Arte ruim / arte boa
Há poucos dias questionava
junto aos meus alunos, se haveria um conceito quanto a arte ruim ou arte boa. E
caso existisse, quem estaria a altura de julgar. Claro que podemos levantar
questionamentos quanto ao poder influenciador de algumas artes, quando
comparadas a outras. Porém, não consigo crer que algo que está inteiramente
ligado ao impalpável, ä sensações, sentimentos, reflexões, possa ser colocado
em balanças. Alguém me dirá: - Mas Cléber, e os concursos, eles não analisam
por acaso a arte bem feita, ou não? – Ao que responderia: - Um corpo de
jurados, baseia-se em seus próprios conceitos e conhecimentos técnicos,
empíricos, etc... Mas veja bem, o galardoamento dado por uma banca é
extremamente subjetivo, ele te coloca em primeiro lugar em relação ao segundo,
até que mude-se os jurados, e aí outro ponto de vista poderá ser emitido. Se
falarmos de inspiração, alma, força sensitiva, enfim, esse lugar quase
metafisico no qual o tal “talento” reside, então a situação é ainda mais
subjetiva, pois quem estava inspirado em uma apresentação hoje, pode não estar
amanhã.
A arte, é efêmera e
emana do homem como luz, golfada de ar, fuga, expressão de satisfação de um
amor correspondido ou mesmo de um rompimento, de um estado de graça, do prazer
indizível ou do desprezo doloroso. Por tanto, o que me causa sensações, pode
não causar simplesmente nada, a quem estiver ao meu lado.
Mas o que me assusta, me
choca, e até me entristece, é o julgamento ferrenho de quem não acrescenta, ao
contrário, desmotiva, enfraquece, castra! A arte, precisa ser incentivada,
motivada. Ela é solução, cura, mudança de habito. Uma musica, um poema, uma
bailarina que se entrega ao palco, ou o ator que da vida a criaturas que só
existiam na mente de uns poucos, escultores, pintores, enfim, todos eles
precisam do aplauso, da motivação e do silencio.
Mas qual silêncio? O silêncio
de quem vê ou ouve constrói ou destrói dentro de si paradigmas, mas que não deve
influenciar, pois alguns de nós ainda estão sendo lapidados, ora, todos somos
pedras brutas, desde que nascemos, e vamos nos lapidando no decorrer da
existência. É preciso deixar o outro fazer suas análises próprias.
Amai! Amai e valorizai
cada ato que constrói, que cria, que ergue e da vida, e ao criticar,
critiquemos os inócuos, acomodados, que
nada fazem, que não dão vida a nada, apenas torcem seus longos narizes repletos de orgulho
e soberba.
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