Por Cléber Lorenzoni sobre o Cena Viva

Ainda sobre o Cena Viva
Passar alguns dias perto de colegas, amigos de anos ou artesãos da mesma classe é uma dádiva. Uma honra. Obrigado à Jadson Silva por vir la da região metropolitana lutar por mais teatro no interior, precisamos lutar sim. O teatro é importante sim, para jovens,adultos, para a natureza, a sociedade, o planeta. Ontem para minha surpresa, trouxemos alguns troféus, que me alegraram, emocionaram e me encheram de orgulho da família Esmate Máschara, mas tenho os pés no chão, prêmios ou festivais não nos tornam melhores que ninguém, Olhai os Lirios do Campo não é o melhor espetáculo de coisa alguma, apenas esteve em um dia bom emocionou, ou tocou, ou repercutiu tecnicamente ou contou bem sua historia, afinal é isso que somos, contadores de historias. E o premio nos instiga a lutar mais, em perseverar em nosso sacerdócio. O festival passa e ficam lutas, ficam batalhas desumanas a serem travadas e torço que ajam muitas para todos os meus irmãos de profissão. Aliás vejo o festival como um museu, onde vários pintores expõe seus quadros. Pinturas de várias matizes, que apreciamos com carinho. E que emoção subir no palco, quando na platéia estão tantos colegas, de historias diferentes, mas de realidades parecidas, afinal aqui ou na argentina, ou no japão, fazer arte é difícil do mesmo jeito.
Agradeço às mestras, Stella Bento, Sandra Pimentel Loureiro e Ida Celina Weber Silveira, que foram tão sagazes e respeitosamente analisaram cada espetáculo como obras exclusivas que são, falando respectivamente o que cada grupo tem capacidade e maturidade para ouvir, e por a serviço. Deixei de ir a festivais por certo tempo por que me cansava de ouvir alguns grupos dizerem que debates eram criticas, debates são aulas, oficinas curtas, que todo o ator em qualquer época deveria receber, para lembrar que sua arte é feita para outros. Parabéns aos meus colegas Ricardo Fenner Alle Gonçalves Dulce Jorge Gabriel Araujo Fabio Novello Raquel Arigony PratesRenato Casagrande Douglas Maldaner Fernanda Peres Edevaldo Golartt Evaldo Gullart. Que esse premio lhes dê coragem e inspiração para melhorar a cada dia. Todo dia é dia para o ator descobrir nova forma de dizer seu texto, novas emoções dentro de si. Obrigado a professora Cida Camargo e o NUCART- núcleo de cultura e arte da Unicruz Universidadeque nos deu seu apoio para que pudéssemos nos fazer presentes no festival. Parabéns aos outros colegas, principalmente ao grupo do Paulo Ricardo Melo de Uruguaiana que pôs sobre o palco mais de vinte jovens loucos pelo teatro, cheios de energia e nos enchendo de esperança; bem como o grupo de Horizontina, com a peça Storge que não tive o prazer de assistir.
Fazer teatro é agonia e êxtase, é luta constante em emocionar comover, informar, ou chocar plateias. Me choca que tenhamos que lutar tantos por algo sabidamente tão positivo para o mundo.

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