domingo, 24 de janeiro de 2021

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

domingo, 17 de janeiro de 2021

Melhores do Ano - 2020


FICHA TÉCNICA:

APRESENTADORES:

Cléber Lorenzoni e Renato Casagrande

DIREÇÃO:

Cléber Lorenzoni

EDIÇÃO DE IMAGEM:

Renato Casagrande

TRANSMISSÃO:

Gabriel Villena - Sublime Arte Comunicação Visual

PARTICIPAÇÕES (Anciãos do Máschara):

Dulce Jorge

Ricardo Fenner

Fábio Novello

Angélica Ertel

Alessandra Souza

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL (Embaixatriz Melhores do ano 2020):

Anita Coelho


________________________________________


PREMIADOS:

•TROFÉU MASCHARITO - Angélica Ertel e Palacinho do Máschara

•TROFÉU HOMENAGEM - Fábio Novello

•ATRIZ - Clara Devi (Olga - A Lenda do Menino do Pastoreio)

•ATOR - Nicolas Miranda (Nerêncio - A Lenda do Menino do Pastoreio)

•ATRIZ MULTIMÍDIA - Martha Medeiro (Chapeuzinho Verde - Contos do Vovô Erico)

•ATOR MULTIMÍDIA - Cléber Lorenzoni (Soldado - Destroços de Candura)

•ATRIZ REVELAÇÃO - Antônia Serquevitio (Cecília - Curta: A Lenda da Lagoa do Cemitério)

•ATOR REVELAÇÃO - Lorenzo Pires (Sam - Destroços de Candura)

•ARTISTA PERFORMER - Clara Devi (Animações na GZT)

•PERSONAGEM DO ANO - Laura Heger (Anne Shirley)

•MELHOR DUPLA IN LIVE - Cléber Lorenzoni e Nicolas Miranda (Ricardo III)

•MELHOR MAQUIAGEM - Renato Casagrande (Frankestein)

•MELHOR FIGURINO - Ricardo Fenner (Sing Lo)

•MELHOR VÍDEO EDITADO - Romeu Waier (Medeia)

•TROFÉU AMIGO DO MÁSCHARA - Mari Faccin e Laiza Medeiro Souza

•MENÇÕES HONROSAS: Dulce Jorge (por Janelas Iluminadas) e Laura Heger (por Árvore Comunitária)

Personagens de Erico Verissimo no balcão da Intendência


 

Os Anciãos do Máschara reunidos por ocasião do Melhores do Ano

Ao fundo: Fábio Novello, Alessandra Souza, Ricardo Fenner,
 Kléber Lorenzoni, Renato Casagrande 
A frente: Angelica Ertel e Dulce Jorge


 

Bibiana Terra Cambará e Maria Valéria Terra


 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O Menino do Pastoreio - (tomo II)

 Onde nasce um ator?


                                Ora, alguém poderia dizer que nasce no dia do parto, e que dali parte dentro de si o talento e a pre-disponibilidade para um dia se tornar um "grande"do palco. Mas a pergunta que faço se refere a forma mais técnica. O ator é um eterno estudante, da obra, do personagem, do dramaturgo, das técnicas, de suas potencias sobre o palco. Quando porém o ator nasce? Quando se estabelece nele a certeza de que pode se dizer um ator? 

                                   Hoje, enquanto assistia A Lenda do Menino do Pastoreio, refleti muitas situações, observei respeitosamente cada um dos atores, cada gesto, cada inflexão vocal. Sobreviventes! Esse é o nome que deve ser dado  àqueles que apesar dessa pandemia conseguem ainda lutar pela arte. Aqueles que em meio a depressões, a desmotivações, a abandono da profissão, foram capazes de se manter firmes. Meus parabéns ao Grupo Teatral Máschara que luta, que arde, que pulsa em meio há tantas dificuldades. Que cria e produz, mesmo em meio a uma sociedade que parece fazer força para viver aquém dos artistas... 

                                    O "professor ou tio Cléber", que admiro pela coragem e entrega, tem trabalhado nos últimos anos com temáticas mais próximas de nossa realidade, assuntos de debate contemporâneo, embora as dores e tragédias do homem atual sejam muito semelhantes as dos clássicos da dramaturgia. 

