terça-feira, 28 de novembro de 2023

1138-Auto de Natal Um Milagre de Natal (tomo VI).

                  Neste domingo, saí de casa em direção à celebração da missa, na Catedral, fui com duas amigas de anos, Jocélia e Terezinha. Nos conhecemos a mais de cinquenta anos. Ao sairmos do templo, procuramos assentos próximos ao palco. Minhas companheiras fazem parte daquele público que prefere ficar bem pertinho dos atores. 
                         Jocélia reclamou que não sabia que teria teatro, não viu divulgação. Terezinha reclamou que estava com frio. O espetáculo iniciou pouco depois das 19:15, percebi que havia algo de errado relacionado às questões técnicas, a gente que acompanha espetáculos sempre, aprende a detectar pequenas correrias e tensões por traz do palco. Terezinha achou feio aquele enorme caminhão ali estacionado: "a igreja tem um cenário tão lindo"! -Seguimos... Uma mensagem poderosa abriu a cena em um espetáculo dividido em três blocos, e um intermezzo. No Prólogo, a criação, alegoricamente contada como no teatro elisabethano, tendo a figura do rei absolutista que cria cada uma das figuras. Renato Casagrande interpreta um poderoso Rei Sol. Cercado por alcaguetes e seu séquito de símbolos e elementos. Destaque para as maquiagens, lindíssimas. Jocélia reclamou que não estava entendendo nada, aliás só gostou quando José e Maria adentraram o palco. 
                            Sobre o palco, lugares bem dispostos e interpretações de níveis diversificados. No elenco principal, Cléber Lorenzoni, Alessandra Souza e Douglas Maldaner com uma intensidade muito bonita e acrescenta-se aí a força com que o ator Fabio Novello pisou no palco. Aliás esse ator vem evoluindo e ficando muito melhor a cada apresentação. No segundo escalão, Raquel Arigony esteve muito bonita, embora possa trabalhar mais esse perfil de atuação. Ou seja, como trabalhar o divino/dócil e diferenciá-lo corporeamente do seu perfil básico de interpretação. 
                              Ana Clara, Felipe Brandão e Eduarda (dudinha), são destaques da nova geração, para com a qual Cléber Lorenzoni tem um olhar muito generoso, oportunizando espaço para crescimento e formação. Eduarda pode se dedicar mais e Ana deve trabalhar sempre o corpo. Felipe Brandão vem aprendendo muito e comove pelo jogo com os atores mais velhos. Outro destaque para Valentina Lemes que está uma gracinha como a netinha do senhor Manoel. Um bom começo de carreira, dependendo é claro de qual futuro a menina irá galgar.
                                 Nessa altura, Jocélia me perguntou por que a peça era tão triste. Seguimos. Um intermezzo muito criativo, com uma coreografia agradável que leva assinatura de Renato Casagrande. Pedro Oriati, é um ator com uma historia interessante que tem fome de palco e vem desabrochando, através de cursos e oficinas. Lorenzoni deu a ele um bom espaço ao qual o ator abraçou com muita energia. 
                                  Outro destaque vai para o jovem Gabriel Kleberson, que está crescendo a cada dia e se destacando muito nas performances do Máschara. Na cena mais "alegre" de Um milagre de NAtal, aplausos à Nicolas Miranda que se transforma a cada dia e pisa no palco com segurança e brilhantismo.  
                                    Jocélia e Terezinha atrapalharam-me durante quase todo o espetáculo, conversaram, reclamaram, questionaram e quase as mandei fecharem a boca. Arrependi-me por um instante de ter ido com elas. No entanto, são as amigas que tenho, as melhores amigas, e é isso que fazemos com grandes amigos, toleramos, perdoamos, relevamos, ou amizade alguma duraria mais do que dois ou três anos. As vezes a gente muito reclama e pouco agradece, como diria o vovô do Auto I, é necessário lembrar que cada um dá o que tem dentro de si para oferecer, nem amis nem menos, apenas isso... Respirei fundo e contive a vontade de manda-las calar-se. Nessas horas lembro sempre das cosias positivas que cada uma me oferece como amigas. E assim seguimos... 
                                                Quando o espetáculo chegou ao fim, havia lágrimas nos olhos de Terezinha e Jocélia entoou junto, um trecho de Noite Feliz, uma pena Lorenzoni não ter proposto ao público levantar e cantar junto. Uma grande noite que se seguiu com a chegada de outro noel. O de Ricardo Fenner, que usou o teatro como caminho de ação, junto com outra força que nasce, Carol Guma, a nossa Julie Christie. 
                                      O teatro se cumpre, com as novas e as velhas gerações, coma tores que vem e vão, com atores que ficam e passam. Que atore você é?


