Lili Inventa o Mundo
Todos- Lalala...
(Entra Mathias, Fada Mascarada, Malaquias, Rainha das
Rainhas, Poeta e Lili)
Vamos contar uma história diferente
Bem a maneira de um poeta alegretense
Aqui tem verso, tem soneto, poesia
E se você acreditar venha nessa fantasia
Pra fazer poesia, basta imaginar
E com a Lili, O Pé de Pilão
Nós vamos contar, vamos declamar, rimar sem parar.
Lili- Olá! O meu nome, ué, mas o meu nome todo mundo já
sabe, eu me chamo Lili (3x)
O que eu tenho aqui é um livro de poesias de Mario
Quintana...
Cidadezinha cheia de graça…
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça…
Sua igrejinha de uma torre só…
Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo…
E fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!…
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo (a triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha… tão pequenina
Que toda cabe num só olhar…
Malaquias- Abram alas todos, para o meu grande mestre, o
grande poeta do mundo da poesia...
Poeta- Boa Tarde!!
(Repetem a cena)
Poeta- E sou o grande poeta do Mundo da Poesia e estou
aqui para contar as mais diversas poesias de Mario
Quintana... O que são poesias, são histórias pequenas ou
longas, com ou sem rimas, que falam das igrejas, das
nuvens, das ruas, dos caminhos... E somente as crianças
conseguem compreender as poesias ou aquele adulto que
tem uma criança no seu coração.
Malaquias- Eu tenho uma criança no meu coração.
Poeta- Esse é meu fiel ajudante, o senhor Malaquias... Diga
um versinho...
Malaquias- Que versinho mestre?
Poeta- Aquele que nós ensaiamos...
Malaquias- Com M se escreve Malaquias, M de meninos, os
meninos preferem os cães, gatos as menininhas, e os gatos
que elas amam, são os gatos das gatinhas...
Poeta- Palmas para o Malaquias...
Lili- Olá!
Poeta- Malaquias pergunte quem é ela.
Malaquias- Quem é ela?
Poeta- Não Malaquias. Pergunte quem é você.
Malaquias- Quem sou eu?
Poeta- Deixe que eu mesmo faço, como é seu nome?
Lili- Eu me chamo Lili, mas isso todo mundo já sabe.
Poeta- Eu não sabia.
Malaquias- Nem eu.
Poeta- E sou o grande poeta do Mundo da Poesia e
estou aqui para contar as mais diversas poesias de
Mario Quintana... O que são poesias, são histórias
pequenas ou longas, com ou sem rimas, que falam
das igrejas, das nuvens, das ruas, dos caminhos... E
somente as crianças conseguem compreender as
poesias ou aquele adulto que tem uma criança no seu
coração.
Poeta- Esse é meu fiel ajudante o senhor
Malaquias... Diga um versinho...
Malaquias- Que versinho mestre?
Poeta- Aquele que nós ensaiamos...
Malaquias- Antes foi o do M, agora o do X.
Com X se escreve xicara, com X se escreve xixi, não
faça xixi na xicara, o que irão dizer de ti...
Poeta- Não era pra dizer este versinho, mas palmas
para o Malaquias.
Lili- Sr. Poeta, poderia me explicar o que quer dizer
este versinho?
Malaquias- É só você não fazer xixi na xicara.
Poeta- Malaquias, não estamos aqui para falar de
xixi. Mas agora vamos indo que temos que espalhar
as poesias pelo mundo todo. Marchando...
Lili- Ei!
Poeta- Mas que menininha impertinente.
Lili- O senhor poderia me ajudar, pois eu não consigo
entender as poesias.
Poeta- Nós não estamos aqui para ajudar e sim para
dizer poesias. Você é uma poetisa?
Lili- Não.
Poeta- Entende de poesias?
Lili- Não.
Poeta- Mas como que não, se todas as crianças
conseguem entender as poesias e também aqueles
adultos que tem uma criança no seu coração.
Poeta- Você não é uma criança?
Lili- Sou sim uma criança.
Poeta- Você é um adulto disfarçado de
criança.
Lili- Não. Eu sou uma criança.
Poeta- É pior, é uma criança que não
sabe imaginar, fazer de conta.
Lili- Eu tenho dificuldades para imaginar.
Poeta- Mas se a melhor coisa das crianças é imaginar,
fazer conta. Você veio ao lugar certo Lili. Vamos fazer um
sorteio. A Lili foi sorteada e ganhará uma viagem pelo
mundo da poesia, com direito a um acompanhante: o
Mathias. Agora vamos indo. Marchando, marchando...
Lili- Alguém de vocês se chama Mathias?
Mathias- Faz de conta que isso é um avião.
Que aterrissou em pique e virou um trem. Que
passou pelo túnel chispando. O trem
descarrilhou, mas debaixo da mesa aviam
bandidos. Onde está o mocinho?
Lili- Buuu
Mathias- Quem é você?
