quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Terceiro espetáculo concorrente- Carolina e outras vozes. - Trupi di Trapu


Sempre que estramos no teatro, buscamos uma transformação, um revolução dentro de nós, ao menos isso é o que busco. Hoje pela manhã nos transportamos para uma favela qualquer desse mundão de meus deus, onde o que encontramos é dor, miserabilidade e gente de coragem.
Carolina Maria de Jesus, foi uma escritora e poetisa brasileira, que faleceu em 1977 após surpreender o mundo, com seu livro Quarto de Despejo, traduzido em treze idiomas. Carolina foi uma das primeiras escritoras do Brasil, e revolucionou com sua narrativa sobre uma favelada catadora de papéis e de outros lixos recicláveis.
O espetáculo é simples sem ser superficial. Silvia Duarte, emociona com um belíssimo trabalho físico e sensível. Dona de uma voz muito bem preparada para o palco, a atriz é aplaudida com uma veemência singular. A direção de Alessandra Souza encontra alguns pequenos empecilhos típicos de "festivais", uma iluminação restrita, um palco bastante grande, e um público extremamente jovem. Fisicamente fica impossível ao grupo, disponibilizar seus telão em um local pontual, o que de certa forma prejudica o todo. Algumas cenas merecem arremates plásticos ou apoteóticos mais intensos, mais detalhados. O visual preenche, e a o aparato consegue ser funcional, embora figurinos e adereços, talvez pudessem estar dispersos próximos a interprete. A esse cronista parece que a Direção deveria decidir e assumir qual caminho está tomando: a biografia de uma mulher preta sofrida e pobre que foi explorada, ou a performance de uma mulher preta que representa muitas outras pelo mundo, inspirada pela historia de Carolina Maria de Jesus. Figurinos coerentes, uma trilha que poderia ser mais autoral e finalmente um final que deveria ser mais preparado e curvo, se levarmos em conta as regras da"curva dramática".
Um espetáculo cativante, singelo e extremamente atual, muito pelo mérito de sua atriz.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Análise crítica do segundo concorrente do Vigésimo Terceiro Rosário em Cena - Para onde Voam as Borboletas? - Coletivo Movimento

Ser ator é também seduzir seu público, atrair, apreender, conquistar... Para isso é preciso refletir na forma como nos colocamos no palco. Quando André Antoine criou o termo : "quarta parede", queria nos propiciar uma melhor postura em cena, nós, na evolução das linguagens, das escolas e gêneros, passamos a ver o público com o uma parte importante do teatro que merece ser ouvida. Mas com o a platéia deve ser ouvida? De forma atuante? Falante? Palpitante? Ou a plateia deve ser posicionada ali, em seu lugar, distante, quieta?

Não sei ao certo, mas é preciso conter as claques, ensinar as plateias a ouvir teatro, em silencio, em um exercício de escuta! Só assim haverão transformações! A criança que aprende erroneamente que pode opinar ou falar durante um espetáculo, se torna um péssimo público de teatro.
A narrativa escrita por Gabriel Medeiros, é bastante interessante e conta com interpretes cheios de vida, que precisam investir em uma construção corpórea. O figurino é cuidadoso, a trilha de Jéssica Berdet é lindíssima, porém pouco aproveitada. Júlia Maurante tem uma figura lindíssima, mas deve, ao lado de Dinar Munõz, investir numa preparação corporal. A trama é simples mas acaba por não ser muito aproveitada, pelos pequenos pecados do elenco na área da pronuncia do texto, sua prosódia carece de mais profundidade, esforço em prol de dicção e volume.
Gabriel Medeiros como "Metundere"parece saber o que está fazendo em cena e tem uma presença bastante forte, muito embora as soluções sejam simples e muito superficiais, ao mesmo tempo que ao fim do espetáculo, ficamos a espera de uma "lição", de uma catarse, tão necessária aos públicos, que vão teatro para se transformar.
As linhas podem ser mais trabalhadas e é preciso ficar atento a iluminação quando os atores estão no proscênio.
O coletivo está de parabéns pela luta pelo teatro em Bagé, onde parece-me que poucos grupos estão atuantes. Precisamos todos trabalhar pelo teatro, defendê-lo, protegê-lo. Devemos isso aos que vieram antes de nós, e precisamos tentar avançar em nome dos que virão. No teatro quando um ganha, todos ganham!

