Humaitá e a feira inesquecível

                          Assim que está sendo descrita a feira de livros de Humaitá, uma feira inesquecível e em partes pela participação do Máschara. Diga-se de passagem, uma participação grandiosa que deixará lembranças. 

                          O marcante do Máschara é essa capacidade poderosa de contagiar, o teatro pode ter várias funções, e a que mais me atrai, é a de fazer refletir, mas ele também pode ser o responsável pelo sorriso, pelo bem estar e pela alegria. Se conseguir promover os dois juntos, melhor ainda. 

                           Será que Humaitá já tinha visto um perna de pau, naquela altura? Já havia dançado com tanto calor uma coreografia, como Gory Do Gory? Ou havia visto um homem vestido de mulher com tanto glamour como a tia Flica? Acredito que essa função transformadora que a cidade nem sabia que queria, veio na bagagem do teatro. E é necessária e poderosa. Sobre o palco durante dois turnos em três dias, animadores, recriacionistas, e artistas circenses. 

                            O melhor do Máschara sempre foi sua capacidade em se transformar, em transformar o ambiente. Tia Flica ganhou o carinho da cidade, diga-se de passagem. Fabio Novello com suas pernas gigantes e bolhas de sabão, envolveram adultos e crianças. Renato Casagrande aprendeu na instituição a se transformar, somando a isso seu talento, consegue rapidamente seduzir a plateia que dança apaixonada. Antonia Serquevitio foi Lili e foi Emília, foi peralta e foi poesia. Uma jovem dedicada nesses dois dias. Vitoria Ramos, e Raquel Arigony ótimas parceiras de trabalho. No ultimo dia Alessandra Souza e Nic Miranda chegaram para completar a equipe.

                                Algumas coisas interessantes que esses momentos todos podem nos servir de ensino. O que é um grupo de recriação? O que são animadores? Quais historias foram contadas? O Mario Quintana de Cléber Lorenzoni surgiu de uma pilha de roupas com Lili e contaram a historia doce e triste do peixinho. Claro que como bom comunicador que é, o diretor contextualizou a obra. As personagens do Sítio do Pica-pau amarelo, encantaram e animaram. O próprio Saltimbancos, com todos os problemas  técnicos de sonorização, foi sucesso para o público. Mas por que? É preciso rever e repensar, quanto ao olhar crítico desse público. Humaitá acerta em cheio em levar uma grande companhia para a cidade, mas precisa ir aos poucos preparando o caminho para que tal companhia queira voltar. 

                                    Durante a viagem alguns percalços, desentendimentos internos que podem rapidamente ser remendados, se lembrarmos dos conceitos da hierarquia. Para encerrar, sempre importante recordar: _ "Juro em meu nome, em nome do meu grupo e do meu público, dedicar minha vida, seja ela breve ou longa, aos deuses do teatro, a interpretação e ao fazer artístico. Levar a cultura aos públicos mais distantes e lutar pelo desenvolvimento de uma plateia crítica. Defendendo sempre a arte cênica em busca de um mundo melhor"


Cléber Lorenzoni (***)

Renato Casagrande (**)

Fabio Novello (**)

Alessandra Souza (**)

Raquel Arigony  (**)

Antonia Serquevitio (***)

Nicolas Miranda (***)

Vitoria Ramos (**)



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