domingo, 30 de julho de 2017
A Bruxinha Diferente - Serviço do Espetáculo
Roteiro Cléber Lorenzoni
Auxiliares de texto: Alessandra Souza, Renato Casagrande, Nicole Ardengue e Evaldo Goulart
Direção: Cléber Lorenzoni
Assistência e caracterização: Renato Casagrande
Maquiagem: O grupo
Elenco: Laura Hoover - Helena
Fredegunda - Nicholas Miranda
Crinolina - Maria Antonia
Pedrinho - Gabriel Giacomini
Bruxa Chefe - Alessandra Souza
Hécate - Raquel Arigony
Folha de Salgueiro - Antonia Serquevíttio
Mãe - Ariana dos Santos
Pai - Alessandro Padilha
Gosmênia - Kauane Silva
Fedorilda - Gabriela Souza
Espinho de Rosa - Sabrina Gonçalves
Pétala de Bem Me Quer - Luana Brasil
Gotinha de Orvalho - Alana da Cunha
Ogro - Marcelo Padilha
Participação Especial : Renato Casagrande como Conde Belezebu, Vitoria Ramos e Felipe Padilha como Duendes.
sábado, 29 de julho de 2017
A Bruxinha Diferente - Montagem da ESMATE - Pré-Estréia
Em 1958 estreou no Rio de Janeiro, na escola da Professora MAria Clara Machado, Tablado, A Bruxinha que era boa. A historia de uma bruxinha delicada e graciosa que não era aceita por ser diferente, ter cabelo rosa e gostar de flores. Quase sessenta anos depois estréia em Cruz Alta, na escola do professor Cléber Lorenzoni, ESMATE, A Bruxinha Diferente, a historia de uma fada que foi criada por uma bruxa...
Saí de casa com minha filha, a ideia era assistirmos teatro, na ESMATE, sede do Grupo Máschara. Fui alertada várias vezes, "peça de alunos", "trabalho amador", "estréia"... Tudo bem, adoro coisas novas, adoro jovens impetuosos e corajosos. A escola de teatro do Grupo Máschara, é uma pérola encravada no centro de Cruz Alta, ali acontece magia, fantasia, ali se ousa sonhar... Já nas escadas, surpresas, arte, brilho, e uma escada dolorosa para meus idos anos. Só não cheguei exausta ao topo por que fui parando para observar quadros, troféus, uma historia tão bonita da arte cênica. 
O antigo salão nobre da UNICRUZ deu espaço ao palco italiano/elisabetano da ESMATE, cortina interna fechada e uma floresta representada por folhas secas e ramas que se espalhavam pelas pernas. A sonoplastia deu o clima inicial, embora se mostra-se totalmente confusa e desorganizada no decorrer do espetáculo. Abriram a cena dois duendes ou gnomos, doces e endiabrados que anunciaram as figuras fantásticas que viriam. A caracterização de Renato Casagrande foi esplendida e se estendeu à todos os personagens.
A esquete com cara de espetáculo inicia com bruxas, gritos,

sons mágicos, e reflete a ideia da direção. A cortina interna se abre, bem a moda do teatro elisabetano, revelando outro plano: a casa de Pedrinho. Ariana dos Santos me pareceu um tanto insegura, mas compunha muito bem a figura da mãe, deveria investir mais em oficinas, me parece ter nascido para o palco. Alessandro peca na dicção mas dentro de suas restrições, consegue manter-se vivo na cena. O Pedrinho de Giacomini poderia nos dar mais, e embora esteja muito seguro em cena, quem brilha é Laura Hoover. A "pequena notável" que tanto elogiei em "Quero ser criança", volta a brilhar, agora como a bruxinha "Helena", nome que particularmente não apreciei. Laura tem um olhar vivo, uma segurança instintiva, uma sutileza de quem nasceu para o palco.
As cenas são curtas, reflexo de uma oficina intensiva, rápida e com muitos alunos. Renato Casagrande brilhou como Belzebu, mas seu destaque vai para assistente de direção, é ali que brilha mais intensamente. Alessandra Souza me encheu os olhos. Em nenhum momento parecia estar em uma esquete, parecia estar em um espetáculo verdadeiro e profissional. Gostei muito do que vi, sem vícios e inteira. Meu aplauso mais caloroso foi a essa atriz que me arrancou lágrimas na cena final.
O parnaso das fadas foi delicado, composto de forma brilhante com palco aberto e dois cubos brancos em contraponto com o colorido vibrante das fadas, nada de branco chapado, ao contrário! Azul, rosa, verde e amarelo. As fadas falaram um tanto baixo e Raquel Arigony e Antonia Serquevitio ergueram a cena. Luana Brasil tem uma figura altiva, bonita para o palco, mas pode render mais.

