Diário de Bordo- Lili Inventa o Mundo em Progresso, duas seções

Grandes Esperanças
              Se o Deus cristão escreve certo por linhas tortas, que diremos de Baco (ou Dionísio), entorpecido do melhor vinho do Olímpo? Deve fazer grandes rabíscos, sair da linha constantemente enquanto nós, pobres mortais tentanos compreender e nos adecuar aqui embaixo. 
               Em Progresso, a auxência de uma atriz, levou o Máschara a readaptar o espetáculo Lili Inventa o Mundo. E o que conquistaram? Um degrau a mais na carreira de Alessandra Souza, que soube interpretar a Fada Mascarada com louvor. Tudo tomou um anova leitura, ao invés de seis atores tinhamos cinco, mas o jogo era impecável. Na primeira tinhamos microfones prejudicando de certa forma o trabalho corporal da trupe. Contudo na segunda encenação, já sem microfones, a conexão atores-público foi radiante. Aliás é importante para Alessandra Souza e Renato Casagrande, aprenderem a melhor se portar quando da necessidade de microfones no espetáculo.
                 Uma professora fez a gentileza de quase dormir durante o espetáculo, claro que não teve culpa, devia estar cansada, e os atores em cena souberam demonstrar sua insatisfação com a situação. Ora, os professores devem estar alí em prol da arte, como fomentadores, incentivando as crianças e não tão pouco dispostos como alguns dos presentes. Mas a arte é assim, tem momentos, tem caminhos, as vezes envolve, as vezes distancía. A arte é por demais complexa.
                   Lili Inventa o Mundo é um espetáculo de 2006, mas ainda comove, não perde a essencia, suas poesias chegam vivas nas crianças em forma de encenação. Mesmo os adultos se deixam tocar por elas e captam a idéia de que devemos manter sempre uma crianças em nossos corações.
                   Cléber Lorenzoni estava vivo, como não o vía há tempos, provavelmente impolgado pelo desafio da troca de elenco. Angélica Ertel e Gabriel Wink também transmitiam virtuosidade cênica. Enfim, vigor de um espetáculo infantil apresentado em um espaço todo adaptado, mérito do Grupo Máschara, um dos melhores do estado sem dúvida.


                                                             A Rainha
               



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