Sempre que estramos no teatro, buscamos uma transformação, um revolução dentro de nós, ao menos isso é o que busco. Hoje pela manhã nos transportamos para uma favela qualquer desse mundão de meus deus, onde o que encontramos é dor, miserabilidade e gente de coragem.
Carolina Maria de Jesus, foi uma escritora e poetisa brasileira, que faleceu em 1977 após surpreender o mundo, com seu livro Quarto de Despejo, traduzido em treze idiomas. Carolina foi uma das primeiras escritoras do Brasil, e revolucionou com sua narrativa sobre uma favelada catadora de papéis e de outros lixos recicláveis.
O espetáculo é simples sem ser superficial. Silvia Duarte, emociona com um belíssimo trabalho físico e sensível. Dona de uma voz muito bem preparada para o palco, a atriz é aplaudida com uma veemência singular. A direção de Alessandra Souza encontra alguns pequenos empecilhos típicos de "festivais", uma iluminação restrita, um palco bastante grande, e um público extremamente jovem. Fisicamente fica impossível ao grupo, disponibilizar seus telão em um local pontual, o que de certa forma prejudica o todo. Algumas cenas merecem arremates plásticos ou apoteóticos mais intensos, mais detalhados. O visual preenche, e a o aparato consegue ser funcional, embora figurinos e adereços, talvez pudessem estar dispersos próximos a interprete. A esse cronista parece que a Direção deveria decidir e assumir qual caminho está tomando: a biografia de uma mulher preta sofrida e pobre que foi explorada, ou a performance de uma mulher preta que representa muitas outras pelo mundo, inspirada pela historia de Carolina Maria de Jesus. Figurinos coerentes, uma trilha que poderia ser mais autoral e finalmente um final que deveria ser mais preparado e curvo, se levarmos em conta as regras da"curva dramática".
Um espetáculo cativante, singelo e extremamente atual, muito pelo mérito de sua atriz.
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