Análise de Lili especial de Natal - Largo da prefeitura 23/12/2013

O Grupo Máschara encerrou seus 21 anos de trabalho nos palcos com a apresentação do espetáculo Lili, especial de Natal. Um espetáculo teatral traz consigo muitos códigos e logicamente o ponto de vista de grande parte de uma equipe. Quero dizer, a mensagem por trás de uma determinada encenação é na verdade o ponto de vista do diretor, ou do dramaturgo ou do elenco... Claro que as vezes a mensagem que um espetáculo passa pode ser exatamente o contrário do que prega aquele que o montou.
Lili especial de natal é praticamente Lili Inventa o Mundo com um toque daquelas historias e personagens típicos das festividades de fim de ano. Por trás disso eu vejo a versatilidade de um grupo que passou por vários formatos, que adequou-se a cada novo elenco, a cada nova equipe.
Desde sua criação em 1992, mais de cem jovens artistas de Cruz Alta e região passaram pelo Máschara,  isso sem contar alunos e oficinados. Pesquisou-se muito, trocou-se muito. Talentos empíricos, técnicas próprias desenvolvidas.
Hoje o Máschara se permite ousar, cortar, adaptar e sempre consegue agradar o público.
No palco hoje, Cléber Lorenzoni (nº21), Renato casagrande (nº78), Alessandra Souza (nº 76), Fernanda Peres (nº86), Tatiana Quadros (nº67) e Evaldo Goullart (nº87), sobre um tablado, com microfones falhando, tentando contar uma historia para duas mil pessoas que dividiam sua atenção entre o palco e os mil sons e códigos vindos de todos os lados. O Máschara não faz espetáculos de rua, faz espetáculos para palco italiano, mas constantemente os apresenta nas ruas, uma dicotomia confusa.
Fernanda Peres (*) como protagonista precisa doar-se mais, com exatidão, perfeição, as vezes atua muito sobre a margem do erro, sobre uma linha tênue do estabanamento. Mas a atriz é ótima, mas deve sempre aprofundar sua técnica, lapidá-la. Alessandra Souza (**) é sempre bastante formal, precisa quebrar essa casca e chegará muito mais longe, teatro não é ciência exata, ainda que seja matemático! Renato Casagrande (**) está ótimo em "lili", mas as vezes esquece algumas rubricas, um ator muito ansioso! Evaldo Goullart (*) esteve muito elétrico em cena, precisa de mais pausa, a sabedoria dos atores mais maduros. O Teatro mora no silêncio! Cléber Lorenzoni (**) como senhor Noel é interessantíssimo, esse ator se transforma a cada papel e não havia visto ainda uma dramaturgia  que incluísse a personagem de Papai Noel. Tatiana Quadros (**) é uma boa atriz mas seus  constantes afastamentos dos palcos interferem diminuindo seu timing.

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