segunda-feira, 21 de abril de 2025

Desfile de Páscoa 2025


 

Desfile de Páscoa, Grupo Máschara


 

1234 - A Paixão de Cristo (tomo 2)

 " ...E entre eles estava Jesus". 

E que bom que era assim, pois ao estar dentre eles, provocou-os a mudar. Estando entre eles com suas ideias poéticas, filosóficas e humanas, ele os fez criar um novo olhar para a humanidade. 

Entre eles estava o "mestre", e eles assim o chamavam por que sabiam que ele tinha noção do todo, da existência, da morte e da vida. Era por ele que teriam vida eterna...


                          O projeto Paixão de Cristo do Grupo Teatral Máschara, chegou à sétima edição, e a cada ano eles conseguem nos surpreender dados os objetivos e os desafios que se propõe. Essa Paixão propôs a união de estilos e linguagens, já que reuniu artistas de vários lugares, com múltiplos olhares. Foi sem dúvida um marco na historia do projeto. Ainda que um espetáculo de cunho religioso a ser apresentado na "ágora" das comunidades, dá para ver a tentativa de construir um teatro de comunicação com o universal, que teria um sentido físico de atingir os nervos e a sensibilidade, como numa nova tragédia, mas agora sobre as vestes metafísicas do humor e da poesia, em seus significados essencialmente teatrais. Até por isso o texto se permite liberdades expressivas em determinados novos contextos. A defesa das mulheres, os animais e a valorização da figura de José, são alguns exemplos do poder de um texto nas mãos de um grupo que sabe o que está fazendo. A tragédia mostrada no palco, não é uma surpresa, mas é preciso percebê-la como forma de arte, que continua a ser um meio eficaz de explorar a violência e o sofrimento humano. O teatro contemporâneo utiliza a tragédia para abordar questões sociais, políticas e existenciais, oferecendo diferentes perspectivas sobre a condição humana. O anacronismo do espetáculo permitiu que se falasse do atual sem precisar mencionar o atual.

                          Quando assisti o espetáculo na noite/tarde de sexta-feira, me propus um retorno aos anos anteriores. Era visível uma entrega diferente, havia uma áurea muito significativa, uma conexão, um jogo de cena fantástico. A entrada do interprete de Jesus pela rua com a pequena Aurora Serquevitio nos braços, deu o tom do espetáculo, pois reflete a capacidade de sempre inovar que a direção propõe, e embora o prólogo um pouco longo tenha nos dado as bases do texto, algumas dúvidas demoraram um pouco para ser sanadas. Ousado em um espetáculo de rua, onde parece difícil atrair a atenção das pessoas, propor um salto temporal. Para o público alguns personagens mais confundiram do que ajudaram, na colcha de retalhos de nomes e parentescos com o personagem principal. 

                              Algumas ideias da dramaturgia são salpicadas, para que a plateia crie a interação entre elas: Um Lázaro que vem visitar Jesus com sua família, um Zebedeu que era pai de dois apóstolos que eram primos de Jesus, Um Anaz que traz talvez a própria esposa para ser apedrejada; Pedro, Judas e Jesus foram amigos na infância? Lorenzoni nos induz a nos perguntarmos coisas o tempo todo, questionarmos aquilo que pensamos saber, e encontrarmos camadas e mais camadas. Realmente são as perguntas que devem mover a existência.

                                A poética,  a linguagem, o corpo, o ritmo, e as figuras, fluíram, embora seja necessário tomar mais cuidado com os extremos dos palcos, para que quem está sentado nos dois cantos da rua, não perca cenas importantes. 