Análise do primeiro espetáculo concorrente do Vigésimo Terceiro Rosário em Cena- SCOTCH 33 -COLETIVO KHÁOS


O Espetáculo Scotch 33 da Cia Coletivo Kháos, abriu a 23ª Edição do Festival Internacional Rosário Em Cena. Cinco atores em cena dirigidos por Lizi Fonseca em uma viagem por um mundo caótico e apocalíptico, muito embora tenha inspiração nos romances góticos do século 19. O texto que fala muito do mundo pessoal da diretora e autora nos apresenta Mary, não a Shelley, mas uma Mary que também tenta juntar pedaços para se auto compreender e porque não dizer destruir pedaços de figuras que se formaram durante sua existência: a mãe, o cachorro, o namorado etc. A interpretação de Cândida Canielas no papel central consegue perambular pelo espetáculo com uma interpretação bastante razoável, embora possa investir em uma técnica vocal mais apropriada para o tipo de interpretação que a direção propõe. O público adentra o teatro com cena aberta e vários signos e códigos pontuais colaboram para uma melhor compreensão da experiência semiótica que o grupo propõe. No decorrer de quase uma hora de espetáculo vamos compreendendo o conturbado universo da protagonista que luta principalmente com os fantasmas da própria mãe, que vagueiam sua mente. O espetáculo às vezes perde um pouco do ritmo e vários dos finais apresentados em sequência, poderiam ser trocados por apenas um. De qualquer forma a proposta é muito coerente, e parece agradar os jovens por n motivos. A curva dramática poderia ter sido mais funcional. Ao fim, uma figura sem rosto adentra o palco, igual Deus ex-machina, para finalizar a mise en scene e nos dá um clima apoteótico e reverberante. Trilha sonora funcional, iluminação criativa (que deve ser melhor operada), figurinos e adereços dentro da proposta e uma equipe equilibrada no jogo cênico, possibilitado por um elenco capaz e bem treinado.
Foi sem dúvida um bom inicio de festival.

domingo, 27 de outubro de 2024

Elenco e organização - DOna FLica e seus dois maridos em Nova Candelária


 

Kleber Lorenzoni e Renato Casagrande em cena no espetáculo Dona Flica e seus dois maridos


 

Izis da Rosa , melhor atriz coadjuvante 3º FesTeatro


 

1201 - Dona Flica e seus dois maridos (tomo 6)

                                Quando um grupo de teatro, leva ao palco um espetáculo infantil, têm a certeza que sabe tudo sobre as crianças, e sobre o que elas vão gostar. Certamente muitas vezes está errado e não tem a mínima ideia do que as crianças querem ou gostam. Pois bem, quando um grupo de teatro leva ao palco um espetáculo aos idosos, precisa no mínimo ter a coragem a ideia de que estará levando algo seja útil àquela "fase da vida" que assistirá o espetáculo.

                                     Sobre o palco um espetáculo que é dramático e cômico, um pouco trágico, se pensarmos em tudo o que a vida representa para o ser humano, e nas dores da velhice que caminha para o fim eminente. Mas têm seus momentos farsescos e burlescos. E essa percepção me faz admirar ainda mais o teatro que é insano e sem rótulos. Desde muito jovem eu ouvia grandes mestres do teatro rotularem, como tudo na vida, isso é tal linguagem, essa é outra. -Ora isso é postura de tal tipo de trabalho, essa é postura de outro tipo de teatro. -Ei, esse teatro não combina com aquele teatro! - Como se a arte estivesse classificada dentro de escolas, ou que tivesse que ser feita de um determinado jeito para ser considerada. Não! o teatro precisa ser e é, livre!

                                   O que mais nos toca é o arrojo, a vanguarda, o que nos balança nossos alicerces, o que nos chuta para longe de nossa zona de conforto. Eu tive uma amiga, que agora já faleceu. Ela costumava me chamar para assistir sempre os mesmos dois filmes que tinha em VHS, eu lhe perguntava: -Por que ver o mesmo filme outra vez? - Por que sei que é bom. - Ela dizia. Ora, não quero ver o que sei que é bom, quero ver o que não sei, e fazer minhas próprias considerações.  