Lili- Eu me chamo Lili, mas isso todo mundo já
sabe.
Mathias- Eu me chamo Mathias.
Lili- Já te disseram Mathias que isso não é um
avião? É o meu livrinho de poesias.
Mathias- É um avião sim. Aqui no mundo da
poesia tudo é o que a gente quer, e o que não
é se transforma. Está vendo aquela nuvem lá
longe? É um menininho cochilando. E aquela
outra nuvem lá? É um sorvete de baunilha. E a
lua é uma padaria gigante onde fazem pães,
bolos, tortas com chantili. E os padeiros da lua
derrubam farinha sobre a noite retinta. Sabe
quem ganha? Quem ganha é o chão, que pinta
e repinta com giz e carvão.
Todos- (musica)
Que dança que não se dança?
Que trança não se destrança?
O grito que voou mais alto
Foi um grito de criança.
Que canto que não se canta?
Que reza que não se diz?
Quem ganhou maior esmola
Foi o mendigo aprendiz.
O céu estava na rua?
A rua estava no céu?
Mas o olhar mais azul
Foi só ela quem me deu!
Lili- Eu acho que já estou começando a entender o mundo
da poesia. Mathias, está vendo todas estas crianças? Elas
são como folhinhas que caem numa tarde de outono.
Mathias- É isso mesmo Lili. Agora eu vou te ensinar uma
brincadeira diferente.
Dança velha dança, dança.
Põe um pé, põe outro pé,
Mais depressa, mais depressa
Põe mais pé, pé, pé
Upa salta, pula agacha
Mete pé e mete acento
Que o velho agita frenético
O seu chicote de vento.
Lili- Mais rápido Mathias... (3x)
Lili- Nunca pensei que cantar e dançar fosse tão divertido!
Mathias- Espera até conhecer o resto do mundo da poesia,
vem comigo...
Poeta- Pinhão quentinho, quentinho pinhão, você bem
juntinho, do meu coração... (3x)
Malaquias- Você viu mestre, a Lili e o Mathias foram brincar
lá na floresta encantada.
Poeta- Na floresta encantada onde mora a Fada Mascarada
que é feia, feia, feia, como ninguém faz ideia. Malaquias
fuja... Aqui ela não vai me ver... Aiii...
Fada Mascarada- Quantas crianças bonitinhas, vou escolher
uma pra fazer mingau. E vai ser...
Lili e Mathias- Cidadezinha pequenina que cabe na minha
mão, cidadezinha cheia de graça que até causa dó.
Fada Mascarada- Depois eu te pego. Mathias... Venha cá
Mathias.
Lili- Olha Mathias, um personagem novo...
Mathias- Não. A minha mãe disse que não devemos dar
conversa a estranhos.
Fada Mascarada- Mas eu tenho um presentinho pra ti. Olha
o que eu trouxe, lhe mostro um lindo doce.
Todos- Um doce, um doce, um doce...
Mathias- Não, a minha mãe disse também que comer muito
doce dá dor de barriga e estraga os dentes.
Fada Mascarada- Mas é um pirulito bem gostosinho...
Mathias- Um pirulito. Vou só pegar um pedacinho Lili. Ai...
Lili, eu acho que eu fui enfeitiçado...
Lili- Sua bruxa.
Poeta- Não Lili, aqui no mundo da poesia não temos
nenhuma bruxa. Ela é a Fada Mascarada que mora na
floresta encantada e que é feia, feia, feia como ninguém faz
ideia. Na verdade, até que ela parece uma bruxinha.
Aiiii....
Lili- Você enfeitiçou o meu amiguinho Mathias...
Fada Mascarada- Hehehehehehe...
Todos- (musica)
Em cima do meu telhado
Pirulin lulin lulin
Um anjo todo molhado
Soluça no seu flautim
O relógio vai bater
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.
E chove sem saber por que?
E tudo foi sempre assim
Parece que vou sofrer
Pirulin lulin lulin
Poeta e Malaquias- Pirulin, pirulin, pirulin, pirulin...
Bonecas- O retrato, o relógio, o telhado...
Lili- Sr. Poeta, a Fada Mascarada que mora na floresta
encantada e que é feia, feia, feia como ninguém faz
ideia...
Todos- Hehehehehehehe...
Lili- Como eu ia dizendo, a Fada Mascarada
que mora na floresta encantada e que é feia,
feia, feia como ninguém faz ideia... Enfeitiçou o
Mathias.
Todos- Hehehehehehehe...
Poeta- Se falar mais uma vez este nome não
falaremos com você. Ora, o Mathias como todo
o menino guloso e contente finca o dente no
presente, vai tentar falar, mas...
Bonecas- A Fada má jogou feitiço no Mathias e
transformou o menino em um patinho, tentou
falar, tentou gritar, tentou berrar, mas só o que
se escuta é o som do seu...
Mathias- Quá quá!
Lili- Ei. Você viu o meu amiguinho Mathias?