                               O elenco tão diverso, formado por atores, artistas e voluntários iniciantes, captou uma essência muito intensa, formas femininas como Carol Guma, Antonia Serquevitio, MArgarteh Medeiros, Julia das Almas, Ana Clara Kraemer marcaram presença e se destacaram em cenas repletas de intensidade e emoção. Dulce Jorge e Clara Devi interpretaram Maria em momentos distintos na trama. A primeira fecha um ciclo de cinco versões, apelando muito mais para os instintos nessa última. Clara Devi foi altiva, plena, grande em cena... Senti falta porém, da força contrária, o medo da mãe que conhece os mistérios futuros que envolverão a trajetória do menino. Para criar as alegorias, a direção colocou sete pranteadoras: Luisa Ourique, Luisa Kremer, Giovana, Melina Bitencourt, Roberta Teixeira, Ana Costa e Raquel Arigony. Que também junto à outras tiveram a função de coro de Verônica, que surgiu em meio a uma trilha sertaneja junto a um visual que buscou a meu ver, inspiração no cangaço. Parabéns a equipe de figurinos que a cada ano, nos surpreende que um novo olhar sobre os costumes. Ainda no elenco feminino uma interessante promessa, Ana Costa brilhando como a rainha Herodiades, com presença significativa, embora acredito que sua participação pudesse ser maior.

                               No elenco masculino, grandes revelações somaram-se a velhos conhecidos. Kléber Lorenzoni volta a interpretar Jesus Cristo, com uma maturidade de personagem construído no decorrer de tantos anos. Talvez a cena da ressureição tenha sido prejudicada, e prejudicado o ator, em um momento que precisava de mais força naquele momento. Renato Casagrande, nos dá grandes coadjuvantes e embora seu Herodes conte uma nova nuance dessa existência louca de teatrarca da Judéia, é sem dúvidas, como Zebedeu que nos seduz. Romeu Waier, Pedro Loso, Jesmar Peixoto e Ricardo Fenner estão bem em cena. Talvez pudesse haver mais densidade, pausa e detalhe em algumas construções, mas o conjunto é funcional e trabalha em equilíbrio com novas aquisições. Douglas Maldaner tem força, mas a triangulação com Virgílio Lemes deixou os dois muito equiparados. Talvez se pudesse realçar mais a hierarquia das duas figuras. Aliás, um equivoco o visual de Maldaner com mitra preta, quando me aprece que a linguagem do ano, seria todos as representantes do poder trajarem branco.

                                     Virgílio Lemes é uma grande aquisição, com força e vontade de trabalhar, tem presença e triangula muito bem com os colegas. O interprete de Judas, Anderson Bottega, foi sutil em sua criação, o que trouxe força a personagem. Renan ganhou da direção o desafio de arrematar o epílogo do espetáculo. Ou seja, no prólogo, um José triste e desmotivado diz-nos que não enxerga o menino Jesus como sendo seu, nós então o vemos receber conselhos do profeta Zacarias, para depois de uma hora e meia de peça, encerrar essa historia, nos dizendo que ainda em tempo, Jesus era sim seu filho amado. Rafael Muller, Gustavo dos Santos, Rosber Brandão, Gustavo Ferreira e Didy Flores, se esforçaram muito e deram bons resultados. 

                                           No núcleo das crianças, Aurora, Isabela, Valentina, Felipe, Kevin e Ravi, cenas delicadas e um grande crescimento no menino que interpretava o pequeno Jesus. 

                                           Nos últimos minutos a atriz Raquel Arigony chegou trazendo suas familiares artistas/voluntários, Henrique Arigony, um querido ex membro do Máschara e Marcel Prates. Ambos agregaram força e energia às cenas. 

                                     O espetáculo de mais de noventa minutos de duração, emocionou, cumpriu, tocou. A trilha sonora embora bonita, teve momentos de trocas ríspidas, o que afasta um pouco nosso ouvido. Havia um desenho de luz, funcional. E de onde eu estava, conseguia perceber na plateia, um carinho que era emanado em direção aos artistas, possivelmente por gratidão a um trabalho que é reflexo de uma relação muito bonita entre o Máschara em os cruz-altenses. 

