1128 - Lili Inventa o Mundo (tomo 122)

                    Um espetáculo com mais de cem apresentações, deve ter viajado para no mínimo cinquenta municípios. Cinquenta públicos diferentes. Cada apresentação com uma média de cem crianças, teríamos no mínimo doze mil crianças atendidas. No entanto, me correm a lembrança as mais de trezentas crianças no teatro  de Erechim, as mais de cinco mil no largo da prefeitura de Cruz Alta no natal de 2013, ou ainda, os dois mil alunos de Tapera, maio de 2010. Ou seja, certamente mais de cinquenta mil crianças já assistiram Lili Inventa o Mundo. Um tema simples para dizer tanto. Um espetáculo que se renova com elenco que vai mudando a cada ano. Artistas como Angelica Ertel, Fernanda Peres, Gelton Quadros, Gabriel Wink e muitos outros, deram vida às ideais mirabolantes de Mario Quintana/Lorenzoni. A menina que se encanta com a poesia, o poetinha das coisas simples, a fada maior de todas as fadas... 

                       Lili Inventa o Mundo em um primeiro momento parece um espetáculo bobinho, medíocre até, principalmente quando não se olha com o olhar das crianças. Porém a peça é de um apelo doce e singelo. Amizade, coragem, criatividade. 

                         A trilha sonora de grandes temas cinematográficos em contrapartida aos temas propostos por Dulce Jorge, funciona perfeitamente dando o tom de um espetáculo que consegue agradar crianças e adultos. Parte do mérito do trabalho está na interação que ele propõe, parte de seus desafios, estão em conseguir falar em poesia, com a dignidade que a poesia merece. Isso talvez venha se perdendo um pouco, à medida que Lorenzoni substitui atores. 

                          Na ultima quarta-feira, sobre o palco da 26ª Feira de Livros de Cruz Alta, Lorenzoni "levantou a arquibancada", ainda que sem microfones, Cléber Lorenzoni e Renato Casagrande conduziram uma bela apresentação. Antonia Serquevitio vem crescendo no espetáculo, mas diria que todo o elenco feminino precisa se dedicar mais a interagir com microfones, sejam de mãos ou auriculares. 

                           Interessante propor aos atores que sintam mais e vejam mais a plateia, Clara deve buscar mais o improviso e inspirar-se nos atores mais velhos. Cada ator carrega em si, muito de outros atores que vieram antes de si, é possível ver, quando e observa com  cuidado, características de grandes mestres em jovens atores. Assim mantém-se viva a chama do teatro ancestral.  

                                  Destaque para Ellen Faccin que ainda que tenha recebido a incumbência de operar a sonoplastia em cima da hora, saiu-se muito bem. 


                               A Rainha


   Lili Inventa o Mundo na 26º Feira de Livros de Cruz Alta

           Cléber Lorenzoni (***)

            Renato Casagrande (**)

            Alessandra Souza(**)

            Clara Devi (**)

           Antonia Serquevitio (**)

           Nic Miranda (**)

            Ellen Faccin (***)

                           

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