Crítica do 31º Cena às 7 - 12 de julho de 2009

Depois de alguns anos de batalha exaustiva por parte dos admiradores e entusiastas do teatro, Cruz Alta tornou-se uma cidade repleta da arte de representar, um pólo das artes-cênicas; Não sei se é certo usar o termo pólo, mas afinal espetáculos abarrotam a casa de cultura nos fins de semana disputando o pouco espaço que temos. Um público culturalizado reúne-se no palácio das artes, antiga capoeira, lá onde estão imortalizados Prudêncio, Gioconda, Teresa e outros tantos artistas do passado.No último domingo, 12 de julho subiu ao palco “todo o teatro cruzaltense” , Esconderijos do Tempo, um libelo a Mario Quintana, regido pela mão firme de Cléber Lorenzoni. O Teatro cresceu, o público cresceu, os patrocinadores surgiram, mas será que Cruz Alta está preparada para receber essa arte? O que vejo? É pouquíssimos artistas sentados nas cadeiras do teatro, muito bem eles são artistas, não público?! Carrinhos de pipoca e de churrasquinho. A sala Prudêncio Rocha tornou-se um parquinho onde só falta a fumaça de cigarro para que o templo de Dionísio vire um bar de 5ª categoria. Há alguns dias soube que certos “artistas” pretendem fixar ventiladores nas paredes do palco, um arrojo descabido que só mesmo nossa sucupira poderia permitir.
Mas os atores continuam inquebrantáveis, mártires que dependem da sagacidade e gentileza de espaços como o auditório do Instituto Annes Dias, ali alguns mestres, compreendem a importância da arte para o crescimento de um povo. Compreendem a necessidade da repetição e da continuidade do trabalho artístico que sem espaço para o treino incansável está condenado.Mas há muito que fazer, talvez o surgimento de uma nova geração, talvez a união do público e dos artistas, talvez a construção de um teatro, talvez o esforço de pessoas frias ou de coração insensível em compreender que a arte é um bem para todos e que os filho de um povo que da as costas para a cultura está fadado ao esquecimento e as feridas da droga, da violência e da intolerância.
Apoiemos o teatro cruzaltense.
A Rainha

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