Sobre o Espetáculo Delírios de Amores e Cigarros, em 2 de julho de 2010.

Delírios, delírios, delírios...

Muitos pensam que na Santa Maria da Boca do Monte só existe o teatro 13 de Maio, o aristocrata da praça Saldanha Marinho.  Pois engaman-se, há la para as bandas do Rosário próximo a UNIFRA, o espaço independente TUI, um teatro charmoso e agradável, com aspecto vanguardista e cheio de boas intenções culturais.
Então, na sexta-feira, dia 2, contrariando minha mania de não apreciar viajar sozinha, fui a Santa Maria a convite da atriz Angélica Ertel, assistir o espetáculo Delírios de Amores e Cigarros. Monólogo de formação da atriz. Quarenta minutos de um texto simples, cativante e por vezes confuso.  O enredo é o seguinte: Uma mulher, Helena, recebe a platéia em sua casa, viúva, ela vai nos contando a tragetória de sua vida, marcada pela forte influência do marido. Este um homem de temperamento forte, que a proibiu de ser atriz e cantora. A cena mais intensa se dá com a narração da perda do filho concebido antes do casamento. Ao final Helena se irrita com a presença do público e parte para seu confinamento solitário, regado de cigarros e lembranças.
Apreciei, afinal em cena havia uma excelente atriz, mas senti falta de espaço para chorar, falta de uma concepção mais inédita.  O preciosismo da atriz deixa pouco para o público solucionar. Em cena é claro a influência visível do Material Máschara que a intérprete trz na bagagem.
Tudo encaminha-se agradávelmente. Mas a certa altura me pergunto, com tantos delírios entramos no abismo do tudo pode e fica a dúvida do que realmente helena vivenciou o o que não passa de mera confusão mental.
A trilha é agradável, a iluminação pontua e a pesquisa de época sela com chave de ouro o trabalho. Tudo é bom, talvez excelente para os olhos dos santamarienses. No entanto para mim, uma senhora exigente e chata, parece que tudo é bom apenas... Ver Angélica Ertel atuando foi agradabilíssimo, mas queria ver Angelica Ertel dirigindo... Foi teatro, ponto final...

                                              A Rainha

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