                  Auto de Natal - Um Milagre de Natal (2018)
                          Direção - Cléber Lorenzoni
                             Elenco: Cléber Lorenzoni  (***)
                                           Alessandra Souza  (**)
                                           Douglas Maldaner  (**)
                                           Fábio Novello  (***)
                                           Raquel Arigony  (**)
                                           Pedro Oriati  (**)
                                           Clara Devi (***)
                                           Velentina Lemes  (**)
                                           Felipe Brandão   (***)
                                           Dudinha  (*)
                                           Renato Casagrande  (**)
                                           Antonia Serquevitio  (**)
                                           Laura Hoover  (**)
                                           Nicolas Miranda (***)
                                           Gabriel Cleberson  (**)
                                           Ricardo Fenner  (***)
                                           Carol Guma (**)




Arte é vida


                                  A Rainha
                              
             

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Jefferson em clima natalino!!!!


 

Cléber Lorenzoni - equipe de recreação


 

Equipe do Máschara, abrindo a feira de Livros de Nonoai


 

Em 2023, toda emoção dos desfiles de natal de Cruz Alta


 

Um momento de descontração entre equipe organizadora e atrações da Feira de Livros de Nonoai


 

Equipe de recreação- Feira de Livros de Nonoai-


 

Equipe de recreação, Feira de Livros de Cruz Alta


 

O Natal está chegando!!!!


 

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Dulce Jorge e Bibi Prates - Desfile de natal


 

1131/1132 - Lili Inventa o Mundo - tomo 123/124

 Quando um ator faz um péssimo trabalho, ele afasta o público de outros atores! Quando um médico faz um mau trabalho, o paciente procura um novo médico, quando uma loja tem péssimo atendimento, o cliente procura nova loja. Mas quando um ator, ou Cia. De teatro, se mostra incompetente ou incapaz do mínimo respeito pela plateia, essa não volta ao teatro!


Não consegui estar com o Máschara em Nonoai, assim sendo, passarei esse espaço ao diretor Cléber Lorenzoni.


Houve um dia, um momento, mais ou menos em 1999, quando eu fazia teatro no antigo Grupo Máschara, em que pensei: -Ou vou ser ator, com todo o respeito que essa profissão merece, com estudo, buscando a perfeição, ou vai ser para sempre um passatempo. Algo que eu faço quando não há nada melhor para fazer. Algo que preencheria minha vontade de ganhar aplausos, minha carência e necessidade de ser amado. Seria eu um tipo estranho de artistas, que nada fazem pela arte, apenas fazem seu básico, e quando estão entediados da arte e de tudo o que o teatro requer, desaparecem, voltando ou quando precisam de uns trocados, ou quando estão com sua agenda vazia. 

Fazer teatro não é tarefa fácil, afinal de contas é preciso estar sempre disposto, entregar-se, pensar sempre no público. Segurar a atenção, conquistar crianças e adultos, ser gentil à todos. 

É preciso ainda, ter técnicas, conhecimento teórico, disponibilidade, recurso... Ainda acrescenta-se praticidade, capacidade vocal. Saber lidar com microfones e com adereços, compreender o tempo dos colegas. Triangular, não demonstrar cansaço, saber adaptar, e principalmente ser grato. Afinal, sem público, nada resta, nada fica... Tudo acaba! Stanislavski costumava dizer que atores precisam ser perfeitos. São o diálogo direto do homem com os Deuses, com aquilo que está no mais fundo de seu íntimo. Treva e luz, dor e alegria, sucesso e fracasso, inveja e orgulho. Tudo está dentro de nós, e os atores desafiam esse lugar humano.