                                     Dona Flica e seus dois maridos é um espetáculo singelo, tocante, sem grandes objetivos comerciais, mas que nos toca pela historia dessa senhora que parece ter desistido. E não dá para desistir, não enquanto houver ar, enquanto houver sengue, enquanto houver um único estampido de vida. Dona Flica fala da lonjura da vida, e ao mesmo tempo de sua celeridade. A vida é intensa, pela quantidade de momentos com que nos desafia: sucessos, fracassos, ganhos, perdas, amores, traições... Carregar tudo isso no peito, somar tudo isso e alcançar o tempo dos cabelos brancos, quando as junta não mais suportam manter-se na vertical. Tudo isso parece um fardo para a velha anciã interpretada por Lorenzoni. 

                                     O texto levemente sarcástico que também leva a assinatura de Cléber, nos fala da realidade dos idosos, assistidos por câmeras enquanto seus filhos ou responsáveis vivem suas vidas ocupadas. Tia Flica não compreende de redes sociais e apps, como tantos idosos também não compreendemos. Eu mesma, só consigo fazer algumas transações bancárias via aparelho de celular, quando assistida por meus netos.

                                          Fabio Novello como Gerônimo, esteve impagável, divertidíssimo. Renato Casagrande e Cléber Lorenzoni perderam algumas piadas, descobriram outras. Dulce Jorge começou comedida e foi se soltando, somando vigor à cena. A plateia envolveu-se lindamente o quero dizer é que o espetáculo cumpriu sua função.

                                           Há vários tipos de teatro, de atores, de  diretores e de dramaturgos, vários tipos de objetivos, vários tipos de interpretações e de públicos. O teatro precisa dar sempre seu melhor para instigar as plateias a quererem mais e melhor. É preciso saber pelo que se está cobrando, é preciso saber por que se está contando essa ou aquela historia. Não é só teatro, é muito mais que isso. Não é sobre eu ou você, ou ele, ou aquele. Não é para ser "bonitinho", "fofo", "pequeno" e repleto de "boas" intenções.  É para transcender, é para chocar, é para derrubar preconceitos. O espetáculo Dona FLica está dizendo: -Sim, velhos fazem sexo e devem e podem fazer sexo, e mandar nuds! Velhos não tem obrigação de ser pessoas boas, são como todos nós, apenas seres humanos tentando sobreviver. Precisam de apoio, de auxilio, como quaisquer pessoas de quaisquer idades em quaisquer momentos podem também precisar de ajuda. Simples assim. 

                                            Parabéns ao Máschara por saber o que faz sobre o palco.


O melhor: Ver quatro atores prontos sobre o palco. Quatro anciãos.

O pior: A impossibilidade de  apresentar o teatro com toda a mise en scene, uma boa luz, etc...


Dona Flica e seus dois maridos

Direção e dramaturgia - Kleber Lorenzoni

Kleber Lorenzoni

Dulce Jorge

Fabio Novello

Renato Casagrande

 Contra-regragem  Clara Devi (*)

                              Antonia Serquevitio (**)

                              Ana Clara Kraemer(***)

                              Kleberson Ben (**)

                              Nicolas Miranda (**)




A Rainha                               

Antonia Serquevitio, a "mula teimosa" de A menina Tropeira em cena no FESTEATRO


 

Dona Glória e Olimpico , Carol Guma e Douglas MAldaner, em A hora da Estrela


 

sábado, 26 de outubro de 2024

A protagonista da esquete Entre o lajeado e a Cruz - aluna do projeto NUMAC


 

1200-O Grande Circo Mágico (tomo 17)

 Mas afinal o que é ser bom no palco?


