Paixão de Cristo – ANO –II
Cena 1
José de Arimatéia, Anaz,
Matheus, Mulher Adultera, Madalena, Kaifaz, figurantes
José
de Arimateia- Voz ouvistes falar de um homem que anda pelas
ruas como salvador do mundo, que prega contra a injustiça!
Anaz-
Jesus de Nazaré, Um homem que se levanta contra as leis, grandes multidões o
ceguem, um farsante...
Kaifaz-Ele
invadiu o templo, expulsou quem lá dentro comercializava honestamente,
derrubando bancas e agredindo gente do bem! É um agitador.
Anaz-Ele
é inimigo do templo! Insufla o povo contra nós!
Kaifaz-
Ora o povo não sabe de nada, ele é um Subversivo, um perturbador da ordem
publica...Nos ofende, nos humilha...
José
de Arimatéia- Ele se diz filho de Deus...
Kaifaz-Também
foste seduzido pelo galileu, José de Arimatéia?
José
de Arimatéia- Mas podemos julgar alguém antes de ouvi-lo?
Matheus-Senhor,
senhor veja o que temos aqui...
Mulher
adultera- Soltem-me, por favor!
Kaifaz-
O que fez esta mulher?
Matheus-
Ela foi pega cometendo o pecado do adultério.
Kaifaz-
Então que se cumpre a lei de Moisés!
Anaz-
Toda mulher adultera deve ser apedrejada;;;
Mulher
Adultera-Socorro...
Jesus-Parai,
parai por favor, ela é seu próximo, como podeis maltratar, humilhar, ou mesmo
erguer a mão para um semelhante?
Kaifaz-Ela
pecou, deve pagar por seus pecados...
Jesus-Pois
serei eu mesmo a dar a pedra, aquele dentre voz que nunca pecou...
(silencio, todos vão largando as
pedras e se retirando)
Jesus-Mulher,
onde estão aqueles que te condenaram?
Mulher
Adultera-Foram embora senhor...
Jesus-Eu
também não te condeno... Vá e não peques mais...
Madalena-Senhor...
Jesus-Quem
sois vós?
Madalena-Eu
me chamo maria, Maria de Magdálem... Por que ajudaste aquela mulher?
Jesus-Era
uma semelhante, não poderia ter agido de
outra forma...
Madalena-
Vos a tratastes como se ela fosse digna de alguma coisa...
Jesus-E
ela é, assim como voz...
Madalena-Eu
não ou digna de nada, não passo de uma qualquer. Para alguns homens as mulheres
não passam de objetos...
Jesus-Vos
sois minha semelhante, somos todos irmãos perante o pai... Não vos julgueis tanto... Tudo o que acontece tem um sentido, um motivo nos
planos do pai. Eu vou chama-la de
Madalena...
Jesus-Mestre,
Posso eu te seguir?
Madalena-
Não, mas podes andar ao meu lado...
Cena II – Pregação e apóstolos
Jesus atravessa a praça juntamente com
alguns discípulos e Madalena
Thiago, Madalena, Pedro, Tomé, Tadeu,
Matheus, Crianças I II III e IV, Jesus, Esther, Judas, Centurião,
Kaifaz, Anaz, José de Arimatéia
Thiago-Mestre, a mansão está preparada...
(As
crianças se aproximam de Jesus)
Tomé-Eis o pão senhor... Há o suficiente
para todos...
Jesus-Não só de pão viverá o homem Tomé!
Todos- Mas de toda a palavra que emana do pai!
Esther-Mestre, os pequenos o querem ver...
Conversar convosco!
Jesus- Vinde a mim as criancinhas! Delas é o
reino dos céus...
Tadeu-Mestre, então somente as crianças
entrarão no reino dos céus?
Jesus-Em verdade vos digo, todo homem deve
manter sempre o coração puro e limpo como o de uma criança, assim, seremos
todos crianças a entrar na morada do senhor...
