segunda-feira, 29 de junho de 2015
domingo, 28 de junho de 2015
quinta-feira, 25 de junho de 2015
terça-feira, 23 de junho de 2015
Análise de Olhai os Lírios do Campo estréia
Quando parei junto a fila que se formara em frente ao auditório da
escola Annes Dias na noite do dia 21, pensei comigo: Não estou no lugar errado!
Pois de onde estava eu via o banner da CARAVANA UNICRUZ. Mas então o que havia
trazido tanta gente para o teatro? A divulgação maciça por parte da
universidade? Além disso o espetáculo a ser visto não seria uma comédia...
Talvez então o fato de ser uma obra de Verissimo. Um escritor mundialmente
conhecido sendo homenageado através da arte da interpretação, poderia muito bem
ter sido o desencadeador de tal corrida ao teatro... Dúvidas, e nunca me satisfaço se a mente
continua cheia de dúvidas. A fila andou... Após pagar tão pouco pelo
ingresso... pouco se comparado ao quanto os artistas merecem, muito se
comparado ao pouco que algumas famílias
tem para se alimentar. Mais de seiscentas pessoas fizeram sua parte.
Sobre o palco um belíssimo facho de luz iluminava um jarro com Lírios, e
então começou. O clima proposto era hospitalar. Freira, médicos, enfermeiros.
Três praticáveis incluindo uma cama foram usados para lá e para cá auxiliando
na agilidade da ação. O público silencioso tardou a compreender o que estava
acontecendo, qual a ideia, quais as convenções.
A narrativa inicia com os já conhecidos Cléber Lorenzoni e Dulce Jorge,
ambos fortes, grandes, de coluna viva como o teatro pede. O espetáculo
atemporal nos oferece um clima que vai dos anos 20 aos anos 40. Detalhes,
muitos detalhes, típico do trabalho de caracterização
da Cia. E então mergulho, eu e provavelmente quase todas as outras seiscentas
pessoas. Cenas lindas vão surgindo uma dentro da outra, com uma iluminação belíssima e uma trilha delicadíssima. As
cenas das crianças envolveram e deram um tom de leveza sempre tão presente na
obra de Erico. A escolha dos atores que fizeram os pais foi significativa e
culminou com o jantar, frio e tenso dos quatro personagens principais do
primeiro bloco. Dona Alzira com a bacia
nas mãos naquele quarto mobiliado apenas de uma cama de altas pernas pareceu
carregar vários momentos de Erico. E ao pé da cama dos meninos Bruna me lembrou
Bibiana, Ana, e Maria Valeria. Um momento muito tocante.
Renato Casagrande e Cléber Lorenzoni triangularam com perfeição. Cléber
usando o aplauso do público a seu favor, mostrando assim que o teatro deve sair
do palco e ocupar todos os espaços do prédio. E o público percebeu, embarcou,
comprou... Renato Casagrande nos dá um Nestinho debochado e intenso.
Interessante ver como a adaptação de uma obra depende mais dos artistas
envolvidos do que propriamente da ideia inicial do adaptador. Bons atores
tornam os personagens tão grandes que ultrapassam a ideia inicial do escritor.
Douglas Maldaner e Bruna Malheiros são dois jovens atores com estilos
bem distintos de interpretação. Mas é belíssimo ver como ambos rapidamente se
entrosaram com a equipe do Máschara. Douglas nos da dois personagens. O primeiro
vem para mostrar a clima dentro da casa dos Fontes, o segundo vem para nos
mostrar como se tornou a relação entre pai e filho quando Genóca já se tornara
adulto. Seu Jango estava bem, pronto para o começo de uma longa caminhada em
busca de uma maturidade cênica, o segundo precisa de mais presença e volume.
Mas acho que cabe ao artista perceber a confiança que lhe foi depositada com
dois papéis já na estreia, aprofundar-se e amadurecer.

O romance iniciado na cena da formatura nos
envolve rapidamente, Alessandra Souza nos oferece uma Olivia meninota, que
poderia ser mais misteriosa. A química
entre o casal vai crescendo no decorrer do espetáculo. Pena que na cena em que
essa relação deveria culminar, a luz prejudicou a ambos. Souza aparece muito
mais madura la no final do espetáculo, mas sinto falta de um pouco de
expressionismo na figura. Olivia é uma figura que sobressai às páginas do livro
e com que Erico bem poderia ter batizado
a obra. O interno que a atriz construiu internamente pode vir para fora. Mas
preciso elogiar essa jovem atriz que em A Serpente e agora em Olhai os Lírios
do Campo, tem se revelado uma triangular interprete.