O roteiro de Cléber Lorenzoni é muito sucinto e põe em risco as personalidades de algumas personagens, mas compreendo a necessidade de cenas curtas para atores principiantes. Maria Antonia Silveiraneto e Nicholas Miranda seguram muito bem suas cenas, primeiramente auxiliados por atores tarimbados, logo depois sozinhos. Nicholas é ótimo em cena, tem tempo de comédia, potencia vocal e energia. Maria Antonia não criou uma figura específica, mas sua Crinolina estava inteira em cena. Ela e Nicholas jogaram muito e arrancaram boas risadas da platéia. O romance de Helena e Pedrinho nos propõe amor a primeira vista, e encanta principalmente quando se sabe que os dois interpretes são jovens enamorados, no entanto o brinco da garota deveria ter sido tirado. Destoava do visual. 
Minha cena preferida foi a reunião de todas as bruxas, No quesito construção, fé cênica, gostei muito de Kauane Silva, que se manteve viva por inteiro, com fé cênica, como diria Stanislavski, com uma das melhores expressões faciais da esquete. Gabriela Souza e Sabrina Gonçalves são muito tímidas, mas me emociona muito ver jovens se esforçando, se entregando. Ambas encaram o público e segundo comentários, evoluíram muito durante a construção do trabalho. 
A batalha das criaturas fantásticas teve algumas vozes baixas, é preciso praticar sempre, se policiar. Até por que o próximo passo é a casa de cultura. Raquel Arigony preenche a cena final com uma calma cênica gostosa de ver, sutil, mas inteira. Energia bem canalizada.
A curva dramática nos surpreende com uma revelação melodramática e foi esplendida a forma como a direção segurou tantos focos na cena final. As bruxas saem ganhando, e no grupo das fadas Alana Cunha poderia estar mais viva.

O final foi extremamente prejudicado pela sonoplastia, e me entristeceu bem como a cena das magicas, que embora criativa foi confusa com a incompetência de quem deveria ter puxado a caixinha de prendedores.
A maquiagem de Cléber Lorenzoni e sua equipe encaixaram perfeitamente, e a criatura do ogro ficou única, com a cara do trabalho. Executada com esmero por Marcelo Padilha.

O teatro aconteceu, uma historia foi contada, falava de diferenças, de tolerância. A bruxinha diferente cumpriu duas funções. A lição dada nos poderosos, por dois duendes muito fofos, Vitoria Ramos e Felipe Padilha, nos lembra que todos podemos aprender lições, e que prepotência tem seu preço. Senti falta apenas de mais inserções dos pequenos, Vitoria Ramos preenche o palco graciosamente, parece ter cinco metros de altura. Felipe é muito espoleta, pode ter mais calma, falar devagar...
Depois de pouco mais de meia hora, chegava ao fim A Bruxinha Diferente, com uma verdadeira cena de musical da Brodway, tenho certeza aliás que se a ESMATE tivesse mais possibilidades, veríamos apoteoses, engrenagens e tal. Ainda assim há vida, vivacidade, espontaneidade. A musica da nova turma do Balão Mágico de 1987 casou com perfeição. Parece até que a esquete foi montada à partir da canção.
Foi uma tarde agradável, com teatro, e acredito que em sua forma mais simples e gostosa. Teatro sem muita enrolação, frescura, linguagens complexas. Foi o faz de conta universal. Cor, diversão, brincadeira e uma boa historinha.
Obrigada crianças, por divertirem essa velha senhora!!
Alessandra Souza (***)
Vitoria Ramos (***)
Antonia Serquevitio (***)
Nicholas Miranda (***)
Maria Antonia Silveiraneto (***)
Alana dos Santos da Cunha (*)
Ariana dos Santos (**)
Sabrina Gonçalves Souza (**)
Gabriela Souza (***)
Luana Brasil (**)
Gabriel Giacomini (***)
Renato Casagrande (***)
MArcelo Padilha (**)
Felipe Padilha (**)
Raquel Arigony (**)
Alessandro Padilha (**)
Laura Hoover (***)
Kauane Silva (***)
Arte é vida
A Rainha
sexta-feira, 28 de julho de 2017
quinta-feira, 27 de julho de 2017
Teatro Grego - Esmate B
Criação a partir do Texto Édipo
Coro: Após uma batalha sanguinária, os Deuses tornam a equilibrar as
balanças da existência em Tebas.
