sábado, 27 de abril de 2013
quinta-feira, 25 de abril de 2013
quarta-feira, 24 de abril de 2013
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Lirismo em Cena - Esconderijos do Tempo 69
Depois de um mês sem Cena às 7, o
Máschara voltou ao palco com Esconderijos do tempo, um espetáculo
característico da transição de um grupo formado dentro do teatro amador para o
ambiente do teatro profissional. Um
espetáculo com tão pouca preocupação comercial e ao mesmo tempo tão disposto a
ousar, só poderia ser feito por um grupo repleto do idealismo do teatro amador,
um pouco longe das considerações econômicas que logicamente regem a escolha de
um repertório profissional (Isso em
questões de custos, não de qualidade).
O espetáculo escrito por Dulce
Jorge e Cléber Lorenzoni, inspirados na obra de Mario Quintana, é de um talento
plástico ímpar e de estremo bom gosto. A direção e a concepção de Esconderijos
do Tempo são extremamente felizes. Mesmo após 68 encenações, ainda há no espetáculo
um cheirinho de coisa nova, recém-saída do forno. O elenco não parece cansado,
robotizado pela repetição, pelo contrário, adentra a cena com um calor todo
novo, uma inspiração motivadora.
O espaço cedido por Marcos Gruhum,
a meu ver não é adequado para o teatro, claro que algumas pessoas dizem que o
teatro pode acontecer em qualquer lugar. Isso é ignorância certamente, pois
logicamente cada espetáculo se presta ao espaço adequado para aquilo que foi pré-concebido. A equipe do Máschara consegue rapidamente
transformar o espaço, no entanto a proximidade da rua, a falta de acústica, o
espaço demasiado grande, são enfim, coisas que atrapalham o espetáculo. No entanto tudo ocorreu bem, o que é reflexo
de uma equipe organizada e de um planejamento
rigoroso.
Um dos grandes problemas do
teatro no interior, é a falta de atores tecnicamente preparados. São raros os
casos em que a direção, pura e simples, é suficiente para a realização de um
espetáculo. Via de regra, torna-se necessário
que o diretor seja, na realidade, um preparador de atores, quase um professor. Isso
valoriza ainda mais o trabalha da direção do Máschara principalmente pelo fato
de que com a constante partida de atores, já que a profissão é tão incerta,
precisa estar sempre preparando novos atores.
Um desses casos é Fernanda Peres, que as pressas, com nove ensaios,
subiu ao palco como “Glorinha”. (**) A atriz já nos é conhecida por outras
substituições, mas o trabalho que conseguiu fazer dessa vez é no mínimo surpreendente.
Esteve ótima, entregue, e nos convenceu muito bem como a geniosa namoradinha do
poeta. Precisa apenas apresentar mais vezes o espetáculo para que a organização
flua melhor. Alessandra Souza esteve
plena, a cena do “peixinho” foi delicada e singela. (***)A afinação melhorou
muito, os tempos, a noção de espaço e o senso cênico.
O Mario Quintana que nos foi dado
nessa apresentação trouxe um colorido novo, mais cômico e menos depressivo,
muito mais interessante, com um senso de humor perspicaz e inteligente. Para os
atores do Máschara sempre é um bom momento para descobrir novas nuances em uma
interpretação. (**) O volume de voz desse ator deve servir de exemplo e
inspiração para os mais jovens. Roberta Queiroz esteve afastada do palco por
muito tempo, vejo nela menos de composição, mas muito de postura. Sua passagem
pelo palco foi simples mas intensa. Isto sem falar no senso organizacional que
essa atriz tem nos bastidores. (***). É preciso estar atento a influência do
amadorismo. Não falamos do amadorismo em tom de menosprezo, pois acreditamos
que o teatro amador alcança muitas vezes, níveis surpreendentes; mas o que
esperamos realmente de um teatro profissional
é uma sistematização, uma segurança, um acabamento técnico de ator e
equipe técnica, que nos dê a certeza de que noite após noite, meses a fio, o
espetáculo será o mesmo. O ator não pode se dar ao luxo de um dia não estar bem
e por isso fazer incompetentemente sua parte, seu trabalho. Principalmente se