Criança I-Jesus conte mais historias para
nós...!
Criança II- Senhor, se alguém me ofender, ou me
bater? Devo perdoar quantas vezes...?
Criança III Sete vezes!
Jesus-Só sete vezes? Melhor seria setenta
vezes sete...
Criança IV- Tudo isso?
Jesus-Quem perdoa pouco, ama pouco!
(Madalena leva as crianças)
Thiago-Mestre, podemos cear?
Jesus-Espere, trazei água e uma toalha!
(para Matheus) Aproxima-te, dê-me vosso pé, assim como eu me ajoelho diante de
ti para lavar vosso pé, vos todos deverão repetir esse gesto, somos todos
iguais perante o pai, ninguém é maior ou melhor que seu próximo. Ide e pregar a
boa nova e praticar o bem...
(Ester
recolhe a bandeja)(apóstolos dividem o pão)
Jesus-Este é o corpo de cristo, eu vos
entrego, tomai e comei todos vos, para a remissão dos pecados, bebei também o
vinho, é meu sangue, fazei isto em minha memoria, mesmo depois que eu partir.
Thiago-Falas em partir mestre, quando isso
acontecerá e por que?
Jesus-Por que assim está escrito! Logo virão
me buscar...
Matheus- Mestre nós o defenderemos..
Jesus-Meus amigos, dentre vos há um
traidor...e é preciso que seja assim para que se cumpram as escrituras...
Pedro-Traidor? Nós nunca o trairemos! Somos
seus irmãos, seus discípulos...
Jesus-Ora Pedro, ainda antes do amanhecer,
me trairás três vezes!
Pedro-Eu mestre, jamais o negarei!
Jesus-Não te martirize Pedro, sois seres
humanos... E além do mais é preciso que o traidor levante-se dentre voz...
Judas-Por acaso serei eu a trair-vos?
Jesus-Tu o diz...
Judas- Mas voz sois meu mestre. (beija a
orelha de Jesus)
Anaz-Aqui homens, prendei-os, prendei a
todos...
Kaifaz-Aqui está o valor combinado!
(judas
se atira ao chão, pega o saco de dinheiro e ergue-se sendo encarado por Jesus)
Jesus- Judas, traístes o filho do homem com
um beijo?
Thiago-Vamos defender o mestre...
Jesus-Não façam nada...Não digam nada, é só
o principio!
Judas-Espere,está desfeito o acordo, eu devolvo o dinheiro, solte-o...
Kaifaz- O dinheiro pouco me importa, saia
daqui se não quiseres ser preso também... (para Pedro) Espere, tu não és também
um seguidor dele?
Pedro- Não, eu nunca vi esse homem!
Nunca!
Nunca ! Nunca!
Kaifaz-Sem mais delongas, levai-o a
Herodes...
Cena 3
(Jesus,
Herodes, Herodíaze, Anaz, Caifaz)
Anaz- Senhor, trouxemos um prisioneiro para
que o julgue...
Herodes-Não veem que estou ocupado? Hoje não
pretendo atender ninguém...
Anaz- Mas senhor, trata-se de Jesus...
Herodes- Jesus? O Nazareno? Isso é muito
interessante...(pausa) Dizem que ele cura homens...Tragam-no.
(jesus
sobe no palco)
Herodes- Isso é Jesus de Nazaré? Um pobre
homem...(gargalhadas) O que ele prega?
Kaifaz- Ele diz que o homem deve amar o
próximo...
Herodizase- Mas que mente fértil... Se ele ainda
dissesse que o homem deve amar a mulher do próximo... Hahahahahah
Kaifaz- Ele se diz rei... Se diz acima de
todos os reis...
Anaz-Ele diz que todos devem buscar o céu!
Herodiaze-Aqui todos buscamos o céu, na corte
de herodes você encontra mais, encontra o paraíso...
Herodes-Esse homem tem uma deliciosa
doutrina...