Essa pergunta é recorrente... Embora Artaud vá dizer que o teatro não se confina num palco, mas que pode se realizar em uma fábrica ou em uma conferência, por exemplo, e que pode se metamorfosear em qualquer situação. Ainda assim, essa senhora lhes pergunta, o que é ser bom? Para Stanislavski, ser bom tem a ver com diminuir ao máximo a distancia entre ator e personagem, tornando os dois em uma só pessoa. Já Grotowski acha que o ator deve ser um homem de ação, que aceite o desafio de viver sua tradição de forma integral! Eugênio Barba sempre disse que o ator não deve parecer a personagem que representa, mas deve "ser", a personagem que representa... André Antoine por exemplo, costumava dizer que o bom ator era aquele que conseguia desmontar a interpretação tipificada... Meyerhold apregoava que a interpretação devia começar de fora para dentro, dando sempre mais valor ao corpo preparado do que ao texto. Craig (gosto desse) dizia que o teatro ideal é aquele onde o ator deve controlar seu corpo, para que o mesmo não seja afetado pelo seu ego. Copeau insistia na seguinte premissa como regra: “A inteligência crítica, a imaginação, a lealdade intelectual, a perfeita honestidade profissional". Brecht por outro lado nos balança quando diz: O ator é aquele que consegue se distanciar da personagem, mas sem deixar de representá-la de forma fidedigna. Enfim, Baty, Vilar, Ronconi, poderia ficar aqui passeando por dezenas deles e ainda assim não teria chegado a um consenso. Um ator... Um bom ator... Que me convence a ficar, e me convence a voltar, para buscar mais, para beber mais dessa preciosa bebida.
O público de Nova Candelária voltou, para buscar mais, muito embora, o Máschara é que tenha ido. Mas fora chamado é certo. E levou um pout porri, um misto de questionamentos envolto em números circenses, uns bons outros nem tão bons. Já de inicio uma interação que revelava as possibilidades de histrião de Renato Casagrande. Talvez a correria tenha inibido o virtuosismo dos atores, ou mesmo tenha sido uma certa dificuldade em adaptar-se ao palco, ou ainda o eco que se estabelecia pelo ambiente, impossibilitando o valoroso "silencio", tão necessário para a "digestão" do processo criativo. 
De alguma forma, tive a sensação, que a falta de ensaios foi a maior característica que ficou, que se viu. Havia o preciosismo de alguns atores maduros, o esforço visível de alguns jovens e até uma certa letargia em alguns números. 
Claro que ainda assim  fica, ficam informações, passam sensações, acontecem reflexões. Mas quão mais não se alcançaria, quantas mais revoluções dentro do pensamento da plateia, se os números fossem elevados à extrema excelência.
Claro que é importante lembrar que não era teatro, era arte cênica, mas não era teatro. Era circo, precisa ser circo! É preciso colocar-se como circo. "Estar" circo. Estar unido. O circo, mais que o teatro, tem a ver com família, com povos que vagueiam errantes pelo mundo carregando na bagagem um misto de tudo. Um grupo de pessoas que se apoia, onde um estica a mão para pegar algo que o outro derruba. Ser bom talvez tenha a ver com humildade, com estudo, com disponibilidade, com fome de preencher hiatos. Houve muitos hiatos em O grande circo mágico!

O Melhor-Dulce Jorge ter retornado ao Grande Circo.
O Pior- A visível falta de ensaios.

O Grande Circo Mágico
Cléber Lorenzoni
Renato Casagrande
Dulce Jorge
Fabio Novello
Clara Devi  (**)
Antonia Serquevitio (**)
Romeu Waier (**)
Nicolas Miranda (**)
Kleberson Ben (**)
Ana Clara Kraemer (**)
Ellen Faccin (**)
Roberta Teixeira 


A Rainha

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

1199 -Dona Flica e seus dois maridos (tomo 5)

                                O teatro é sagrado, pois desperta em nós e no outro a reflexão da vida, da existência e da pequenez da humanidade. O palco é um altar, e a palavra hebraica para altar é mizbah, que significa: lugar onde sacrifica. Sempre que atores sobem ao palco, eles sacrificam-se pelo público, oferecem-se para que o público ria às suas custas, para que o público chore ao seu lado, ou o odeie. O público conversa ao telefone enquanto ele se esfalfa sobre o palco. O público tosse, conversa, se meche nas cadeiras. O público o observa durante todo o espetáculo, para talvez criticar sua roupa, sua maquiagem, seu jeito de se movimentar ou a historia que está contando. O ator chega mais cedo ao local, maquia-se, abre mão de sua própria aparência para dar espaço a aparência desse outro ser. O ator oferece portanto a si próprio, e a criação que produziu durante dois, ou três meses. Cobra pouco, mostra-se disposto e humilde a todo tipo de comentários que lhe são disparados... E por que? Não sabemos. Não temos como saber, faz parte do divino, do mistério, dos dogmas sagrados do teatro. 