está comercializando ingresso, cobrando entradas. Luis Fernando Lara não conseguiu grandes proezas em cena, fez sim sua parte, mas poderia ter marcado mais, a figura que compunha era coerente e preenchia as necessidades da personagem, mas ultrapassando a questão física, poderia estar mais dentro do papel. Ora seu Gouvarinho é um ótimo personagem, cômico, marcante. Nando Lara já fez parte do espetáculo no passado e deveria ter trazido mais saudosismo, mais nostalgia para a cena. O longo texto sobre "Bilú" passou mal compreendido e aseu soneto foi um tour de force.(**) Renato Casagrande é um grande ator, em continua ascensão, vem compreendendo melhor o oficio, se dedicando e logo estará preparado para qualquer papel. O anjo Malaquias tem força, presença, mas há algo de equivocado por parte da direção, em sua primeira aparição em cena. (**)
Uma das últimas cenas do espetáculo cabe a Dulce Jorge, uma atriz sutil que sempre alcança o esperado em suas atuações, Dona Glorinha é graciosa e toca sublime o expectador. (**) Essa compreensão vem de sua maturidade cênica, de quem dedica mais de vinte anos ao fazer teatral. Na parte técnica Gabriela Oliveira (**) e Ricardo Fenner (**) não alcançaram grandes picos com luz e som, provavelmente por que também acumulem as funções de Camareira e Empresário. O grupo Máschara tem essa lacuna, um iluminador que assuma a responsabilidade inteira da iluminação, que crie, atue com a luz, cause climas. A sonoplastia agradável com Albinone, Massanet e outros, deveria ser mais sutil, delicada. Entrar com alma, a alma com a qual Alessandra Souza fazia em outrora, a sonoplastia.
Esconderijos do Tempo foi, é e sempre será um grande espetáculo, e jamais deve ser abandonado, é o legado que um grande grupo deixa em prol da poesia.
A Rainha
sexta-feira, 19 de abril de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
IIª Matinê do Máschara
619 - 86 O Castelo Encantado
“Existem duas tragédias, uma é não conseguir, a outra
conseguir”. Oscar Wilde
O teatro é sem dúvida a arte do inesperado, não é matemático
como a dança ou como a própria música. Claro que ambas tem alma, mas o teatro é
inesperado, tanto para o público quanto para o próprio ator.
Cruz Alta continua sem salas para espetáculos, por isso ontem fui ao clube
internacional assistir a 2ª Matinê do Máschara. Tudo ajeitadinho , como é
típico da Cia., coxias, fundo escuro, cenário bem acabado, embora aqueles pés
dos pedestais aparecendo me incomodem profundamente. Colchonetes no chão para as crianças
(gentileza do SESC) e público de 67 pessoas. Bom público para o teatro, bom
público para o teatro em Cruz Alta, bom público para a matinê.
A plateia era plana, o que prejudicava um pouco a
assistência, mas felizmente não havia muitas cenas em plano baixo. O texto da vez era O castelo
Encantado, uma pequena homenagem a obra infantil de Erico Verissimo, escritor
imortalizado por sua obra adulta e menos conhecido pelo seu passeio pelo
universo dos pequenos.
O segundo elenco era
disposto em: Porquinho amarelo, apresentadora do circo e Rafael. Três jovens
atores que não reconheci de outros espetáculo, mas que precisam de mais ensaio
e segurança.
O espetáculo foi curto, rápido demais, as vezes gritado e
por muitas vezes confundi-me na trama. Senti falta de um personagem que me conduzisse. Calma Rosa Maria, calma,
pausa, silêncio, triangulação e tempo.
O cenário funciona bem, os retalhinhos saem dos figurinos e
penduram-se nas cortinas. Os figurinos são um primor e as mascaras compõe bem,
embora alguns atores não saibam carrega-las. Não basta por uma mascara no
rosto, é preciso extrair vida delas...
O Castelo Encantado é sem duvida um rascunho de Lili Inventa
o Mundo e há duas sugestões : Arrumem-no, consagrem-no ou então enterrem-no
logo. Dessa apresentação ficou comigo além do belíssimo visual, a falta de
ritmo, a discrepância nas atuações e a patada da morte.
“Não da para ser o melhor sempre...”
Dá sim, basta desejar e os olhos fechar!