Anaz- Deliciosa doutrina? Vejam o astuto rei herodes está
encantado com o nazareno, a ponto de esquecer sua própria coroa... Não
degolaste João Batista, por que ele incitava o povo?
Herodes- Cala-te ou te mato!
Kaifaz- É a mim que vais ouvir... Mata-nos e
deixai vivo esse aí, que é muito mais
perigoso que eu, muito mais perigoso que o Batista, ele arrasta multidões, se
diz rei... Quer tomar o seu lugar... Vai te destruir com seus milagres. Solta-o
e vais ver o demônio em suas magicas...
Herodes-Então tu és o rei dos judeus...
Jesus-Estais dizendo isso de sua própria
opinião ou os outros que te disseram isso de mim...?
Herodes-Tragam um manto, um monarca deve ter
um esplendido manto!
Herodiaze- Não foi ele quem transformou água em
vinho? Responde para tua rainha, vamos...
Herodes- Vamos, faça uma mágica para o teu
rei...aqui tem água, torna-a vinho... Não? Não faz nada para teu rei? Fala
alguma coisa. Mostra teu poder... (pausa, da o copo à Herodiase, ela prova,
sente algo estranho vem e cospe em Jesus)
Herodiaze-Impostor, biltre, rufião, é isso que
tu és...
Herodes- Veja velho, Ele nada diz... Tu
zombas do teu rei, Não passa de um pobre diabo, é incapaz de se defender, de
erguer a voz...levai-o daqui, levai-o a Pilatos...
Cena 4
(Jesus,
Pilatos, Kaifaz, Anaz, Crenturião)
Kaifaz- Senhor procurador Poncio Pilatos,
precisamos que outorgueis uma ordem, precisamos condenar esse homem. Ele se diz
rei, se diz o maior de todos os reis!
Pilatos- Esse agitadores civis não são
problemas meus, enviem-no a Herodes...
Anaz-Herodes não quer condena-lo, e não tem vosso poder, não
representa Cesar
Kaifaz- Vos sois o poder máximo em
Jerusalém, é a ti que recorremos, ou prefere que Herodes decida e que sua voz
seja mais alta que o do poder de Tibério Cezar, imperador de roma...
Pilatos-Muito bem, homem, tu se diz rei, és
rei?
Jesus- Tu o disseste. eu nasci para dar
testemunho da verdade... todo homem que ama a verdade escuta a minha voz...
Pilatos- Verdade? Qual verdade? A tua
verdade? Verdade de um homem que se diz rei, mas que está amarrado. Tu não tens
ninguém por ti!
Deve
ser apenas mais um louco, Flagelem-no! Açoitai-o!
(soldados
o chicoteiam)
Pilatos-Pronto, eis aí teu rei, já recebeu o
castigo, agora eu vou solta-lo!
Kaifaz-Não! Não! Não, ele é réu de morte!
Anaz-Ele se diz rei, se diz Cristo o Nazareno! Ele blasfema!
Kaifaz-Ele se diz filho de Deus... Solta-o e
também será um traidor...
Pilatos- Não esticai tanto a corda velho.
Esquece-te que o poder supremo aqui é roma? Queres também ser açoitado por
desrespeitar o império...
Kaifaz- Perdoai-me Pilatos, esqueci-me que
aqui tu é quem reges...
Pilatos- Ouçam é a Páscoa, e é de vosso
costume receber a libertação de um prisioneiro nessa época de festividades.
Roma vê esse costume com benevolência, então lhes pergunto, quem quereis que
solte...?
Kaifaz- Solta Barrabás...
Pilatos-Diz algo que te defenda homem, ou
logo serás um cordeiro imolado... Não sabes que eu detenho o poder de
condenar-te ou libertar-te...
Jesus-Poder algum tu terias sobre mim, se
do céu não te fosse dado. Por isso maior pecado tem quem me trouxe a ti...