                            Gosto também da ideia de que palco é monumento, onde ocorre a teofania, ou seja, há nele uma chama, um fogo ininterrupto que arde dia e noite, nos lembrando da necessidade em queimar, arder em expiação aos Deuses. E é assim que alguns atores se sentem, pois dentro deles arde um fogo, uma chama tão forte quanto a vida. Lá embaixo, estão os leigos, aqueles que desconhecem o que acontece sobre o palco. Apenas desfrutam, colhem o produto servido com tanto esforço. É preciso força, é preciso coragem, para subir ao palco todos os dias, por isso mesmo é preciso respeitá-lo. Ver um celular funcionando na coxia, é desrespeitador, humilhante, pois o colega de cena está vivo, entregue e a qualquer momento pode precisar do seu apoio. Atravessar palco e cenários, como se estivesse em uma terra sem lei, ou seja, macular a casa de Dona Flica, ou quaisquer outros mundos que o autor bolou, chega a ser um sacrilégio, se for fazer isso, faça com descrição, rapidamente... 

                           O espaço onde o espetáculo foi apresentado, tratava-se de um salão paroquial, muito bem decorado para um almoço fino, o palco no entanto como sempre, despreparado para teatro, foi entregue ao grupo sem qualquer aparato. Por ser um espaço muito amplo, volumes dos atores foram prejudicados, impossibilitando que a plateia ao fundo tivesse a mesma experiencia. Entre risos e aplausos, os talentos de quatro dos mais maduros interpretes do máschara. Lorenzoni nesse espetáculo da o tom de praticamente toda a narrativa, já que está em cena quase o tempo todo. Dulce Jorge teve alguns esquecimentos mas apesar de pouco ensaio manteve a personagem firme. Sobre o palco ainda, Novello e Casagrande, fortes, intensos e bastante performáticos, nos dando belos contrapontos. 

                            Em alguns poucos momentos ouviu-se os estalos da direção pedindo ritmo, ou seriam outros ruídos quaisquer? Era em suma o único espetáculo do Máschara interpretado em sua totalidade por anciãos.

                           Trilha, cenários, maquiagem, figurinos, tudo perfeito. Com a cara do Máschara e ai fica a pergunta: -Qual a cara do Máschara?


O Melhor: A percepção do prometheu Kleberson Bem em ir aprendendo o oficio e sua tentativa em solucionar pequenos percalços

O Pior: A falta de acústica prejudicando espetáculos.


Dona Flica e seus dois maridos

Direção: Cléber Lorenzoni

Elenco: Cléber Lorenzoni

             Dulce Jorge

              Fabio Novello

             Renato Casagrande

Contra-regragem: Clara Devi (**)

                              Antonia Serquevitio (*)

                             Ana Clara Kraemer (**)

                             Kleberson Ben (**)

                         



A Rainha

                             

domingo, 20 de outubro de 2024

Nanquinot - a obra de Erico Verissimo revisitada pela escola Frederico Baiocchi


 

Sobre um dia de Festeatro - análise feita pelo diretor Cléber Lorenzoni

                 Assistir em um único dia, 14 trabalhos teatrais, com uma variedade de linguagens, expressões e possibilidades, é sem dúvidas uma satisfação inenarrável. Uma lástima, o público ser de número tão reduzido. lástima por perderem a possibilidade de se encantar, lástima por roubarem aos artistas pequenos a sensação eufórica de um auditório lotado.