                                       O Menino do Pastoreio é uma trama muito conhecida, muitos foram os escritores que usaram do argumento ora para criticar, ora para enaltecer uma raça. Nicolas Miranda amadureceu muito, e como é prazeroso acompanhar a caminhada de um jovem intérprete. Primeiro como uma das bruxinhas em Encantamentos (2017) depois como o maroto criado de O Hipocondríaco  (2019) e agora como o Nerêncio. O prólogo do espetáculo precisa certamente de mais ensaios, mais precisão, mas ele vale por todo o espetáculo. Fiquei em dúvida se é Nerêncio quem grita exigindo justiça na primeira cena. Nesse caso me parece que o espetáculo tem três Nerêncios. O Corifeu, o menino rico e o escravozinho. Foi então que me lembrei de uma regra crucial para quem se alimenta da obra de Lorenzoni, o prólogo é a resposta de tudo. É ali que se mata a charada. Nerêncio diz à "madrinha de quem não a tem" :-Não sei se compreendi o que a senhora disse...   -Pois até então ele ainda é o menino escravo, sem estudo, sem compreensão das complexas da humanidade. No entanto depois de livre ele é levado pela Santa madrinha há um novo local, um limbo, onde se torna o então compreendedor Nerêncio que a catarse do espetáculo espera dele. Não basta ser vitima, é preciso saber onde estão os erros e pedir mudança. 

                             Me parece que agora Nicolas Miranda  é um dos prometeus do Máschara, merecido, um jovem que tem muito a acrescentar para a arte e que deve se perguntar sempre... Quando eu nasci?  

                                  No elenco de apoio grandes valores como Renato Casagrande em co-ator, seu forte na Companhia. O que demonstra a confiança que a direção lhe emprega. Há atores que nasceram para nos encantar em grandes papeis,  atores que nasceram para se esparramar em divertidos coadjuvantes e há atores que se saem bem em figurantes. 'E preciso sempre ter a medida de nosso talento. 

                                           Cléber no vilão e Alessandra como tia Tereza, repetem a formula de Chorume. Como se assistíssemos uma semana de  espetáculos de Comedia dell art, em um dia Chorume, em outro, o Menino do pastoreio. Isso se chama fórmula: mesmas forças, mesmos talentos, mesmas capacidades, usadas para contar duas boas historias. Ironicamente em ambos os trabalhos, Lorenzoni interpretando dois papéis. 

                                            Clara Devi, a "mocinha" da companhia nos dá o primeiro trabalho visivelmente maduro de sua carreira. Cria-se aqui um novo piso, uma nova base, de onde surgirão grandes papeis. Ainda no elenco Laura Heger, outra das grandes revelações do Máschara, mas que nesse espetáculo parece pouco utilizada.

                                    O Máschara faz "nascer" grandes atores,  grandes espetáculos, obrigado por tanta reflexão!   Ainda que em tempos mortos...




A Rainha      


Arte .................................................... vida  



                  O melhor - A dramaturgia de Cléber Lorenzoni e a fluência de Alessandra Souza como: A Madrinha de quem não a tem.

                          O pior: A visível falta de ensaios e o material muito ineficaz de som, que pôs em risco a fluência do espetáculo. A pedido, a quase perda de um item valioso do guarda-roupa,


       Clara Devi (**)

       Nicolas Miranda (***)

       Martha Medeiro (**)

       Kauane Silva (**)

       Laura Heger (**)




O Menino do Pastoreio - Aldir Blanc


 

Melhores do ano 2020 - live com anciãos


 

domingo, 3 de janeiro de 2021

Teatro infantil em ano de pandemia

 Tem chorume no quintal 

                                Nesse ano terrível de 2020, o que mais ouvimos falar, foi da capacidade de tantos artistas em se reinventar. Teatro via internet, aulas online, peças filmadas, e até festivais de teatro sem público presencial. E estou me referindo apenas ao teatro, se mencionarmos outras artes, é longa a caminhada, as descobertas e principalmente as pesquisas. Tudo que foi proposto nesse ano, seria considerado impossível ou tresloucado, caso proposto em anos anteriores. 