Corifeu: A Rainha Jocasta divide o trono com o misterioso Édipo,
assassino da sanguinária esfinge.
Coro: Os Deuses são severos com todo aquele que ousa passar por cima
das normas estabelecidas.
Creonte:(para Jocasta)
Perdoe-me por interromper o teu descanso, mas devo insistir que as fronteiras
do sul continuam desprotegidas.
Jocasta: Por que te preocupas com o que não é de tua alçada, deixai
para teu rei os assuntos de estado, volta teu olhar para teus filhos, te
preocupa com tua casa.
Coro: Cega pelo amor por Édipo, Jocasta esquece dos laços de sangue,
tratando seu irmão como criatura menor.
Creonte: (Para corifeu) Devo
eu, curvar-me a um rei que não possui sangue real?
Corifeu: Pobre Creonte, consumido pela ambição, não enxerga o que está visível
perante os olhos dos Deuses e dos homens. Fita teu Rei.
Coro: Que a nuvem confusa abra espaço para sua desconfiança necessária.
Édipo: Fiel servo, que faz aí parado na sala do trono? Acaso desejais
ocupar meu lugar?
Creonte: Por que brincas, ó meu rei, com assunto tão serio. Vosso
trono. (a Parte) Eis que percebo algo
nunca antes analisado. Como tem porte de rei! Se parece aliás com outro homem
que ocupou este trono.
Serva: Majestade, não sabia que estavas aí, me permite estar um momento
a sós com vosso cunhado, príncipe Creonte? (édipo
sai)
Creonte: Não me confunda com circunlóquios.
Serva: Perdoai-me. Amaldiçoo-me por ser eu a narrar tão perversa
desgraça.
Creonte: Não me confunda com circunlóquios.
Serva: Senhor, buscamos as pistas que nos indicastes, e descobrimos o
segredo por trás do rei Édipo.
Creonte: O que esperas? Dizei-me logo!
Serva: Deixarei à mente mais sábia a tarefa árdua de revelar a verdade.
(entra homem)
Creonte: Quem és tu criatura?
Mensageiro: O grande causador do emaranhado dos fios de uma trama
arquitetada a mais de vinte anos.
Creonte: Bendito sois portanto por destramar minha curiosidade.
Mensageiro: Sabeis que o antigo rei após voltar de um oráculo temia ser
morto por seu próprio filho, sangue de seu sangue. Deu-me então a tarefa de
tirar do palácio o real rebento e abandoná-lo junto a ribeirinhos.
Creonte: E foi tal criança bem criada?
Mensageiro: Por mãos protetoras, bem crescido e protegido...
Creonte: (para serva) Corre
chamar tua ama, o que for revelado nesta sala ditará o destino dela...
Coro: Acalma-te Creonte, não transforma o teu ódio em crueldade.
Creonte: Calai-vos velhos de Tebas, por certo sabíeis de tudo... (entra Jocasta)
Jocasta: Por que insistes em me perturbar com tuas pérfidas historias?
Serva: Sentai-vos minha rainha, o que vais ouvir vai desestabilizar-vos
por muito tempo.
Jocasta: Quem é este homem, o que quer aqui? Eu vos conheço (pausa) Sim, o conheço, mas não o via há
dezenas de anos. Que quereis aqui?
Homem: Venho a pedido de vosso irmão Creonte, para contar dobre o
príncipe por quem durante muitos anos velei, ainda que a distancia...
Jocasta: eu filho vivo?!
Coro: Mas eis que Édipo aproxima-se e uma grande dor se revelará.
Mensageiro: O jovem príncipe está de volta no palácio?
Creonte: (irônico) Príncipe?
Este é o nosso rei Édipo.
Mensageiro: Por certo, como filho do rei Laio que está morto, deve ser
o rei...
Jocasta: Cala-te! Ampara-me pois sinto minhas forças esvaírem-se...
Édipo: Do que falam todos na sala do meu trono?
Corifeu: A verdade é revelada, e o filho de Laio está no lugar de
direito...
Édipo: O que? Te referes ao homem que matei na estrada, meu pai?
