O castelo Encantado 677 -88 apresentações

Bons atores...

                      O que é um bom ator? Quem sou eu para ditar o que qualificaria um bom interprete. Mas ouso questionar, isso sim eu me acho no direito de fazer. Um bom ator seria talvez um ator versátil?  Mas aí um ator que passou uma vida inteira interpretando com perfeição um único papel, não seria um bom ator? Talvez um ator com uma expressividade eloquente? Ou com um capacidades vocais marcantes? Ou com nuances? Ou com técnica? Ou com talento desde a tenra infância? O que seria um bom ator?
                      Um ator dedicado, com 24 horas disponibilizadas ao teatro? Ou um interprete que em poucas visitas ao palco e sem tempo para ensaios chegue e brilhe indizivelmente? O que é um grande ator?
                         Para mim são atores de raciocínio rápido, de capacidade intelectual, de versatilidade, capacidade vocal, técnica e emoção somadas, ou seja, uma colcha de retalhos, com humildade para aprender, personalidade para dizer "não", generosidade para com os colegas de profissão e público. Bons atores são aqueles que mais se importam em dar continuidade aos alicerces do teatro do que em bem atuar propriamente dito. 
                           Hoje vi vários tipos de atores em cena, em um espetáculo que já assisti com sete atores, e que agora vejo com quatro atores. Algumas coisas se perderam juntamente com esse corte de elenco, por outro lado, pareceu-me mais concentrado, coerente e pontual. Cléber Lorenzoni pareceu preocupado em cena, mas arrancou boas risadas, a agilidade com que compõe suas personagens é marcante. O personagem do Ursinho que toca musica é visivelmente um clown e certamente foi o que mais chegou na platéia. Alessandra Souza consegue compor sua protagonista infantil, Passeia pelo palco com agilidade e domínio. Seu jogo foi intenso principalmente com os colegas mais antigos de palco. Evaldo Goullart não se destaca muito. Faz bem feitinha a sua parte, mas com pouca personalidade. Ator tem que se destacar, suas personagens tem que romper a barreira do palco, chegarem ao público. A melhor interpretação de Evaldo em Castelo é Rafael, embora sua interpretação de bonequinho ruivo tenha sido razoável. Porém todas as personagens de O Castelo Encantado são pratos cheios para qualquer ator. 
                                   Renato Casagrande domina a cena e conduz muito do ritmo do espetáculo, sem falar que sua compreensão de cena foi quem o ajudou a bem aconselhar na escolha do cenário. Outra dica importante que Evaldo Goullart deve aprender com Renato Casagrande é cuidar proteger e auxiliar os colegas atrás das coxias. O Teatro, principalmente em palcos adaptados carece de uma disponibilidade e coleguismo. O Castelo Encantado estava no grupo das peças mais fracas do Máschara mas elogiavelmente subiu muito em meu conceito após agradáveis momentos de interação com o público de Guaporé.  O Teatro sempre deve surpreender!
                                        Quanto a trilha sonora do espetáculo, para mim é equivocada e na ocasião, mal operada. Ricardo Fenner não é o sonoplasta do espetáculo, ok, mas então a equipe deveria ter encontrado outra solução. O Público não deve sofrer com por um problema técnico interno da equipe. Os erros de operação foram causados pela falta de uma adequação ao computador do local, o que poderia ter sido solucionado em questão de minutos.


Cláber Lorenzoni (**)
Renato Casagrande (**)
Alessandra Souza (**)
Evaldo Goullart (**)
Ricardo Fenner(*)



                    A Rainha
                           

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