Ricardo Fenner embora há quatorze anos nos palcos, incorpora seu
primeiro grande papel dramático, está muito bem. Precisa trabalhar mais os
volumes e a postura de andeor para ficar maior no palco. Também aconselharia a
rever os figurinos do pai e de Seu Jango, tentar deixa-los com aparência de
homens mais pobres.
O
clima do espetáculo vai pesando e o drama se estabelece de forma natural, os
circunlóquios do destino são revelados através de marcantes cenas tangenciais.
Não conseguimos saber quem são os interpretes dos enfermeiros. Mas cumprem
muito bem sua função. Dr. Eugênio está doente!
A morte simbólica de Olívia, contraste-se com a o casamento de Eugênio e Eunice Cintra. E é difícil a plateia não odiar a mulher que parece interferir no amor tão bonito entre os protagonistas. Dulce Jorge baixou o volume as vezes. Mas a dicção e o trabalho corporal da personagem estavam incríveis como já se esperava da incrível interprete. A impagável Dulce Jorge é uma atriz intensa, viva, presente e é impossível não me comover vendo sua gana em cena. Prova disso foi a cena do fim da relação entre o casal. Um tour de force para qualquer atriz iniciante.

Fernanda Peres, tem a força de uma grande atriz, mas nos deu uma irmã
Isolda com vários tons. A impressão é que em cada cena havia uma freira
diferente. Era sutil essa diferença, mas para mim que sou plateia há anos, que
observo cada gesto, cada inflexão, dava para perceber que falta lapidar essa
personagem/tipo.
As
cenas finais precisam de uma revisão, um virtuosismo. Foram lindas, mas um
pouco desajeitadas devido a correria de estreia.
Cléber
Lorenzoni nos dá a curva, como era de se esperar, pode vergá-la mais. Mas isso
logicamente se dará com a maturidade do espetáculo e com o apoio dos
coadjuvantes. Poderia dizer que lhe foi
fácil fazer novamente um papel que vai da infância a maturidade, já que já
havia embarcado em outra viagem dessas em Esconderijos do Tempo. Mas só uma
mente muito rasa e simplista não perceberia que Eugênio é psicológico, e que
Mario é humanista. Alessandra Souza deve
se orgulhar e muito, está sendo colocada no grande grupo de atrizes do
Máschara, onde já estão Simone De Dordi, Angelica Ertel, Dulce Jorge, Marcele
Franco. Fabio Novello conseguiu fazer um bom trabalho, ainda que com uma
iluminação tão restrita. A principiante Barbara Santos preencheu as
necessidades na mesa de som. E enfim foi a mágica do Máschara de já estrear com
cara de espetáculo pronto!
Poderia
falar aqui em água na bacia, cigarro aceso, dinheiro no peito de Eunice Cintra,
mas isso seria rusga desnecessária. O teatro aconteceu, foi sublime. Quem não
leu Olhai os Lírios do Campo, o viu sobre o palco. Quem não se emocionou
durante, na certa se emocionou no final, com as palavras do diretor. Anos
passam, gerações vão e vem. Erico lutou pela literatura, precisou ir embora
para ter reconhecimento como escritor/artista. O Máschara luta para não
precisar ir embora. A única coisa que precisamos fazer para auxiliar, é sentar
na plateia e aproveitar o melhor desse grupo cheio de energia e de ideias
loucas.
Parabéns atores loucos!
