Análise do primeiro espetáculo concorrente do Vigésimo Terceiro Rosário em Cena- SCOTCH 33 -COLETIVO KHÁOS


O Espetáculo Scotch 33 da Cia Coletivo Kháos, abriu a 23ª Edição do Festival Internacional Rosário Em Cena. Cinco atores em cena dirigidos por Lizi Fonseca em uma viagem por um mundo caótico e apocalíptico, muito embora tenha inspiração nos romances góticos do século 19. O texto que fala muito do mundo pessoal da diretora e autora nos apresenta Mary, não a Shelley, mas uma Mary que também tenta juntar pedaços para se auto compreender e porque não dizer destruir pedaços de figuras que se formaram durante sua existência: a mãe, o cachorro, o namorado etc. A interpretação de Cândida Canielas no papel central consegue perambular pelo espetáculo com uma interpretação bastante razoável, embora possa investir em uma técnica vocal mais apropriada para o tipo de interpretação que a direção propõe. O público adentra o teatro com cena aberta e vários signos e códigos pontuais colaboram para uma melhor compreensão da experiência semiótica que o grupo propõe. No decorrer de quase uma hora de espetáculo vamos compreendendo o conturbado universo da protagonista que luta principalmente com os fantasmas da própria mãe, que vagueiam sua mente. O espetáculo às vezes perde um pouco do ritmo e vários dos finais apresentados em sequência, poderiam ser trocados por apenas um. De qualquer forma a proposta é muito coerente, e parece agradar os jovens por n motivos. A curva dramática poderia ter sido mais funcional. Ao fim, uma figura sem rosto adentra o palco, igual Deus ex-machina, para finalizar a mise en scene e nos dá um clima apoteótico e reverberante. Trilha sonora funcional, iluminação criativa (que deve ser melhor operada), figurinos e adereços dentro da proposta e uma equipe equilibrada no jogo cênico, possibilitado por um elenco capaz e bem treinado.
Foi sem dúvida um bom inicio de festival.

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