Crítica da rainha - Lili em Bento Gonçalves


Eu não lembro...




Será que o ator esquece como atuar? Será que perde sua capacidade, ou enferruja, ou ainda, será que é como andar de bicicleta?
Os atores do Máschara trabalham com teatro de repertório. São quatro ou cinco espetáculos sendo trabalhados ao mesmo tempo, isso requer versatilidade, capacidade... e se eles se propuseram a executar esse intento, devem fazê-lo com maestria, ou não façam!


 Diverti-me muitíssimo assistindo Lili Inventa o Mundo, e claro que depois de assistir por tantas vezes, existem cenas que me "torram a paciência" profundamente. Outras eu já decorei e poderia executá-las, ôta profissão essa em que basta ter sensibilidade ao ver alguém fazendo e você já pode sair repetindo... Mas hoje quando vislumbrava as cenas percebi que alguns atores esqueceram ou relaxaram ou abriram mão de boas tiradas... Alessandra Souza não se fez prezente na apresentação, não a Alessandra atriz que conheci em Progresso em 2010. Será que a atriz esqueceu a formula? Será que ator bom precisa de motivação? Ou ele mesmo cria a motivação? O teatro é a arte do encantamento, nos encante Alessandra Souza. Use dicção, cante, espalhe-se pelo palco... Não era a rainha das rainhas, era a perdida das perdidas. Com todo o respeito, que a pessoa de Alessandra Souza merece, a atriz Alessandra Souza faltou.! Gabriel Wink exerceu sua função, coluna bem trabalhada, mas a percussão poderia ser mais explorada.


O jogo ficou a cargo das já BALZAQUIANAS do teatro, Angélica Ertel e Cléber Lorenzoni lutaram em cena. Faltou jogo, confesso, mas de um para com o outro. Angélica Ertel é sim uma atriz instintiva, mas as vezes erra feio. Cléber Lorenzoni me disse mil coisas com os olhos, seu "poeta" é diversão certa. Ponto! Por que com cinco, será que essa diminuição de elenco vem realmente a calhar. Renato Casagrande deveria ser a terceira peça da engrenagem em Lili Inventa o mundo, mas acaba sendo a ultima. As pessoas confundem energia com correria, presença com exibicionismo e volume com gritaria. Há microfones. Lili já se transformou em espetáculo de rua, e infelizmente alguns intérpretes atuam como se estivessem em seus quartos. Não da para encarar sempre a primeira apresentação da turnê como um aquecimento, uma preparação para a próxima. Lili Inventa o Mundo é um dos cinco melhores espetáculos infantis que já assisti, mas tem sido executado de forma desleixada. Não vou mais elogiar Cléber Lorenzoni, isso me cansa. Faz bem sua parte e ponto!
O teatro pode ser a arte da repetição, mas as crianças de Bento Gonçalves estavam em suas mãos, entregues, dispostas. Vocês abraçam o público com carinho e ele se deixa levar. Então hajam como se fosse uma peça nova. Como se fosse um espetáculo novo. Não estrague seu próprio texto mocinha de rosa. Não subestime as crianças na hora da transformação palhaço menino. E quanto aos outros continuem levando seu talento por todos os lados, pois estão no caminho certo, e que a poesia viva sempre, sempre em seus corações e ponto final...








                                                 A Rainha

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