Cléber Lorenzoni (st. IA) (***)
Dulce
Jorge (St. A) (***)
Ricardo
Fenner (St. IIIA) (**)
Renato
Casagrande (St. II) (***)
Alessandra
Souza (St. II) (***)
Fernanda
Peres (St. III) (**)
Evaldo
Goulart (St. IV) (***)
Fabio
Novello (St. IV) (***)
Bruna Malheiros (St. IV)(**)
Douglas
Maldaner (St. IV) (**)
Barbara
Santos (St.V) (**)
Arte é vida
quinta-feira, 18 de junho de 2015
quarta-feira, 17 de junho de 2015
segunda-feira, 15 de junho de 2015
quarta-feira, 10 de junho de 2015
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Indicações e Troféus para Atores Coadjuvantes
2015
RICARDO FENNER por Jezebel/Conde em A Maldição- 1º Festival cidade dos Anjos - 1ª Indicação
2012
Renato Casagrande por Cachorro em Os Saltimbancos no Art In vento - 2ª Indicação
2010
Gabriel Wink como Ágatha, Rafael, Vassili em Maldição no XIº Festival de Itaqui- 2º Troféu
2009
Gabriel Wink por Menandro em O Incidente em XIº DOMPA 3ª Indicação
2008
Renato Casagrande por Mathias em Lili em XVº ERECHIN 1º Indicação
Gabriel Wink por Gouvarinho em Esconderijos em XVº ERECHIN 1º Troféu
Gabriel Wink por Gouvarinho em Esconderijos em 1º FETTEN 1ª Indicação
Gelton Quadros por Malaquias em Lili Xº DOMPA 1º Troféu
2007
Gelton Quadros por Malaquias em Esconderijos XIº FERTAI 1ª Indicação
2006
Rafael Aranha por Gouvarinho em Esconderijos 4º FESTSALTO 1ªIndicação
2003
Luís Lara por Leonardo em Bodas em Xº FERTAI 4ª Indicação
2002
Luís Lara por Bancco em MacBeth em XIIIº FETARGS final 3ª Indicação
Jorge Pittan por Duncan em MacBeth em XIIIº FETARGS final 2º troféu
Alexandre Dill por Macduff em MacBeth em XIIIº FETARGS final 11ª Indicação
Luís Lara por Bancco em MacBeth em XIIIº FETARGS semifinal 2ª Indicação
Luís Lara por Bancco em MacBeth 16º Canela 1ª Indicação
Alexandre Dill por Macduff em MacBeth 16º Canela 5º Troféu
Jorge Pittan por Duncan em MacBeth 9ºFESTVALE 1º Troféu
Alexandre Dill por Bancco em MacBeth 9º Fertai 9º Indicação
2001
Alexandre Dill por Orgon em Tartufo XIIº FETARGS final 4º toféu
Alexandre Dill por Orgon em Tartufo XIIº FETARGS semifinal 7ªIndicação
Alexandre Dill por Orgon em Tartufo 3º Uruguaiana 6ª Indicação
2000
Alexandre Dill por Hêmon em Antígona 1º Festsalto 3º Troféu
Alexandre Dill por Hêmon em Antígona 4º Santiago em cena 4ª Indicação
Alexandre Dill por Hêmon em Antígona 2º Uruguaiana – 2º troféu
Alexandre Dill por Hêmon em Antígona 7º Rolante – 2ª Indicação
1999
Alexandre Dill por Malabarista em O Conto da carrocinha 1º Uruguaiana -1º troféu
Cléber Lorenzoni por Palhacinho em O Conto da Carrocinha 3º Santiago em Cena-4ª indicação
1998
Cléber Lorenzoni por D. Flávia em Dorotéia Vº FERTAI-2º troféu
1997
Cléber Lorenzoni por Fada Morgana em Bulunga o Rei Azul IVº FERTAI-1ºtroféu
1996
João Paulo Perez por Tudo Azul em Bulunga o Rei Azul VIIº FETARGS – 1ºtroféu
