Diário de Bordo XXIX- Lili Inventa o Mundo no 36º Cena às 7

                                                                        Encantamento

              O mais assustador do mundo, é o fato de várias pessoas terem os mesmos sonhos, no entanto devido a vários problemas de diálogo, elas acabam por não se compreender, por não somar seus sonhos vivendo assim cada uma em um mundo diferente. No teatro isso é extremamente prejudicial, quando os atores tem os mesmos sonhos mas não sabem diálogor, cada um caminha para um lugar. O teatro é sublime, mágico, mas as vezes é um dom mal tratado, pouco valorizado.
               Quando um ator não tem mais a arte de encantar, quando não consegue mais perceber a grandiosidade de sua importância, então deve parar de fazer teatro, para não incorrer no risco de afastar o público da arte.
                Ainda mais triste é assistir do palco o público lá embaixo e perceber que nas crianças pouco ou nada restou do encantamento da infância. Nesse domingo ví o público de crianças de 2 à 10 anos completamente absorto ao que acontecia no palco, bem como o público adulto de pais e mães incluindo adultos que não conduziam crianças. Mas o público jovem, esse não parecia envolvido pela trama das personagens de Mario Quintana. Aí me perguntei, será que Lili Inventa o Mundo tem alguma apelação que desaprova o público? Mas então por que em outras cidades todos gostam tanto de Lili e Matias? Foi então que percebi onde estava o problema... Estava na triste distancia dos jovens cruzaltenses para com a arte. Sim por que Lili é um libelo a beleza do sonhar e do imaginar, sentimentos que vamos perdendo enquanto nos tornamos mais velhos, afinal "vamos querendo aprender tudo tão depressa que não se aproveita é nada". Há de se alimentar o sonho sempre, e guardar a criança dentro de nós, ela está ligada a nossa alma e o dia que essa criança se despede nossa alma perde muito de sua luz.
                  Luis Fernando na sonoplastia pode ser mais delicado com os botões e Diego Pedroso deve aproveitar esse começo na iluminação para aprofundar o conhecimento e talvez tornar-se cada vez mais útil para o Máschara.
                 Nessa apresentação Cléber Lorenzoni guiou o elenco pelo caminho da emoção e da mensagem do espetáculo o que muito me agradou. Essa sequência de apresentações que provém da turnê pela serra acaba por afiar bons e dedicados atores e enfraquecer os que pouco se esforçam, afinal o cansaço e a preguiça podem acabar com o talento.
                 Palmas a Cléber, Gabriel e Alessandra que evoluiram a olhos vistos nessa turnê.

                                                                                                                           A Rainha

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