Analise de Ed Mort

Ed Mort vai à praia...

                      Luis Fernando Verissimo criou um detetive muito peculiar, muito distante de James Bond, bem a maneira do mundinho a baixo da linha do Equador. Um detetive com jeitinho brasileiro. Maikel Teixeira, ator de Caçapava do Sul adaptou o texto para o palco e uma das montagens coube ao Grupo Máschara. São sete atores em cena interpretando vilões, crianças, e outras criaturas que somente o mago das crônicas poderia ter criado. Ed Mort tem trama simples, boa de acompanhar, agradando adultos e crianças. Os figurinos assinados por Dulce Jorge e Cléber Lorenzoni, são vivazes, no entanto mal cuidados pela camareira Gabriela Varone, que deve dedicar-se em cuidados com os costumes dos atores, o público paga para ver roupas bem aprumadas, sem manchas e sem descosturas... O cenário não se resolve muito bem, até agora não sei se era algo inacabado, ou se foi colocado ali propositalmente. 
                        O trabalho vocal, a sonoridade, as réplicas bem pontuadas, tudo colabora para que o espetáculo evolua demasiadamente bem. Dulce Jorge muito diferente de tudo o que faz em outros espetáculos. Se estava nervosa não aparentava. Ricardo Fenner esteve na medida, mas poderia ter se soltado mais, Angélica Ertel parecia distante, sem o brilhantismo que tanto marcou sua carreira no sul, sem os cuidados que costumava apresentar, unhas marrons e descascadas? Gabriel Wink também foi econômico, seu assaltante enrolou algumas falas e seu delegadinho não deu o show que costuma dar. Alessandra Souza preencheu bem o papel de sua antecessora, mas o grande brilho da noite ficou a cargo de Renato Casagrande que preencheu muito bem as necessidades da direção do espetáculo, interpretando "MÃE SORAYA". Cléber Lorenzoni guiou a cena muito bem, a curva dramática foi acentuada, perfeita. Ed Mort é um espetáculo pra morrer de rir. Já assisti em dias ruins, o teatro tem dessas coisas. 
                               A trilha sonora é criativa e executada por Luis Fernando Lara, e a luz por Luca Padilha.
                               Preciso elogiar ainda a forma como o Máschara chega nos lugares em que se apresenta e o transforma. Talvez tenham aprendido esse macete com as peripécias do Cena às 7. Algumas Cias. que tive a oportunidade de assistir em ação, chegam nos locais e apresentam seus espetáculos pouco se importando se no palco há um piano, ou se as cadeiras estão viradas para outro lado. Isso pode sim ser apenas um detalhe, mas engrandece o trabalho do Máschara.

Dulce Jorge, Renato Casagrande e Cléber Lorenzoni ***
Angelica Ertel, Luis Fernando LAra, Lucas PAdilha, Alessandra Souza, Ricardo Fenner **
Gabriela Varone, Gabriel Wink  *



                                                                                    A Rainha

                                  Não se surpreendam com o status recebido, ensaiem mais e façam por merecer, dediquem-se, é isso que eu e o público esperamos de vocês!
                              

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