Diário de Bordo - A Maldição do Vale Negro 19 - Colégio Annes Dias

De quem é a responsabilidade?

                  Desde sempre me peguei procurando um responsável para que o teatro dê certo em Cruz Alta, ou mesmo no interior. A Arte é profundamente importante, indispensável, necessária para todos, em contra ponto ouvimos sempre diversos comentários como: A arte é importante nas escolas; A Arte deve ser difundida; Peçam apoio aos governantes. No entanto o que temos? Uma sociedade sempre tão apressada que não tem tempo para preocupar-se em realmente fazer algo, afinal quais são as ditas necessidades básicas da sociedade? Saúde e educação. Mas eu pergunto, a arte não está extremamente ligada a essas duas esferas?
                 Na noite da última sexta-feira, 8 de novembro, atores do Grupo Máschara subiram ao palco com  A Maldição do Vale Negro, do gaúcho Caio Fernando Abreu, em uma suposta parceria entre comunidade escolar e o Máschara. Não sei o que aconteceu, mas a parceria não se cumpriu. Atores fizeram sua parte, ponto. 
                  A Maldição do Vale Negro segue com a mesma proposta de quando estreou -2009. Três atores cumprindo sete personagens. Não acho possível catalogar em um ou outro gênero o espetáculo, afinal o conceito "teatro" alcança uma gama de variantes, de possibilidades que se opõe a classificações. No passado buscava-se a interpretação "correta" do texto, hoje no entanto, busca-se a personalidade a exclusividade a idéia artística do novo, que venha, ainda que com um texto conhecido, destacar-se pelo diferente. O dito ato cênico vai cumprir-se com apoio de sua iluminação, trilha, cenário e uma gama de técnicas que o universo de um espetáculo teatral. O paradoxal mundo melodramático de A Maldição do Vale Negro partiu de dezenas de exercícios onde cada ator usava sua criatividade em transformar corpo e voz compondo cada uma das personagens do texto.
                         No elenco Renato Casagrande, Ricardo Fenner e Cléber Lorenzoni, os três com perfeito domínio corporal, exímio trabalho de coluna. A composição das personagens femininas é brilhante a ponto de o público desavisado julgar atrizes em cena. Destaco nessa encenação Renato Casagrande pela potência vocal e o ritmo alcançado. O espetáculo teve curva bastante acentuada, e as gags embora não tenham arrancado riso excessivo da platéia, promoveram agradável divertimento. 
                          A técnica do espetáculo não foi perfeita como esperada. Fernanda Peres e Evaldo Goullart deviam jogar juntos, trabalhar em equipe. E principalmente lembrar  que o ator que começa compreendendo todo a base do teatro torna-se melhor ator. "Completo" eu diria.Alessandra Souza foi extremamente profissional e cumpriu com perfeição sua contra-regragem. Ricardo esteve melhor em sua cigana, mas o conde decaiu um pouco, falta provavelmente de ensaios. Cléber Lorenzoni pontuou bem as cenas, mas havia um quê de preocupação de sua parte nas cenas. 
                             Foi enfim, uma tentativa a mais de reerguer o Cena às 7. Mas infelizmente isso não depende apenas dos atores.






Alessandra Souza ***
Renato Casagrande ***
Cléber Lorenzoni **
Ricardo Fenner **
Evaldo Goulart *
Fernanda Peres **
Dulce Jorge **



                                      A Rainha





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