No palco, sempre, desde que comecei a fazer teatro, desenvolvi a capacidade ficar observando meus colegas, (possivelmente isso provém de minha capacidade de dirigir). Em cena, observo as “gags” dos colegas, a energia física (tônus), as escolhas, a capacidade de segurar o olhar da assistência. A capacidade de atuar para dentro e para fora do palco. Atuar com as costas... Com o corpo inteiro. A forma como tocam o microfone, de forma desajeitada, mais atrapalhando do que se ajudando. A preguiça de alguns interpretes, que quando fazem algo muito simples, ou básico, ainda se ufanam como se tivessem construído algo muito importante. Outra coisa importante de analisar, é que enquanto ação estanque, ou esporádica, a ação de um ator é apenas uma prestação de serviço, facilmente substituída. O que torna uma pessoa, digna de ser chamada de ator, ou interprete, é sua carreira em construção. A perseverança e finalmente o senso de dever. Qualquer um faz uma cena, qualquer um conta uma história, qualquer um aperta botões. Qualquer um adquire uma pomada branca e ao esparramá-la pelo rosto, sente-se um ator. Qualquer um compra alguma fantasia, e se traveste de algum ser mitológico, ou da moda. Isso nada tem a ver com o trabalho do ator. Travestir-se de “freira” ou de “homem aranha”, ou qualquer outra criatura que já existe, simplesmente é uma cópia, da arte de outra pessoa, grupo ou instituição. Hoje ainda ouvia uma cantora copiando Whitney, enquanto todos a aplaudiam por ser igual a outra... Quanto mérito. Realmente aplaudível!!!! Você está sendo aplaudido por copiar alguém... Roubar de alguém sua identidade e ainda te dirão: Que incrível, como você se transforma! 

Apresentamos Lili Inventa o Mundo, em dois momentos na cidade de Nonoai, em meio à animação da feira (recreação). Há de se questionar quais momentos mais prenderam o público e o que cada um de nós atores deu a ele. O palco é um desafio permanente, a cada dia aparecem novos entusiastas do teatro. A cada dia erguem-se grandes monstros sagrados, e a cada dia caem imagens falsas. Como na vida.



Cléber Lorenzoni - diretor

domingo, 12 de novembro de 2023

1128 - Lili Inventa o Mundo (tomo 122)

                    Um espetáculo com mais de cem apresentações, deve ter viajado para no mínimo cinquenta municípios. Cinquenta públicos diferentes. Cada apresentação com uma média de cem crianças, teríamos no mínimo doze mil crianças atendidas. No entanto, me correm a lembrança as mais de trezentas crianças no teatro  de Erechim, as mais de cinco mil no largo da prefeitura de Cruz Alta no natal de 2013, ou ainda, os dois mil alunos de Tapera, maio de 2010. Ou seja, certamente mais de cinquenta mil crianças já assistiram Lili Inventa o Mundo. Um tema simples para dizer tanto. Um espetáculo que se renova com elenco que vai mudando a cada ano. Artistas como Angelica Ertel, Fernanda Peres, Gelton Quadros, Gabriel Wink e muitos outros, deram vida às ideais mirabolantes de Mario Quintana/Lorenzoni. A menina que se encanta com a poesia, o poetinha das coisas simples, a fada maior de todas as fadas... 

                       Lili Inventa o Mundo em um primeiro momento parece um espetáculo bobinho, medíocre até, principalmente quando não se olha com o olhar das crianças. Porém a peça é de um apelo doce e singelo. Amizade, coragem, criatividade. 

                         A trilha sonora de grandes temas cinematográficos em contrapartida aos temas propostos por Dulce Jorge, funciona perfeitamente dando o tom de um espetáculo que consegue agradar crianças e adultos. Parte do mérito do trabalho está na interação que ele propõe, parte de seus desafios, estão em conseguir falar em poesia, com a dignidade que a poesia merece. Isso talvez venha se perdendo um pouco, à medida que Lorenzoni substitui atores. 

