Expressionismo – ESMATE ANO VI
Expressionismo funcionaria “Como uma radiografia que não apresentasemelhança exterior com um objeto, mas revela a estrutura interior deste,como nenhuma fotografia poderia fazê-lo.Elmer RICE
O dramaturgo
expressionista haure em si mesmo seus temas e exterioriza seus fantasmas. A
natureza, a realidade , só existem através da visão pessoal que ele tem dela, e
esta visão nasce do horror da guerra, da revolta contra uma civilização
mecanizada. Não há mais continuidade, progressão na ação. Estados de alma se
sucedem, tendem a revelar a substância do drama, seu núcleo. Uma tensão
paroxística sustém essas breves sequencias em que o diálogo tem pouca
participação ou consiste em monólogos justapostos.
Como as peças tomam a forma de um
sonho desperto dramatizado, o ator deve tornar visível o invisível. A
interpretação baseada outrora na psicologia, dissecava o homem de maneira
anatômica. Trata-se, no expressionismo de mostrar a essência humana: O
espirito, a alma. Cumpre revelar o homem em seu aspecto mais elevado, no estado
original e puro, extático, animado por uma loucura santa. Volta às origens
primitivas, com expressão forte de sentimentos violentos, domínio do espirito
sobre a mateira, espiritualidade, transe extático. Será que essas exigências
vagas poderiam condicionar uma técnica de ator? Não há declamatória exterior,
mas o interprete “eletriza” seu público. É possível aproximar da palavra
expressionismo as noções de excitação, de explosão, de contraste, de
concentração, de concisão e de depuração. O expressionismo possui uma forte
conotação irracionalista, onde predomina o valor do inconsciente, do reprimido,
do mundo interior, do EU absoluto. A realidade é analisada a partir do
desespero pessoal de cada um. Os personagens são concebidos como universais: o
Homem, a Irmã, o Pai. (...) Paolo Chiarini afirma que o expressionismo nasce
como tensão, esforço espasmódico na procura de captar um valor metafísico e
absoluto apenas pressentido mas sempre fugidio, que se oculta além dos dados
imediatos da relação exterior. Uma forma de ativismo institucional, com perene
tendência para a alegoria, da exasperada dramaticidade congênita nos modos de
sua aproximação do homem e da natureza. E continua “Por isso o autor expressionista
se torna, muitas vezes, contador de si mesmo, de seus problemas e de suas
angústias, de seus sofrimentos. A palavra simplesmente dita ou sussurrada é
substituída pelo grito a plenos pulmões, torna-se apóstolo e orador, a mesa de
trabalho transforma-se em púlpito e tribuna.”
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