Cléber Lorenzoni por Rico em Cordelia Brasil IIIº FERTAI- 1ª indicação
RICARDO FENNER por Jezebel/Conde em A Maldição- 1º Festival cidade dos Anjos - 1ª Indicação
2012
Renato Casagrande por Cachorro em Os Saltimbancos no Art In vento - 2ª Indicação
2010
Gabriel Wink como Ágatha, Rafael, Vassili em Maldição no XIº Festival de Itaqui- 2º Troféu
2009
Gabriel Wink por Menandro em O Incidente em XIº DOMPA 3ª Indicação
2008
Renato Casagrande por Mathias em Lili em XVº ERECHIN 1º Indicação
Gabriel Wink por Gouvarinho em Esconderijos em XVº ERECHIN 1º Troféu
Gabriel Wink por Gouvarinho em Esconderijos em 1º FETTEN 1ª Indicação
Gelton Quadros por Malaquias em Lili Xº DOMPA 1º Troféu
2007
Gelton Quadros por Malaquias em Esconderijos XIº FERTAI 1ª Indicação
2006
Rafael Aranha por Gouvarinho em Esconderijos 4º FESTSALTO 1ªIndicação
2003
Luís Lara por Leonardo em Bodas em Xº FERTAI 4ª Indicação
2002
Luís Lara por Bancco em MacBeth em XIIIº FETARGS final 3ª Indicação
Jorge Pittan por Duncan em MacBeth em XIIIº FETARGS final 2º troféu
Alexandre Dill por Macduff em MacBeth em XIIIº FETARGS final 11ª Indicação
Luís Lara por Bancco em MacBeth em XIIIº FETARGS semifinal 2ª Indicação
Luís Lara por Bancco em MacBeth 16º Canela 1ª Indicação
Alexandre Dill por Macduff em MacBeth 16º Canela 5º Troféu
Jorge Pittan por Duncan em MacBeth 9ºFESTVALE 1º Troféu
Alexandre Dill por Bancco em MacBeth 9º Fertai 9º Indicação
2001
Alexandre Dill por Orgon em Tartufo XIIº FETARGS final 4º toféu
Alexandre Dill por Orgon em Tartufo XIIº FETARGS semifinal 7ªIndicação
Alexandre Dill por Orgon em Tartufo 3º Uruguaiana 6ª Indicação
2000
Alexandre Dill por Hêmon em Antígona 1º Festsalto 3º Troféu
Alexandre Dill por Hêmon em Antígona 4º Santiago em cena 4ª Indicação
Alexandre Dill por Hêmon em Antígona 2º Uruguaiana – 2º troféu
Alexandre Dill por Hêmon em Antígona 7º Rolante – 2ª Indicação
1999
Alexandre Dill por Malabarista em O Conto da carrocinha 1º Uruguaiana -1º troféu
Cléber Lorenzoni por Palhacinho em O Conto da Carrocinha 3º Santiago em Cena-4ª indicação
1998
Cléber Lorenzoni por D. Flávia em Dorotéia Vº FERTAI-2º troféu
1997
Cléber Lorenzoni por Fada Morgana em Bulunga o Rei Azul IVº FERTAI-1ºtroféu
1996
João Paulo Perez por Tudo Azul em Bulunga o Rei Azul VIIº FETARGS – 1ºtroféu
Cléber Lorenzoni por Rico em Cordelia Brasil IIIº FERTAI- 1ª indicação
Os Prêmios e Indicações para Melhor Ator
2015
Cléber Lorenzoni como Rosalinda no 1º Festival da Cidade dos Anjos (Santo Angelo) 34ª Indicação
2014
Cléber Lorenzoni como Fred em Feriadão no FESTVALE (Rolante) 33ª Indicação
2012
Cléber Lorenzoni como Ericão - no Art in Vento de Osório 19º Troféu
Cléber Lorenzoni como Gata no Art in vento de Osório - 31ª Indicação.