                                      Poderia falar muito mais, mas nossas mentes têm um máximo de informações que devem receber, para uma aprofundada e providencial reflexão. Não era apenas teatro, eram várias propostas e emoções, desejos e objetivos misturados. Espero que no que tange ao teatro, cumpra sua função entre os atores. 

                                         Arte é Vida


Paixão de Cristo - Entre eles estava Jesus

Direção e Roteiro - Kléber Lorenzoni

Assistência - Renato Casagrande

Figurinos - Renato Casagrande e equipe

Iluminação - Fabio Novello

Sonoplastia - Kleber Lorenzoni, Antonia Serquevito e Estudio B

Produção- kléber Lorenzoni, Carol GUma, Renato Casagrande e Antonia Serquevitio


Elenco:  

Anciãos

Kleber Lorenzoni, Dulce Jorge, Renato Casagrande, Ricardo Fenner

Grupo Máschara                             

Carol Guma (***)

Clara Devi (**)

Antonia Serquevitio (***)

Douglas Maldaner (**)

Romeu Waier (**)

Kleberson Ben (***)

Ana Clara Kraemer (***)

Raquel Arigony (**)


Convidados 


Ana Carolina da Rocha  Costa 

Ana Luísa Kraemer Figueiredo

Anderson Luís Ferraz Bottega

Alessandro Padilha

Aurora Serquevitio Maldaner

Felipe Chaves Brandão

Giovana 

Gustavo Ferreira

Gustavo dos Santos Ferreira

Henrique Arigony

Isabela Lemes

Jesmar Pedro Peixoto

Júlia das Almas Moraes

Kevyn Padilha

Luiza Ourique Salgado

Marcel Prates

Marli Christ Guma

Margareth de Fátima Medeiros Araújo

Melina Bittencourt 

Pedro Henrique Moraes

Priscila Lemes 

Rafael Soares Muller

Raví Dantas Quaresma

Renan Queiros de Oliveira

Roberta da Silva Teixeira

Rosber Culau Brandão

Valdir Tolfo Flores

Valentina Chiesa Lemes

Vergílio Lemes Júnior

                                  

Antonia Serquevitio como Salomé- Paixão 2025


 

Os ultimos instantes


 

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Paixão de Cristo - 2025 Horizontina


 

1232. Paixão de Cristo 2025- tomo 1

                   O teatro e a religião sempre andaram conectados, interligados em suas historias. Seus dogmas, símbolos, signos e regras se perpetuaram através dos séculos, através do sagrado e do profano. O paradoxal, é que ainda que ambas perambulem pelos espetáculos cênicos, em altares e palcos, ainda que ambas queiram tocar a audiência, ainda que ambas vistam-se de trajes próprios para a ocasião, ainda que se faça orações, que se use amuletos e "galharufas", ainda que ambas recorram aos Deuses, a religião ousou ceifar no período medieval todas as ações teatrais, sob a desculpa de que o "maligno" perpassaria pelo palco, com a mentira, a luxuria e a dissimulação como aliadas. No entanto, foi o cristianismo que fez mal ao ser humano durante muitos séculos, tentando impor à força sua verdade, ainda que equivocada. O cristianismo fechou os teatros, proibiu as encenações, destruiu textos e finalmente, desceu sob o mundo ocidental, uma nuvem de ignorância, silêncio e medo. Aqueles grandes teatros gregos e romanos, de repente perderam seu lugar de arte maior, foram escanteados e o mundo perdeu, regrediu.  