                          Na ultima quarta-feira, sobre o palco da 26ª Feira de Livros de Cruz Alta, Lorenzoni "levantou a arquibancada", ainda que sem microfones, Cléber Lorenzoni e Renato Casagrande conduziram uma bela apresentação. Antonia Serquevitio vem crescendo no espetáculo, mas diria que todo o elenco feminino precisa se dedicar mais a interagir com microfones, sejam de mãos ou auriculares. 

                           Interessante propor aos atores que sintam mais e vejam mais a plateia, Clara deve buscar mais o improviso e inspirar-se nos atores mais velhos. Cada ator carrega em si, muito de outros atores que vieram antes de si, é possível ver, quando e observa com  cuidado, características de grandes mestres em jovens atores. Assim mantém-se viva a chama do teatro ancestral.  

                                  Destaque para Ellen Faccin que ainda que tenha recebido a incumbência de operar a sonoplastia em cima da hora, saiu-se muito bem. 


                               A Rainha


   Lili Inventa o Mundo na 26º Feira de Livros de Cruz Alta

           Cléber Lorenzoni (***)

            Renato Casagrande (**)

            Alessandra Souza(**)

            Clara Devi (**)

           Antonia Serquevitio (**)

           Nic Miranda (**)

            Ellen Faccin (***)

                           

Raquel Arigony, na feira de livros de Cruz Alta


 

Nosso artista circense-Fábio Novello


 

Tia Flica e seus amigos


 

Nic Miranda, ajudante do Sr. Noel


 

Abrindo as programações de natal


 

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Texto - Um Milagre de Natal

 

AUTO II- Um Milagre de Natal (2018)

Cena I

 

Criança 1- Seu Manoel, seu Manoel!

Criança 2- Vovô, acorde! Ja é manhã de natal!

Criança- Vovó acorde!

Manoel- O  que?

Crianças- Acorde vovô!

Manoel- Calma crianças. Chegaram cedo, mas os dois se enganaram, não é manhã de natal, o natal é só amanhã. Vieram buscar os presente, não é mesmo?

Crianças- Sim!!

Manoel- Ah meus queridos, me digam, o que é que os dois gostariam de ganhar?

Criança 1- Eu quero um urso bem grandão!

Criança 2- E eu queria uma bola!

Manoel- Um urso e uma bola! Ah, os meus tempos de criança. Só que infelizmente este ano o vovô não teve doações a pessoas estão cada vez se preocupando mais com elas mesmas, e não tem tempo para ajudar os outros, aí o vovô não pode fazer brinquedos.

Criança 1- Vovô porque o senhor está triste?

Manoel- Ah minha crianças, o tio Manoel está triste, por que queria fazer o que sempre fez, confeccionar brinquedos para todas as crianças do bairro. Ah, ninguém deveria ficar sem presentes no natal.

Crianças 2- Não vovô, ninguém pode ficar triste no natal!

Manoel- Meus amores!

Crianças- Nós vamos ficar sem presentes?

Manoel- Não, não! Esperem um pouquinho, eu tenho alguma coisa aqui.

Manoel- Uma bola!!

Crianças- Uma bola!

Manoel- Uma bola!  Ela está meio murcha e meio gasta que nem o tio Manoel.

Criança 1- Obrigado vovô.

Criança 2- Era bem o que eu queira!

Manoel- De nada minha princesa! Mas olha só, agora vão pra casa, nada de ficar pedindo esmolas na rua, lugar de criança é estudando ou então brin...

Crianças- cando!!

Manoel- É isto mesmo, agora vão.

Criança 1- Feliz natal tio Manoel!

Criança 2- Feliz natal!

Manoel- Feliz nata!

Cobrador- Não, não, não, não! Não tem nada de natal! Não tem nada de feliz!  Seu Manoel, estou aqui para cobrar os 3 meses atrasados do aluguel, do aluguel, do aluguel desse casebre!

Manoel- Mas moço já lhe falei da outra vez, eu não tenho como lhe pagar este aluguel.

Cobrador- De um jeito, não me venha com estas desculpinhas esfarrapadas.

Manoel- Mas moço, o que vai ser, quem sabe o senhor espera um pouco mais e eu posso pedir um empréstimo.