2010
Cléber Lorenzoni como Rosalinda - no Art in Vento de Osório 18º Troféu
Gabriel Wink como Ágatha,`Vassili e Rafael no Art in Vento de Osório -1ª Indiação
Cléber Lorenzoni como Rosalinda e Úrsula - 11ºFestival de Itaqui- 29ª Indicação
2008
Cléber Lorenzoni por Sr. Poeta em Lili – 1º FETTEN – 28ª Indicação
Cléber Lorenzoni por Mario em Esconderijos – 1º FETTEN- 17º Troféu
Cléber Lorenzoni por Sr. Poeta em Lili – XVº Erechin – 16º Troféu
Cléber Lorenzoni por Mario em Esconderijos – XVº Erechin – 15º Troféu
Cléber Lorenzoni por Sr. Poeta em Lili – 10º DOMPA – 14º Troféu
Cléber Lorenzoni por Mario em Esconderijos – 10º DOMPA – 13º Troféu
2007
Cléber Lorenzoni por Mario em Esconderijos – 14º FERTAI – 12º Troféu
2006
Cléber Lorenzoni por Mario em Esconderijos – 5º FESTSALTO – 11º Troféu
2003
Cléber Lorenzoni por Noivo em Bodas de Sangue –Xº FERTAI – 20ª Indicação
2002
Cléber Lorenzoni por MacBeth em MacBeth – XIIIº FETARGS – final 10º Troféu
Cléber Lorenzoni por MacBeth em MacBeth – XIIIº FETARGS – 18ª Indicação
Cléber Lorenzoni por MacBeth em MacBeth- 16º CANELA – 9º Troféu
Cléber Lorenzoni por Tartufo em Tartufo- 2º FESTSALTO – 8º Troféu
Cléber Lorenzoni por MacBeth em MacBeth –9º FERTAI – 7º Troféu
2001
Cléber Lorenzoni por Tartufo em Tartufo –XIIº FETARGS final – 6º Troféu
Alexandre Dill por Orgon em Tartufo –VIº Santiago em cena- 1º Troféu
Cléber Lorenzoni por Tartufo em Tartufo – VIº Santiago em cena – 13º Indicação
Cléber Lorenzoni por Tartufo em Tartufo – XIIº FETARGS – semifinal -12º Indicação
2000
Cléber Lorenzoni por Creonte em Antígona – XIº FETARGS –Final 11ª Indicação
Cléber Lorenzoni por Creonte em Antígona – Iº FESTSALTO – 10ª Indicação
Cléber Lorenzoni por Creonte em Antígona – XIº FETARGS –Semifinal 5º Troféu
Cléber Lorenzoni por Creonte em Antígona – IVº Santiago em cena- 4º Troféu
Cléber Lorenzoni por Creonte em Antígona – 2º Uruguaiana – 3º Troféu
Cléber Lorenzoni por Creonte em Antígona – 2º Rosário sem Cena- 6ª Indicação
1999
Cléber Lorenzoni por Palhacinho em Carrocinha – 1º Uruguaiana – 2º troféu
Cléber Lorenzoni por Palhacinho em Carrocinha – 9º Guaíba – 4ª Indicação
Cléber Lorenzoni por Palhacinho em Carrocinha – VIºFERTAI - 3ª Indicação
1998
Cléber Lorenzoni por D.Flávia em Dorotéia – IXº FETARGS semifinal 2ª Indicação
1997
Alexandre Dill por Tudo Azul em Bulunga – VIIIº FETARGS semifinal 1ª Indicação
Cléber Lorenzoni por Morgana em Bulunga VIIIº FETARGS semifinal 1ª Troféu
Diulio Penna por Bulunga em Bulunga – 7º Guaíba – 5ª Indicação
Diluio Penna por Andre em Um dia a casa cai – IVº FERTAI – 4ª Indicação
Diulio Penna por Bulunga em Bulunga – IVº FERTAI -1º Troféu
1996
Diulio Penna por Bulunga em Bulunga – VIIº Fetargs semifinal- 2ª Indicação
Diulio Penna por Leônidas em Cordélia Brasil – IIIº FERTAI – 1ª Indicação
1995
Eduardo Gonçalves por Júpiter em O dia em que Júpiter encontrou Saturno – IIº FERTAI – 2ª Indicação
1994
Eduardo Gonçalves por André em Um dia a casa cai-1º FERTAI -1ª Indicação
domingo, 7 de junho de 2015
Ponto de Vista
Talento, técnica ou o que mais gostei?
Sempre que saio de um festival de teatro, tento encontrar justiça naquilo que vi, pois foi em busca disso que lá estive.
Durante anos falei para atores e público, que o teatro não é para ser gostado ou não. Isso o tornaria muito pequeno, muito simplório. O teatro é para aplacar, chocar, questionar. Nelson Rodrigues já dizia que as boas ações ficavam bem em um jardim de infância, o teatro é o lugar da gangrena.
Atores, atrizes, diretores, contra-regras, técnicos, saem de suas casas e percorrem kilometros em busca de que? Levando em conta a dificuldade em se fazer teatro, levando em conta o amor pela vida no palco, levando em conta a total prostração por essa entrega, só posso pensar que buscamos reconhecimento, luz, e valorização no que se faz. Durante anos, ví grupos se esmerando em alcançar algo que o conhecimento coletivo de vários festivais ia ditando.
