Expressionismo - Esmate Ano VI


Expressionismo – ESMATE ANO VI


Expressionismo funcionaria “Como uma radiografia que não apresentasemelhança exterior com um objeto, mas revela a estrutura interior deste,como nenhuma fotografia poderia fazê-lo.Elmer RICE


                        
O expressionismo surgiu como forma de reação contra o naturalismo, afirmando a supremacia da vida da alma. Em um mundo em mutação, sacudido pela guerra, o expressionismo não foi, a bem dizer uma escola, mas a atitude de uma geração, principalmente na Alemanha. Conforme as obras, ele pode ser ou acentuado ou difuso e às vezes mesclado com outras tendências. Iniciado por Strimdberg na Suécia (senhorita Júlia) e na Noruega ( o quadro O Grito do pintor Munch) propagou-se por outros países cujas condições e heranças culturais eram outras.



                          O dramaturgo expressionista haure em si mesmo seus temas e exterioriza seus fantasmas. A natureza, a realidade , só existem através da visão pessoal que ele tem dela, e esta visão nasce do horror da guerra, da revolta contra uma civilização mecanizada. Não há mais continuidade, progressão na ação. Estados de alma se sucedem, tendem a revelar a substância do drama, seu núcleo. Uma tensão paroxística sustém essas breves sequencias em que o diálogo tem pouca participação ou consiste em monólogos justapostos.    
Como as peças tomam a forma de um sonho desperto dramatizado, o ator deve tornar visível o invisível. A interpretação baseada outrora na psicologia, dissecava o homem de maneira anatômica. Trata-se, no expressionismo de mostrar a essência humana: O espirito, a alma. Cumpre revelar o homem em seu aspecto mais elevado, no estado original e puro, extático, animado por uma loucura santa. Volta às origens primitivas, com expressão forte de sentimentos violentos, domínio do espirito sobre a mateira, espiritualidade, transe extático. Será que essas exigências vagas poderiam condicionar uma técnica de ator? Não há declamatória exterior, mas o interprete “eletriza” seu público. É possível aproximar da palavra expressionismo as noções de excitação, de explosão, de contraste, de concentração, de concisão e de depuração. O expressionismo possui uma forte conotação irracionalista, onde predomina o valor do inconsciente, do reprimido, do mundo interior, do EU absoluto. A realidade é analisada a partir do desespero pessoal de cada um. Os personagens são concebidos como universais: o Homem, a Irmã, o Pai. (...) Paolo Chiarini afirma que o expressionismo nasce como tensão, esforço espasmódico na procura de captar um valor metafísico e absoluto apenas pressentido mas sempre fugidio, que se oculta além dos dados imediatos da relação exterior. Uma forma de ativismo institucional, com perene tendência para a alegoria, da exasperada dramaticidade congênita nos modos de sua aproximação do homem e da natureza. E continua “Por isso o autor expressionista se torna, muitas vezes, contador de si mesmo, de seus problemas e de suas angústias, de seus sofrimentos. A palavra simplesmente dita ou sussurrada é substituída pelo grito a plenos pulmões, torna-se apóstolo e orador, a mesa de trabalho transforma-se em púlpito e tribuna.”

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