Análise de Feriadão

                          O Bom teatro pode nascer de uma boa ideia, de uma musica, de um poema, de uma inspiração. Para mim nesses últimos tempos tenho a sensação de que nasce de uma boa equipe, de um bom conjunto de atores. Já ouvi dizer que um bom conjunto de atores é aquele que quando um precisa se ausentar o outro se desdobra para preencher sua ausência. O teatro é um vício meio maluco, uma profissão meio equivocada na galeria de profissões bem sucedidas, afinal na maioria das vezes seus seguidores tem fama e reconhecimento mas pouco ou nenhum dinheiro. Há o amor incondicional pelo que se faz, ou a necessidade prática de quem escolheu o teatro como profissão. Em meio a tudo isso, você se apega, afinal em que outra profissão seus colegas de "trabalho" o vêem chorar, amar, beijar, ficar nú, desfigurar-se em torpores de ódio ou prazer? O Teatro é íntimo!
                              E os atores são humanos, com filhos, mães, dores, tristezas e alegrias. E seu trabalho artesanal não pode submeter-se a substituições, não há horários. Há o público sentado, esperando por sua voyer diversão. Com quem o ator conta nessa hora? Com  seus colegas, com os Deuses. 
                                Defenderei aqui eternamente, por traz das cortinas há muita generosidade, e é através da generosidade que se alcança o sucesso nessa profissão, o público não aceita mesquinhez.
                                  O espetáculo de titulo equivocado apresentado nesse cena às 7 (por ser às 19 horas), não obteve bom público, mas os atores apresentaram com um prazer e uma alegria contagiante. Não importa se há cinco ou cem pessoas formando a platéia, merecem a dedicação por igual sempre, o contrário disso é o egoísmo profundo dos atores. 
                              As cinco crianças estavam intensas, rápidas, envolventes. As canções as vezes deixaram a desejar pela dublagem nem sempre perfeita, a voz mais ouvida sempre é a de Cléber Lorenzoni, o que antes de ser um elogio ao interprete serve de crítica ao elenco que deve se esforçar no tema. Evaldo e Fernanda  marcaram presença, Renato Casagrande foi bom como sempre o é, já Alessandra Souza apesar de ótima em cena, deve estar mais atenta na cena do carro. Evaldo Goullart andava distante, mas parece que nessa apresentação voltou ao prumo. A trilha executada por Leonardo Drea, foi bem executada.  (como um grupo tão bom pode trocar tanto de técnicos e não ter um sonoplasta e um iluminador fixos?) 
                                 O mais triste sem dúvida é ver um grande grupo, bons atores tendo que adaptar tantos espaços na busca por um bom palco. O Cena às 7 decaiu, perdeu público, também perdeu sua continuidade quase religiosa. São coisas não é? Mas o que não pode decair é a garra, a busca sempre pela arte, a dedicação, o engajamento e os grandes atores. Essa foi a primeira apresentação depois que o Máschara fez 22 anos. e que mais 22 venham e que aqueles que chegam saibam honrar o legado daqueles que vieram antes de nós.
                                       
(***) Evaldo Goullart, Fernanda Peres
(**)Renato Casagrande, Cléber Lorenzoni,  Alessandra Souza, Leonardo Drea, Ricardo Fenner.



A Rainha
                     

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