Análise da pré-estreia do espetáculo Tem Chorume no quintal pela diretora Dulce Jorge

            Hoje à tarde tive a agradável oportunidade de assistir à pré-estréia do espetáculo "Tem chorume no quintal".
Fiquei positivamente surpresa! Após presenciar o último ensaio, confesso que fiquei bastante preocupada... Bom, no teatro, costumamos dizer que, quando o ensaio final é decepcionante, a estréia será satisfatória. E isso ficou comprovado hoje.
          Os atores estavam muito vivos, mergulhados em seus personagens. O ritmo do espetáculo manteve o público atento e interessado. Os figurinos, além de bonitos, mantém uma unidade perspicaz. Há de se tomar cuidado com os chapéus que sombreiam o rosto dos atores. Rafaela (Cléber Lorenzoni) menciona usar salto alto, mas isso não se confirma. O cenário é bem simples, mas colabora com a encenação. Acredito que o arbusto possa ser melhor utilizado.
                 Os bordões são bem engraçados e pegam no ouvido dos espectadores. Ainda é necessário manter a atenção, pois um bordão só funciona quando é mencionado em todas as vezes em que a deixa surge.
            Quanto às atuações, Cléber Lorenzoni , está muito bem partiturado, surge como uma vilã cheia de vigor sem ser forçada, erguendo as cenas quando adentra o palco. A química é boa entre Cléber Lorenzoni e Vagner Nardes (0nofre) o seu assistente, também com uma construção interessante que arranca risos dos presentes. Renato Casagrande interpreta um vovô muito convincente e engraçado, utilizando termos conhecidos vindos da zona rural. Alessandra Souza e Stalin Ciotti revigoram o interesse do público, ela com uma D. Cremosina expansiva e bem humorada, ele com um personagem muito bem construído e detalhado, o seu Júnior arrebata a platéia no momento em que é visto, e gosto muito de observar a catarse em seu personagem.                        Clara Devi, muito melhor em sua dicção, oferece uma protagonista coerente, sem nenhuma tentativa em parecer criança, o que é digno de elogios. Com o amadurecimento do espetáculo, tenho certeza de que a sua ansiedade diminuirá. O Hulk(cãozinho) ainda pode ser mais explorado.
                   Alessandra ainda precisa aprofundar o sotaque. Evaldo Gullart cumpre de maneira segura o papel de Laércio, fazendo um contraponto aos outros personagens, vale ainda usar da sua criatividade para acrescentar um pouco mais de "recheio" ao seu personagem.

Enfim, o pontapé inicial foi dado!!! Nasce mais um espetáculo que só tende a crescer e aprimorar-se. Um espetáculo, que mesmo sendo de cunho educativo, não se perde em lições formais. Aborda a questão do meio ambiente sem a pretensão de ser didático.
Estão todos de Parabéns!!!!

                                          Dulce Jorge diretora

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