Uma grande mestra que muito admiro, uma verdadeira mulher de teatro, por sua luta, garra, conquistas, por tudo isso cabe lhe esse titulo. Disse uma vez: Quem decide os premiados do festival, não somos nós jurados, mas sim uma coisa muito maior, superior a todos nós. Preciso acreditar que "essa coisa maior", é o saber coletivo, o bom senso de todos. Uma percepção cênica que os jurados e demais presentes notam e que é o que faz o todo aceitar, concordar. Se eu for a um festival apenas para mostrar meu trabalho, e esse festival não tiver o caráter ético e serio, se o juri não pensar que está fazendo um serviço ou um desserviço dependendo daquilo que fala, prega ou julga, qual será minha contribuição para o teatro? Para atores de todo o estado que querem melhorar sua obra?
Uma vez no palco, o que está sendo levado em conta? Minha compreensão do que fiz? O efeito de minha obra sobre o público? A excelência de meu elenco? O profissionalismo de minha trupe? Ou o simples gosto dos julgadores?
Recordo que sempre que estive nessa função, me cobri de culpas e preocupações pela simples imaginação de não ter agido com total sapiência. Estava recebendo para aquilo, estava durante um pequeno período de tempo, com o poder de ditar o que era o certo e o que era o incerto. Atores jovens levariam aquilo em conta por algum tempo em seus novos trabalhos. Em minhas mãos, trabalhos advindos de várias historias diferentes, trabalhos universitário, trabalhos instintivos, trabalhos de pesquisa, improvisos...Por várias vezes preferi trabalhos que perderam, pois me tocavam fundo, mas não os premiei, pois não preenchiam as qualidades que os ganhadores precisavam ter. Ao mesmo tempo espetáculos com ideologias ou técnicas que não aprecio, eu os galardoei, pois chegavam ao público, os atores atuavam com a primazia esperada.
No ultimo festival vi muitas coisas, vi atores com domínio corporal incrível, vi cenas tórridas, difíceis de serem executadas, vi atores falando baixo, vi trilhas sonoras absurdamente escolhidas, vi técnica e vi instinto, vi intuição. Lado a lado companhias antigas e jovens. Grandes textos da dramaturgia mundial e carpintarias pequenas, algumas muito amadoras. Vi grandes interpretes, vi aspirantes. Vi talento, vi técnica, vi acidentes...
Fazer um festival não é fácil, fazer um grande festival é ainda mais difícil. Fazer um festival em que os que não se fizeram presentes sintam vontade de estar na próxima edição, é ainda mais difícil. Pois lida-se com pessoas, seres humanos contraditórios por natureza. Mas não é impossível, Muitos de nós os presenciaram, com grandes mestres. para citar dois deles: Luis Paulo Vasconcellos e Sandra Dani... Poderia citar vários, mas esses são para mim o Panteão do teatro gaúcho. Agora alguém dirá: Mas qualquer um pode ser jurado! Pois a arte é democrática e o conhecimento não é de poucos. -Qualquer um, se o que estiver sendo levado em conta for o gosto pessoal, se o que é levado em conta é o crescimento justo do todo, a parcimônia e a tentativa da alusão, nesse caso precisaremos sempre dos melhores.
Durante muito tempo ausentei-me de festivais, durante toda a década de 90 e a primeira dos anos 2000, adquiri muito em festivais, muito esse que tento passar para os novos atores que o universo nos oferece. SIM essa é a tarefa dos que vem antes de nós, preparar-nos qual anciãos em volta da roda da fogueira. Preciso agora tomar cuidado, não estamos naqueles áureos anos, precisa-se ver bem o que será ensinado ao jovens atores.
Certamente muitos que lerão essa opinião me criticarão, afinal nesse mundo de rabos presos, onde nossa pequenez é tão visível, ninguém quer se comprometer com ideologias, ou lados do muro, afinal não sabemos qual mão lavará a nossa amanhã.
Parabéns a tantos tantos tantos que conheci, que o teatro vingue-se por si só e que de forma ou outra o conhecimento nos venha. Que a consciência de cada um não esteja apenas limpa, mas cheia de incertezas. Afinal são as duvidas que nos levam de volta ao palco.
Teatro é vida
A Rainha
quinta-feira, 4 de junho de 2015
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