terça-feira, 26 de janeiro de 2021
domingo, 24 de janeiro de 2021
terça-feira, 19 de janeiro de 2021
domingo, 17 de janeiro de 2021
Melhores do Ano - 2020
FICHA TÉCNICA:
APRESENTADORES:
Cléber Lorenzoni e Renato Casagrande
DIREÇÃO:
Cléber Lorenzoni
EDIÇÃO DE IMAGEM:
Renato Casagrande
TRANSMISSÃO:
Gabriel Villena - Sublime Arte Comunicação Visual
PARTICIPAÇÕES (Anciãos do Máschara):
Dulce Jorge
Ricardo Fenner
Fábio Novello
Angélica Ertel
Alessandra Souza
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL (Embaixatriz Melhores do ano 2020):
Anita Coelho
________________________________________
PREMIADOS:
•TROFÉU MASCHARITO - Angélica Ertel e Palacinho do Máschara
•TROFÉU HOMENAGEM - Fábio Novello
•ATRIZ - Clara Devi (Olga - A Lenda do Menino do Pastoreio)
•ATOR - Nicolas Miranda (Nerêncio - A Lenda do Menino do Pastoreio)
•ATRIZ MULTIMÍDIA - Martha Medeiro (Chapeuzinho Verde - Contos do Vovô Erico)
•ATOR MULTIMÍDIA - Cléber Lorenzoni (Soldado - Destroços de Candura)
•ATRIZ REVELAÇÃO - Antônia Serquevitio (Cecília - Curta: A Lenda da Lagoa do Cemitério)
•ATOR REVELAÇÃO - Lorenzo Pires (Sam - Destroços de Candura)
•ARTISTA PERFORMER - Clara Devi (Animações na GZT)
•PERSONAGEM DO ANO - Laura Heger (Anne Shirley)
•MELHOR DUPLA IN LIVE - Cléber Lorenzoni e Nicolas Miranda (Ricardo III)
•MELHOR MAQUIAGEM - Renato Casagrande (Frankestein)
•MELHOR FIGURINO - Ricardo Fenner (Sing Lo)
•MELHOR VÍDEO EDITADO - Romeu Waier (Medeia)
•TROFÉU AMIGO DO MÁSCHARA - Mari Faccin e Laiza Medeiro Souza
•MENÇÕES HONROSAS: Dulce Jorge (por Janelas Iluminadas) e Laura Heger (por Árvore Comunitária)
Os Anciãos do Máschara reunidos por ocasião do Melhores do Ano
domingo, 10 de janeiro de 2021
quinta-feira, 7 de janeiro de 2021
O Menino do Pastoreio - (tomo II)
Onde nasce um ator?
Ora, alguém poderia dizer que nasce no dia do parto, e que dali parte dentro de si o talento e a pre-disponibilidade para um dia se tornar um "grande"do palco. Mas a pergunta que faço se refere a forma mais técnica. O ator é um eterno estudante, da obra, do personagem, do dramaturgo, das técnicas, de suas potencias sobre o palco. Quando porém o ator nasce? Quando se estabelece nele a certeza de que pode se dizer um ator?
Hoje, enquanto assistia A Lenda do Menino do Pastoreio, refleti muitas situações, observei respeitosamente cada um dos atores, cada gesto, cada inflexão vocal. Sobreviventes! Esse é o nome que deve ser dado àqueles que apesar dessa pandemia conseguem ainda lutar pela arte. Aqueles que em meio a depressões, a desmotivações, a abandono da profissão, foram capazes de se manter firmes. Meus parabéns ao Grupo Teatral Máschara que luta, que arde, que pulsa em meio há tantas dificuldades. Que cria e produz, mesmo em meio a uma sociedade que parece fazer força para viver aquém dos artistas...
O "professor ou tio Cléber", que admiro pela coragem e entrega, tem trabalhado nos últimos anos com temáticas mais próximas de nossa realidade, assuntos de debate contemporâneo, embora as dores e tragédias do homem atual sejam muito semelhantes as dos clássicos da dramaturgia.
O Menino do Pastoreio é uma trama muito conhecida, muitos foram os escritores que usaram do argumento ora para criticar, ora para enaltecer uma raça. Nicolas Miranda amadureceu muito, e como é prazeroso acompanhar a caminhada de um jovem intérprete. Primeiro como uma das bruxinhas em Encantamentos (2017) depois como o maroto criado de O Hipocondríaco (2019) e agora como o Nerêncio. O prólogo do espetáculo precisa certamente de mais ensaios, mais precisão, mas ele vale por todo o espetáculo. Fiquei em dúvida se é Nerêncio quem grita exigindo justiça na primeira cena. Nesse caso me parece que o espetáculo tem três Nerêncios. O Corifeu, o menino rico e o escravozinho. Foi então que me lembrei de uma regra crucial para quem se alimenta da obra de Lorenzoni, o prólogo é a resposta de tudo. É ali que se mata a charada. Nerêncio diz à "madrinha de quem não a tem" :-Não sei se compreendi o que a senhora disse... -Pois até então ele ainda é o menino escravo, sem estudo, sem compreensão das complexas da humanidade. No entanto depois de livre ele é levado pela Santa madrinha há um novo local, um limbo, onde se torna o então compreendedor Nerêncio que a catarse do espetáculo espera dele. Não basta ser vitima, é preciso saber onde estão os erros e pedir mudança.
Me parece que agora Nicolas Miranda é um dos prometeus do Máschara, merecido, um jovem que tem muito a acrescentar para a arte e que deve se perguntar sempre... Quando eu nasci?
