Crítica de Feriadão em Garibaldi nov/2011

Catarse para crianças... 

              O teatro infantil sofre muito com a falta de bons textos, com a falta de boas montagens, com a falta do respeito dos próprios atores quanto a essa forma de teatro. O teatro infantil durante anos nem mesmo foi catalogado, a memória do teatro infantil sempre foi obnubilada. Há aqueles que defendem a idéia de que o teatro infantil deve ser feito por crianças, há aqueles que defendem que todo o teatro infantil deve ser educativo. Enfim, toda uma pataquada sem sentido para algo que é tão importante, necessário e de representação quanto o teatro adulto. 
                Hoje pela manhã assistindo Feriadão em um espaço escuro e adaptado, sem acústica, mas ventilado, diverti-me com um espetáculo infantil que tem tudo o que procuro em um espetáculo. Aliás, os espetáculos do Máschara tem isso, e me pergunto, que magia é essa, como se chama essa magia que adapta o palco sempre, ouvi dizer que os grupos devem ser tolerantes, mas o Máschara dá sempre um jeitinho e seus espetáculos acabam saindo do jeito que devem ser. Sempre! Que atores são esses que interpretam qualquer coisa que sai da cabeça pensante que bola essas coisas malucas e maravilhosas? Esse grupo que sempre segura o público, que muda de sonoplasta e consegue deixar tudo sempre tão perfeito... Grupo que faz rir, que arranca lágrimas...  Me digam que magia é essa que me fez ver Feriadão em 2002 e ontem assistir uma sucata daquilo transformada em algo tão melhorado, tão teatral, tão sem barriga...
                       Quando o Máschara esta em qualquer lugar, lá vou assisti-lo, não importa onde seja, claro, faço isso por que amo teatro e adoro ver e rever espetáculos. O Máschara me fascina, quando escolho a poltrona na hora marcada para o espetáculo fico esperando para ver qual mudança, criatividade, invenção haverá nessa nova encenação. Os atores são aqueles, pilares do Máschara, Alessandra Souza, Angélica Ertel, Cléber Lorenzoni, Gabriel Wink e Renato Casagrande. Atores que se forjaram nos palcos do estado, pequenos palcos, palcos improvisados, mas onde depositaram toda a verdade da arte-cênica, ali tiveram lições de arte, frente a frente com o público e posso dizer que acredito que eles possam enfrentar qualquer palco. São atores entusiastas, jovens, valentes. Cheios de jogo, a peça parecia um ping-pong. Ativa, rápida, até por que em um dia quente espetáculos arrastados tendem a ficar intragáveis, e esse nada tinha de arrastada. 
                     Talvez o canto poderia ser melhor aproveitado, já que não se trata de dublar, trata-se de sobrepor as vozes pré-gravadas. Preencher o espaço com a própria voz, apenas guiando-se pelas vozes em play-back. Claro que o calor insuportável poderia estar tirando o fôlego dos artistas que por serem completos, atuavam interpretando, cantando e dançando. 
                           Obrigada Grupo Máschara, pelo belíssimo espetáculo infantil...


                                             A Rainha...


O Feriadão
Elenco: Cléber Lorenzoni, Angélica Ertel, Alessandra Souza, Renato Casagrande
Direção: Cléber Lorenzoni
Contraregragem: Gabriela Varone
Operador de Som: Luis Fernando Lara
Músicas: Leonardo Diaz Morales
Texto: Hercules Grecco


Impossível não decretar um céu há todo o elenco...

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