Cobrador- Isso não me importa seu Manoel, eu possuo uma família, tenho bocas para alimentar em minha casa. O senhor deve tratar o seu aluguel como todo cidadão de bem!

Manoel- Mas moço, eu só tenho a minha aposentadoria, tenho que pagar os remédios da minha esposa, o que eu eu vou fazer?

Cobrador- 24h seu Manoel, é o  tempo que lhe dou. Daqui 24h voltarei neste casebre imundo e irei cobrar os aluguéis atrasados, ou o senhor me paga, ou eu irei chamar todo o maquinário para tirar o senhor a sua esposa e esse bando de crianças de rua de dentro dessa propriedade!

 

Manoel- Mas moço, é natal, pelo amor de deus! 24h, para onde nos vamos ir? Quem sabe o senhor nos dá mais uns dias, até janeiro quem sabe...

Cobrador- Nem mais um dia, nem mais um minuto seu Manoel, 24...

Criança 2- O senhor não pode falar assim do seu Manoel, todos nós aqui do bairro gostamos muito dele! E ele ajuda a todos, e hoje é natal!

Cobrador- Que criança adorável, eu adoro crianças, ainda mais na véspera de natal, 24 horas seu Manoel, nem mais 1 minuto! Eu voltarei!

Manoel- O que vai ser de mim e da Ana.

Criança 1- Calma vovô, nos vamos te ajudar.

Manoel- Não, não meu querido, isso não é assunto de criança. É melhor os dois irem embora! Vão, vão, não se preocupem! Feliz e abençoado natal! Ah meus deus, o que vou fazer, o que vou fazer com Ana, ela não pode saber de nada disso.

Cena II

Ana- Manoel meu velho! Falando sozinho.

Manoel-Não é  nada Ana, eu tava aqui falando com as coisas os brinquedos.

Ana- Mas e o por que você está tão triste?

Manoel- Ah Ana, as crianças saíram daqui agora, vieram buscar os presentinhos, e não pude dar nada a elas.

Manoel- Mas não fique assim meu velho, você já fez tanto por todos durante muito tempo.

Manoel- Mas é pouco, eu queria continuar fazendo os brinquedos para as crianças, e além do mais, todos devemos ajudar o próximo, deixar a vida mais feliz.

Ana- Você sempre querendo ajudar, ajudar , ajudar. Meu velho já está na hora de cuidar da sua saúde.

Manoel- Saúde. Pensa, essas crianças poderiam ser o nosso filho.

Ana- Ah, o Jonas, como queria ter o nosso filho aqui.

Manoel- Mas o Jonas tá na capital.

Ana- Mas meu velho ele podia vir nos visitar.

Manoel- Ele está trabalhando, para formar a vida dele, não tem tempo de visitar os pais, a gente tem que entender!

Ana- Ah, não importa, é natal! E eu sinto uma saudade do Jonas e da minha Nora.

Manoel- Olha, tem alguém batendo, vai ver que é Ana. Só falta ser o cobrador que voltou. A Ana não ia aguentar essa tristeza.

José- Olá meu senhor, perdão por incomodar, mas eu e minha família, quer dizer, minha esposa e meu bebê, estamos procurando um lugar para passar a noite.

Maria- Fomos de casa em casa, mas ninguém pode nos acolher, disseram apenas que no final da rua tinha um senhor, Manoel, um homem bom e sempre disposto a ajudar o próximo.

Ana- E de onde vocês são meus filhos?

José- Moramos no interior, minha esposa precisa de um médico, e os quartos particulares são muito caros.

Ana- Ah, e com o SUS não dá pra contar.

Maria- Sim, e os hospitais estão lotados, e não temos nenhum dinheiro.

Manoel- Ora, eu queria muito ajudá-los, mas infelizmente eu e a Ana não temos nem pra nós, e até estamos a qualquer momento sendo despejados dessa casa. Não temos pra onde ir, não temos o que oferecer.

Maria- Tenha fé, que tudo pode mudar.

José- O senhor não se preocupe, nós vamos procurar um outro lugar para passar a noite.

