1046 - A Hora da Estrela - (tomo V) .

 Apresentação para quem importa...


                                       Todas as apresentações importam e muito, mas quando voltamos nossos olhos para os adolescentes, e principalmente, quando conseguimos de alguma forma toca-los, então devemos nos alegrar pelo dever cumprido, É definitivamente o público mais exigente, mais difícil de alcançar. É preciso reinventar-se, estar na moda, falar de assuntos no ponto certo, ser sincero e um pouco impositor, não dá para enfeitar muito se isso não tiver consistencia. Pois bem, a apresentação de A Hora da Estrela teve tudo isso e muito mais. Não sei se devido a apresentação do Mäschara na noite anterior que deixou os atores  "a ponto de bala", ou se a substituição de elenco que aconteceu, ou o horário da apresentação, ou ainda por se tratar da ultima apresentação de uma temporada mista que se estendeu entre quinta e segunda-feira. 

                                         O preludio de Cléber Lorenzoni no inicio do espetáculo foi assaz contundente, embora quase o tenha perdido. A porta do auditório manteve-se fechada e tive que fazer toda a volta por dentro da escola, o que foi bom, já que assim relembrei o tempo de normalista. Minha neta mais nova estava entre as turmas e foi por ela que tirei a temperatura da conversa "reta"de Lorenzoni.  Teatro as vezes é muito chato(...), dignidade aos artistas (...), respeito (...), arte (...). Só aquela conversa serviria como uma oficina sobre artes, uma aula! 

                                         No palco um elenco talhado a dedo, como se com um formão, o "ENCENADOR" tivesse moldado suas outrora peças de madeira bruta e lapidando-as, criado as obras de arte sobre o palco. Se as atrizes de primeiro escalão estiveram poderosas, as de segundo não deixaram a desejar. Carol Guma perdeu algumas piadas, como "mulher que não se ajeita, termina sozinha". Eliani Aléssio é uma explosão assim como Laura Hoover que brilha sozinha no topo da piramide. 

                                        Alessandra Souza esteve bem na cena, mas não deve esquecer que tem grandes escadas ao seu redor, como Clara Devi, a propria Eliani Aléssio e hoje o colossal Cléber Lorenzoni. É interessante o trabalho de boas duplas. Quanto mais poderoso ficava o Olimpico na cena, quanto mais o público ria de si, mais Macabéa ficava pequena, desprotegida e frágil. Não sei como é para Alessandra Souza contracenar com o diretor assim, de repente, mas imagino que seja um desafio estimulante e assustador. Diretores veem coisas que os atores não enchergam, pois estão contando uma historia que habita em suas mentes e la ela já está contada. Então mil possibildiades se abrem.  Houve um certo virtuosismo exagerado, mas que no fim das contas estimulou e atraiu a plateia. 

                               A iluminação somente nesta ultima apresentação da temporada, pareceu firme e decidida, mas ainda acontecerem penunbras e atores sem foco. Uma lástima para uma historia tão bem contada e um Grupo tão tradicional.

                                   Soube que alguns artistas quando leem as criticas, não se importam muito com minha contribuição enquanto crítica, e sim com a "nota"no final da resenha. Uma pena, é talvez nas entrelinhas dessa analise muito simples e carinhosa que faço, que podem estar respostas para encenações que ainda poderiam crescer e muito. A nota, vocês mesmos ja tem capacidade para se dar. Basta olhar o semblante do diretor, o respeito dos colegas ou ouvir o calor do püblico na hora do aplauso. Cada ator sabe quando deu apenas cinquenta por cento, quando atrapalhou nos camarins os colegas com seus pontos de vistas egoístas ou espertalhões. Quando poderia ter ajudado, mas em seu centrismo, acha que já fas muito por estar ali. Quando ganha um troféu ou uma indicação e pensa ter alcansado o Olympo dos Deuses da arte. Quando ganha um pouco mais de funções e aje com tirania. Quando é razoavelmente bom ator e pensa que o mundo assina embaixo, mas o mundo é grande e nem sabe de sua existência. O palco é imenso, a coxia é bem pequena, nela só há espaço para o trabalho. O Camarim é grande, sabem por que? Para "EQUIPES" trabalharem la dentro. O teatro é muito mais feito para dentro do que para fora. O que se cria no teatro são grandes comunicadores, lideranças, carreiras... Pergunte-se qual a semente que você está plantando e o que irá colher. Como diz um amigo meu:  -Teatro qualquer um faz! Agora porpagar uma mensagem, melhorar o mundo, isso é tarefa de poucos.


                       O melhor: Aqueles que geraram assunto durante dias, que ficaram na mente da spessoas, que foram para casa em seus corações. Que se sacrificaram na técnica ou no palco sem precisar se gabar por isso, bomt rabalho aparece sem que se precise falar.

                        O pior: Os que frustraram outros ou se frustraram por seu olhar equivocado do teatro que o Máschara faz.



                            Arte é Vida          

                                                                                                      

                                  



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