Um espetáculo infantil com cara de performance.
Tudo funciona perfeitamente enquanto há gente perfeita funcionando. O Castelo Encantado foi se transformando desde que o assisti pela primeira vez em maio de 2005. Lá, sete contadores de historias abriam o palco dentro de uma carroça, suas roupas eram retalhinhos, que acentuavam o fato de a narrativa ser uma união de vários retalhos de historias. O tempo passou e hoje O castelo Encantado é reflexo de muitas coisas, muitas outras historias, muitos artistas pelos quais por ali passaram, muitos novos adereços, criados pelo Palacinho do Máschara. Na cena vou recordar das dezenas de pessoas, artistas, iniciantes ou não, que já fizeram parte do espetáculo: Cléber, Alexandre, Lauanda, Kelem, Liliam, Miriam, Gelton, Tatiana, Rafael, Angélica, Gabriel, Alessandra, Roberta, Cristiano, Fernanda, Luis Fernando, Fabio, Raquel, Gabriel, Bruna, Pâmela, Antonia, Nilton, Evaldo, Douglas, Kauane, Vagner, e talvez outros que eu tenha esquecido. Todos eles com suas verdades, Todos eles contando e recontando um espetáculo que é mutável, vivo, vibrante. Quando o bonequinho de marionete surgiu sobre a cortina eu pensei: Pronto, um novo espetáculo está surgindo.
O Máschara se reinventa, e me emociona a cada novo momento.
Falemos então dessa inserção, escura, pouco iluminada. Atores preparados, ritmo interessante. Alguns detalhes chamam a atenção pela falta de cuidado. O ursinho não deveria estar sem luvas. Rosa Maria precisa pensar nos limites da personagem: Quando a cozinheira caiu, a improvisação não soou bem, na cena dos porquinhos Rosa Maria pareceu mais uma menina birrenta que quer vencer os porquinhos do que uma menina curiosa e feliz em estar no Castelo Encantado. Já na cena do Elefante, um conflito de diálogos que deveria ser: - Eu queria ser uma barbuleta...
- Barbuleta?
- Daquelas que voam lá no céu...
-Você não é meio grandinho para ser uma barbuleta?
-Ah, você não precisava ter me lembrado disso...
O texto que saiu no entanto, misturou insetos, e questionou de certa forma o sonho de Basilio. Rosa Maria deve ser como uma menina que encontra pela primeira vez uma aula de teatro, curiosa, feliz, empolgada e principalmente, gentil!
Quando Rosa volta, e conversa com o Duende, não deve perguntar se ele que ser borboleta, esse não é o sonho dele. Ela apenas conta feliz que Basílio virou borboleta. O duende não fica chateado com isso, apenas não acredita. Então Basílio entra bramindo, o anão se emburra e Basílio dá sua fala. Ninguém deve ficar feliz com o mal acontecendo aos outros. Essa é a maior característica do espetáculo.
Ao fim do espetáculo outro problema de comunicação que reflete falta de estudo e ensaio: - Conheci vários seres incríveis. O FERNANDO
- Capitão Tormenta!!!!
- O Ursinho com música na barriga...
- E o RRRRRRRRRafael!
-Conheci também os três porquinhos...
-Super Leitão...
-E o elefante Basílio
-(bramido)
Esse trecho todo é tão importante quanto qualquer outro e os atores parecem fazer de qualquer jeito. Claro, há corpo, há energia, mas falta cuidado nos detalhes. As expressões de Gabriel Ben foram ótimas e Antonia Serquevitio deve colocar mais volume.
Parabéns à cena dos três porquinhos, foi sem dúvidas a melhor.
Atenção, não se iludam ou se corrompam, pelas risadas do público adulto que admira vocês, são as crianças que darão a verdadeira temperatura do espetáculo.
Lembrar de não esquecer detalhes, conhecer melhor o texto, auxiliar na hora da montagem, se esforçar.
Arte é vida
A Rainha
O Castelo Encantado
Texto e Direção - Kleber Lorenzoni
Elenco:
Kleber Lorenzoni
Ana Clara Kraemer(*)
Renato Casagrande
Clara Devi (*)
Antonia Serquevitio (**)
Gabriel Ben (*)
Contra regragem : Roberta Teixeira (**)
Junior Lemes (***)
Felipe Brandão (*)
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