                 No palco, a palhaçaria, um pouco de romance, o épico, drama, musical, jogral e muito mais, começando com técnicas circenses motivadas pelo encenador Fabio Novello. Os alunos do CRAS subiram ao palco apoiados por Roberta Teixeira, Kléberson Ben e Renato Casagrande, que auxiliaram nas variações que envolviam pequenas acrobacias e malabarismos. Após a abertura que contou com a presença de autoridades, foi dada a largada com a primeira concorrente do dia: Entre Pijamas e Contos, com criação de Carol Guma e Nicolas Miranda,  que apelou para o lúdico e o descontraído; a seguir, Francisco Puppo despontou com argumento de Kléber Lorenzoni e roteiro maduro e muito bem resolvido por Clara Devi, onde o destaque vai para a pequena Maoela Codinote e para Antonia Serquevitio que apaixonou a plateia com sua "mulinha teimosa", a rotunda descerrada deu profundidade ao palco, auxiliando na proposta. Frederico Baiocchi ousou com um visual e uma ideia bastante vanguardista para o FesTeatro, destacando-se ali a aluna Izis Rosa, méritos dos professores Fabio Novello e Carol Guma que já havia sido a encenadora em 2023. O palco recebeu logo depois, Grãozinhos de Esperança, que acertou no visual embora um dos interpretes estivesse com unhas vermelhas, ali destacaram-se Ana Leticia Nicolas Miranda como filha e pai. Uma das atrizes caiu em cena mas soube improvisar e a esquete seguiu. A seguir No tempo encantado das estações, uma linda adaptação da obra de Leonir Batista, onde Eric da Silveira e Luiza Marcondes estiveram adoráveis, destaque também para Pedro Lima, que parecia até um ator mais maduro. A performance da escola Toríbio Verissimo foi bastante simples, mas as crianças merecem destaque pelo pouco tempo que trabalharam teatro com o encenador Renato Casagrande, o mesmo optou por uma performance com base na palhaçaria. O que surgiu foi algo sutil e delicado. Um certo Rodrigo de Ellen Faccin e Kleberson Ben, foi muito feliz na escolha da passagem de O Tempo e o Vento, foi simples e singelo. Entre o LAjeado e a Cruz nos cativou pelas escolhas musicais, pela tamanho das crianças (realmente muito pequenas), e ainda pela forma como a historia foi contada. Clara Devi mais uma vez belíssima, aqui destacou-se a forma ludica de corporificar as "mulas". Palmas para as pequenas Valentina Mello e Ana Victoria Cunha que preencheram magistralmente o palco. Brincadeiras de faz de Conta da escola Amado LAcroix foi prejudicada pela ausência de um dos alunos, mas o teatro mostrou seu melhor, quando uma das pequenas o substituiu. Fabio Novello e Carol Guma optaram por algo da realidade das crianças, sem muitos circunlóquios e o carisma dos pequenos cativou o público. O Cerco, da escola Getulio Vargas, foi ousado pela idade das crianças, que tiveram que segurar energias intensas dignas de atores adultos. Ainda assim a interprete de Maria Valeria, Isabela dos Santos Vargas, foi aplaudida em cena aberta. Chico de Fabio Novello e Kleberson Ben optaram por um tema natalino, que envolvia algo da esfera espiritual. Os atores foram razoáveis em suas interpretações e o cenário foi um grande destaque. O Rapto das Mudinhas foi uma adaptação da obra de Maria Clara Machado e pareceu um pouco confusa, embora a direção de Ellen Faccin e Nicolas Miranda tenham revelado alguns bons talentos. O Casarão dos Gatos fechou com chave de ouro o dia, com uma ideia incrível que reflete muito a arte atual em Kleberson Ben. A forma como valorizou as crianças e a ideia sensível, arrancou bons aplausos. 

                  Os encenadores (diretores) do projeto Dia D, são artistas do Máschara, e é extremamente necessário lembrar que o teatro escolar e o teatro de grupo são dois teatros muito diferentes. Boal, grande pensador do teatro, dizia que o teatro de grupo é o terceiro teatro. O primeiro é o comercial, o segundo é o de universidade, ou de escolas de teatro. Seria o teatro estudantil, o quarto teatro? Talvez sim. O teatro estudantil existe para dar o pontapé inicial, revelar a crianças as bases do teatro, mas não pretende formar atores, e sim auxiliar na formação de cidadãos. É a arte prestando um serviço social. A pergunta que fica é: Como sei que estou apto a auxiliar nesse processo? É preciso deixar de lado um pouco do conhecimento técnico e partir para a intuição. É preciso preocupar-se menos com o que será contado e mais com quem está contando e ainda o que se está contando. 

                      É preciso sempre mostrar aos alunos o frescor de um texto, para que o mesmo encontre a diversão, o prazer em interpretá-lo, para que não se torne penoso, ou desagradável ou mesmo um fardo participar dessa ou daquela peça teatral. As crianças de várias escolas estavam totalmente entregues e sua alegria parecia descer do palco e contagiar a todos. Outras poucas pareciam estar ali obrigadas. As possibilidades criativas, se levadas em conta, revelam também as capacidades de cada encenador, seus conhecimentos, suas buscas pessoais na área artística. Por isso da importância em um encenador ser  curioso, disposto, falante, pensante. Pois são características que irão motivar os alunos. Os atores amis jovens em status quatro e cinco, além dos prometheus, devem estudar mais, mergulhar mais, ousar mais. Nosso objetivo é que muito se descubra nos quesitos de técnicas e gêneros nos próximos anos do FESTEATRO. 