A rainha
Renato Casagrande **
Alessandra Souza *
Cléber Lorenzoni**
Roberta Corrêa *
Fernanda Peres *
Evaldo Goullart **
Luis Fernando Lara ***
Gabriela Oliveira *
Dulce Jorge **
quinta-feira, 11 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
segunda-feira, 8 de abril de 2013
sábado, 6 de abril de 2013
Texto da peça "O Cavalinho Azul" de Maria Clara Machado
“O CAVALINHO AZUL” foi levado, pela primeira vez,
pelo TABLADO, no Rio de Janeiro, em maio de 1960, com cenário de Anna Letycia;
música de Reginaldo de Carvalho; figurinos de Kalma Murtinho; bichos de Marie
Louise e Dirceu Nery; luz de Fernando Pamplona; assistente de direção, Heloisa
Guimarães; piano, Martha Rosman; baixo, Livolsi Bartolomeo; flauta, Carlos
Guimarães; maquiagem de Fredy Amaral; execução de cenário, Wagner dos Santos;
eletricistas, Anthero de Oliveira e Diaci de Alencar; direção de Maria Clara
Machado. Personagens: Cesar Tozzi, Caire Isabella, José de Freitas, Anna Maria
Magnus, Carlos Augusto Nem, Delson de Almeida, Anthero de Oliveira, Yan
Michaslki, Luiz de Affonseca, Ivan Junqueira, Celina Whately, Diaci de Alencar,
Núvio Pereira, Geisa Virgílio, Lejzor Bronz, Afonso Veiga, Reynaldo Pereira,
Virginia Valli e Paulo Mathias da Costa.
O CAVALINHO AZUL
1 ato e 9 cenas
Música de Reginaldo de Carvalho
PERSONAGENS
sexta-feira, 5 de abril de 2013
A Agenda
Próximos espetáculos
638/639-Feriadão (tomos 102/103) Vila Nova do Sul com Cléber Lorenzoni e Fernanda Peres - 19/11/2013
637-62ºCena às 7 A Maldição do Vale Negro- Annes Dias- (tomo 19) com Cléber Lorenzoni, Ricardo Fenner e Renato Casagrande - 8/11/2013
636- Performance com Personagens de Os Saltimbancos (tomo 19) com Alessandra Souza e Ricardo Fenner -Festival do Guaraná- 12/10/2013
635- O Incidente em Vacaria/RS (tomo 76) com Gelton Quadros e Cristiano Albuquerque -05/10/2013
633/634 - Feriadão (tomos 100 e 101) Vacaria -05/10/2013 comCléber Lorenzoni e Fernanda Peres
632- Performance de danças dos anos 60 no clube Arranca com os Atores Alessandra Souza e Fernanda Peres em 28 de Setembro de 2013
631- Ed Mort -(tomo 13) UNICRUZ 08/08/2013
629/630- A Serpente - 61º Cena às 7 (tomo 02/03) 13 e 14/07/2013
628-A Serpente - 60º Cena às 7 (estréia) 23/06/2013
627- Lili Inventa o Mundo - 4º Matinê do Máschara 08/06/2013 (tomo 96)
626 - Ed Mort - 07/06/2013 (tomo 12)
625 - Esconderijos do Tempo - 07/06/2013 (tomo 70)
624 - ´Lili Inventa o Mundo - 07/06/2013 (tomo 95 )
623 - Ed Mort - 59º Cena às 7 26/05/2013 (tomo 11)
622 - Os Saltimbancos -11/05/2013 (tomo 18) 3ª Matinê do Máschara
621 - O Incidente - 01/05/2013 (tomo 75) RBS - Tupanciretã
620 - Esconderijos do Tempo-21/04/2013 (tomo 69) 58º Cena às 7-C.E.E.V
619 - O Castelo Encantado-14/04/2013 (tomo 86) 2º Matinê do Máschara
618 - A Maldição do Vale Negro -02/04/2013 (tomo 19) 7ª Feira de livros de Capão da Canoa
617 - Feriadão - 09/03/2013 (tomo 99) 1ª Matinê do Máschara
615/616 - LILI Inventa o Mundo 16-17/02/2013 (tomo 93/94) 57º Cena às 7
quinta-feira, 4 de abril de 2013
A Maldição do Vale Negro (618)
Estou sentada
assistindo um dos últimos capítulos de uma das tantas reapresentações da novela
A Usurpadora escrita por Inés Rodena e Carlos Romero e não posso deixar de ver
nela tantos códigos universais do
melodrama, que me fazem lembrar profundamente a apresentação do espetáculo A
Maldição do Vale Negro por ocasião da 7ª Feira de Livros Infantis de Capão da
Canoa. O âmago do folhetim mexicano, as reviravoltas, os climas chocantes, as
surpreendentes reações dos vilões e mocinhos, tudo retratado no texto
inteligentíssimo e engraçadíssimo de Caio Fernando Abreu e Luís Arthur Nunes.
