975-O Menino do Pastoreio (tomo V)

                      Teatro é a arte de equipe


                      Equipe é quando você se importa com o todo, não existe um ator em cena, mas um corpo vivo, único. Todo ele vibra junto. Quando você pensa em equipe sua cena já não importa tanto, importa mais o espetáculo como se ele fosse uma única grande cena. No senso de equipe você entra em cena e pensa em como ajudar a cena do colega, a ser boa, você joga a bola para ele o tempo todo. Como no exercício do balão, que a alguns anos era muito praticado na ESMATE.

                       Um espetáculo com tantas trocas de roupa e cenas rápidas acaba acontecendo muito atrás das cortinas, da rotunda, e deu para perceber isso na apresentação desta terça feira em uma escola do município de Pejuçara. Os atores rapidamente se resolviam, e uma história muito doce, encantadora, era contada. 

                       Cléber Lorenzoni conseguiu orquestrar um espaço ótimo e as crianças ainda que pequenas, ficaram totalmente absortas no espetáculo. O diretor/ator ainda conseguiu adaptar alguns momentos muito próximos entre as crianças e o Compadre Isidoro. Um comunicador. O teatro não pode ser algo estanque, petrificado... 

                         Clara Devi precisa limpar alguns momentos, triangular. Por exemplo, quando Nerêncio cai, ela precisa marcar bem os momentos. Primeiro chocar-se, depois correr até ele. Depois encerrar a cena com Isidoro, entregar o saco de dinheiro de forma visível, para que o público compreenda que para os senhores fazendeiros, pouco importava a vida dos escravos. Somente depois ela deve se ajoelhar e aí sofrer...

                           Nicolas Miranda, na cena em que está correndo, não pode esperar o balde com a cobra; na situação que ocorreu por exemplo, devia ter dado mais uma volta até que Laura joga-se de forma correta o cesto. Tanto que CLéber precisou chutar e gritar "olha a cobra". Ou seja, pequenos pecadinhos que estragam uma cena.  

                            Os anciãos do Máschara possuem um mérito: prática e rápidas soluções. Talvez até por isso as cenas com eles sejam repletas de energia. Renato Casagrande compõe muito bem o fazendeiro velho e Alessandra Souza dá um show como Tia Tê. 

                             Os jovens da ESMATE, precisam talvez de mais maturidade. Primeramente, saber que assuntos falados entre os membros do grupo, são assuntos internos do grupo. Fofocas, intrigas, e imaturidades, geram desconforto e estragam o crescimento da equipe.

                             Fabio Novello é um grande técnico, com soluções rápidas, e pode tomar decisões as vezes sem precisar da permissão do diretor. Isso é ser ancião deliberativo. 

                               O Menino do Pastoreio é um grande espetáculo, que deve ser muito apresentado e merece um festival de teatro para ele. Basta que cada um faça sua parte. Cuidar mais os detalhes, a bacia de plástico por exemplo destoou bastante assim como o machado que Nerencio carrega.


                            O Melhor: A solução de cobrir o espetáculo com panos pretos.

                            O pior: A cena da parelha, que ficou muito prejudicada e pouco compreensível.



O Menino do Pastoreio 

Texto e direção - Cléber Lorenzoni

Elenco: 

Cléber Lorenzoni (***)

Renato Casagrande (**)

Alessandra Souza (***)

Clara Devi (**)

Laura Heger (**)

Nicolas Miranda (**)


Equipe Técnica:

Fabio Novello (**)

Antonia Serquevittio (**)

Ellen Faccin (**)


                                       Arte é Vida

                                                        A Rainha




                       


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