestes a nascer. Vejam, lá no fundo de
casa tem um quartinho que guardo as ferramentas para fazer os brinquedos para
as crianças do bairro, é apertado, mas vocês dois vão passar a noite lá dentro!
Ana-
Ah, mas aquele quartinho tá muito bagunçado, por que o Manoel tá sempre lá! Mas
é bem limpinho.
Manoel-
Agora vão, vão lá para dentro!
José-
Muito obrigado, realmente o senhor e a sua esposa são um casal muito bondoso.
Ana-
Manoel, Manoel, olha como ele lembra o Jonas, deve ter a mesma idade.
Manoel-
Jonas é o nosso filho, e assim como os vamos ajudar vocês, se Deus quiser
alguém pode ter ajudado ou irá ajudar o nosso filho numa situação dessas, e
além do mais é natal, e todos devemos fazer o bem por nosso semelhante. Agora
vai, vai lá ficar com tua esposa.
Bife Seu Manoel
Cena IV
Ana-
Ah, meu deus, a casa tá toda enfeitada, o que foi que aconteceu? Manoel, Manoel
meu velho acorda.
Manoel-
O que foi Ana? Que gritaria é essa?
Ana- A casa tá toda enfeitada, deixaram uma ceia
deliciosa lá na porta, é um milagre.
Manoel-
Milagre não existe!
Ana-
Como não existe, olha a casa, olha tudo Manoel!
Manoel-
Mas meu deus , o que é isso? Esta tudo enfeitado! Tudo iluminado! Mas tem até
presentes.
Ana-
Eu disse!
Manoel-
Mas o que é que aconteceu?
Jonas-
Pai!
Ana- Jonas meu filho!
Jonas-
Mãe, será que a lugar para um filho pródigo nesta manhã de natal?
Manoel-
Mas Jonas, o que aconteceu meu guri? Você nunca mais apareceu, pensei que tu
nem lembrasse que tinha pai e mãe.
Jonas-
Mas agora arrumei um tempo para visitá-los, será que o senhor perdoa esses
filho meio ingrato?
Manoel-
Ah para com isso e me dá logo um abraço, ah meu menino.
Jonas-
Pai olha, trouxe a minha família. Essa aqui é a sua neta.
Neta-
Então o senhor que é meu vô?
Manoel-
Eu achou que sou, né?!
Neta-
Eu posso lhe dar um beijo?
Manoel-
Ah querida, da logo um abraço neste velho.
Ana-
E essa minha nora, que linda! é uma filha!
Nora-
Ah, eu estava com tanta saudade de ti Dona Ana. Nós estávamos longe,
trabalhando, mas nosso coração sempre esteve aqui, com vocês. Mas agora, não vamos
nos separar mais.
Manoel-
Nunca mais!
Jonas-
O nosso natal só está completo, quando estamos perto de quem amamos, a nossa
família!
Maria-
Todos podemos fazer o bem, todos devemos zelar pelo próximo, mas somente aquele
que fica tão inconsolável por não poder ajudar seu semelhante pode ser chamado
de Noel.
Manoel-
Ho, ho, ho! Eu só quero desejar a todos, e todas, as crianças os adultos, os
mais velhos, um feliz natal!



























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