No elenco de apoio grandes valores como Renato Casagrande em co-ator, seu forte na Companhia. O que demonstra a confiança que a direção lhe emprega. Há atores que nasceram para nos encantar em grandes papeis, há atores que nasceram para se esparramar em divertidos coadjuvantes e há atores que se saem bem em figurantes. 'E preciso sempre ter a medida de nosso talento.
Cléber no vilão e Alessandra como tia Tereza, repetem a formula de Chorume. Como se assistíssemos uma semana de espetáculos de Comedia dell art, em um dia Chorume, em outro, o Menino do pastoreio. Isso se chama fórmula: mesmas forças, mesmos talentos, mesmas capacidades, usadas para contar duas boas historias. Ironicamente em ambos os trabalhos, Lorenzoni interpretando dois papéis.
Clara Devi, a "mocinha" da companhia nos dá o primeiro trabalho visivelmente maduro de sua carreira. Cria-se aqui um novo piso, uma nova base, de onde surgirão grandes papeis. Ainda no elenco Laura Heger, outra das grandes revelações do Máschara, mas que nesse espetáculo parece pouco utilizada.
O Máschara faz "nascer" grandes atores, grandes espetáculos, obrigado por tanta reflexão! Ainda que em tempos mortos...
A Rainha
Arte .................................................... vida
O melhor - A dramaturgia de Cléber Lorenzoni e a fluência de Alessandra Souza como: A Madrinha de quem não a tem.
O pior: A visível falta de ensaios e o material muito ineficaz de som, que pôs em risco a fluência do espetáculo. A pedido, a quase perda de um item valioso do guarda-roupa,
Clara Devi (**)
Nicolas Miranda (***)
Martha Medeiro (**)
Kauane Silva (**)
Laura Heger (**)
domingo, 3 de janeiro de 2021
Teatro infantil em ano de pandemia
Tem chorume no quintal
Nesse ano terrível de 2020, o que mais ouvimos falar, foi da capacidade de tantos artistas em se reinventar. Teatro via internet, aulas online, peças filmadas, e até festivais de teatro sem público presencial. E estou me referindo apenas ao teatro, se mencionarmos outras artes, é longa a caminhada, as descobertas e principalmente as pesquisas. Tudo que foi proposto nesse ano, seria considerado impossível ou tresloucado, caso proposto em anos anteriores.
É também desmotivador, acredito eu, aos artistas, darem-se conta, que sua profissão é considerada realmente dispensável por grande parcela da população. É como se as pessoas, embora apreciem tanto os artistas e suas criações, dissessem: -Não é o mais importante para a gente nesse momento, há outras prioridades...
...E há certamente. Eu mesma pensaria primeiramente na educação de meus netos, na injustiça social, na questão da diversidade e no racismo, no meio-ambiente ou na questão da mulher... Mas eis que o teatro me surpreende, trazendo o tom exato daquilo que precisamos discutir, dos assuntos que devemos debater.
Tem chorume no quintal, fala de determinados assuntos diretos e outros tantos indiretos. Em um primeiro momento, parece muito claro o apego da menina Alice, ao meio ambiente(chácara do avô), sua revolta com o tratamento que a vilã (Rafaela) quer dar aos animais e à natureza. Seu Zeca representa a sabedoria ancestral que vai dando lugar ao novo (Alice), e assim mostrando a necessidade de passar as coisas para as próximas gerações quando chegada a hora.
Tem chorume no quintal fala de honradez, fala também de mulheres, já que Rafaela, Alice e Dona Cremosina são as personagens chave da trama. Em Chorume, Junior, Onofre e Laércio são personagens servis, que estão na trama para obedecer as mulheres. Apenas seu Zeca está acima de todos, como uma figura que detém a sabedoria e a conexão com o meio ao seu redor.
A direção do espetáculo carrega a base da farsa nas entrelinhas das cenas, os cômicos e os vilões são do grupo dos "vecchi. A estrutura é muito clara e desenvolve-se sobre um sistema muito claro proposto por STANISLAVSKI.
Fala-se muito sobre teatro filmado, sobre o quanto perde qualidade, ou que teatro deveria ser apenas no palco... Creio que a arte, o teatro em si, deva ser um espaço de liberdade e diversidade de ideias, sempre se renovando, nunca estagnado. Por outro lado, a rapidez com que o teatro se transforma e com que o Máschara me parece criar, é tão acelerado que alguns artistas se perdem pelo caminho. Por isso é de extrema necessidade, estudar, absorver e evoluir. O teatro filmado tem regras, fórmulas, com as quais alguns artistas se adaptam muito rapidamente, outros nem tanto.
A protagonista de Chorume parecia um pouco perdida em cena, as vezes denotava uma certa lentidão nas cenas. Clara Devi vem amadurecendo a olhos vistos, e logo se tornará uma grande atriz, por outro lado, precisa ser menos ansiosa em cena, respirar com mais calma, além é claro de tomar mais cuidado com a dicção. A interpretação dos anciãos é forte, repleta de coluna e potencialidades vocais. Cléber Lorenzoni interpretou dois papeis e saiu-se bem, embora fique clara a necessidade de mais ensaios para a equipe.
Stalin Ciotti se sai bem como Junior, mas de alguma forma sua transformação me pareceu muito rápida, não dando para compreender o que motiva a mudança na personagem. Vagner Nardes faz uma ótima parelha com Cléber Lorenzoni, jogando muito bem com o ator mais maduro. Não me pareceu um dos melhores mergulhos da Cia., no entanto, Tem Chorume se cumpre como ótima opção de entretenimento.
No que diz respeito a iluminação do espetáculo, foi básica e não teve nenhum tipo de código ou expressividade.
Arte é Vida
Clara Devi-(*)
Stalin Ciotti (**)
Vagner Nardes (**)
Kauane Silva (**)






















