Olhai os Lírios do Campo no Cena Viva (tomo 2) 737

               “Sucesso é quando alguém faz  o que sempre fez e alguém percebe”.

                 Em Santa Rosa o teatro do sesc é razoavelmente pequeno, uma sala bastante aconchegante. O palco de tamanho pequeno não chega a ser um problema, no entanto , atrás da rotunda, atores e contra regras sofreram para executar um bom trabalho. O espetáculo iniciou com um atraso de quase uma hora, e percebia-se uma tensão, uma insegurança que colocou em risco o trabalho.
                 Por outro lado, viu-se sobre o palco um respeito ao público. Uma técnica vocal valorosa, e um melodrama com toques modernos muito eloquentes.  Passo a passo, minuto a minuto o espetáculo foi sendo construído. Alessandra Souza, Cléber Lorenzoni e Dulce Jorge transformaram-se em cena, e outros atores também se destacaram muito.
               Olhai os Lirios do Campo é um espetáculo de grandes proporções e dimensões. Texto longo, muito atores, cenário espaçoso e etc... Isso tudo repercute no ritmo, devido aos tempos de entradas e saídas. A trilha sonora com canções de várias matizes e a complexa simbologia que perpassa por cenários e figurinos precisam ser muito bem compreendidos e executados.  O Erico que vemos representado no palco, urbano e romântico, não é muito conhecido, mas o espetáculo acaba por cumprir sua função.
             As cenas de Lirios ganharam mais ritmo desde a ultima vez em que assisti o espetáculo, e a interprete de Eunice parece ter encontrado um caminho mais acertado para sua personagem. Douglas Maldaner se sai muito bem em seu Alcebíades mas seu Jango poderia soar mais natural na cena com Alzira e Angelo.
           Lirios não ficou tão dramático quanto ficava nos ensaios e isso é bom, já que é um texto que pode facilmente passar do ponto.
        No que diz respeito as questões técnicas, houve pequenos desajustes que foram claramente resolvidos: Cama virada, sombrinha emperrada, vestido aberto, atraso do ator Douglas Maldaner na cena da festa, maleta caída no palco, mesa abandonada no cenário, maleta caída atrás de cenário, Enfim, detalhes que saem do controle, mas que não devem sair.
               Lírios precisa de mais apresentações e prática.                                               
              Aqui alguns comentários falados no debate do espetáculo.
*As namoradas, mulheres de Eugênio (Dulce e Alessandra) se saem muito bem.
*O tom nas cenas da família Fontes, destoam do restante do elenco.
*Rever figurinos.
*Trilha bem escolhida, porém deve ser executada com maior delicadeza.
*Melodrama feito com muito respeito
*Adaptação muito bem feita
*Mesas do cenário precisam de um cuidado mais apurado.
*Maquiagem dos pais muito exagerada em cena.
*Espetáculo de muito bom gosto.
*Cléber passando muito sua verdade em cena, muito lindo de se ver.
*Apesar do aperto  e problemas técnicos o espetáculo flui.
*Fernanda Peres da muito bem o tom do hospital

Enfim, uma noite de erros e acertos como o teatro sempre foi e sempre será. Uma sensação de dever cumprido por parte do elenco e que Olhai os Lirios do Campo sigam sempre, assim como o Máschara.

Arte é vida


A Rainha  

Alessandra Souza (***)
Evaldo Goulart (***)
Fernanda Peres (***)
Gabriel Araújo (**)
Fabio Novelo (**)
Raquel Prates (***)
Dulce Jorge (***)
Cléber Lorenxoni (***)
Renato Casagrande (***)
Douglas Maldaner (**)
Ricardo Fenner (***)


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