Manoel- Não, esperem, esperem! Não, ninguém vai passar a noite no relento, principalmente uma mamãe, um bebezinho prestes a nascer. Vejam, lá no fundo de casa tem um quartinho que guardo as ferramentas para fazer os brinquedos para as crianças do bairro, é apertado, mas vocês dois vão passar a noite lá dentro!

 

Ana- Ah, mas aquele quartinho tá muito bagunçado, por que o Manoel tá sempre lá! Mas é bem limpinho.

Manoel- Agora vão, vão lá para dentro!

José- Muito obrigado, realmente o senhor e a sua esposa são um casal muito bondoso.

Ana- Manoel, Manoel, olha como ele lembra o Jonas, deve ter a mesma idade.

Manoel- Jonas é o nosso filho, e assim como os vamos ajudar vocês, se Deus quiser alguém pode ter ajudado ou irá ajudar o nosso filho numa situação dessas, e além do mais é natal, e todos devemos fazer o bem por nosso semelhante. Agora vai, vai lá ficar com tua esposa.

 Bife Seu Manoel

Cena IV

Ana- Ah, meu deus, a casa tá toda enfeitada, o que foi que aconteceu? Manoel, Manoel meu velho acorda.

Manoel- O que foi Ana? Que gritaria é essa?

Ana-  A casa tá toda enfeitada, deixaram uma ceia deliciosa lá na porta, é um milagre.

Manoel- Milagre não existe!

Ana- Como não existe, olha a casa, olha tudo Manoel!

Manoel- Mas meu deus , o que é isso? Esta tudo enfeitado! Tudo iluminado! Mas tem até presentes.

Ana- Eu disse!

Manoel- Mas o que é que aconteceu?

Jonas- Pai!

 Ana- Jonas meu filho!

Jonas- Mãe, será que a lugar para um filho pródigo nesta manhã de natal?

Manoel- Mas Jonas, o que aconteceu meu guri? Você nunca mais apareceu, pensei que tu nem lembrasse que tinha pai e mãe.

Jonas- Mas agora arrumei um tempo para visitá-los, será que o senhor perdoa esses filho meio ingrato?

Manoel- Ah para com isso e me dá logo um abraço, ah meu menino.

Jonas- Pai olha, trouxe a minha família. Essa aqui é a sua neta.

Neta- Então o senhor que é meu vô?

Manoel- Eu achou que sou, né?!

Neta- Eu posso lhe dar um beijo?

Manoel- Ah querida, da logo um abraço neste velho.

Ana- E essa minha nora, que linda! é uma filha!

Nora- Ah, eu estava com tanta saudade de ti Dona Ana. Nós estávamos longe, trabalhando, mas nosso coração sempre esteve aqui, com vocês. Mas agora, não vamos nos separar mais.

Manoel- Nunca mais!

Jonas- O nosso natal só está completo, quando estamos perto de quem amamos, a nossa família!

Maria- Todos podemos fazer o bem, todos devemos zelar pelo próximo, mas somente aquele que fica tão inconsolável por não poder ajudar seu semelhante pode ser chamado de Noel.

Manoel- Ho, ho, ho! Eu só quero desejar a todos, e todas, as crianças os adultos, os mais velhos, um feliz natal!

Fabio Novello em Janelas de Halloween


 

Tia Flica animando o CCI


 

Os três porquinhos pobres, da obra de Erico Verissimo


 

Conde Drácula - Renato Casagrande


 

Jurados Festeatro- Gustavo Engelmann, Dulce Jorge e Airton de Oliveira


 

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Jornal Diário Serrano divulgando as janelas de HALLOWEEN


 

Close no Halloween do Máschara.




 

Raquel Arigony nas janelas de Halloween


 

Primeira noite do Janelas de Halloween


 

A iniciante atriz Carol Guma- janelas de Halloeen




Foto : Thagner Dornelles

 

Raquel Arigony, Clara Devi, Antonia Serquevitio e Fábio Novello visitando escolas de Rosário do Sul


 

Valentina - aluna ESMATE BABY


 

Douglas Maldaner, uma das bruxas de Abracadabra