Creonte: Sim, teu pai, marido de tua esposa, tua mãe! (Todos saem, menos Èdipo)
Édipo: Deuses vingativos, orgulhosos e assassinos. Levaram-me ao trono
e agora derrubam-me ao mais fundo lamaçal, fizeram-me conhecer minha mãe
através do incesto, e sujaram minhas mãos de sangue através do Paricídio. Não
sou digno de olhar o mundo, pois ele foi feito para os bons, para os que
praticam o que é certo. Amaldiçoado sangue dos labdácidas, eu renego aqui minha
existência real. (arranca os olhos)
quarta-feira, 26 de julho de 2017
terça-feira, 25 de julho de 2017
segunda-feira, 24 de julho de 2017
Crítica do Espetáculo Castelo Encantado por Antônio Carlos Brunet
Cléber Lorenzoni trouxe ao Cena Viva
2017, Festival de Teatro de Santa Rosa, RS, o espetáculo infantil CASTELO
ENCANTADO, representando a cidade de Cruz Alta, RS. Nem no folder do Festival e
nem na ficha de inscrição/avaliação que os avaliadores receberam, há registro sobre
o grupo, que creio ser o Grupo Teatral Máschara, há mais de 20 anos conduzido
por Cléber Lorenzoni e Dulce Jorge.
CASTELO ENCANTADO é um espetáculo
feito sob encomenda para o Grupo, que, uma vez mais, mergulha no universo de
Érico Veríssimo. Desta feita, a partir do mote da menininha que adormece e é
transportada para um mundo de sonhos e magias, tal e qual alices, dorothys e
outras tantas, menos cotadas, marcando o início de uma nova etapa em suas
vidas, ou encerrando um ciclo já definido. No caso, Rosa Maria, ao ultrapassar
a barreira dos sonhos, é envolvida por personagens da ficção infantil de Érico
Veríssimo, como o Avião Vermelho, o Ursinho com Música na Barriga e outros
mais.
A encenação é simples, porém eficaz.
O Grupo incute ao trabalho um padrão de qualidade conseguido através da
seriedade com que faz seu trabalho no decorrer dos anos, e do qual não deixa a
'peteca' cair. Por tratar-se de uma adaptação de literatura e não de
dramaturgia, o resultado ainda está um pouco verborrágico, com muitas explicações
e repetições desnecessárias. À medida em que o espetáculo foi apresentado
sábado pela manhã, sem a presença de escolas, portanto, a receptividade ficou
aquém das expectativas, já que não contaram com o apoio e o envolvimento
espontâneo das crianças, que são a sua razão de ser. Mesmo assim, o Grupo não
titubeou.
As intervenções da trilha sonora,
realizadas ao vivo, com mais efeitos do que, praticamente, melodias, são
rápidas e certeiras. Na medida certa. Penso até que, cantar canções propriamente
ditas, em alguns momentos é até dispensável, devendo o Grupo investir nas
intervenções sonoras que, criam um ambiente dramático mais do que adequado.
Há naturalidade e talento em todos
os componentes do elenco. Deve-se refletir sobre a concepção da personagem Rosa
Maria, que ainda está estereotipada em sua meninice, chegando, às vezes, ser mais
artificial que os personagens de ficção que ela evoca. Ela deve ser, ao meu
ver, o contraponto deste universo de ilusão, por ser a mesma, real. Creio que
tal atitude criaria um ponto de identificação bem mais forte com os
espectadores-alvo.
Sei ser muito complicada a
realização de espetáculos encomendados, pois, normalmente, quem encomenda já
tem todas as soluções na manga, delegando aos artistas cumprir com todas as
concessões por eles (quem encomenda) impostas. No caso de CASTELO ENCANTADO,
concessões não são evidentes, tendo o Grupo, com seu talento e sabedoria,
tirado de letra tais empecilhos, se é que eles houveram.
Há muitos anos não assistia a um
espetáculo do Grupo Teatral Máschara e, fico feliz, ao perceber, que Cléber
Lorenzoni (e conseqüentemente o Grupo) não se deixou envolver por armadilhas e
artimanhas de modismos passageiros, trilhando uma trajetória ímpar dentro do
teatro gaúcho, demarcando limites e impondo-se com sua dedicação e brilhantismo
fora do comum. Cléber Lorenzoni é, no bom (e por que também não no mau?)
sentido, a grande 'diva' contemporânea, o dândi do teatro realizado no interior
do Estado. E, com o seu talento, este posto seria, certamente, mantido, onde
quer que fosse.
Antonio Carlos Brunet
Junho de 2017.
domingo, 23 de julho de 2017
sexta-feira, 21 de julho de 2017
Vem aí Mais um Cena às 7
Depois de quatro anos sem Casa de Cultura, vem aí o 66º Cena às 7 - Atores, atrizes, iluminadores, sonoplastas, diretores e Contra-regras. Cenografistas, Camareiras, figurinistas. Finalmente Cruz Alta voltará a dar espaço digno ao bom teatro!
quinta-feira, 20 de julho de 2017
segunda-feira, 17 de julho de 2017
domingo, 16 de julho de 2017
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