11ª Matinê - Os Saltimbancos tomo 25

Alguém ainda não conhece o Máschara?

                             Não é o tempo que faz o Máschara ser tão conhecido, mas sim o trabalho, não são os vinte  e três anos de historia, mas as mais de seiscentas apresentações. O grupo Máschara não luta pelo reconhecimento ao nome, mas pelo apreço a arte. O público que na década de noventa assistiu a O Bulunga o Rei Azul, hoje leva os filhos para assistir Os Saltimbancos. E leva mesmo. o público da Matinê do Máschara vem crescendo muito, o hábito está se solidificando. É difícil fazer? É difícil colocar um espetáculo no palco? Sim. Mas deve sempre ser apresentado. O teatro deve sempre acontecer. Deveria estar exposto de segunda à domingo, nas ruas, nos clubes, nos palcos. 
                          O Máschara sempre teve uma preocupação em oferecer ao público o seu melhor, preocupado sempre com o conforto, modificou o palco e apresentou Os saltimbancos em arena. Um arrojo tanto para a equipe quanto para o público. Crianças e adultos riram muito, e certamente serão motivadores do fazer teatral amanhã.
                              O teatro em arena surte na platéia um clima de intimidade, tanto entre eles como que para com os atores. Na arena tanto fechada como aberta (público em três lados) o ator faz as vezes de um gladiador romano. Por isso mesmo não precisa preocupar-se tanto em voltar-se para um ou outro lado como se existisse uma frente do palco. O intérprete em arena, pode, e por isso é tão agradável, esquecer os meio-perfis, ele pode embarcar na historia tridimensionalmente. Nesse quesito Cléber Lorenzoni se sai muito bem e é seguido por Renato Casagrande, ator bastante instintivo. Alessandra Souza e Ricardo Fenner se saem bem, mas podem e devem estudar muito quanto a interpretação em arena. O público embarcou na historia, tão incoerente as vezes, e riu muito, se sensibilizou com os quatro animaizinhos e até torceu por eles. 
                                 O mais interessante do projeto Matinê, é podermos ver o crescimento de cada ator, isso logicamente se tivermos paciência em assistir quatro vezes o mesmo espetáculo. Ricardo Fenner esteve muito melhor em cena, pena ele e Alessandra Souza não cantarem em cena. Por que então a escolha de um  musical? O trabalho corporal dos quatro é muito intenso, mas galinha, cachorro e gata parecem ir mais fundo na construção partiturada. O personagem Jumento parece mais preso em uma fórmula. Renato Casagrande as vezes se deixa levar muito pela platéia, e disso surgem improvisos que as vezes podem colocar o andamento do espetáculo em risco.
                                 A estética do espetáculo fica restrita em um espaço tão pequeno e sem urdimento. E pergunto, o que afinal é um espetáculo teatral? São bons atores contando uma historia? Ou a soma de um figurino bem cuidado, uma luz bem pensada e uma trilha coerente? Ambos, dependendo da proposta, do objetivo. Por exemplo, há alguns dias a Cia. apresentou O castelo Encantado na área social de uma escolinha, luz ambiente, ausência de cenário, etc... mas essa era a proposta. a proposta da matinê me parece, é outra.
                                       Cléber Lorenzoni, apesar de desafinar as vezes, canta muito em cena e uma dica aos outros é que encontrem o momento da respiração correta para não parecerem tão cansados após cada coreografia.
                                    Teatro é trabalho de equipe e é muito gratificante ver Maldaner, Malheiros,  Giacomini,  Goullart, e Novello se dedicando tanto para que o espetáculo fique de pé. Para quem não viu, há ainda duas opções, dois domingos para que os atores amadureçam ainda mais em seus papéis, e a contra-regragem exerça melhor ainda sua função.


Dulce Jorge (**)
Cléber Lorenzoni ( *** )
Ricardo Fenner ( **)
Alessandra Souza (**)
Evaldo Goulart ( **)
Bruna Malheiros   (**)
Douglas Maldaner (**)  
Fábio Novello (**)
Renato Casagrande (**)
                       


Obrigado Gabriel Araújo, Lucas Chalita e Bárbara Santos pelo esforço em prol dos colegas e da arte...



Teatro é vida




                     A Rainha

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