Pilatos- Tragam Barrabás! Quem quereis que
solte? Jesus o Nazareno, louco? Ou Barrabaz, o ladrão e assassino confesso?
Kaifaz- Barrabas, solte Barrabas...
Todos-
Soltem Barrabas...
Pilatos-Ah o povo! Sempre fazendo as escolhas
certas...
(Pilatos
faz gesto para soltar Barrabas)
Pilatos- E agora, que farei com esse homem
aqui apresentado como o cristo?
Anaz e Kaifaz- Crucifica-o!
Kaifaz- Pendure-o na cruz!
Pilatos- Tendes certeza? Quereis uma punição
tão severa?
Kaifaz- Crucifica-o!
Pilatos- Pois bem, quero me livrar logo desse
dilema, estou farto de voz... Mas ouçam, lavo as minhas mãos, estou livre de
qualquer culpa... Crucifiquem-no!
Cena 5-
Centurião- Não és tu o Rei dos Judeus?
Romano 1- O rei dos Reis?
Centurião- Eis a tua coroa!
Romano 2- Todo rei deve ter uma coroa!
(gargalhadas)
Centurião- Tragam o madeiro para que ele
carregue... Subamos pois até a gólgota!
Esther- Soltai-o eu vos imploro, o que
fizeste esse homem para merecer tão terrível castigo?
Romano- Não sei mulher, apenas cumpro
ordens...
Esther-E como podeis concordar em maltratar
alguém sem motivo justo?
Romano-Fora daqui, antes que te carregue com
ele...
Cena
6-
(Jesus
cai)
Anaz- Anda fracote, ou pede ajuda a teu Deus!
José de Arimateia –Ajudai-o, aqui alguém o ajude!
Jesus – Filhas de Jerusalem, não choreis por
mim, chorai por vos, pois a sorte de um povo morre com minha morte...
(mulheres
choram)
Centurião- basta de rezas...
Maria-Meu filho! Luz dos meus olhos...
Jesus- Acalma tua dor minha mãe, nasci com
um proposito e se tantos outros carregam sua cruz posso eu também carregar a
minha...
Maria-Então me de para que eu carregue
contigo, pois pior que carregar sobre meus ombros é ver tua carne, que é também
minha carne, carregando o peso da morte...
Esther- Senhora acalma tua dor...
Maria- Meu filho......
Kaifaz-Tirem-na daqui!
Verônica- Deixai-me passar, deixai-me passar,
não sei se és culpado ou inocente de nada, sei que me estendeu a mão quando
todos me deram as costas, nada posso fazer, mas permita que eu te limpe a face,
para diminuir tua dor...
Jesus-Rezai mulher e perdoai sempre...
Cena
IV
Jesus: Pai, Por favor, perdoa-os, eles não sabem o
que fazem...
Kaifaz:
Onde está teu exercito agora? Mostra teu poder...
Crucificado
I: Sim, se és
mesmo o filho De Deus, te salva... salve a nós;;;
Crucificado
II:Não ves que ele não é filho de Deus coisa nenhuma...
Crucificado
I: Se fores o filho de Deus, perde-me de meus pecados, lembra-te
de mim quando estiveres ao lado do teu pai...
Jesus:
Acalma-te homem, ainda hoje estarás comigo no reino dos céus!
(pausa)
Madalena
se aproxima chorando e toca os pés de Jesus.
Maria:
Meu filho...
Thiago:
Deixai-a passar, é a mãe dele!
Jesus: Mãe, eis aí o teu filho. Homem, eis
aí a tua mãe...
Pai,
pai, por que me abandonaste?
Jesus: Jesus: Água, água
(um
oficial romano alcança uma lança com uma esponja embebida)
Madalena:Água, por
favor ele está pedindo água
Jesus:
Está acabando, está consumado...
Todos:
Não, não, nãaaaao!
Jesus;Pai em tuas
mãos eu entrego meu espirito!
Romano: Realmente ele era o filho de
Deus.
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