Mathias- Quá quá! Quá quá!
Lili- Eu não entendo...
Mathias- (Dança velha com Quá quá)
Lili- Mathias, você virou um patinho...
Mathias- Quá quá!
Lili- Mas e agora Mathias, o que posso fazer
para quebrar esse feitiço.
Poeta- Ora Lili, só porque as coisas são inatingíveis não é
motivo para não as querer, que triste seriam os caminhos
sem a mágica
presença das estrelas. A resposta encontrará no teu
livrinho.
Lili- Aqui no meu livrinho diz que eu tenho que chamar a
Fada Mascarada que mora na floresta encantada e que é
feia, feia, feia como ninguém faz ideia...
Fada Mascarada- Agora chegou a sua vez Lili.
Poeta- Não, agora chegou a sua vez. Tenho algo que a fará
parar de fazer maldades.
Não te movas dorme, dorme
O teu soninho tranquilo
Não te movas diz-lhe a noite
Que está cantando um grilo.
Poeta- Esta criaturinha já não incomoda mais. Bem Lili pode
pôr em pratica o seu plano.
Lili- Eu vou chamar agora a Rainha das Rainhas a mais
poderosa de todas as fadas. A Rainha das Rainhas que no
altar tem um ar tão bom e paciente, que até parece a mãe
da gente.
Todos- (musica mãezinha do céu em nanana)
Rainha das Rainhas- A Rainha das Rainhas
Nos braços mostra o menino
Rechonchudo e pequenino.
O menino tem na mão
Um chocalho sem função.
Como fizeram também,
O burro e o boi em Belém,
Vocês que aqui estão
O adoram com o coração.
Rainha das Rainhas- Então veio pedir minha ajuda
Mathias?
Mas não depende só de mim, e nem do meu pequeno filho.
Para voltar a ser um menino, basta acreditar em teu coração
E cabe a lição de que nem tudo que enche os olhos
favorece a situação.
Sr. Poeta, a Fada Mascarada com certeza tem um bom
coração, basta que alguém lhe dê um pouquinho de
atenção.
Quanto a ti Lili, continue vendo o mundo da poesia com os
olhos d imaginação e que poesia more sempre Lili, sempre
em teu coração.
Todos- (musica mãezinha do céu em nanana)
Poeta- Vocês perceberam como esta criaturinha tem um ar
angelical?
Todos- O que?
Poeta- Quando está dormindo. Abre os teus olhinhos, que o
dia lhe diz baixinho, é tempo de levantares que canta um
passarinho, sozinho o que pode um grilo, quando é revoada.
E o dia rouba o menino, no canto da madrugada.
Se tu me amas,
Ama-me baixinho.
Não o grites em cima dos telhados,
Deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
...tem de ser bem devagarinho
...amada,
...que a vida é breve,
...e o amor
...mais breve ainda.
Fada Mascarada- Nossa, nunca ninguém falou
assim comigo, com tanto carinho.
Poeta- Eu andei escrevendo uns versinhos,
gostaria de ouvi-los?
Fada Mascarada- Sim.
Poeta- Eles falam das estrelas, das nuvens, da
lua...
Lili- Você viu Mathias. Aqui no mundo da poesia tudo
tem um final feliz. Você viu o que a Rainha das
Rainhas disse, basta querer com o coração. Com o
coração Mathias.
Mathias- Eu voltei a ser um menino Lili.
Lili- Parabéns Mathias. Agora eu tenho que voltar
para casa, os meus pais devem estar me esperando.
Mathias- Eu também, a minha avó deve estar
preocupada. Mas Lili, agora que você já sabe como
chegar no mundo da poesia, saiba que é sempre
bem-vinda. Tchau Lili.
Poeta- E então Lili, o que está achando do mundo da
poesia?
Lili- Eu estou achando tudo mágico e maravilhoso. E
aprendi que as pessoas sem imaginação podem ter
vivido as mais imprevisíveis aventuras, podem ter
conhecido os lugares mais distantes, mas nada lhes
ficou, nada lhes sobrou, uma vida não é apenas para
ser vivida, é preciso ser sonhada.
Poeta- É isso mesmo Lili.
Malaquias- Lili, eu quero dizer-te um último versinho.
Eu te amo, como se ama um cachorrinho verde.
Todos- Hora de voltar para casa Lili.
Lili- Malaquias, Rainhas das Rainhas, Sr. Poeta,
Fada Mascarada, Mathias. Todos nós podemos ver o
mundo da poesia, sabe por que? Porque nós
seremos pra sempre, pra sempre crianças.
Todos- E essa foi a nossa história diferente
Bem a maneira de um poeta alegretense
Aqui, tem verso, tem soneto, poesia
Se você acreditar venha nessa fantasia
Pra fazer poesia, basta imaginar
E com a Lili, O pé de pilão
Nós vamos contar, vamos declamar, rimar sem
parar.
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