Quando entrei no Grupo Máschara, para nos dar uma noção do que é teatro o diretor Cléber pediu para a atriz Kellem Padilha, fazer a cena como Lili, eu assistindo, sem noção nenhuma de técnica ou qualquer outra coisa, fiquei fascinada com a personagem, no ano seguinte eu entrei no grupo e a Kelem saiu da Cia. então abriu vaga e começaram os testes. Eu só havia interpretado duas personagens. No "Ed" que fiz um "tipo" e em Lili Inventa o Mundo a "Rainha das Rainhas" e todas com pequenas participações, era um desafio fazer um cena inteira com curva dramática, emoção, presença...Era uma cena só pra mim, éramos a disposição duas atrizes que começaram juntas.
Foi quando começou o desafio cantar, dançar, acreditar, emocionar, tudo com um novo desafio, dediquei-me portanto a passar a cena em casa várias e várias vezes, entrar cantando e dançando é um desafio que tenho até hoje, mas evoluí um pouco, tirar meus vícios de mão, "nuvem" também foi complicado, mas penso que venci. Entrar na historia, emocionar-me, transparecer a minha alma, sem parecer a Alessandra, e mesmo assim sendo eu, é que mais gosto. Hoje percebo o porque amei tanto a Lili, a primeira vista é porque sou eu no âmago de inocência e meiguice, mas a vida vai nos tirando e o teatro vai nos polindo e nos deixando ver realmente quem somos independente de ser o que o mundo espera de nós. Por que muitas vezes somos apenas o que a vida exige de nós e nem sabemos quem somos de verdade.
Alessandra Souza
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