984- Auto de Natal - Família de Nazaré /tomo VIII

 Noite de sentir-se criança

                E eles chegam sorrindo... acenando... e nós estamos tão carentes... -Essa foi a frase que uma senhora sentada há poucos passos de mim pronunciou. Encantada que estava com a encenação que iniciou adorável. Um verdadeiro anfiteatro grego na cidade de Ijuí, deu espaço aos contadores de historias do Auto de Natal. Teve vento, gostas leves e pesadas de chuva, relâmpagos, calor infernal e viva, muita vida. 

                Eu fico fascinada coma  possibilidade desses artistas que fazem tantas coisas, tantas ações diferentes. E todas com um brilho mágico. Ontem mesmo, vi fotos de um lindo desfile do Máschara pelas ruas de Cruz Alta e logo mais a noite, um espetáculo de beleza, detalhe e comprometimento. 

                Hoje quero falar de jovens artistas...

                Do quanto é difícil começar, do quanto é necessário dar oportunidades quando se começa uma carreira. Somos todos comunicadores que buscamos espaços, mas esses espaços pertencem a outros artistas ou políticos, ou empresários, ou agentes e depende deles que esses espaços se abram. Cléber Lorenzoni é produtor na prefeitura cultural e é um verdadeiro empresário que já colocou muitos artistas nos holofotes. 

                 Romeu Waier, Vitoria Ramos, NIcolas Miranda... São apenas alguns dos nomes que a arte Cruzaltense vem nos revelando. O público quer mais arte, mais colorido, mais artistas, no entanto eu preciso filtrar minha arte, aperfeiçoá-la, reinventá-la. Do contrário chegará um momento que aparecerão novos artistas com novos talentos e o Máschara não terá opção senão dar o espaço a eles. 

                  Vejo isso quando olho Felipe Brandão, Anita Serquevittio, Henrique Arigony, Bibi Prates, Allana Ramos. Inicia-se devagar e pouco ou nada se sabe, mas lá no fundo já se sabe e ocupa-se espaços que um dia serão de outros. A arte é uma inspiração, uma golfada de ar. E assim como vem, ela vai... Em poucos ela fica, poucos ficam. 

                    Alessandra Souza esteve lindíssima, e Renato Casagrande grandioso. Apenas o aconselharia a buscar a calma em dias de apresentações. Exercício difícil, porém necessário.

Renato enquanto velho do templo, deveria usar um longo lençol que arrastasse e não parecesse uma estola curtinha, principalmente por que o velho que interpreta parece ser o líder dos sacerdotes. 

                   Cada um tem um espaço muito linde de acordo com suas possibilidades. Raquel Arigony compõe muito bem a mãe, e Fabio Novello não devia descer da perna de pau, isso o torna mais versátil, mas aquele espaço aéreo é tão seu e tão lindo. 

                        Quase dei gritos de alegria por dentro ao ver situações como a garra de todos durante a chuva que caía, ou ainda a interprete de linguagem de sinais. Ellen Faccin vivendo junto intensamente a encenação. Espero que os anciãos do Máschara a tragam para as fileiras do elenco principal em breve. Claro, dependerá dela também ao compreender a "instituição". Não compreender a instituição é o pior erro que um jovem artista comete. 

                            Douglas Maldaner com duas tocas e a roupa de papai noel abertas ou os rolos no cabelo de Alessandra Souza me soou como aqueles desafios que Lorenzoni inventa na hora para tirar os atores de seu lugar de conforto. Atores, busquem mais, esforcem-se mais! Difícil não elogiar Ellen Faccim com seu comprometimento, sua preocupação comd detalhes.

                            Aconselharia Romeu Waier a ser mais atento em cena, ao todo. Nicolas Miranda mais parceiro, Renato Casagrande mais calmo, Antonia Serquevittio mais concentrada e Cléber Lorenzoni mais entrega na atuação, nesse momento precisa esquecer que é diretor! 

                         E para encerrar, em 2022, mais ensaios, mais, todos os dias!


                        O melhor: A energia de artistas que chegam na cidade. A generosidade e humildade;;;

                            O pior: A petulância de quem está no Grupo ou na ESMATE , há dois, três ou quatro anos e acha que suas vontades e saberes podem ou devem ser acolhidos prontamente. 


Clara Devi (**)

Raquel Arigony (***)

Anita Serquevittio (**)

Bibi Prates (**)

Laura Heger (***)

Nicolas Miranda (**)

Romeu Waier (**)

Henrique Arigony (**)

Douglas Maldaner (*)

Antonia Serquevittio (**)

Vitoria Ramos (**)

Laura Hoover (**)

Ellen Faccin (***)


A Rainha



Arte é Vida



                 


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