Criação a partir do Texto Édipo
Coro: Após uma batalha sanguinária, os Deuses tornam a equilibrar as
balanças da existência em Tebas.
Corifeu: A Rainha Jocasta divide o trono com o misterioso Édipo,
assassino da sanguinária esfinge.
Coro: Os Deuses são severos com todo aquele que ousa passar por cima
das normas estabelecidas.
Creonte:(para Jocasta)
Perdoe-me por interromper o teu descanso, mas devo insistir que as fronteiras
do sul continuam desprotegidas.
Jocasta: Por que te preocupas com o que não é de tua alçada, deixai
para teu rei os assuntos de estado, volta teu olhar para teus filhos, te
preocupa com tua casa.
Coro: Cega pelo amor por Édipo, Jocasta esquece dos laços de sangue,
tratando seu irmão como criatura menor.
Creonte: (Para corifeu) Devo
eu, curvar-me a um rei que não possui sangue real?
Corifeu: Pobre Creonte, consumido pela ambição, não enxerga o que está visível
perante os olhos dos Deuses e dos homens. Fita teu Rei.
Coro: Que a nuvem confusa abra espaço para sua desconfiança necessária.
Édipo: Fiel servo, que faz aí parado na sala do trono? Acaso desejais
ocupar meu lugar?
Creonte: Por que brincas, ó meu rei, com assunto tão serio. Vosso
trono. (a Parte) Eis que percebo algo
nunca antes analisado. Como tem porte de rei! Se parece aliás com outro homem
que ocupou este trono.
Serva: Majestade, não sabia que estavas aí, me permite estar um momento
a sós com vosso cunhado, príncipe Creonte? (édipo
sai)
Creonte: Não me confunda com circunlóquios.
Serva: Perdoai-me. Amaldiçoo-me por ser eu a narrar tão perversa
desgraça.
Creonte: Não me confunda com circunlóquios.
Serva: Senhor, buscamos as pistas que nos indicastes, e descobrimos o
segredo por trás do rei Édipo.
Creonte: O que esperas? Dizei-me logo!
Serva: Deixarei à mente mais sábia a tarefa árdua de revelar a verdade.
(entra homem)
Creonte: Quem és tu criatura?
Mensageiro: O grande causador do emaranhado dos fios de uma trama
arquitetada a mais de vinte anos.
Creonte: Bendito sois portanto por destramar minha curiosidade.
Mensageiro: Sabeis que o antigo rei após voltar de um oráculo temia ser
morto por seu próprio filho, sangue de seu sangue. Deu-me então a tarefa de
tirar do palácio o real rebento e abandoná-lo junto a ribeirinhos.
Creonte: E foi tal criança bem criada?
Mensageiro: Por mãos protetoras, bem crescido e protegido...
Creonte: (para serva) Corre
chamar tua ama, o que for revelado nesta sala ditará o destino dela...
Coro: Acalma-te Creonte, não transforma o teu ódio em crueldade.
Creonte: Calai-vos velhos de Tebas, por certo sabíeis de tudo... (entra Jocasta)
Jocasta: Por que insistes em me perturbar com tuas pérfidas historias?
Serva: Sentai-vos minha rainha, o que vais ouvir vai desestabilizar-vos
por muito tempo.
Jocasta: Quem é este homem, o que quer aqui? Eu vos conheço (pausa) Sim, o conheço, mas não o via há
dezenas de anos. Que quereis aqui?
Homem: Venho a pedido de vosso irmão Creonte, para contar dobre o
príncipe por quem durante muitos anos velei, ainda que a distancia...
Jocasta: eu filho vivo?!
Coro: Mas eis que Édipo aproxima-se e uma grande dor se revelará.
Mensageiro: O jovem príncipe está de volta no palácio?
Creonte: (irônico) Príncipe?
Este é o nosso rei Édipo.
Mensageiro: Por certo, como filho do rei Laio que está morto, deve ser
o rei...
Jocasta: Cala-te! Ampara-me pois sinto minhas forças esvaírem-se...
Édipo: Do que falam todos na sala do meu trono?
Corifeu: A verdade é revelada, e o filho de Laio está no lugar de
direito...
Édipo: O que? Te referes ao homem que matei na estrada, meu pai?
Creonte: Sim, teu pai, marido de tua esposa, tua mãe! (Todos saem, menos Èdipo)
Édipo: Deuses vingativos, orgulhosos e assassinos. Levaram-me ao trono
e agora derrubam-me ao mais fundo lamaçal, fizeram-me conhecer minha mãe
através do incesto, e sujaram minhas mãos de sangue através do Paricídio. Não
sou digno de olhar o mundo, pois ele foi feito para os bons, para os que
praticam o que é certo. Amaldiçoado sangue dos labdácidas, eu renego aqui minha
existência real. (arranca os olhos)
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