domingo, 31 de dezembro de 2023

1145-Auto de Natal (tomo X)

                   O Teatro precisa acontecer, sempre, em todos os lugares. O mérito dessa arte que perpetua-se por mais de três mil anos, deve-se certamente a capacidade de atores lutarem, manterem sua arte pulsante, mesmo contra a vontade de muitos. Os atores que hoje se apresentam em palcos, em grandes teatros, com seus musicais, ou espetáculos grandiosos, devem e muito ao teatro feito em carroças, nos patios das igrejas, ou nas praças dos vilarejos. 

                    Lorenzoni entende muito disso, falando sempre junto ao seu grupo de teatreiros, sobre a historia do teatro, sobre a importancia e a dignidade dos atores de rua. Quando o Máschara toma as ruas de Cruz Alta, ou de qualquer cidade, há sempre um objetivo na entrelinha da ação, muito mais do que contar a historia a que se propôs, muito mais que levar uma expressão estética ou dialética à multidão, Cléber quer dizer: -Vejam, estamos aqui, somos o teatro e ele veio para ficar!

                      Por isso a manhã de sábado foi surpreendente, eu em verdade, andava pela rua Pinheiro Machado em busca de um ítem para a noite de natal, quando avistei a equipe e imaginei tratar-se de mais uma edição do Corpo em Ação, uma iniciativa belissima, que não se trata de teatro, mas que estabelece e cumpre muitas funções importantes no que diz respeito às artes cênicas. 

                          Alunos e atores dividiam a atenção do público, diverso, em movimento, colocando em jogo a capacidade de atrair atenção do público. Às portas de uma loja de moveis, acumulou-se um pequeno grupo formado por parentes e amigos dos interpretes. 

                              Foi um momento muito bonito, uma ode ao teatro de rua, ainda que infelizmente, a cena tenha sido dublada, talvez a direção pudesse ter pensado em decorar as cenas e ter feito tudo ao vivo. O elenco, creio eu tem capacidade para tal. O teatro dublado restringe muito o ator. É uma solução brilhante para grandes espetáculos a céu aberto, no entanto, alí, rodeados por prédios com uma platéia pequena, havia a possibilidade de algo mais íntimo, mas agradável e até ousado. 

                                A velha historia do filho de José de Belém e Maria de Ain Karin já é bem conhecida e os atores da grande familia Máschara a interpretam com saltos, cantos e agradaveis reações. Algumas coisas no entanto realçam-se em situções em que diretores desafiam o "tempo" dos atores. Adereços não chegam, roupas mal ajeitadas no corpo, maquiagens imperfeitas e substituições inferiores ao trabalho originalde criação. 

                                        Não vou me ater às interpretações, mas preciso elogiar Maldaner que assumiu poucos instantes antes a personagem de outro colega que ausentou-se, elogiar Casagrande pelas infindáveis soluções e energia junto às cenas, elogiar Hoover pela concentração e Guma pela composição da prima Isabel. 

                                         Lorenzoni no entanto me pareceu muito pouco concentrado e Arigony entrou com o avental aberto e o lenço solto. Duas lástimas, Lorenzoni precisa desvencilhar-se do espaço de diretor quando a cena começa, ou prejudicará seu lado ator. É preciso deixar que durante o espetáculo as cosias fluam, e abrir mão do posto/fardo de encenador. Arigony pode ser mais cuidadosa e sair um pouco antes para se arrumar. Aliás esse é ponto certeiro nesse tipo de espetáculo, ficar uma cena antes preparado, para surpreender...

                                          O Teatro do Máschara é um libelo sobre a importancia que carrega em si mesmo, a percepção daquilo que o teatro precisa em consonancia daquilo que o público precisa. Um Equilibrio perfeito que vem transformando pessoas, olhares e posturas em relação à artistas, talentos, expontaneidade e jeito de ser.  Que em 2024, haja muito mais teatro, muito mais Máschara!



Arte é antes de tudo, vida!


A Rainha

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Um grande trabalho - Desfile de Natal


 

Noite de indicações


 

Artistas em desfile


 

Renas de Natal


 

Aurora Serquevittio, uma das nossas crianças talentosas


 

O Natal de 2023 foi lindo!!!


 

Sinopse Infância Roubada - Espetáculo juvenil


 

Campanha Paixão de Cristo 2024


 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Comunidade reunida para o desfile de natal


 

Clara Devi e Ana Clara - Nossas Noeletes


 

O Ator Nic Miranda no Desfile de NAtal - Descidas da Pinheiro


 

Noite de Janelas - 2022


 

Família Máschara reunida no Janelas Iluminadas


 

Papai Noel e cantora Fabi Lamaisom


 

O melhor do Natal com o Máschara


 

Natal - Janelas Iluminadas


 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Campanha Melhores do Ano 2023


 

Elenco infantil -Auto de Natal


 

Elenco em momento apoteótico


 

Elenco Auto de Natal-Família de Nazaré 2023


 

1142- Auto de NAtal- Família de Nazaré (tomo IX)

        


              Quando eu era muito pequena, minha mãe, que fora catequista, costumava me contar as peripécias da sagrada família.  Uma mulher enrolada em um manto azul, sentada em um jumentinho com uma criança nos braços, enquanto um homem barbudo com um cajado nas mãos conduzia a pequena caravana, era no mínimo uma imagem romântica, com a força de uma poderosa fábula mitológica. Jesus é nosso Hércules. O pequeno herói cristão, que teve um marketing tão poderoso, organizado pela alta cúpula da igreja romana, maior até que sua simples saga na terra. Jesus teve direito até mesmo aos doze passos do herói. 