             O retorno do teatro aconteceu, veja só, através da própria igreja, na Idade Média, entre o século X e o início do século XV, chegando a influenciar o teatro no século XVI. A princípio foram encenados dramas litúrgicos, em latim, escritos e representados por membros do clero. Os fiéis participavam como figurantes e, mais tarde, como atores. Esta integração mesclou o latim à língua falada nas regiões. As peças, sobre o ciclo da Páscoa ou da Paixão, eram longas e podiam durar vários dias. A partir dos dramas religiosos, formaram-se grupos semi-profissionais e leigos, que se apresentavam nas ruas. Os temas, ainda religiosos, incluíram situações tiradas do cotidiano.
                          No princípio, o interior das igrejas era usado inicialmente como teatro. Quando as peças se tornaram mais elaboradas e exigiram mais espaço, passaram a ser apresentadas em frente às igrejas, em cima de carroças. Logo os pequenos grupos que se formaram passaram a viajar com suas trupes mambembes. O teatro voltava a florescer e povoava cada canto do ocidente com historias que surgiam ferrenhamente. 

                               A Paixão foi um sub gênero que logo tornou-se habitual, tamanho era seu apelo emocional. Várias foram as paixões contadas durante o período medieval: paixão de São João Batista, paixão de Santo Estevão, Paixão de Santa Agnes, Paixão de São Sebastião, etc... Irônico que o teatro, que tanto foi criticado pela igreja, passou a ser a forma de falar em Deus, que mais aproximou romeiros e congregados da religião cristã.
                                Em 2017, Cléber Lorenzoni decide dirigir e produzir uma peça desse subgênero e o que se seguiu foi um projeto que todos os anos nos brinda com novas historias e novas interpretações formidáveis. 2025 começou com várias ações do Máschara, mas foi lá em Alegrete que tudo realmente começou. Foi lá e agora em Horizontina que vi meus atores preferidos em cena. Não pude estar presente, o que vi foram vídeos e por isso aguardo ansiosa a tradicional apresentação de Cruz Alta. No entanto preciso elogiar algumas caracterizações, algumas cenas, alguns momentos marcantes dos dois meses de preparação dos artistas que se uniram em torno do espetáculo Entre eles estava Jesus. 
                                      Kleber Lorenzoni ao que parece, buscou inspiração dramatúrgica na campanha da fraternidade. Trouxe atores de fora de Cruz Alta, talvez no ímpeto de tornar o espetáculo regional. Destaques para o figurino lindíssimo, a cena das mulheres interpretando Ave Maria sertaneja e ainda para uma ousada troca de elenco que colocou Junior Lemes, Antonia Serquevitio, Renato Casagrande e Renan Queiróz, além de repetir respectivamente Dulce Jorge e Carol Guma como Maria e Madalena. Outros grande destaques são: Ravi Quaresma e MArgareth Medeiro. Nada de novo, ao que parece, na trilha, nada de novo nos cenários, mas sem dúvida um clima muito mais emotivo que nas interpretações anteriores. 
                                       2025 entrará para a historia do Máschara como a Paixão da união. Que venham muitas outras...


Arte é Vida


                               A Rainha
                                    

A Paixão de Cristo 
Entre eles estava Jesus

Texto e Direção Kléber Lorenzoni

Elenco Kleber Lorenzoni
            Dulce Jorge
            Carol Guma
            Renato Casagrande
            Renam Queiroz
            Romeu Waier
            Junior Lemes
            Ricardo Fenner 
            Antonia Serquevitio
            Ravi Dantas
            Jesmar Peixoto
            Anderson Bottega
            Rosber Brandão
            Pedro Presoto
            Ana Clara Kraemer
           Marli GUma
            Margareth Medeiro
            GUstavo Ferreira
            Rafael Soares
            Kleberson Ben
            Gustavo Ferreira dos Santos
            Clara Devi
            Felipe Brandão
            Julia Das Almas
            Valentina Lemes
            Luisa Ourique
            Roberta Teixeira
            Ana Luísa Kraemer
            Ana Costa
            Douglas MAldaner
            Giovana Lopes
            Kevin Djon
            Didy Flores
            
            
  
              

Encenação da última ceia, no CCI


 

terça-feira, 15 de abril de 2025

A Paixão de Cristo 2025.


 

O Palco do espetáculo A Paixão de Cristo - Alegrete.


