Lili Inventa o Mundo

                                      Um espetáculo independe dos atores, ele é uma combinação de elenco, equipe técnica e público. Isso sem contar a interferência do ambiente, do espaço, da sonoridade, do clima... O teatro é uma arte viva. O ator reflete o público, a platéia interage... Talvez por isso o teatro tenha perdurado por tantos anos. Hoje, enquanto assistia Lili Inventa o Mundo, refletia o quanto a arte  nas mãos de pessoas despreparadas, em eventos não tão bem equipados, pode sofrer danos irreparáveis. 
                                      Lili Inventa o Mundo foi apresentada dezenas de vezes, assistida por mais 50 mil pessoas em todo o estado e recebeu diversos prêmios. No entanto... A apresentação na feira de Livros de Cruz Alta parecia a de um espetáculo novo e ruim. Tudo por que não ouvi os atores, mas os percebi, percebi tensos, preocupados em acertar, em dar as réplicas, em alcançar o público. O teatro que vemos do público é muito diferente do que acontece por  trás das cortinas. 
                                           Cléber Lorenzoni, Angélica Ertel e Gabriel Wink tentavam segurar o público, mantê-lo, alcançá-lo, enquanto Renato Casagrande e Alessandra Souza pareciam ser levados pela enchurrada. A técnica segura os atores que percebem o caos, o instinto sem a técnica, derruba os inexperientes. Teatro é uma ciência muito exata, embora a arte não tenha certo e errado, o bom senso sobrevive em linha tênue!
                                                     Cruz Alta devia investir em pessoas capacitas e profissionais para promover eventos, Cruz Alta é rica em artistas, mas artistas sem chão, escorregam para o precipício!



Três terras,
dois infernos...                                                  A Rainha  ♔ 

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