FESTEATRO

 Um festival com a cara de Cruz Alta, 

Não foi fácil percorrer todo o circuito que os organizadores do FESTEATRO propuseram ao publico de Cruz Alta durante tres dias, incluindo praças, escolas e ruas. Até por isso, perdi uma das apresentações, o que me deixou muito chateada. Eu aprecio teatro em todas as suas linguagens e nuances. Durante muitos anos tenho acompanhado o Máschara, e agora ver esses meninos conseguirem fazer de Cruz Alta, uma capital do teatro por tres dias, é de uma alegria indizivel.  Como diz nosso querido diretor: Teatro não é para se gostar ou não, teatro é para pensar, refletir, inspirar...

Gostei de ver outros teatros! Muito me inspirei, com tantos palhaços voltei a ser menina, não havia nenhum pum, para desgosto da querida Regina Duarte, mas havia vigor, havia sagacidade, havia a pequenez humana, tanto que atraiu os tais bufos das ruas. Teatro totalmente inclusivo, democrático... Palhaços e poetas. Alguns com maior domínio, outros com menor. Talvez no afã de fazer um grande festival, com linguagens variadas, tenha faltado um pulso firme que peneirasse alguns espetáculos que talvez estivessem muito aquém de outros. De qualquer forma, a nível de arte, tudo é bem vindo na colcha de retalhos do palco. 

A rua como palco, é velha conhecida do artista, no entanto ela sempre sofre certo preconceito quando comparada com o tablado de madeira, O ator de rua parece inferior, afinal ele se expoe na intemperie, muitas vezes é desqualificado por quem passa, interage com os caes da rua e com os moradores das valetas mais paupérrimas. 

Há no ator de rua, um desapego encessário e ainda uma solidão voluntária. Mas o palhaço é grande, a fala ecoa, e quem se sente mencioando foge para a imensidão. Malas, triciclos, pernas de pau, microfones, cornetas e até o poderoso acordeon. Tudo a serviço do interprete. 

Os debates foram conversas agradáveis, por vezes, superficiais, pois poderiam ter auxiliado de forma mais expecifica alguns grupos. E que dizer do cortejo do sábado? Vida! Vida! As ruas de Cruz Alta com cara de cidade grande. 

Para encerrar, Esconderijos do Tempo, vida e obra de Mario Quintana. Poesia e grandes interpretações por conta do grupo anfitrião. 

Parabéns FESTEATRO, enquanto público eu agradeço por mais e mais arte.


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