1162 - O Grande Circo Mágico - Tomo 14- Humaitá

                Confesso que quando frequentava o circo durante a infância, meu maior objetivo era render vivas aos animais. Elefantes, pôneis, leões e macaquinhos. Certamente  que outras números também prendiam minha atenção, no entanto quase sempre acabava por me cansar em assistir números de palhaços ou mesmo trapezistas morosos. A azáfama por números repetitivos, conhecidissimos. É necessário que artistas sempre se renovem. Mais tarde, já adulta, quando voltava com as crianças, eu ficava irritada quando eram pessoas que se vestiam de animais, já que estes haviam sido banidos para seu proprio bem (dizem), dos circos. No entanto lá no fundo, na menina que carrego dentro de mim, há um carinho quase venerável pelo clima circense, pela grande cortina que cobre o fundo do picadeiro e de onde podem sair as mais transloucadas criaturas, as invenções mais inimagináveis. 

                    O circo do Grupo Máschara, possui uma verdade muito propria e eu diria iquestionável, afinal, conta-se alí o que se quiser contar, com sacrifico, verdade e criatividade. Um circo estabeleceu-se em Humaitá. Como não pude estar presente, assisti por vídeo, o que não é a mesma coisa, no entanto deu para sentir o clima lúdico-fantástico que o circo propõe. Mestre Lorenzoni abriu a cena e foi seguido por um Romeu Waier muito capacitado no papel de cicerone. Ainda que com uma atuação mórbido-cômica, Waier triangula muito bem com os cômicos, Fabio Novello e Renato Casagrande. Aliás a noite foi dese trio que segurou as pontas de um espetáculo muito pouco ensaiado. Confiamos todos no mestre Cléber, mas jogar um elenco sobre o palco com poucos ensaios é assustador. Claro que se levarmos em conta o tempo de palco desses artistas, versos o quanto ensaiam, preparam-se, jogam juntos, realmente parecerá plausível. Cão e Galinha cumprem, e empolgam as crianças, e mesmo a confusão que mais parece "falta de ensaios", deixa a cena galinacea interessante.

                      A cena de Esmeralda, pode ser mais precisa, e d efla pergunta: - Trata-se de uma bailarina de flamenco, ou uma palhaça? - Ambas as escolhas são coerentes, mas precisam ser definidas. Um trágico acidente de percurso tirou a anterior cena da boneca, a levou para o mundo das lendas, juntamente com a interprete de Beatriz e o trapézio da "gata". Ainda assim o espetáculo se mantém, já que seus quatro pilares se mantém. E esses não devem ser tirados ou mechidos em meu entendimento. Sào eles: Casal chaplin, apresentador, palhaços e cena do tecido. É claro que o todo é muito importante, mas números novos podem ser incluídos, outros tirados. Mas há uma base imutável que define esse circo. 

                          O número oriental é interessante e em uma cidade pequena convence, mas precisa d emais ensaios. Precisão. Gente de circo não faz  "bonitinho", faz bem executado!

                              Quando chegamos ao número da barbearia, os artistas parecem levemente cansados. Falta de hábito com esse espetáculo? É preciso que atores treinem todos os dias suas técnicas, ou elas enferrujarão. 

                               Carlitos e Carlita abrem e encerram de forma bastante poética. Uma lindissima homenagem ao silêncio do palco, ao lúdico, à máscara e à historia do palhaço. Lorenzoni no entanto pareceu-me pouco a vontade na cena, e Romeu Waier optou por não dar encerramento ao espetáculo.

                                  Uma linda noite, de circo e me fantasia.


O melhor: a ousadia da equipe em colocar um espetáculo daqueles sobre o palco apesar de tudo.

O pior: A iluminação que prejudicou mutio da cena.

Arte é Vida  

                                        A Rainha


O Grande Circo Mágico

Direção: Cléber Lorenzoni (**)

Elenco: Cléber Lorenzoni (*)

              Raquel Arigony (**)

               Romeu Waier (***)

             Renato Casagrande (***)

              Fabio Novello (***)

              Antonia Serquevitio (**)

              Clara Devi (**)

              Nicolas Miranda (**)

              Ana Clara Kraemer (**)

               Ellen Faccin (**)


Contra-regragrem:

Carol Guma (***)

Ellen Faccin (***)

Kleberson Ben Borges (**)

Ana Clara Kremer (**)

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