Arte é Vida VI -coluna do diretor Cléber Lorenzoni

 

                    

                       Arte ruim / arte boa

 

                       Há poucos dias questionava junto aos meus alunos, se haveria um conceito quanto a arte ruim ou arte boa. E caso existisse, quem estaria a altura de julgar. Claro que podemos levantar questionamentos quanto ao poder influenciador de algumas artes, quando comparadas a outras. Porém, não consigo crer que algo que está inteiramente ligado ao impalpável, ä sensações, sentimentos, reflexões, possa ser colocado em balanças. Alguém me dirá: - Mas Cléber, e os concursos, eles não analisam por acaso a arte bem feita, ou não? – Ao que responderia: - Um corpo de jurados, baseia-se em seus próprios conceitos e conhecimentos técnicos, empíricos, etc... Mas veja bem, o galardoamento dado por uma banca é extremamente subjetivo, ele te coloca em primeiro lugar em relação ao segundo, até que mude-se os jurados, e aí outro ponto de vista poderá ser emitido. Se falarmos de inspiração, alma, força sensitiva, enfim, esse lugar quase metafisico no qual o tal “talento” reside, então a situação é ainda mais subjetiva, pois quem estava inspirado em uma apresentação hoje, pode não estar amanhã.

                       A arte, é efêmera e emana do homem como luz, golfada de ar, fuga, expressão de satisfação de um amor correspondido ou mesmo de um rompimento, de um estado de graça, do prazer indizível ou do desprezo doloroso. Por tanto, o que me causa sensações, pode não causar simplesmente nada, a quem estiver ao meu lado.

                      Mas o que me assusta, me choca, e até me entristece, é o julgamento ferrenho de quem não acrescenta, ao contrário, desmotiva, enfraquece, castra! A arte, precisa ser incentivada, motivada. Ela é solução, cura, mudança de habito. Uma musica, um poema, uma bailarina que se entrega ao palco, ou o ator que da vida a criaturas que só existiam na mente de uns poucos, escultores, pintores, enfim, todos eles precisam do aplauso, da motivação e do silencio.

                      Mas qual silêncio? O silêncio de quem vê ou ouve constrói ou destrói dentro de si paradigmas, mas que não deve influenciar, pois alguns de nós ainda estão sendo lapidados, ora, todos somos pedras brutas, desde que nascemos, e vamos nos lapidando no decorrer da existência. É preciso deixar o outro fazer suas análises próprias.

                     Amai! Amai e valorizai cada ato que constrói, que cria, que ergue e da vida, e ao criticar, critiquemos os  inócuos, acomodados, que nada fazem, que não dão vida a nada, apenas  torcem seus longos narizes repletos de orgulho e soberba.

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