                         É também desmotivador, acredito eu, aos artistas, darem-se conta, que sua profissão é considerada realmente dispensável por grande parcela da população. É como se as pessoas, embora apreciem tanto os artistas e suas criações, dissessem: -Não é o mais importante para a gente nesse momento, há outras prioridades...

                         ...E há certamente. Eu mesma pensaria primeiramente na educação de meus netos, na injustiça social, na questão da diversidade e no racismo, no meio-ambiente ou na questão da mulher... Mas eis que o teatro me surpreende, trazendo o tom exato daquilo que precisamos discutir, dos assuntos que devemos debater. 

                                 Tem chorume no quintal, fala de determinados assuntos diretos e outros tantos indiretos. Em um primeiro momento, parece muito claro o apego da menina Alice, ao meio ambiente(chácara do avô), sua revolta com o tratamento que a vilã (Rafaela) quer dar aos animais e à natureza. Seu Zeca representa a sabedoria ancestral que vai dando lugar ao novo (Alice), e assim mostrando a necessidade de passar as coisas para as próximas gerações quando chegada a hora. 

                                 Tem chorume no quintal fala de honradez, fala  também de mulheres, já que Rafaela, Alice e Dona Cremosina são as personagens chave da trama. Em Chorume, Junior, Onofre e Laércio são personagens servis, que estão na trama para obedecer as mulheres. Apenas seu Zeca está acima de todos, como uma figura que detém a sabedoria e a conexão com o meio ao seu redor. 

                                   A direção do espetáculo carrega a base da farsa nas entrelinhas das cenas, os cômicos e os vilões são do grupo dos "vecchi. A estrutura é muito clara e desenvolve-se sobre um sistema muito claro proposto por STANISLAVSKI. 

                                    Fala-se muito sobre teatro filmado, sobre o quanto perde qualidade, ou que teatro deveria ser apenas no palco... Creio que a arte, o teatro em si, deva ser um espaço de liberdade e diversidade de ideias, sempre se renovando, nunca estagnado. Por outro lado, a rapidez com que o teatro se transforma e com que o Máschara me parece criar, é tão acelerado que alguns artistas se perdem pelo caminho. Por isso é de extrema necessidade, estudar, absorver e evoluir. O teatro filmado tem regras, fórmulas, com as quais alguns artistas se adaptam muito rapidamente, outros nem tanto. 

                                  A protagonista de Chorume parecia um pouco perdida em cena, as vezes denotava uma certa lentidão nas cenas. Clara Devi vem amadurecendo a olhos vistos, e logo se tornará uma grande atriz, por outro lado, precisa ser menos ansiosa em cena, respirar com mais calma, além é claro de tomar mais cuidado com a dicção. A interpretação dos anciãos é forte, repleta de coluna e potencialidades vocais. Cléber Lorenzoni interpretou dois papeis e saiu-se bem, embora fique clara a necessidade de mais ensaios para a equipe.

                                    Stalin Ciotti se sai bem como Junior, mas de alguma forma sua transformação me pareceu muito rápida, não dando para compreender o que motiva a mudança na personagem. Vagner Nardes faz uma ótima parelha com Cléber Lorenzoni, jogando muito bem com o ator mais maduro. Não me pareceu um dos melhores mergulhos da Cia.,  no entanto, Tem Chorume se cumpre como ótima opção de entretenimento.

                                No que diz respeito a iluminação do espetáculo,  foi básica e não teve nenhum tipo de código ou expressividade.


                                    Arte é Vida


Clara Devi-(*)

Stalin  Ciotti (**)

Vagner Nardes (**)

Kauane Silva (**)

                                    

                      


A atriz Laura Heger como recepcionista nas janelas Iluminadas do Palacinho


 

No paço municipal os atores Kauane Silva e Cléber Lorenzoni


 

Kauane Silva interpretando Maria Valéria Terra na posse da Prefeita Paula Facco Librelotto


 

As Janelas Iluminadas do Palacinho continuam atraindo o público que curte as festas de fim de ano e a arte.

Antonia Serquevittio, Alessandra Souza, 
Kauane Silva, Cléber Lorenzoni, 
Clara Devi e Laura Heger

 

As indicadas ao troféu de Melhor Atriz Revelação