                   O Máschara conta a trajetória dos nazarenos de uma forma lúdica, leve, quase infantil. Sobre o palco: cores, saltos, cantos e símbolos. Uma sequencia de textos canônicos e signos confusos, herança de centenas de anos e de historias que se cruzam e são contadas e recontadas. Lorenzoni dirige um espetáculo em estilo off-broadway. Um desafio quando se conta com atores muito dedicados, mas que não dançam. 

                      Fiquei emocionada, observando a estátua de João Batista,  aquela linda escadaria, os morros em contraponto àquele rio ali perto, tão poderoso quanto a natureza. A mesma natureza que coloca sobre o palco os corpos humanos, tão poderosos, girando, cantando, emocionando. 

                        De onde estava sentada, eu avistava a equipe de som, pessoal do Diaz sonorização, Pedro Oriati e Gabriel Kleberson; avistava também um grupo de mulheres de Cruz Alta, que excursionava pelas termas de Marcelino. Um delicado momento comunitário. Um texto difícil,  que fala de fé e de amor. De confiança e principalmente, de aceitar as regras de um "determinado jogo". Regras! Algo tão difícil para os humanos. Regras... Aceitar as regras, cumprir as regras. Maria e José aceitam as regras. Por amor, por senso de dever. Quando o anjo pergunta, Maria apenas diz: Mas eu não tenho que aceitar, ou deixar de aceitar... "Se Deus ordenou, está feito!" Há de se perguntar sempre, até onde sou capaz de aceitar as regras impostas por uma congregação, instituição, associação, conjunto, irmandade, da  qual eu faço parte. Há é claro que se pagar um preço. 

                              Em cena grandes destaques: Guma, Brandão e Serquevitio. Casagrande destaca-se pelo cuidado com os detalhes e Devi faz um bom trabalho como protagonista, com domínio de cena e boa triangulação. Mas pode se dedicar mais na dublagem. Lorenzoni pode dissimular melhor as preocupações que em várias cenas pareciam estampadas em sua cara.  

                                 Maquiagem e figurinos são delicados e a trilha escolhida com maestria, convém ler essa crítica que fiz em 2021, e comparar algumas coisas. "Apresentação de 2021"

                                Minha dileção no entanto precisa ir para às crianças, a nova geração do Máschara: A jovem Ana Clara, dedicada, esforçada e principalmente sempre pronta para as ações do grupo. A doce Eduarda Martins, esforçada, estudiosa, e disposta a uma substituição muito importante da protagonista da historia. Bibi Prates, que tem uma noção muito boa de espaço, de presença e que comove com suas expressões lindas. Felipe Brandão, preocupado, curiosa e embora muito sapeca, um pequeno gênio! Julia Ciotti, tão delicada, quietinha e ao mesmo tempo tão forte e corajosa naquelas escadarias. Para encerrar, o príncipe, Henrique Arigony: Volátil, tão grande em seu coraçãozinho, disposto, educado, e forte, um forte, um "grandes".


                       O pior: A falha técnica que teve por dois momentos um blackout, atrapalhando profundamente a apresentação.

                               O Melhor: A atitude dos atores Renato Casagrande e Antonia Serquevitio em tentar preencher o vazio promovido pela equipe técnica. 


Auto de Natal- Família de Nazaré

Direção, roteiro e argumento  - Cléber Lorenzoni

Elenco- Cléber Lorenzoni(**), Renato Casagrande(***), Ricardo Fenner(**), Antonia Serquevittio(***), Douglas Miranda(*), Nicolas Miranda(**), Fabio Novello(**), Raquel Arigony(**) e  Laura Hoover(**), 

Elenco em Substituição: Carol Guma(***), Romeu Waier(**), Henrique Arigony(***), Bibi Prates(***), Felipe Brandão(**), Duda Martins(***). Julia Ciotti(**), e Ana Clara(**).

Estrelando: Clara Devi(**).

Figurinos e Maquiagem- Cléber Lorenzoni

Contrarregragem- Renato Casagrande e Clara Devi

Operadores de som- Gabriel Clebersom(**) e Pedro Oriati(**)

Equipe Técnica- Diaz comunicação(*)

Guarda-roupa-Clara Devi e Renato Casagrande



Arte é Vida

                                                               A Rainha




             

A força que carrega as artes Cênicas de Cruz Alta


 

Elenco e Administração no lançamento do Natal


 

Voluntários na ala das fadas do Desfile Natalino


 

O Velho Noel


 

Foto: Jean Maidana

Voluntários no Desfile -Descidas da Pinheiro


 

O Diretor Cléber Lorenzoni na abertura do Natal, falando em nome do Máschara


 

Equipe natalina do Máschara


 Duendes e papai Noel fazendo a festa na abertura do natal de Cruz Alta



Fotos: Jean Maidana