Sabe o que eu menos gosto no circo? Essa mania que as pessoas têm de vestirem os animais que nem gente...
Mario Quintana
No entanto, vestir as pessoas de animais, pode dar um bom caldo, ou ainda dar a elas, modos e trejeitos animalescos. Esse foi o objetivo da Cia. Vir a ser teatro, no texto de Tatiana Belinky. Vale a pena guardar na agenda o nome desse espetáculo para daqui há alguns meses, quando o espetáculo estiver mais afinado, levarmos nossos filhos e sobrinhos.
Pâmela Wierbitzki está lindissima como dona Raposa, aliás ela e GUstavo Engelmann repetem a dobradinha e preenchem muito bem o palco, lembrando com seus figurinos e trejeitos partiturados para esse espetáculo, um casal novo rico, sulista norte-americano. A roupa me recordou um catálogo da hermes dos anos 1970 que minha mãe me dava para brincar.
Há um apuro no visual, um acerto, que também leva a assinatura de Engelmann. Se há algum problema no espetáculo, se encontra na quantidade de texto que acaba por deixar monocórdios alguns momentos do espetáculo. A direção no entanto foi muito feliz ao elencar Alexander Ramos para o papel tema do espetáculo. Alexander esteve impagável. Sua entrada em cena simplesmente roubava nossa atenção. Os trejeitos, as formas, o ritmo, a maquiagem e o figurino, tudo colaboraram para que o "Sr. Juiz"da floresta brilhasse.
Talvez o queijo, pudesse ser mais cênico, talvez os textos todos pudessem fluir melhor, talvez as musicas pudessem ser melhor coreografadas. Talvezx o final devesse ser melhor orquestrado e se o diretor me permite uma dica, acredito que seria ótimo uma oficina de acabamento em roteiro. Gustavo tem ideias ótimas, mas precisa de um terceiro e quato olhos para pontuar coisas que lhe escapam, o que é totalmente natural quando se soma tantas funções como diretor.
Parabéns a escolha de colocar dois músicos (Débora Borba e Marcos Freire) em cena, acredito que eles pudessem ser nômades pelo teatro, saindo e surgindo em lugares diferentes, mas aí já são palpites... Torçamos pelo sucesso desse belo espetáculo que está nascendo.
Cléber Lorenzoni - crítico teatral
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