 

O anfiteatro de Alegrete, recebendo elenco de A Paixão de Cristo


 

equipe toca do coelho recebendo prefeita Doutora Paula


 

toca do coelho 2025- cruz alta


 

toca do coelho 2025


 

figurino paixão 2025


 

Crucificação - o ponto alto da encenação em Alegrete


 

Renato Casagrande - como Jesus ao lado da interprete de MAria -


 

quarta-feira, 2 de abril de 2025

1224-Dona Flica e seus dois maridos (tomo 08)

               Sempre que vou ver um espetáculo onde o elenco fará uso do microfone, fico preocupada, pelos intérpretes e pelo público. Teatro precisa ser ouvido, sem intromissão de nada que coloque em risco a semiótica, a capacidade da plateia em absorver a ideia!
                  Dulce Jorge, Cléber Lorenzoni, Fabio Novello e Renato Casagrande, brilham em um espetáculo que tem muito da velhice, envolvida. Um espetáculo que divertiria qualquer idade, e que tem um simplicidade laureável, uma simplicidade que se utiliza da ingenuidade, da delicadeza e dos sentimentos das pessoas para tocar o público. Risos, dores, medos, energias.. Tudo está em cena a serviço do público. Por outro lado é importante pensar em uma única premissa: não era um momento de teatro, não era um acontecimento de artes cênicas, não era "mise en scene". Quando as pessoas saem de casa para participar de um evento e no meio do mesmo, haverá um teatro, a função deste se transforma. Passa a ser performance, pois as convergências necessárias para o "evento teatral' SOFREM DEMASIADAS INTERFERENCIAS.  
                   O teatro é um acontecimento que para alcançar seus objetivos precisa dos regramentos necessários ordenados com coerência e técnica, ou seja em um evento há tantas camadas, tantos objetivos que o objetivo teatral ficará em segundo plano. O teatro estará em função, não do teatro, mas do objetivo do evento. Nesse dia por exemplo o evento se tratava de empoderamento feminino, orgulho de ser mulher, etc., então os objetivos todos que estão no espetáculo em segundo plano, perdem força, realçando-se somente a figura feminina. 
                           Dulce Jorge mudou a música inicial de Beatriz, o que foi positivo para o espetáculo, porém, ainda dá para ser mais intensa nesse momento tão importante para a narrativa. Lorenzoni esteve muito bem, porém as vezes parecia tenso com algo, talvez com a dificuldade em chegar na plateia devido ao espaço muito grande, a claridade advinda da área externa, ou o microfone com ruídos.
                             Fabio Novello e Renato Casagrande repetiram a dobradinha que sempre dá certo, mas talvez certas gags tenham ficado aquéns, devido a falta de ensaios.
                                   Foi bastante interessante ver na plateia, Raquel Arigony, a primeira interprete de Beatriz. Essas conjunções são emocionantes! Sabendo também da partida do ator Fábio Novello que está indo para outras paragens, o espetáculo se tornou ainda mais emocionante. Teatro é arte efêmera em todos os sentidos, tudo é passageiro, inclusive os atores e atrizes. Acredito que não tenha sido a ultima inserção do espetáculo, mas certamente nunca mais será o mesmo. 
                                   Kléber Lorenzoni brilhou em cena como sempre, mas me soou nervoso, tenso, preocupado. Talvez porque visse seu sonho de  um espetáculo completo e redondo, ir se dissipando, escorrendo entre suas mãos. O teatro, as vezes é apenas a sala de espera da pizza, o meio e não o fim. É preciso tomar cuidado para que o espetáculo não caia em meio ao vão, no ato de se prostituir para existir...

Dona FLica e seus dois maridos
Elenco: Kléber Lorenzoni, Dulce Jorge, Fabio Novello e Renato Casagrande
               Clara Devi (**)
               Ana Clara Kraemer (***)
               Antonia Serquevitio (***)
               Gabriel Kleberson (**)