O espetáculo do Máschara é
antes de tudo um divertido exercício, três atores interpretam as sete
personagens. O espetáculo é ágil, vivo, envolvente, moderno e sem aquelas
"barrigas" que costumam deixar espetáculos adaptados arrastados.
Cléber lorenzoni passeia pelo palco levemente e nos faz recordar de todas as
mocinhas, de romances de cavalaria à novelas das oito. Sua interpretação é
firme e inesquecível. A ponto de ao
final do espetáculo pessoas da platéia não saberem se era um ator ou uma atriz
interpretando. Embora o espaço não tivesse acústica alguma, o domínio de voz do
ator tocava todos os ouvidos atentos. No entanto a personagem Úrsula me parecia
sem força, um tanto atrapalhada. Ainda que com a preocupação do ator em sem
coerente e seu talento incrível, faltava o acabamento que lhe é típico.
Ricardo Fenner, não é
um ator cômico, mas é um ator formal e talvez por isso precise de muita
precisão em suas cenas, algumas adaptações e improvisos, podem colocar em risco
suas cenas. O ator parecia inseguro em algumas cenas, não foi seu melhor dia
como Conde, no entanto a cigana Jezebel entrou arrasando como sempre. A
revelação da noite foi o ator Renato Casagrande que teve sua estréia no
espetáculo interpretando três das sete personagens. Poderia ficar comparando
com o ator que está sendo substituído, o que é natural, no entanto prefiro
analisar o que vi. Vi um ator bastante jovem, esforçado, que preenche muito bem
as necessidades do espetáculo e que
parece ter dado finalmente vida ao Marquês Rafael D'Allençon. A falta de uma
iluminação apropriada e de um equipamento de som adequado prejudicou e muito o
espetáculo, mesmo que se diga que o espetáculo é maravilhoso, ou que os atores
são profissionais, é preciso ver um espetáculo como um todo, recordando que
luz, som, figurinos, cenários, ou mesmo a ausência deles, forma a complexa
concepção de um espetáculo, e que quando um desses não pode cumprir sua função
o todo sai perdendo, a platéia perde, o elenco perde, a ideia não é expressada. Boa parte das narrações que o público precisava ouvir, não puderam ser ouvidas na íntegra, o que não foi culpa da operadora, afinal o material do som precisa estar a disposição da equipe com no mínimo uma hora de antecedência, o que não aconteceu.
A
contra-regragem não foi exercida com
louvor, já que perucas tortas e figurinos abertos adentraram o palco, não sei quem faz as trocas, mas seja quem for deveria ter ensaiado mais. A
Maldição do Vale Negro, é um espetáculo grandioso, que precisa de toda uma
maquinaria correta para que o espetáculo aconteça em sua grandeza. Isso sem
falar que necessita sempre ser ensaiado, ou sua formalidade pode ir se
perdendo. À Evaldo Goulart indico mais humildade e observação para aprender, mas aprender o "bom", e a Luís Fernando Lara que a cada dia melhora como Cenógrafo, aconselho a sempre assistir os espetáculos e participar sempre de mais ensaios. Quanto a escolha do banco não sei de quem foi, mas a guarda certamente prejudicou muitas marcas.
Ainda assim
A Maldição do Vale Negro cumpre sua função, trabalho corporal, muita coluna,
desenho sonoro nas vozes dos atores, narrativa ágil, e muito a ser descoberto.
A Rainha
Cléber
Lorenzoni (***)
Ricardo
Fenner (**)
Renato
Casagrande (***)
Alessandra
Souza (*)
Gabriela
Oliveira (*)
Roberta
Corrêa (**)
Luis Fernando
Lara (**)
Evaldo
Goullart (*)
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