               Muito importante que os encenadores trabalhem a técnica vocal, levando sempre em conta que o público precisa ouvir o texto. Isso é primordial. Ou então optar pelas peças musicadas sem falas. Aliás o trabalho Entre o lajeado e a cruz, poderia muito bem não ter textos, tamanha foi a criatividade do encenador, tudo seria compreendido. 

                Foi enfim, uma aula intensiva de teatro para todos. Muito se descobriu e muito se aprendeu. Vida longa ao Festeatro.


                   

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Premiação 3º FESTEATRO

Melhor Produção Gráfica

                -Renato Casagrande por O Cerco – Escola Getúlio Vargas

Participação Especial

                -Antonia Serquevitio  - por A menina Tropeira  -Francisco Puppo

                -Nicolas Miranda – por Entre o Lajeado e a Cruz – Numac

                - Clara Devi – por Entre o Lajeado e a Cruz – Numac

Aparato Técnico

               -O Circo de Nanquinot –Baiocchi

               -Graozinhos de Esperança – Antonio Serra

               -Entre o lajeado e a Cruz – Numac

              -Chico-Gabriel Annes

Caracterização

               -A Menina Tropeira –Francisco Puppo

               -Circo de NAnquinot – Baiocchi

               -No tempo encantado das estações  -Castelo Branco

               -O rapto das mudinhas de trigo- Hildo Meneghetthi

Texto Original

               -Clara Devi –A menina Tropeira – Francisco Puppo

               -Clara Devi – Grãozinhos de Esperança – Antonio Serra

               -Carol Guma – Entre pijamas e contos – 18 de Agosto

               -Renato Casagrande –No tempo encantado das estações – Castelo Branco

               -Ellen Faccin – O rapto das mudinhas de trigo – Ildo Menegethi

Conjunto de Atores

              -Antonio Serra- Grãozinhos de Esperança

              -Maria Gessi- Um Certo Rodrigo –

              -Numac- Entre o lajeado e a Cruz-

              -Amado Lacroix – Brincadeiras de Faz de Conta

              -Arthur Moreira – O Casarão dos Gatos

Ator Coadjuvante

                                -Ítalo paixão – 18 de Agosto

                               -Isac Campos – Frederico Baiocchi

                             -Eric da Silveira – Castelo Branco

                             -Hector Davi – Maria Gessi

Atriz Coadjuvante

                              -Emanuelly Midon – 18 de Agosto

                               -Isis da Silva – Baiocchi

                               Ana Leticia- Antonio Serra

                                Luiza Marcondes-Castelo Branco

                                Diovana dos Santos –Turibio Verissimo

                                Maria Luiza – Getulio Vargas

                                Mariana Mendez-Ildo Menegheti

                                Ana Victória da Cunha – NUMAC

Ator

                           -Jorge Mantovani –Getulio Vargas

                           -Juliano Henrique Campos – Gabriel Annes

                           -Pedro Lima – Castelo Branco

Atriz-               

                          -Manuela Santos Codinote –Francisco Puppo

                          Mikaele Silva – Antonio Serra

                           Valentina Mello – NUMAC

                           Isabela dos Santos Vargas – O Cerco

                          Isadora Brignoni – Frederico Baiocchi


Encenador     

                          Clara Devi por A  Menina Tropeira e Grãozinhos de Esperança

                          Fabio Novello por Circo de Nanquinot e Chico

                          Renato Casagrande por  O Cerco

Juri Popular:  O Júri do terceiro FESTEATRO resolveu valorizar o trabalho social e premiar o Grupo de Performance Circense do CRAS – Integrantes de Projetos Sociais

 

 

Melhor Trabalho Artístico

                   -A Menina Tropeira – Francisco Puppo

                   -Entre o Lajeado e a Cruz – Numac

                   -O Cerco – Getulio Vargas

                   -Circo de Nanquinot – Frederico Baiocchi

                   -Um certo Rodrigo – Maria Gessi

 

 

                       

                         

 

                         

                    

                         

              -

 

               

  


O Rapto -Ildo Meneghetti


 

Chico-Gabriel Annes


 

Entre o lajeado e a Cruz - NUMAC


 

Escola Castelo Branco


 

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Exercício teatro Grego


 

Turma 2024- Escola 18 de agosto


 

Escola Ildo Menegheti - Dia D


 

Equipe de animação em Campos Borges


 

Equipe de animadores do Máschara


 

Memórias de um desfile de sete de setembro


 

Aberta a temperatura de Halloween